Fanfic: A Maldição De Londres { A&D } Terminada | Tema: Portinon
Minutos, segundos, horas... Ninguém ousou interromper aquele momento. Mentes trabalhavam a mil, mesmo suplicando por paz. Corações acelerados, mãos suadas; reação ao medo. Medo.
Anahí afastou devagar a amada de seus braços e a encarou nos olhos, buscando as respostas à sua angustia. Dulce piscou os olhos o menos que pôde e tentou entender o olhar que tentava se guiar pelo seu.
- O que você está sentindo? - Dulce perguntou, tocando-lhe o rosto com carinho e preocupação. Anahí fechou os olhos ao sentir a mão quente acariciar-lhe o rosto frio.
- Medo. - ela disse ainda com os olhos fechados. Sua voz estava mais rouca que nunca e era baixa, quase um sussurro.
Dulce suspirou, o que fez Any abrir os olhos e procurar mais uma vez pelos dela. Pegou a mão que ainda repousava em seu rosto e apertou com carinho.
- E você, o que sente? - ela perguntou analisando o rosto de Dulce, que levantou um pouco a ponta dos lábios em um quase-sorriso.
Esse gesto a deixou mais confusa. Ela esperou por alguns segundos, mas Dulce não respondeu. Quando ela estava prestes a falar, Dulce disse:
- O que você faria se fosse a minha única chance? - Dulce estava séria e encarava Any nos olhos. Ela compreendeu exatamente onde Dulce estava querendo chegar e negou com a cabeça.
- Eu não sou. - disse firme.
- Mas e se fosse? - Dulce insistiu, ela a encarou imediatamente.
- Eu não hesitaria. - confessou. - Mas isso não significa nada.
- Você acha mesmo?
Estava cada vez mais difícil continuar a encarar aqueles olhos castanhos claros.
- Do que adianta se de qualquer forma eu estarei morta? - Any disse pegando as duas mãos dela nas suas e as aproximando de seu peito. - Vê? - a fez sentir as batidas de seu coração que estavam aceleradas. - É assim quando está comigo, mas quando não, é como se. - suspirou. - Me diga do que vai adiantar o seu sacrifício?
Dulce já tinha os olhos mareados mais uma vez. Any levou a mão até o seu rosto e limpou uma lagrima.
- E o que você sugere então? - Dulce diz depois de algum tempo em silêncio.
- Eu não sei Dul. - ela disse sinceramente.
- Vai me pedir que me afaste de novo? - Dulce disse mostrando a dor nas palavras, o que fez o coração de Any se contrair no peito.
- Oh Dul. - ela a abraçou. - O que menos quero é que sofra.
- Eu sei. - disse entre soluços.
- Mas ainda temos algum tempo até o meu aniversário, podemos...
Dulce se afastou e limpando as lagrimas, a encarou perplexa.
- Você quer dizer esperar sentadas até que o dia finalmente chegue? - ela falou como se achasse aquela idéia absurda. E saindo da boca dela, daquela forma, parecia mesmo absurda.
Nesse exato momento bateram na porta e elas finalmente lembraram-se de onde estavam e viram que estavam sozinhos na grande sala.
- Dulce, Any. - Christian apareceu na porta entreaberta. - Não quero interromper, mas acho que descobrimos a solução.
- Solução? - as duas disseram ao mesmo tempo e se encararam. Existiria outra solução?
Anahí e Dulce seguiram Christian com uma ponta de esperança em seus corações. Chegaram a outra sala, onde encontraram Maite e Jack sentados.
- Diga logo Christian! - falou Any ansiosa pelo o que quer que fosse. - O que vocês descobriram?
- Bom Any. - Christian disse não parecendo muito empolgado com a sua descoberta, o que fez a esperança diminuir. - Acho que a notícia não é muito boa, mas achamos que sabemos do que se trata a “cura”.
- Pois fale então. - dessa vez foi Dulce quem falou.
Dulce apertou a mão de Any que segurava, assim tentando mostrar pra ela que não importava o que Christian dissesse, sempre estaria ao seu lado.
Christian olhou pra Maite, que confirmou com a cabeça, incentivando o historiador a falar.
- Bem, achamos que a parte que diz “Com um amor impossível foi criado e com um amor impossível padecerá” - ele engoliu o seco. - Não se trata do seu amor com o de Dulce. - os rostos de Dulce e Any se contraíram em duvida.
- De quem então? - quis saber Any.
- “Com um amor impossível foi criado” isso quer dizer o amor de seus pais, certo? - Christian falava tudo com cautela. Anahí confirmou. - Então, a gente acha que “E com um amor impossível padecerá” se trata do mesmo amor.
Demorou alguns segundos até Any finalmente entender do que Christian estava falando.
- Você está me dizendo que. - Any hesitou. - Que um dos meus pais teria que morrer? disse horrorizada. - Isso não faz o mínimo de sentido!
- Eu acho que vocês estão entendendo tudo errado. - Jack se manifestou pela primeira vez, todos o encararam. - O documento não pode está se referindo aos pais de Any, porque o amor deles já não é mais impossível...
- De certa forma sim. - Christian disse. - Pois para Alfredo o amor entre irmãos é o amor impossível.
Todos ficaram em silêncio, pois a teoria de Christian realmente fazia sentido. Todos aqueles que conheciam a historia da família Portilla sabiam o quanto o papa repugnava qualquer tipo de encontro afetivo, que não fosse fraterno, entre irmãos.
