Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Ale morava em um bairro antigo, modesto, com muitas pessoas aposentadas, e todo mundo estava em suas varandas ou no meio da rua, preocupado com as três viaturas na entrada dos Muller e com a ambulância que tinha acabado de ir embora. Maite foi para a calçada e avistou Dulce. Ela ainda estava usando o vestido de bolinhas da Foxy.
– Eu acabei de chegar. – Informou Dulce, assim que Maite se aproximou. – Mas não consegui descobrir nada. Eu perguntei para um monte de gente o que estava acontecendo, mas ninguém sabe.
Maite olhou ao redor. Havia um monte de policiais, paramédicos, e até um carro do jornal do Canal 4, provavelmente tinha acabado de vir da casa dos Boyer. Ela se sentiu como se todos os policiais estivessem olhando para ela.
E aí, Maite começou a tremer. Era tudo culpa dela. Só dela, e de ninguém mais. Ela se sentiu mal. Beau a tinha avisado de que as pessoas iam se machucar, e ela não fez nada. Ela estivera tão concentrada em William, e olha só o que tinha acontecido. Nem conseguia pensar em William naquele momento. Ou em Mila. Ou nos dois juntos. Ela sentiu como se houvesse vermes se arrastando por suas veias. Alguma coisa tinha acontecido com Ale, e ela poderia ter evitado. A polícia havia estado na sala de sua casa. Até mesmo A a advertira.
De repente, Maite viu a irmã de Ale, Laura, parada na entrada da garagem, falando com alguns policiais. Um dos policiais curvou-se e sussurrou algo em seu ouvido. O rosto de Laura se contorceu, como se ela fosse chorar. Ela correu de volta para casa.
Dulce cambaleou um pouco, como se fosse desmaiar.
– Ai, meu Deus, Ale...
Maite engoliu em seco.
– Nós ainda não sabemos de nada.
– Mas eu posso sentir. – Disse Dulce, seus olhos cheios de lágrimas. – A... Beau... Suas ameaças. – Ela parou, tirou um fio de cabelo que havia entrado em sua boca. As mãos tremiam muito. – Nós somos as próximas. Eu sei.
– Onde estão os pais de Ale? – Perguntou Maite em voz alta, tentando deixar de lado tudo o que Dulce tinha acabado de dizer. – Eles não deveriam estar aqui se Ale estivesse...? – Ela não queria pronunciar a palavra morta.
Um Toyota Prius subiu a rua correndo e estacionou atrás da Mercedes de Maite. Anahí saiu do carro. Ou era uma garota que se parecia com Anahí. Ela não tinha se incomodado em trocar as calças do pijama, e seus cabelos loiros e em geral superlisos estavam esquisitos e bagunçados num coque nem alto, nem baixo. Fazia anos que Maite não a via tão largada.
Anahí as viu e correu até elas.
– O que está acontecendo? É...
– Não sabemos. – Interrompeu Maite.
– Pessoal, eu descobri uma coisa. – Anahí tirou os óculos escuros. – Eu falei com um policial de manhã, e...
Outro carro de imprensa estacionou e Anahí parou de falar. Maite reconheceu a mulher do jornal do Canal 8. Ela deu uns dois passos em direção às meninas, com o celular no ouvido.
– Então, o corpo foi achado do lado de fora, esta manhã? – Disse ela, olhando numa prancheta. – Tá bem, obrigada.
As meninas trocaram olhares desesperados. Então, Dulce pegou nas mãos das outras e elas caminharam pelo jardim da casa de Ale, pisoteando um monte de flores. Estavam bem perto da porta da frente, quando um policial entrou no caminho delas.
– Anahí, eu disse para você ficar fora disso. – Disse o policial.
Maite engoliu em seco. Era Wilden, o cara que estivera em sua casa no dia anterior. Seu coração acelerou.
Anahí tentou empurrá-lo para o lado.
– Não me diga o que fazer! – O policial segurou Anahí pelos ombros, e ela começou a se contorcer. – Me larga!
Maite rapidamente segurou Anahí pela cintura.
– Tente se acalmar. – Disse Wilden para Maite. Aí, se deu conta de quem ela era. – Oh! – Suspirou ele. O policial pareceu confuso, depois curioso. – Srta. Perroni.
– Nós apenas queríamos saber o que aconteceu com a Ale. – Tentou explicar Maite, o estômago embrulhado. – Ela é... ela é nossa amiga.
– Pessoal, vocês deveriam voltar para casa. – Wilden cruzou os braços sobre o peito.
