Fanfic: Felicidade fictícia | Tema: Felicidade Clandestina

Desde que me conheço por gente gosto de ler. Gosto de tudo que tenha letras, mas os livros de Monteiro Lobato são os que mais ganham meu coração,coisa rara para meninas da minha idade visto que a maioria esta mais preocupada em saber sobre as roupas e cabelos da moda e formas de manter seus corpos esguios. Eu nunca me preocupei com isso sempre fui alta , magricela e meus cabelos nao me davam muito trabalho e sempre que voltava da escola ao inves de ir ver vitrines como as garotas da minha idade faziam, eu corria para livraria que havia perto da minha casa e lá gastava horas do meu dia saboreando a vontade de levar um daqueles exemplares para casa.

Certo dia , ao fazer este caminho de todos os dias, encontrei uma garota baixinha, gordinha, cheia de sardas e cabelos vermelhos,  chorando ao lado da porta da livraria e perguntei se podia lhe ajudar , ela me respondeu em meio as lágrimas que havia perdido um saquinho com suas balas favoritas e que sua mãe não lhe daria o dinheiro para compra-las novamente. Eu como  menina prestativa que sempre fui, de pronto me ofereci para ajudar a procurar o tal saquinho de balas e lá fomos nós fazer o caminho da livraria até a escola e para nossa surpresa achamos o saquinho de balas perto da porta da escola como se estivesse ali só esperando por nós. A menina ficou muito satisfeita e me disse que me emprestaria um livro como forma de agradecer a minha ajuda, logicamente que aceitei e já sabia de prontidão que titulo eu queria emprestado: " As reinações de Narizinho" de Monteiro Lobato, ai como eu sonhava em ler aquele livro, com aquela capa durinha e aquele cheirinho de papel impresso que só um bom livro tem.

Nosso combinado então foi asim, eu retornaria no dia seguinte pois a menina precisava pedir a sua mãe se poderia me emprestar o livro e assim foi feito, no outro dia, no mesmo horario estava lá com meu coração explodindo de felicidade com a simples possibilidade de ter tal obra em minhas mãos e para minha decepção ela não havia falado com sua mãe e eu deveria voltar no dia seguinte e assim passaram-se os dias, as semanas e nada de eu conseguir levar o livro, aquela felicidade toda qu invadia meu coração diariamente era esmagada com a resposta negtiva e em seguida a esperança voltava a brilhar em meu peito, até que um dia, passei na livarria como tinha feito em todos os ultimos dias  e não encontrei minha amiguinha e sim uma moça , tambem com sardas e cabelos vermelhos que me perguntou:

---" Tenho te visto aqui todos os dias , fico feliz que minha filha tenha feito uma amiga." 

Eu como sempre, falei mais do que a boca mandava, e acabei por contar para simpatica moça ,o motivo de eu ir todos os dias no mesmo horario , até a livraria. A moça ficou com uma cara esquisita, um pouco raivosa, um pouco chocada, um pouco sem saber o que fazer, foi quando a menina das balas entrou e já se antecipou aos fatos: "Eu possso explicar mamãe" foi quando entendi tudo, a menina nunca havia perguntado para sua mãe sobre me emprestar o livro para que eu voltasse todos os dias.

A moça ruiva e sardenta por fim, me disse para levar o livro emprestado e que eu devolvesse quando quisesse, aquele momento sublime nunca saiu do meu pensamento, que deliciosa sensação de poder ficar o quanto tempo eu quisesse com o livro pertinho do meu coração, ah quanta felicidade eu senti, fui correndo para casa e nem li o livro, acariciava, observava, admirava pois sabia que o tempo era meu aliado e uma única certeza rondava meus pensamentos, uma hora teria de devolve-lo, que felicidade as avessas esta minha nao?