Fanfics Brasil - Arco da Prata Dias em Noite

Fanfic: Dias em Noite


Capítulo: Arco da Prata

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Como em
todas as manhãs Celeste desceu antes de todos acordarem ao jardim no fim das
propriedades da sua grande família. Para ela nada parecia obscuro ali, apesar
de sua madrinha Carlota não gostar que ela passasse por ali, pois o lugar não
pertencia à nenhuma das propriedades que estavam em volta. Celeste era
apaixonada por maçãs e não gostava muito das maçãs do seu pomar depois de ter
provado das maçãs do pântano. Todos ali já haviam escutado sobre a macieira
linda com as maçãs mais suculentas e mais vermelhas, mas a única que tinha a
coragem e inocência de ir lá saborear era a menina Celeste.


Celeste
então olhou para o alto e viu que não tinha ninguém olhando para o jardim, se
embrenhou na escuridão daquele pântano, ela sabia o caminho e não sabia exatamente
como alguém poderia viver ali, era tão escuro e molhado. Chegou com facilidade
na grande e bonita árvore, pegou sua cesta e a enxeu das deliciosas maçãs, ela
já havia escutado milhares de histórias muito malucas e sempre cheia de perigos
sobre aquele lugar, mas ela simplesmente não tinha medo.


Sua
madrinha Carlota mesmo já tinha sido alvo de uma dessas histórias há muitos
anos atrás, até mesmo antes de ela nascer, ela tinha se apaixonado por um homem
que morava ali, de onde todos chamavam de as profundezas do mal, será que eles
eram tão ruins assim? Pensou logo Celeste. Celeste logo deixou de pensar nisso,
tinha que voltar, pois se não a encontrassem, com certeza brigariam e muito com
a moça. Então ela voltou e sentou no balanço de flores no jardim, e mordeu a
maçã deliciosa, aproveitou então para reparar que ninguém poderia jamais brigar
com quer que seja das duas propriedades que estivessem ali, pois aquele lugar
tinha tanto como presença sombria como também singela.


No céu um
lindo arco-íris tinha surgido depois da pequena e leve chuva que caiu cobrindo
o sol, era o símbolo mais bonito que o céu podia apresentar para Celeste,
aquele colorido no céu alegrava a vida de todos, que só pensavam em se
desentender por ali. Não passou mais de quinze minutos para ser chamada por uma
empregada da casa, o nome dela era Lisa e ela era muito amigável e simpática
sempre, afinal a casa de Celeste era repleta de sorrisos, o castelo de onde
morava era branco com poucos detalhes em azul e reluzia com a luz do sol, Celeste
achava isso tão bonito.


Foi
acordada de seus pensamentos logo que entrou em casa, sua madrinha Carlota
estava encostada na porta à sua espera, e não parecia nada contente.


 


- Onde
estava hein Celeste?- Olha para cesta em suas mãos.


- Pegando
maçãs.-


- No
pântano, de novo?-


- O que
eu posso fazer se as maçãs de lá são mais saborosas e vermelhas?-


- Se
contentar com as que tem aqui, sabor não vale pela sua segurança. Podemos
também mandar buscar maçãs para você aonde quiser, de menos no pântano.-


- Olha eu
já fui lá várias vezes e nunca vi ninguém lá, e mesmo assim acho que nunca me
fariam mal.-


- O que
já te falei sobre os malignos Celeste? Vai esperar morrer para saber?-


- Não
madrinha, mas a senhora mesmo já foi apaixonada por alguém de lá, que a Rosa já
me contou.-


- A Rosa
fala demais, não pense que rapazes de lá são para se apaixonar, olha Celeste
estou pensando em te proibir de ir lá no jardim.-


- Faça
isso que me mudo de vez para o pântano.-


Logo o vilarejo começou a comentar sobre a ida de
Celeste ao lado do mal, e que eles poderiam planejar alguma ataque a bela Arco
de Prata por conta da invasão, a filha do Sacerdote Magnus - que morreu lutando
contra Nefastus o rei do mal, e que virou um símbolo importante ali – estava
passando dos limites, só ficava no jardim e às vezes de lá escapulia para o
pântano atrás das maçãs.


Celeste estava enjoada já desses assuntos, para ela
dava para se viver em harmonia, sem briga, mas ela era tão inocente, que mal
poderia saber que para o pessoal que morava na vila de Nefastus a coisa não era
bem assim, o tio de Celeste, o sacerdote Caio cuidava dela junto de sua irmã
Carlota e sabiam que estava difícil de segurar a garota.


Rosa uma garota um pouco mais velha que Celeste
entrou no quarto da menina para poderem conversar.