De repente, a porta da frente se abriu... E Ale saiu.
Ela estava descalça e pálida, e segurando uma caneca dos Muppets, que viera de brinde no McDonalds, com água. Maite estava tão aliviada de vê-la que até chorou. Um barulho vulnerável de dor escapou de sua garganta.
As garotas correram até ela.
– Você está bem? – Perguntou Anahí.
– O que aconteceu? – Quis saber Dulce, ao mesmo tempo.
– O que está acontecendo? – Maite gesticulou para a multidão.
– Ale... – Wilden pôs as mãos no quadril. – Talvez você devesse ver suas amigas depois. Seus pais disseram que você deveria ficar dentro de casa.
Mas Ale balançou a cabeça, quase irritada.
– Não, não tem problema.
Ale passou pelo policial e as levou para um canto do quintal. Elas pararam atrás de uma roseira na lateral da parede da casa, assim teriam um pouco de privacidade. Maite deu uma boa olhada para Ale. Ela tinha olheiras bem escuras, suas pernas estavam todas arranhadas, mas, fora isso, parecia bem.
– O que aconteceu? – Perguntou Maite.
Ale tomou fôlego.
– Um ciclista de montanhismo achou o corpo de Beau na floresta atrás da minha casa, esta manhã. Eu acho... Eu acho que foi uma overdose de comprimidos ou algo assim.
O coração de Maite parou. Anahí engasgou. Dulce empalideceu.
– O quê? Quando? – Perguntou ela.
– Foi durante a noite. – Explicou Ale. – Eu ia ligar para você, mas um policial estava me vigiando como uma águia. – A boca tremia. – Meus pais estão visitando minha avó neste final de semana. – Ela tentou sorrir, mas acabou saindo uma careta, e teve um espasmo no rosto. Em seguida, começou a soluçar.
– Tudo bem. – Consolou-a Anahí.
– Ele estava agindo feito um louco na noite passada. – Disse Ale, limpando o rosto com a blusa. – Ele me trouxe para casa depois da Foxy. Num minuto estava tudo normal, no outro, ele estava me contando o quanto odiava a Angel. Ele disse que não podia perdoá-la pelo que ela tinha feito, e que estava feliz por ela estar morta.
– Ai, meu Deus. – Maite cobriu os olhos. Era tudo verdade.
– Foi quando eu me dei conta. Beau sabia. – Continuou Ale, suas mãos pálidas e sardentas irrequietas. – Ele deve ter descoberto o que Angel fez e... E eu acho que ele a matou.
– Espere um minuto. – Interrompeu Anahí, levantando a mão. – Eu não acho que ele...
– Shhh. – Maite colocou uma das mãos sobre o pulso fino de Anahí, que olhou, como se quisesse dizer alguma coisa, mas Maite estava com medo de que, se Ale parasse, não conseguisse terminar.
– Eu fugi dele... O caminho todo até minha casa. – Prosseguiu Ale. – Quando entrei, Maite ligou, mas a ligação foi cortada. Depois... Depois Beau estava na porta dos fundos. Eu disse a ele que sabia o que ele tinha feito e que iria contar à policia. Ele pareceu surpreso por eu ter descoberto.
Ale parecia sem fôlego por toda essa conversa.
– Pessoal... Como Beau soube?
O estômago de Maite despencou. As linhas telefônicas tinham caído antes que pudesse explicar a verdade sobre a Coisa com Megan, na noite anterior. Ela preferiria não ter que contar para Ale naquele momento, ela parecia extremamente fragilizada. Já havia sido ruim o suficiente contar para Dulce e Anahí, mas a verdade destruiria o mundo de Ale.
Dulce e Anahí estavam olhando para Maite com expectativa, então, Maite tomou coragem.
– Ele sempre soube. – Disse ela. – Ele viu a Angel. Só que ela o chantageou para que ele assumisse a culpa. Ela me fez guardar segredo.
Maite parou por um momento para tomar fôlego e notou que Ale não estava reagindo como ela achou que iria. Ela estava ali, parada, completamente calma, como se estivesse ouvindo uma palestra de geografia. Isso desequilibrou Maite.
– Então... Hum... Quando Angel desapareceu, eu sempre pensei que, talvez, não sei... – Maite olhou para cima em direção ao céu, percebendo que o que ela estava prestes a dizer era verdade. – Eu achei que Beau tinha algo a ver com isso, mas estava apavorada demais para dizer qualquer coisa. Mas então, ele voltou para assistir ao funeral... E minhas mensagens de A se referiam ao segredo de Beau. A última dizia: Você me magoou, então, vou te magoar também. Ele queria se vingar de todas nós. Ele devia saber que todas nós estávamos envolvidas.
