Fanfic: Bonequinha de Luxo | Tema: Shingeki no Kyojin
No outro dia era sábado. Acordei com Eren me chamando.
- O que é, peste? – Perguntei irritada por ser interrompida.
- Tem um carro te esperando. Querem falar com você.
Me levantei num salto.
- Quem? – Apertei os olhos e me lembrei que eu tinha um compromisso que já estava pago.
Peguei o celular. A mensagem do desconhecido pedia para que eu me arrumasse e descesse. Havia um veículo a minha espera. Achei estranho, mas todo o meu bairro olhava a Mercedes linda parada na minha porta. Escolhi um vestido branco soltinho e de alcinhas, com detalhes pretos, de tecido muito leve e uma sapatilha preta. Me deu um ar infantil. Também não queria impressionar de forma sensual.
- Boa sorte. – Disse Eren com admiração.
Desci rápido e me aproximei do carro um pouco desconfiada.
- Bom dia, senhorita. – O motorista me disse. – O senhor Ackerman me pediu para levá-la ao aeroporto.
- Aeroporto? – Perguntei. – Por que?
- Sim. – Ele me respondeu. – O senhor Levi não me informou os detalhes.
Não fiz mais perguntas e entrei no carro. A todo momento ficava checando para ver se não tinha mais mensagens. Chegamos ao aeroporto em poucos minutos. Funcionários me aguardavam e fui para uma área especial. De lá, alguém veio me buscar e fomos para um helicóptero. Sobrevoei áreas que eu nem sabia que existiam do alto. Estava feliz, mas sem demonstrar. Os funcionários tinham classe e foram muito amáveis e gentis comigo. Poderia ter me sentido uma rica. Apenas me senti eu mesma no meu mundo lilás.
Levi estava vestido com uma camisa branca e jeans, óculos escuros, encostado em um veículo de braços cruzados. Sem o terno que o deixava extremamente charmoso. Ali eu precisava de um abanador. Meu coração bateu mais forte ao ver aquela figura pequena, forte e observadora. Eu podia sentir que ele olhava intensamente para mim.
- Como foi a viagem? – Perguntou sério.
- Perfeita. – Respondi olhando a minha volta. -Que lugar lindo! -elogiei.
Ele abriu a porta do carro. Entrei olhando para ele. O vento balançou seus cabelos e ele foi ajeitar passando a mão. Parece que fazia aquilo para me provocar. Fechou a porta em seguida. Admirei a beleza do interior do veículo enquanto ele dava a volta.
Que gesto lindo. Eu estava babando nele. Mas suspirei. Precisava ter um pouco de dignidade.
- Tem algo mais que eu precise saber? – Perguntei.
- Não. – Respondeu seco e colocando o veículo em movimento.
Suspirei e comecei a olhar a natureza paradisíaca de onde estávamos. Praias, belas mansões, carros esportivos e de luxo. O paisagismo era perfeito.
- Não me disse nada sobre uma viagem de helicóptero e nem andar no seu esportivo. - iniciei diálogo depois de um tempo.
Ele olhou para mim e franziu o cenho retirando os óculos.
- Não é nada importante. – Respondeu com frieza.
- Não estou acostumada. – Expliquei ensaiando um sorriso.
Levi ficou me olhando. Eu mergulhei no azul do seu olhar.
- Podia olhar para frente por favor? – Pedi.
Levi voltou a olhar para a estrada. Fizemos o restante do trajeto em silêncio. Chegamos a uma enorme mansão.
- A festa será aqui. – Ele disse.
Continuei olhando com admiração. Senti agora que ele me olhava com admiração. Olhei para ele. Ele parou de olhar.
- Daqui a pouco servirão o almoço. – Ele disse. – Aproveite para tomar um café e aproveitar o dia como quiser. Nós vemos as vinte. Deve estar devidamente pronta para a ocasião.
- Mas eu...- tentei argumentar.
- Não se preocupe. – Ele disse se afastando.
Fui caminhar em volta da mansão. Os jardins eram maravilhosos. Encontro uma piscina gigantesca. Não havia trago roupa de banho e a fome apertava.
- Posso te ajudar se quiser. – Disse uma voz muito gentil.
Olhei e vi uma garota de óculos e cabelos castanhos. Ela sorria.
- Antes de pensar em mergulhar aí, devemos ter roupas adequadas. – Ela me disse.
Ouvi meu estômago roncar.
- Me arruma algo para comer? Estou faminta. – Pedi sem nenhum pudor.
Ela sorriu e me sugeriu acompanhá-la. Tomei meu café em silêncio e fomos para a garagem. Visitamos lojas no centro daquele lugar maravilhoso. Compramos roupas de banho, calçados e dois vestidos para a ocasião.
Retornamos para a mansão. Lá pude tomar meu banho de piscina tão almejado. Não tinha ficado uma hora na piscina, Levi veio me dar o ar de sua graça com uma toalha nas mãos.
- Ah...Mikasa. – Ele começou. – Mudei de ideia. Tenho um compromisso durante o almoço. – Avisou. – Gostaria que me acompanhasse. Teria algum problema? – me perguntou.