- Me falaram que você estava na arvore de novo.
Como é lá hein?-


- Ah lá é bonito, apesar de que a paisagem em volta
é meio molhada e escura.-


- Nossa que assustador.-


- Deixa de ser boba, você não vê que isso é lenda
desse povo preconceituoso não?-


- Que nada Celeste, outro dia vi bem naquele banco
do jardim, um cara com o rosto todo deformado e com uma capa suja e cinza.-


- Deixa ele, ali não pertence a ninguém.-


- Mas você já viu que o tempo para os lados do
pântano, está sempre fechado?-


- É verdade, olha a ponta do castelo de lá.-


- Macabro.-


- Tinha vontade de ir lá.-


- Nem brinca com isso.-


- Rosa por que eu não posso deixar que vejam a
minha marca das costas?-


- Vão querer te matar, essa marca pertence ao mal,
ao cara que matou sua mãe que era de lá.-


- Uhn mas ela é tão linda. – Olhando para o
espelho.


- Nem brinca.- Olhando horrorizada.


Celeste era a pessoa que podia existir entre os
dois reinos que era mais diferente, ela morria de vontade de conhecer o outro
lado, tinha ouvido falar da menina que pertenceu ao seu vilarejo e conheceu um
dia um cara de Nefastus e tinha ficado grávida, e mudou para lá de vez. Ela
achava uma falta de consideração da família virar as costas para ela, achava
muito bem que a família da moça podia aceitar o casamento e viver feliz com o
rapaz.


Já era
fim do dia e ela olhava da janela o sol se por atrás do monte azul, era tão
lindo, mas resolveu olhar para o vilarejo de lá, parecia que estava sempre tão
triste, o sol nunca batia lá, sendo tampado pelo pântano escuro e molhado, ela
imaginava se as pessoas eram felizes e amigas como era em Arco da Prata,
ninguém desgostava de ninguém. Isso era muito legal, e o mundo todo devia ser
assim. Ela foi se deitar para dormir, e logo adormeceu, não era mais que sete
horas da noite.


Na sala
do grande castelo branco, Carlota e Caio conversavam sobre Celeste.


- O pai
dela me pediu muito que cuidássemos dela, mas está difícil, parece que a marca
influencia demais na vida dela.-


- Ela é
puxada para lá, por aquela arvore.-


- Deve
ser a arvore da besta demoníaca do Nefastus Caio.-


- Vou
pedir para Abel ficar de olho nela, de hoje em diante.-


- Faça
isso. –


Caio
conversou com um guardião do castelo e pediu que a partir dali ele seguisse os
passos de Celeste, dentro e principalmente fora do vilarejo, e que jamais
deixasse ela sair do jardim. Abel concordou e disse que jamais tiraria o olho
dela, e de noite ficariam nas portas do castelo para o caso de ela sair, Caio
achou conveniente que alguém ficasse de guarda no jardim, pois ela era esperta
e poderia conseguir passar. Abel ficou de cuidar com os outros guardiões,
Celeste era uma prioridade agora.


E em
quanto isso ela dormia em seu quarto e sonhava com o reino Nefastus, sonhava
que todos eram muito amigos e felizes assim como em Arco da Prata, sonhava com
flores em volta do castelo e com meninas brincando de boneca em um jardim de
tulipas.


Nesta
hora todos de Arco da Prata já dormiam, e tudo que se via era as luzes e os
guardiões, guardando a cidade, nem chegava a meia noite ainda e já não se ouvia
um murmúrio ali, o jardim ficava obscuro por conta das trevas trazidas pelo
pântano, se abrindo a partir dali.


O
guardião que cuidava daquela parte estava morto de medo, ao ver vultos correndo
por ali, essa era a hora favorita dos macabros, eles estariam planejando seus
planos. Os homens de Nefastus adoravam praticar a sedução, era com um jogo para
eles, e eles costumavam sempre ganhar. Por isso Celeste corria seu risco.


Guto
estava ali pensando em como andava Raphaelly que tinha sido seduzida por um
desses, e que esteve grávida dele, provavelmente, deixaram – na dar a luz e
testaram a criança, se tinha um sangue bubônico como o daquelas bestas,
deixaram-no viver, agora se ele tivesse o sangue como o de Raphaelly, morreria
com ela, um fim triste que ninguém desejou, mas jamais poderia deixar viver ali
uma menina que esperava um filho de uma pessoa com uma mente tão fria e
calculista. Ele parou de pensar nela, ela tinha feito a escolha de seguir
sozinha e se estava viva ou morta, jamais voltou para pedir ajuda ou jamais a
viram junto com os seus.


Para Rosa
era novidade, mas os Nefastilus viviam ali no jardim, que como Celeste tinha
visto, tinha presença dos dois lados, ali haviam gárgulas e anjos, haviam lodos
e flores, balanços e bancos enferrujados, havia a entrada branca e a entrada
negra, ali jamais poderia ser tomado por alguém, pois aquelas imagens jamais
seriam apagadas dali.




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Autor(a): marquesthays

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