- De qualquer forma isso não muda nada. - disse Any decidida. - Eu nunca deixaria ninguém se sacrificar por mim. - ela disse encarando Dulce.
- 27 de outubro está se aproximando. - Jack cortou o silêncio. Ele encarava uma das janelas. Lá fora a lua brilhava iluminando as arvores quase desfolhadas do grande jardim. - Vocês sabem o que vai acontecer nesse dia, não é? - ele encarou os rostos preocupados. - Você estará pronta, querida? - ele perguntou para Dulce.
- Pronta para que? - Anahí tomou à defensiva.
- Ora, eu pensei que você já soubesse. - disse Jack. - Ela terá que matá-la.
Os olhos de todos se arregalaram.
- Ma... Matá-la? - gaguejou Dulce.
- É o que diz na primeira parte do documento, só a pessoa que realmente ama , com todo o respeito, “mostro” pode matá-lo.
- Disso já sabemos. - disse Christian tratando aquilo com indiferença.
- Eu não vou matá-la! - disse Dulce em desespero.
- Você não vai precisar. - disse Any tentando reconfortá-la. - Para de assustá-la! - ela gritou para Jack.
- Mas ela terá. - disse o homem. - Ou se não você a matará!
- O que? - todos o encararam perplexos.
- Exatamente. - disse o homem. - Anahí se transformará, não será a mesma. - todos estavam atentos. - Matará quem estiver mais perto, qualquer rosto, qualquer memória se manterá viva, mas de alguma forma vai ser diferente.
- Como assim? - Any quis saber.
- Qual a pessoa que aparece constantemente em seus pensamentos? - perguntou Jack a Any.
- Dulce. - ela confessou.
- Então ela será a primeira que você vai procurar. - o homem disse.
Os quatro olhavam para o homem grisalho, horrorizados.
- Como você sabe de tudo isso? - perguntou Christian.
- Eu sempre me interessei por essa “Lenda” - o homem disse rindo. - Ou você acha que eu teria gastado milhões nesse documento por nada? Eu fiz pesquisas e mais pesquisas.
- Mas os meus pais não falaram nada disso pra mim. - Anahí disse, mais como se estivesse falando com ela mesma.
- Acho que quiseram poupá-la. - disse Jack.
- Esse foi o motivo de terem me afastado de você. - ela disse pra Dulce. - Mas se isso é verdade, eu também vou. - Anahí hesitou. Matar... Eles.
- Exatamente. - disse Jack. - E qualquer outra pessoa que você já tenha guardado algum registro em sua memória.
- Oh meu Deus! - disse Any colocando as mãos na cabeça em sinal de desespero.
- O que vamos fazer? - Christian disse também em desespero.
- Vocês têm duas opções: a cura ou a morte de Anahí pelas mãos de Dulce.
Nenhuma daquelas opções fazia sentido, nenhuma daquelas opções parecia certa. Na verdade, nenhuma daquelas opções era justa.
Os quatro seguiram para o apartamento de Anahí em silêncio, as quatro mentes trabalhavam a mil por hora. Pesavam os prós e contras, apesar de tudo parecer contra.
Subiram até o apartamento ainda em silêncio e se sentaram no sofá. Olharam um no rosto do outro e suspiraram.
- O que vamos fazer? - perguntou Maite que já não agüentava mais aquele silêncio angustiante.
Ninguém respondeu. A resposta não estava em suas mãos, mal eles sabiam que alguém já tinha se dado o trabalho de decidir por eles.
O telefone tocou na mansão Portilla.
- Sim, é ela.
- O Sr. Só pode estar brincando! - disse a mulher em um misto de descrença e alegria.
...
- E porque seria assim? - a mulher perguntou, sem entender.
...
Ficou um tempo em silêncio até que Alexandra disse:
- Você tem certeza que isso acabará com o sofrimento de Any?
A pessoa na outra linha falou algo, então Alexandra concordou:
- Muito obrigada.
A mulher desligou o telefone e uma lagrima solitária escorreu pelo seu rosto pálido, enquanto um sorriso se formava em seus lábios.
Autor(a): Lene Jauregui
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 11
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tryciarg89 Postado em 28/07/2023 - 23:27:49
Fiquei de coração partido pela mãe,mas foi pela melhor causa,muito linda a história
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_mariaruth Postado em 24/11/2019 - 23:28:18
Abandonou?
Lene Jauregui Postado em 25/11/2019 - 11:43:09
Claro Que Não Amoré, Não Faria Cm Minhas Leitoras
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_mariaruth Postado em 18/11/2019 - 18:29:21
Volta aqui e posta mais aaaaa
Lene Jauregui Postado em 19/11/2019 - 09:30:29
Postadoooo My Amor....
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_mariaruth Postado em 14/11/2019 - 16:30:51
Pq apagou a melhor amiga da noiva?
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_mariaruth Postado em 14/11/2019 - 16:29:54
Não demora pra atualizar, pfvr aaaa
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DreamPortinon Postado em 13/11/2019 - 11:16:55
CONTINUAAAA PLIS, AMEEEI DEMAIS
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_mariaruth Postado em 11/11/2019 - 17:12:43
Aaaa continua
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siempreportinon Postado em 07/11/2019 - 20:04:35
Ahhh salvadora das fics portinon!!! No meio de tanta coisa clandestina você surge com meu trauma favorito, não nos abandone você é a nossa última esperança kkkk
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Ângela Postado em 07/11/2019 - 14:50:06
Opa, já gostei, pode continuar linda. Quero mais capítulos.