Saí da água e ele me envolveu com a toalha se afastando um pouco.
- Tudo bem. – Sorri. – Terei o maior prazer.
Percebi que ele estava tremendo. Tentei controlar minha ansiedade com aquela presença. Ele se retirou. Fiquei pensando por que ele viria pessoalmente, se poderia enviar um funcionário?
*
Fui para o quarto. Já haviam preparado banho, o vestido para ser usado durante o dia. Tinha uma maquiadora profissional, manicure e cabelereira. Fiquei pronta em menos de uma hora. Aguardei a moça de óculos e a segui.
Fui levada até a sala de estar.
- Mikasa Ackerman. – Disse Levi se levantando perfeitamente arrumado como sempre. -Uma amiga.
Tinha umas dez pessoas que ele me apresentou que não lembro o nome. Estava tremendo por estar diante de pessoas importantes. Não sabia o que faziam, mas tinha certeza pela língua que falavam, por seus ternos e vestidos finos, crachás e faixas que utilizavam que eram de grande importância. Quando caminhávamos para a sala de jantar ele disse baixinho.
- Está muita linda. – Disse sempre observador e com muito respeito.
Eu sorri. Enquanto conversavam com o almoço era servido. Era algo que eu nunca tinha visto e não fazia ideia do que era. Não comi. Apenas tomei champanhe. Levi estava ao meu lado e percebeu minha dificuldade, mas não disse nada. Após o almoço tomamos chá e eles conversaram sobre assuntos de seus interesses. Não me intrometi.
Depois de um tempo as pessoas finíssimas foram embora para a minha alegria. Eu estava exausta de um simples almoço e fui para o quarto. Enquanto retirava os brincos e as jóias que utilizei naquele dia, uma mulher entrou no quarto com uma bandeja simples.
-Cortesia de Levi Ackerman. - avisou.
Sorri com a gentileza dele. Almocei e fui dormir. Precisava de um sono da beleza.
*
Acordei a tarde com outra bandeja chegando. Desta vez era o meu café. Quando pensei em retornar novamente para a piscina, Levi estava lá com um tablet na mão.
- Quem vem a piscina de roupa? – Perguntei.
Ele me olhou.
- Estou apenas apreciando o ar livre. – Respondeu franzindo o cenho com a minha falta de noção.
Eu me aproximei. Eu estava de chapéu, óculos escuros e canga. Meu biquíni estava muito pequeno, mas mesmo assim me senti a vontade com ele.
- Obrigada pela cortesia. – Agradeci. - Sua comida é muito para mim. Não estou acostumada com scargots, essas coisas loucas.
Ele sorriu de leve.
- Eu agradeço. – Ele disse. – Foi uma ótima companhia.
Com certeza! Não disse nada! Retirei a canga, o chapéu e os óculos e mergulhei naquela piscina gigantesca sob o olhar do Levi.
- A água está ótima. – Eu disse. – Não quer aproveitar um pouco? – Provoquei.
- Estou bem aqui. – Ele disse sem tirar os olhos do aparelho.
Continuei a mergulhar e aproveitar aquela água maravilhosa. De repente Levi se aproxima da piscina novamente com a toalha.
- Hora de ir. – Disse.
Olhei para ele e sorri.
- Ainda não! – O puxo para piscina.
Ele caiu, mergulhou nas águas e emergiu com seu cabelo molhado e retirando a água do rosto com a palma das mãos. Mergulhei também até a ele. Me aproximei e ele me fitava com sua feição lindamente séria. Abri os lábios, ele era uma perfeição.
- Então sabe nadar. – Eu provoquei com um sorriso malicioso.
- Sei. – Disse ainda sério.
Pensei que ele me xingaria.Nós dois começamos a nadar para a borda e paramos para nos observar.
- É solteira, Mikasa? – Ele perguntou.
Sorri amarelo. Não esperava que ele fosse fazer uma pergunta assim.
- Sim. – Respondi desconfortável com a pergunta.
- É bem bonita. – Elogiou se preparando para deixar a água. – Nos vemos em breve. -Disse.
Saiu encharcado da piscina e me deixou ali. Aproveitei aquela piscina maravilhosa. Levi começava a mexer com a minha cabeça. Fiquei mais um pouco e fui me preparar para a segunda parte do meu trabalho.
*
Vestido preto longo para o jantar a noite. O cabelo preso, maquiagem mais pesada, brincos maiores, anéis ,colar e pulseiras de pérolas. Assim que estava pronta as mulheres saíram e fiquei a só. Levi bateu a porta e entrou.
- Pronta? – Ele perguntou desviando o olhar.
Sorri ao ver que estava perfeito como sempre.
- Vamos? – Ele me chamou e notei que a franja quase cobria seus olhos.
Fizemos todo o trajeto em silêncio. Não tínhamos muito o que conversar. Chegamos a um imenso salão que estava lotado. Caminhamos por diversos grupos de pessoas. Todas elas com a sua importância. Ele me apresentou a cada uma delas. Todas me encaravam com respeito e admiração.
Enquanto a banda contratada animava a festa, nós fomos para uma área externa. Lá bebemos vinho e ficamos em silêncio contemplando a noite.
