Fanfics Brasil - A Amiga da Ruiva Felicidade Clandestina

Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Falsidade de Amigas


Capítulo: A Amiga da Ruiva

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Felicidade Clandestina


     Ela era alta, magra, sardenta, com cabelos ruivos e indefinidos entre lisos e crespos, extremamente insegura. Sofria constante “ bullying “ pela sua aparência de certa forma diferente de seus colegas de escola e vizinhos, exatamente por ser sardenta e ruiva.


     Na escola se esforçava em se socializar, tímida, insegura e até mesmo trêmula buscava meios de ser aceita e conseguir talvez uma ou duas amizades. Nunca teve muitos amigos, sabia que essa habilidade, de ser popular não lhe pertencia, porque nem ela mesma se aceitava como era. No entanto, como um milagre repentino, a melhor aluna da classe se aproximou dela e estendeu um caloroso convite: Vamos ser amigas?


    Naquele exato momento, me sentia como que transbordando de alegria, uma felicidade com toda certeza clandestina a mim, visto que isso nunca havia me acontecido, no geral essas pessoas se afastavam de mim, com o coração batendo acelerado, as mãos suando frio e com a voz trêmula respondi que “Sim”, e confesso quase não sai som nenhum ao responder, então combinamos fazer tarefa juntas. Ao fazer o trajeto para casa parecia que caminhava nas nuvens, me senti acolhida, mais forte capaz de enfrentar o mundo. Mal sabia eu o que me esperava naquele encontro.


     No dia seguinte fui á sua casa, ainda me sentido eufórica, ela não morava em uma casa como eu, mas sim num sobrado com sacada, bati na porta e fiquei esperando. Depois de alguns longos segundos de espera, ela abriu a porta e olhando bem nos meus olhos, mas com ar de deboche me convidou a entrar, foi então que começou o meu terror, me questionava o quê havia feito para que me encarasse dessa forma, e se já seria o término daquela sonhada amizade. Quando cheguei ao quarto tive a surpresa, sua melhor amiga estava lá, com o mesmo olhar irônico e debochado me cumprimentou. Repentinamente minha felicidade foi embora, com a troca de olhares das duas percebi a real intenção delas, e aquela felicidade clandestina desapareceu. Uma súbita tristeza com um choro preso a garganta me consumiram, e me lembrei da dura verdade que sempre me confrontei, pessoas que se acham superiores querem sempre ter alguém inseguro por perto  pra humilhar, e durante aquelas pavorosas horas que se seguiram, diante de muito pouco caso, e indiretas de como eram solidária em ter pena e ser minhas amigas, mesmo eu sendo tão diferente delas,  essa verdade se tornava cada vez mais nítida. Então me lembrei quantas vezes havia me deparado com falsas amigas, que me acolhiam para ter alguém que sempre poderia ser usada como chacota, porque era sardenta, tinha cabelo fogo, e que em comparação com elas era o patinho feio.  Diante de toda aquela situação frustrante, parei alguns instantes, passei a refletir sobre aquela situação, e como um raio de esperança passei a entender, eu não preciso estar aqui, e como se nada me importasse mais naquele momento, em um ato de extrema coragem me levantei e disse: Eu vou embora e não precisa me acompanhar até a porta. Desci correndo as escadas que levavam até o quarto dela, abri rapidamente a porta e quando sentia o vento bater no meu rosto uma sensação de paz e alívio tomou conta de mim.


Autor(a): crisvalutky


 



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