Fanfics Brasil - Acelerou meu coração Felicidade Clandestina

Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Armadilhas do Amor


Capítulo: Acelerou meu coração

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                Ela era magra, alta, morena de cabelos excessivamente lisos, e um castanho que brilhava. Tinha um corpo perfeito e como se não bastassse era irritantemente gentil.  Além de tudo, possuia o que qualquer jovem devorador de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.  E bem que ela aproveitava.  E nós também... em todos os aniversários, ela nos presenteava com ao menos um livrinho, fazia questão de nos entregar em mãos e estava lá o carimbo da loja do pai dela.  Moravamos em Araruama e volte e meia ela organizava rodas de leitura na Praça principal da cidade.  Mas que talento tinha para caridade.  Ela era pura liderança, juntava todos sem fazer alarde.  Como essa menina devia nos amar,  nós que erámos imperdoávelmente implicantes, debochadas, de cabelos excessivamente bagunçados e crespos.  Comigo exerceu com complacência a sua generosidade. Na minha desconfiança em perceber algo por trás desse comportamento, nem percebia a benevolência a que ela me submetia. Continuava a deixar de lado os livros que me emprestava com todo carinho.


             Certo dia, minha amiga Caroline me indicou um livro que comecaria a exercer sobre mim, uma verdadeira tortura chinesa.  Então perguntei casualmente a filha do dono da livraria " Helena Gilbert" se possuia o livro Cinquenta Tons de Cinza, de E.L. Janes.  Era um livro grosso, meu Deus, um Best Seller maravilhoso, e  completamente acima das minhas condições financeiras atuais.  Helena gentilmente disse-me que se passasse pela sua casa no dia seguinte me emprestaria.  Fiquei extremamente ansiosa, me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, flutuava num mar suave, com ondas que me levavam e me traziam.
  No dia seguinte fui à sua casa no final do dia, caminhando lentamente. Ela morava numa linda casa no final da rua. Toquei a campainha, um lindo rapaz veio até a mim. Não me mandou entrar.  Olhando firmemente para meus olhos, percorreu meu corpo de cima a baixo. Disse-me que já havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo.  Boquiaberta e absolutamente encantada com a beleza daquele rapaz, saí devagar, contendo meus movimentos desajeitados, sorri e disse que voltaria amanhã. Minha cabeça fervilhava perguntas, quem era ele? Helena tinha um irmão? Ou era namorado? Fui para casa sem perceber a distância, totalmente distraída em minha curiosidade.  Por alguns instantes esqueci do desejo pelo livro e mergulhei na expectativa de encontrá-lo novamente. Fui tomada pela esperança de vê-lo outra vez.   Segui caminhando pelas ruas de Araruama, nem sei como não caí: guiava-me a promessa do livro, no dia seguinte eu os veria, já não consigo distinguir pelo que estou mais ansiosa.
          Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e um tanto diabólico.  No dia seguinte lá estava eu a porta de sua casa, mas desta vez preparada, com um sorriso e o coração que parecia querer sair pela boca.  Antes que eu encostasse na campainha a porta se abriu.  Era ele novamente, ainda mais lindo do que ontem, como se isso fosse possível.  Eu corei, e ele disse calmamente: 


  —  O livro ainda não está  em meu poder.


  — Volte amanhã. 


          Num misto de desapontamento e alegria eu pedi apenas que avisasse que Bonnie Bennet estivera aqui.  E ao me virar para sair, ele disse:  — Digo sim, Bonnie, e a propósito eu me chamo Stefan. Virei tímida e envergonhada, assenti, virei e saí como se estivesse caminhando nas nuvens.  Meu coração batia tão forte que achei que ele pudesse ouvir.  Sai dali com a sensação de estar sendo observada.


           Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para sofrer,  as vezes adivinho.  Mas, adivinhando mesmo, as vezes aceito.  Como se quem quer me fazer sofrer, não fosse capaz de me tocar.


           Quanto tempo? Passou a ser rotina ir à sua casa, sem faltar um dia se quer.   No entanto, a satisfação de vê-lo já superava a busca pelo livro. Nossa amizade foi crescendo com o passar dos dias. E eu que não era dada a me arrumar, comecei a colocar as melhores roupas, usar maquiagem e ajeitar os cabelos. Deu certo! Stefan notou a mudança e me convidou para sair.  Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo do Stefan sua humilde e silenciosa recusa em me entregar o livro, apareceu Helena.  Ela deve ter estranhado me ver ali, já que havia deixado o livro com Stefan para que o mesmo me entregasse há tempos.  Pediu explicações a nós dois.  Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco esclarecedoras.  Helena estava confusa, até que voltou-se para ele com enorme suspresa exclamou:  — Mas pai, por que você não entregou o livro conforme eu te pedi?
          O pior para o Stefan não era a descoberta do que ali acontecia.  Mas,  a descoberta do que realmente sentia pela amiga de sua filha. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calmo para a filha:


— Eu não a entreguei o livro,  porque não queria deixar de  vê-la...


           



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Autor(a): marla_oliveira

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • loristarly Postado em 04/12/2019 - 23:48:00

    caraca que escrita otima, continue assim

    • marla_oliveira Postado em 05/12/2019 - 23:58:10

      Valeu! Logo estarei postando o segundo capítulo. Bjs

  • lice_almeida17 Postado em 27/11/2019 - 20:22:39

    amei, mt boaa

    • marla_oliveira Postado em 06/12/2019 - 00:03:52

      Obrigada lindinha. Aguarde, em breve o segundo capítulo. Bjs


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