Só então pude observa-lo mais de perto. Se ele não era um deus, não podia ser humano. De beleza ímpar, eu senti desejo por aquele homem ali na minha frente. Torci para que ele não percebesse. Estava morrendo de vontade de saber o por que de ter uma acompanhante. Mas preferi não fazer perguntas.
- Sabe dançar? – Ele perguntou depois de muito tempo de silêncio.
- O quê? Valsa? – Perguntei.
- Não pode errar um passo qualquer. – Respondeu.
- Mas posso pisar no seu pé. – O lembrei sorrindo. –Eu danço mal.
- Eu aguento. – Disse com um quase imperceptível sorriso.
Voltamos ao salão. Diversas pessoas dançavam.
- Não está em um relacionamento sério? – Perguntei observando os olhares a nossa volta.
- Não. – Respondeu seco.
- Por que não? – Perguntei - Não que eu esteja interessada. Quero apenas puxar assunto.
Levi me fitou. Ele sério era extremamente lindo.
- Não quero falar sobre isso. – Respondeu.
Sorri.
- Notei que gosta de solidão. – Continuei a tentar.
- Gosto. – Respondeu.
- De falar pouco. – Observei.
- Você também. – Ele disse.
Fiquei sem saber o que dizer. Não sei como nós estávamos nos olhando. Depois senti que nossos rostos estavam muito próximos, colados.
- Há quanto tempo estava no teatro? – Ele me perguntou depois de algum tempo.
- Algumas semanas. – Respondi.
- Eu vi a sua peça. Era bacana. – Elogiou. – Você atua muito bem.
- Obrigada. – Respondi muito próximo a sua boca.
Eu não havia me dado conta do quanto nós estávamos perto um do outro até sentir as batidas do seu coração. Aquele contato nos deixou tensos. Nós dois estávamos tímidos demais para aquela situação.
- Estou muito próximo? – Ele perguntou.
- Não. – Respondi sem graça.
Continuamos um pouco mais distantes e aos poucos fomos saindo da pista.
- Seu trabalho está chegando ao fim. – Ele disse. – Já enviei o pagamento. Aproveite o restante da festa. Muito obrigado. – Disse se afastando rapidamente.
Fiquei ali. Bebi umas duas taças de champanhe e fui para o meu quarto. Percebi que a casa tinha um terraço maravilhoso.
*
Vestida com um roupão subi para o terraço. A lua maravilhosa iluminava a noite. Pelo que eu sabia, já era início da madrugada.
- A festa acabou cedo para você também? – Ele me perguntou ao chegar.
Sorri ao ouvir sua voz.
- Sim. – Respondi.
Ficamos um ao lado do outro.
- Não precisa elogiar meu trabalho. Afinal, fui paga para isso.
Ele se aproximou e nós dois ficamos observando a lua. Senti seu olhar sobre mim e o fitei. Dessa vez nenhum de nós desviou o olhar. Ele se aproximou de mim, tocou meu rosto.
- Posso? – Perguntou.
Toquei sua mão.
- Acho que sim. – Respondi baixinho e tensa.
Seu rosto ficou muito próximo ao meu. Sua respiração estava tranquila. Diferente da minha que já começava a se alterar. Tocou de leve os meus lábios. Suas mãos seguraram meu rosto. Sua boca começou a tocar a minha lentamente.
Eu me entreguei ao beijo suave dele, no início somente toque de lábios. Aos poucos foi se tornando molhado e mais intenso. Segurei sua nuca. Enlacei seus cabelos lisos em meus dedos. Suas mãos acariciavam minhas costas e me apertava ainda mais contra si. Ele estava me desejando. Meu corpo doía desejando aquele homem. Eu precisava dele.
Ele parecia sentir à vontade fazendo aquilo. Estava evidente que ele estava me desejando na mesma intensidade. Gemi e olhei em seus olhos. Eu também me sentiria, se não fosse paga para acompanhá-lo naquela noite.
- Não. – Eu disse me afastando sem me soltar.
- Qual o problema? – Perguntou sem entender ainda me mantendo perto de si.
Mesmo com pouca luz no terraço, me permitia olhar em seus olhos.
- Nenhum. – Respondi - Eu quero ir para casa.- eu disse tensa com as minhas mãos sobre seu peito. – Me desculpa. Mas posso dizer não.
Minha respiração estava ofegante.
- Só posso te enviar para casa pela manhã. – Respondeu sincero e parecia um pouco decepcionado. - Eu não ia fazer nada com você. Eu que peço desculpas. – Disse sem graça e se afastando em seguida, me deixando sozinha.
Eu coloquei a mão no meu cabelo com violência e deixei o térreo. O que eu tinha feito? O recusado? Não queria olhar para a cara dele nunca mais.
Autor(a): Miss_Nukenin
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Como prometido fiz o trajeto para casa. As oito já estava em minha residência. Abri a porta mais séria que o normal. - O que foi? – Perguntou Eren. – Foi comida e ele não gostou? Eu olhei envergonhada e tímida. - Você gastou o cheque? – Perguntei irritada. - Não. Claro que não. &ndash ...
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