Fanfic: Desejo Secreto | Tema: Trabalho Acadêmico
Brizela tuner, era gorda, de estatura mediana, cabelos e olhos castanhos, tinha um rosto lisinho, enquanto nós éramos franzinas e cheias de espinhas. Como se não bastasse, enchia seus dois bolsos da blusa, de bolinhas de chocolate. Mas dentre todas as coisas que ela tinha, possuía o que qualquer criança devoradora de livros gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Esta não era qualquer livraria, era a maior e mais completa livraria do Getat, era sem dúvida um lugar mágico, com poltronas que pareciam verdadeiras camas. infelizmente ela não aproveitava, e ainda tínhamos esperança de ganhar livros dela em nosso aniversário, mas em caixas com laços ela depositava seus restos de balas, e nos presenteava com cartões de sua loja com letras bordadíssimas como “feliz dia”, “data natalícia” ou “saudade”.
Mas que talento tinha para crueldade, a vingança estava em seu olhar, aterrorizante era o barulho que fazia enquanto mascava suas balas. Criaturas como eu, imperdoavelmente magrela, estudiosa e ainda por cima usava laços deveriam ser odiadas por elas. Comigo exerceu com calma a ferocidade o seu sadismo, em minha ânsia de ler, não percebia maldade que ela me submetia: continuava a pedir seus livros que não lia.
Até que veio para ela um magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa como casualmente informou-me que possuía a edição limitada do “livro dos desejos” de Anastácia Johnson. Era um livro grosso, meu deus, era um livro para ser ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. disse-me que se a encontrasse na entrada de sua mansão branca ao topo da avenida Getat. Ate o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui até sua mansão literalmente correndo. Ela não morava em casa simples como eu e sim em uma casa dos sonhos, ela mandou que esperasse na porta, fiquei assustada com a grandeza da casa e com as riquezas, mas era vazia de afetos. Enquanto esperava meu corpo estremecia ao sentir a expectativa de ter o livro dos desejos em minhas mãos. Levei um susto ao ver aqueles olhos sobre mim, e olhando dentro deles disse-me que havia emprestado o precioso livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para pega-lo. Toda sem graça fui saindo devagar, mas logo a esperança me tomava nos braços e eu recomeçava na rua a andar pulando, era meu modo estranho de andar pelas ruas dessa vez nem sequer tropecei: levitava com a promessa do livro dos desejos, o dia seguinte nem podia imaginar que seria tantos, mas o amor pelo mundo me sustentava, guiava-me a promessa do livro, andei pulando pelas ruas como sempre e não cai nem uma vez .
Mas não ficou somente nisso, o plano era secreto e diabólico, o Sr. Tuner nem imagina o que sua perversa filha tramava. No dia seguinte lá estava a garota de laço na cabeça e de um sorriso alegre a espera de um desejo a realizar, coração acelerado para ouvir aas mesmas desculpas: que o livro ainda não estava em seu poder, e que eu voltasse no dia seguinte.
Havia um incansável desejo de ter aquele livro, e assim continuou. Quanto tempo? não sei, o que sei é que enquanto todo o veneno não escorresse em seu grande corpo eu não teria meu desejo realizado. Comecei a desconfiar que tinha sido a escolhida para seu plano de fazer alguém sofrer, ou estava aceitando tudo para realizar o desejo de devorar aquele livro. Sem falhar um dia e a sua mansão as vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, então emprestei a outra menina, sentia o cansaço chegar já tinha olheiras. Até que um dia, quando estava á porta de sua mansão ouvindo em silêncio a sua recusa, apareceu sua agradável (gentil) mãe. Ela estranhou as visitas silenciosas e frustradas daquela menina franzina á porta, pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entre as explicações e cortadas a gentil mãe da garota má, continuava a não entender até que percebeu tudo que estava acontecendo a tempos. Voltou-se para garota má e com enorme surpresa e decepção exclamou: Brizela Tuner este livro nuca saiu daqui de casa e você sequer o quis ler!
Para essa doce mãe o pior não era o que estava acontecendo, mas deveria ser o fato de ter descoberto a maldade que tinha em sua filha. Ela nos espiava em silêncio: a potencia da perversidade de sua filha desconhecida e a menina loira franzina em pé a porta, cansada das ladeiras do Getat. Foi quando de olhos brilhantes disse com tom meigo e massacrante a sua cruel filha: imediatamente pegue o livro pois ira empresta-lo. E virou-se para mim “quanto a você pode ficar o livro o tempo que precisar”.
Vocês não entendem? Aquilo valia mais do que ficar com o livro: “tempo indeterminado” tudo que qualquer pessoa gostaria de ouvir.
Era estonteante receber aquele livro que quase não consigo contar o que se passou a seguir, tenho certeza, eu estava muda. Era como se eu caminhasse nas nuvens, quase levitava, segurando aquela preciosidade pressionada contra o peito. Estava em êxtase, meu coração pulsava forte e quente em meu peito, não pude calcular quanto tempo levei ate minha casa.
Ao chegar em casa, não comecei a ler queria me sentir leve e calma para o ler então fingi não o ter. Fui comer meu pão com geleia, enquanto em mim o coração pulsava forte, andei pela sala, fingindo não saber onde havia colocado, achava-o, abria-o por instantes. Criava situações falsas que era totalmente clandestina em meu peito. E para mim sempre seria clandestina esta felicidade. Sentia-me uma rainha doce e delicada, havia em mim orgulho, respeito, o livro não via em mim uma menina franzina e como se ele tivesse carinho e respeito por mim naquele momento.
As vezes sentava na varanda, e balançava-me na cadeira com ele aberto no colo, sem toca-lo, em puro êxtase.
Eu não era mais uma menina com o livro: eu era uma mulher com seu amante.
Autor(a): vitor_adolfo
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