Fanfics Brasil - Presente Jamais te esquecerei

Fanfic: Jamais te esquecerei | Tema: Shingeki no Kyojin


Capítulo: Presente

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Mina e eu ainda não estávamos conversando. Ela já estava com a gravidez avançada. Cinco meses e acompanhava tudo com um olhar triste.  Faltava uma semana para a festa de formatura e Levi era o meu par. Durante a aula evitei olhar e qualquer contato. Ao chegar em casa ele estava me esperando. Da mesma forma que cheguei me afastei tentando conter as lágrimas.


Levi veio atrás de mim e parou na minha frente.


- Pode me explicar isso? – Me mostrou a roupa que a mãe dele tinha me dado.


Já comecei a chorar.  Não conseguia falar uma única palavra. Só chorar.  Ele me abraçou e fomos para o apartamento dele.


- Eu não tive nada haver com isso. – Falou.- Tive um compromisso e quando cheguei minha mãe disse que você não estava. Fiquei desesperado. Quando chego aqui, você sempre tão linda, está triste.  Nunca vi um comportamento tão estranho dela.


Suspirei, nos sentamos e ele me abraçou.


- Ela não gosta de mim. Ela me odeia. Kuchel acha que não sirvo para você. – Desabafei.


- Eu gosto e ela vai ter que te aceitar. – Ele disse irritado.


- Não seremos felizes. –Falei. – Ouça o conselho dela. – Pedi.


Ele me obrigou a olhar para ele e segurou meu rosto.


-Minha felicidade não depende dela. Seremos felizes por que eu te amo. Quero me casar com você. Ter filhos. Mas vamos ter que esperar. Mas eu desejo isso. Tenha paciência. Não vou deixar que ela me faça desistir da garota que eu amo com todas as minhas forças. Não gostei, mas fez certo em deixá-la falando sozinha. – Riu.


Assenti e o abracei. Como ele era fofo!


- Não quer terminar e esquecer tudo? – Sugeri.


-Jamais! – Ele disse convicto. – Não ouviu que eu amo você? Farei de tudo para te manter longe das besteiras e das maldades dela. Nunca mais ela vai te humilhar e te colocar para baixo outra vez. Prometo.


Eu estava tentando confiar nele. Mas algo me dizia que isso não ia dar certo.


*


 


Vesti o vestido escolhido para a formatura. Fiz uma maquiagem leve . Levi me esperava no jardim. Fomos juntos, dançamos felizes. Namoramos. Em uma semana ele partiria para  sua nova vida de estudos em outro país.


- Não me esqueça. – Ele pediu.


- Jamais te esquecerei. – Prometi tentando me convencer de que era verdade.


 Roubei uma foto do porta retrato para guardar de lembrança. Passeamos. Fizemos planos. Curtimos tudo como se fosse a última vez. Eu estava tentando me acostumar com aquela ideia. Eu não fazia parte. Era apenas um romance bobo, juvenil e um simples amor de  primavera.


Kuchel me ligou. Como não sabia que era o seu  número, me disse um monte de asneiras que eu preferi nem ouvir e já desliguei na cara dela. Aproveitei cada minuto com Levi. Cada carinho, cada beijo, cada momento junto, cada papo casual. Até mesmo nossas briguinhas bobas por causa de nada.


O dia da partida dele chegou. Nos abraçamos apertado para eternizar o momento e ele se foi com a promessa de que voltaria.  Sem se despedir de Kuchel. Nos primeiros dias conversamos normalmente. Ganhei uma viagem dos meus pais. Conheci um cara legal. Não fizemos nada, minha mente e meu coração estavam com Levi.


Quase um mês após sua partida resolvi trabalhar. Já nos primeiros dias comecei a sentir mal estares e dores constantes. Fortes. Decidi ir ao médico e ele confirmou algo que eu não estava acreditando, mas já sabia.


- Vou ser mãe. – Falei para os meus pais.


- Mais uma grávida? – Disse Mina sorrindo.


- Sim. – Respondi. – E não é do seu namorado. – Respondi ríspida.


- Mikasa! – Minha mãe disse.


Mina se levantou saiu. Meus pais ficaram chocados. Meus colegas mais ainda. Perderia um ano da minha vida para gestar e cuidar dos preparativos para o nascimento enquanto estudava no primeiro  e o segundo semestre da faculdade.  Eles foram gentis e amorosos comigo.


