Fanfic: Corações trocados | Tema: Novela vingança

Livia sentia seu coração apertar, estava inquieta, acabara de sair do banho após chegar em casa, e assim que terminou de se vestir, o telefone tocou.

_ Sra. Melbourne?

_ Eu mesma. Quem fala?

_ Aqui é do hospital São Domingos, precisamos que a senhora compareça imediatamente.

_ Já estou voltando. _ O coração já saltando pela boca.

Não demorou muito e tomando um taxi ela conseguiu voltar, chegou esbaforida no berçario e já encontrou algumas enfermeiras ao redor da incubadora do filho, impedindo que ela o visse da janela, tapando totalmente sua visão.

A enfermeira chefe veio de econtro a ela:

_ Livia Melbourne?

_ Eu mesma, do que se trata? Estou...

_ Se acalme senhora, sei que o momento é muito dificil, mas precisamos seguir de acordo com o protocolo do hospital. Tenho uma noticia para lhe dar e acredito que a senhora vai precisar de suporte, veio sozinha?

_ Sim, não trouxe ninguém comigo. Mas por favor me diga o que é? Meu filho está bem? Por quê não consigo vê-lo? O que está acontecendo?

_ Senhora, infelizmente seu filho não aguentou ao tratamento, seu caso estava bastante agravado de acordo com os exames e ele acabou falecendo, enquanto a senhora chegava aqui.

_ Nããão, por favor me diga que isso não é verdade, meu filho estava bem agora há pouco, eu estava com ele há cerca de duas horas...

_ Eu compreendo, fizemos tudo que podiamos para salvar a vida dele, mas não foi suficiente e imagino a sua dor... Minhas condolencias. _ A enfermeira se compadeceu dela, com os olhos marejando.

_ Eu não tenho ninguém. Só tinha ao meu filho, eu não posso perdê-lo, por favor me deixe ver meu filho por favor.

A enfermeira consentiu e a conduziu até a incubadora, chegando lá Livia viu o bebê de pertinho pela primeira vez, devido a todo o cuidado eles ainda nao tinham tido um contato direto, somente o via através do vidro. Mas sentiu algo estranho, ele parecia estar diferente.

_ Sabe... Ele parecia maior da vitrine... Eu não pude pegar meu filho no colo, para ter cuidado com os ferimentos dele, eu nao pude... _ Ela chorava dolorosamente.

Mais uma vez, ela teve que enfrentar outra morte, perdera o amor de sua vida, e agora seu filho, o seu outro amor, ela não saberia se conseguiria suportar. Passou pela sua cabeça perguntar a enfermeira sobre Lavinia e seu filho, e a resposta que ela teve foi um mais breve ainda: "Tiveram alta". Seria bom ter o apoio de uma amiga que estivesse passando por uma situação parecida.

O Velório foi no outro dia de manhãzinha, os avós paternos da criança vieram mais uma vez ao encontro de Lívia para ajudá-la a passar pelo ritual funebre, as horas de dor, a dor da alma, parecia aumentar terrivelmente, e Livia se perdeu então, se perdeu em seus próprios pensamentos, em sua própria dor.

Nos dias que se seguiram, recusou o convite de ir passar uns dias com a sogra e decidiu que voltaria ao orfanato onde crescera para visitar as freiras como era de costume, que ela fizesse.

O orfanato era grandioso visto de fora, sempre pintado e repintado com tinta bem branquinha, e muitas crianças felizes correndo pelos corredores e brincando no jardim da frente naquela manhã de sabado. O dia estava nublando assim como o coração de Livia desesperado por algum consolo, procurou a freira que era como uma madrinha para ela.

_ Irmã Cintia? _ Ela se dirigiu a freira de meia idade que cuidava das crianças no jardim.

E parando de frente a ela, ganhou um abraço reconfortante.

_ Que bom revê-la minha filha, como estão as coisas? _ Disse a freira olhando direto para a barriga de Livia e estranhando.

Neste momento ela que tentava se manter firme, não conseguiu, falhando miseravelmente em segurar as lagrimas que agora desciam generosamente pela face.

A irmã, a conduziu para a capela para que pudessem conversar sozinhas, e gesticulando com a cebça pediu a outra freira que vigiassem as crianças que brincavam.

Quando juntas, Livia pôde chorar a vontade e contar tudo que acontecera a ela, o salão de oração estava completamente vazio, exceto pelo altar e os bancos adornados em madeira.

Depois de uma repreensao por nao ter notificado as mortes do marido e do filho ao orfanato, onde Livia era muito querida, Irmã Cintia confortou-a em seu colo e pediu que fizessem uma oração. E Livia assim o fez, na esperança de aliviar o coração.

_ Senti algo em meu coração, e preciso que você confie no que vou lhe dizer.

_ Sim senhora.

_ Você vai voltar a morar aqui conosco, para que nao fique sozinha e para tirar um tempo para si, ajudando-nos voluntariamente a cuidar de nossas crianças, e assim até ter forças para retomar sua vida.

Ela só conseguia assentir com a cabeça, não tinha vontade de falar, apenas de chorar e ela chorou mais uma vez, para lavar a alma.

Cinco anos se passaram, e Livia conseguiu se reestruturar para uma nova vida, estando mais forte e mais amorosa do que nunca, adorava cada criança daquele orfanato e ajudava como podia, era como uma irmã mais velha para todos, ela sim sabia ser amiga de todos eles, e juntos brincavam, se divertiam e cantavam todos os dias. Ela também retomara as aulas na faculdade, e conseguiu se formar com sucesso, como uma design de moda.

Colocava sua formação em prática sempre que conseguia novos tecidos para fazer roupas para as crianças, fazendo sempre roupas de modelos variados, e elas adoravam.

Rezava todo dia para que o caminho de seu filho e seu marido no além, pudesse ser iluminado sempre e pedindo para que aquele lugar jamais deixasse de ter carinho, solidariedade e harmonia.

_ Livia? _ A voz de irmã Maria chamou bem proximo.

Livia se levantou de onde estava de joelhos rezando na capela, e se virou para ver a amiga, ela tinha nas mãos um pacote pardo um tanto estufado.

_ Sim?

_ Isso chegou para você, em nosso correio hoje de manhã.

Ela tomou curiosa o pacote nas mãos, e apertando-o pode deduzir que era uma caixa, logo em seguida abriu-o e então abrindo a caixa, tirou de lá um pen drive, escrito VEJA!

_ Obrigado irmã Maria.

E ela rumou para o quarto, colocaria o pen-drive no notebook e veria do que se tratava.