Eu me sentia triste. Quando conversava para o Levi não tinha coragem de dizer para ele. Por outro lado tive que trocar de número. Kuchel sempre arrumava um jeito de me achar para infernizar a minha vida em  ligações ou por mensagens. Decidi ligar para  Levi e chorar minhas mágoas sobre sua mãe e tomar uma decisão.  Nervosos um com o outro decidimos colocar um fim na nossa relação, mesmo que ela tenha funcionado até ali. Eu não conseguiria mais suportar. Estava fazendo isso pelo bebê que eu esperava. De qualquer forma Kuchel não nos deixaria ser felizes. Só assim, ela parou de me enlouquecer. 


Mina deu a luz ao filho dela e eu descobri que seria mãe de uma menina. Ao mesmo tempo fiquei preocupada e feliz. Seis meses depois seria eu. Ela teve meus pais, os pais do Jean e o próprio para lhe dar a maior força. Eu estava sem emprego. Sem amigos, sem o pai do meu bebê e sem meu porto seguro para me dar apoio naquele momento difícil.


Passei os últimos três meses sonhando com o rostinho dela. Preparando enxoval. Pintando meu quarto, remobiliando,  sonhando todas as noites com ela nos braços do Levi. Por que eu não podia tê-lo comigo? Ao mesmo tempo que sentia-se feliz, sentia-se triste. Eu só gostaria que estivéssemos juntos. 


- Pelas contas ela não vai nascer por agora. – Disse meu pai.


- Faça repouso. – Pediu minha mãe. – Qualquer coisa me liga e nós vamos vir correndo.


- No primeiro voo. – Garantiu meu pai me beijando.


Assenti. Meus pais sempre faziam uma viagem para comemorar o aniversário de casamento. Pela data prevista do nascimento, eles conseguiriam voltar a tempo. Numa noite chuvosa, fria e que mais parecia um tempestade  minha filha deu sinais que chegaria ao mundo antes do tempo. A única pessoa que me lembrei que poderia me ajudar naquele momento  foi a Mina.


Criei coragem, superei o mal estar  e liguei para ela. Mina foi gentil e atenciosa. Nos encontramos no hospital. Enquanto eu estava sofrendo para dar a luz, ela estava comigo me acalmando, segurando minha mão, limpando minhas lágrimas e meu suor. Me dizendo palavras de conforto enquanto eu gritava querendo que aquele momento acabasse logo.


- Me perdoe. – Ela pediu. – Mas eu os amo tanto.


- Mina... – Falei entre os intervalos da contrações.


- Me perdoa irmã. Eu me apaixonei pelo seu namorado. – Disse arrependida..


Eu tentava não gritar.


- Seja feliz ,Mina. – Arfei. – Ai!


- Respira – Ela pede.


 -Eu... amo Levi ...como...como nunca... amei ninguém. – Desabafei e gritei.


- Força, mamãe. – Disse uma enfermeira. – Já vai nascer.


Ela passou a mão no meu rosto.


- Você será muito feliz, minha irmã. – Disse. - Perdoe-me.


Eu assenti em lágrimas de dor.


- Perdoada... – Falei sentindo o desconforto ir e vir   – Me... ajuda ...a ter esse bebê?! – Gritei.


Mais alguns minutos de sofrimento e a minha princesa nasceu. Ouvi seu choro e suspirei de alívio. A mulher colocou aquele anjinho nos meus braços. Eu não sabia se ria ou chorava.  Tudo que eu passei até ali não faria mais sentido. Stella estava nos meus braços. Minha garotinha tinha olhos azuis idênticos ao do pai. Quando a segurava pela primeira vez, não continha a emoção. Descobri que existem amores maiores do que eu já tinha conhecido, perdido, encontrado, sido  tirado de mim.


Enquanto olhava para Stella, depois do sofrimento esquecido, Mina  diz algo que não tive cabeça ou não quis pensar durante os últimos meses.


- Vai contar a ele? – Me perguntou enquanto eu olhava para a minha filha apaixonada.


- Não. – Respondi distante enquanto minha filha remexia.


- Por que? – Questionou preocupada.


- Ela é um presente. Uma recompensa por tudo o que vivi com ele. – Falei beijando as mãozinhas delicadas  do bebê. – Eu te amo tanto. Você é o único amor que ninguém pode tirar de mim. – Falei beijando sua testa.


Ela riu.


- Você é mais uma irresponsável.  – Criticou sorrindo.


Eu sorri. Enquanto Stella tentava se adaptar a este mundo, contei toda a minha estória com ele.


- Retiro tudo o que disse. – Mina falou nos abraçando. – Agora tenho que ir ou o Jean vai ficar louco com bebê.


Rimos.


- Não quero que Kuchel saiba. Ela arrancaria a minha filha dos meus braços. – Falei emocionada. – Stella não precisa conhecer aquela mal amada.


Mina concordou. Passei três dias no hospital. Enquanto meu pai ficava com a minha filha, adormeci sonhando com Levi comigo todo alegre com o momento. Em casa,  Stella foi recebida com o maior amor pelos meus pais. Todo o amor que prometeram eles direcionaram para nós duas.


Em um almoço de domingo, estava com meu bebê nos braços. Fiquei sozinha na sala e Jean se aproximou.


- Não se arrepende?


O fitei.


- De quê?


- Eu disse que não daria certo.  – Avisou.


Eu sorri e beijei minha filha.


- Mina não se arrependeu de ficar com você. Ela te ama e ama o filho que vocês têm. – Suspirei e encarei minha filha que me olhava apaixonada. – Não tem como me arrepender. Foi bom o que vivemos e me sinto feliz. Realizada. Deveria se sentir assim ao invés de fazer perguntas sem sentido.


Jean se afastou. Continuei a mimar minha filha. Ele era passado. Na minha mente só tinha pensamentos por Stella e meu coração por um amor chamado Levi.


 


*


O tempo foi passando. Para minha alegria ou tristeza ela estava cada dia mais parecida com o pai em todas as suas ações e gestos. Era como se convivessem juntos a vida toda.  Minha relação com Levi deixou completamente de existir. Troquei de número para evitar contato e sigo minha vida bem sucedida. Se para proteger Stella eu precisava abrir mão do meu amor por ele,  eu estava disposta. Kuchel não merecia o filho que tinha, logo não merecia a neta também.


Me formei, mudei de cidade. Chorei quando estava doente. Quando chorava e eu não sabia o motivo. Chorei quando queria e não podia ficar com ela.  Passava noites em claro só para ter a companhia dela e aproveitar cada minuto que podíamos ficar juntas enquanto ela abandonava sua primeira infância que Levi não viu.


Aos poucos Stella ia crescendo completamente alheia a identidade do  seu pai. E que pai! As vezes ela vem para casa me perguntando como ele é. Tenho orgulho de dizer. Mas não mostro sua aparência, já que foi a única coisa que Levi me deixou de lembrança. Uma foto que olho todas as noites antes de dormir e uma filha que me ensinou o amor verdadeiro.


Stella está a  andar de bicicleta no alto dos seus nove aninhos. Eu com celular do trabalho nas mãos observo as outras crianças no parque com seus pais.. Enquanto a observo naquele começo de noite, lembro dos encontros com o pai dela. Boas recordações que levo na memória,  no meu coração e nos genes do presente que Levi me deu. Só com Levi, meu professor particular, um amor de primavera,  e a minha filha eu aprendi é amar.


Jean é passado e o grande amor da Mina. Não tenho certeza se ela é o dele. Mas parecem viverem felizes. Ainda sonho com um casamento para ela.  O meu está por aí, vivendo a vida que escolheram para ele, alheio a minha vida e a filha maravilhosa que temos juntos.


 Posso ter vários romances, mas nenhum será como o pai da minha filha. Mesmo com as humilhações da Kuchel e o ódio dela por mim, nada conseguiu apagar as recordações do quanto nós fomos felizes e nos amamos de verdade.


Olho para o celular, uma mensagem do aplicativo de relacionamento. O app tem me ajudado bastante a encontrar alguém para não se sentir só. Eu ainda sonho com o retorno do Levi  algum dia. Enquanto isso, vou tentando não pensar o romance de conto de fadas que vivemos  e seguindo em frente só com a Stella.


 


 



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Autor(a): Miss_Nukenin

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