Ale ainda estava parada, estranhamente calma. Então, devagar, seus ombros começaram a tremer. Ela fechou os olhos. Num primeiro momento, Maite pensou que ela estivesse chorando, mas, então, percebeu que ela estava rindo.
Ale virou a cabeça para trás, rindo mais alto. Maite olhou para Dulce e para Anahí, preocupada. Ale, obviamente, não tinha entendido.
– Ale... – Ela a cutucou, gentilmente.
Quando Ale virou a cabeça de volta para a frente, o lábio inferior estava tremendo.
– Angel tinha jurado para nós que ninguém sabia o que tínhamos feito.
– Acho que ela mentiu. – Disse Anahí, secamente.
Os olhos de Ale piscaram, como que procurando por algo.
– Mas como ela pôde mentir para nós desse jeito? E se Beau decidisse contar? – Ela chacoalhou a cabeça. – Isso... Isso aconteceu quando todas nós estávamos na casa da Angel, olhando para a porta da frente? – Perguntou Ale. – Naquela mesma noite?
Maite assentiu, solene.
– E Angel voltou para dentro e disse que tudo estava bem, e quando nenhuma de nós, exceto ela, conseguiu dormir, nos consolou coçando nossas costas?
– Sim. – Os olhos de Maite se encheram de lágrimas. Claro que Maite se lembrava de cada detalhe.
Ale olhou para o nada.
– E ela nos deu isso. – Ela ergueu um dos braços. A pulseira que Angel tinha mandado fazer para elas, para simbolizar o segredo, estava firmemente atada em volta do seu pulso. Todas as outras já a haviam retirado.
As pernas de Ale ficaram bambas, e ela caiu na grama. Então, começou a destruir a pulseira em seu pulso, tentando arrancá-la, mas a corrente era velha e resistente.
– Caramba. – Ale juntou os dedos para tentar encolher a mão e puxar a pulseira sem abri-la. Então, tentou com os dentes, mas a pulseira não cedeu.
Dulce colocou a mão no ombro de Ale.
– Está tudo bem.
– Eu não consigo acreditar em nada disso. – Ela esfregou os olhos, desistindo da pulseira. Em seguida, arrancou um monte de grama com a mão. – E eu não consigo acreditar que fui para Foxy com o... Assassino da Angel.
– Nós estávamos apavoradas por sua causa. – Sussurrou Maite.
Anahí chacoalhou os braços.
– Gente, isso é o que eu estou tentando contar para vocês. Beau não é o assassino da Angel.
– Como assim? – Maite franziu as sobrancelhas. – Do que você está falando?
– Eu... Eu falei com o policial esta manhã. – Anahí apontou na direção de Wilden, que estava falando com o pessoal do jornal. – Eu contei a ele sobre o Beau... Que eu achava que ele tinha matado a Angel. Ele disse que o tinham investigado, tipo, anos atrás. Beau nem sequer é um suspeito.
– Ele, com certeza, é o culpado. – Ale permanecia desconfiada. – Na noite passada, quando eu mencionei para Beau o que ele tinha feito, o garoto entrou em pânico e me implorou para não contar aos policiais.
Todas se entreolharam, confusas.
– Então você acha que os policiais estão errados? – Anahí mexeu com o pingente em forma de coração na sua pulseira.
– Espere um minuto. – Disse Ale, lentamente. – Maite, com o que Angel o estava chantageando? Como ela fez para Beau levar a culpa da... da Coisa com a Megan?
– Maite disse que a Angel não contou para ela. – Lembrou Aria.
Maite sentiu um nervosismo enorme tomar conta de seu corpo. É melhor do meu jeito, Angel havia dito. Nós guardamos o segredo do Beau, ele guarda o nosso.
Mas Beau estava morto. Angel estava morta. Não tinha mais importância.
– Eu sei. – Sussurrou ela.
Maite então notou alguém vindo, dando a volta na lateral do quintal, e seu coração acelerou. Era Megan Mirchoff.
Ela vestia uma camiseta preta e um jeans preto justinho, e seus cabelos escuros estavam presos no alto da cabeça. Sua pele ainda era brilhante, como a da Branca de Neve, mas seu rosto estava parcialmente encoberto por enormes óculos de sol. Ela segurava uma bengala branca em uma das mãos e a coleira de seu golden retriever na outra. Ele a guiou para a beirada do grupo.
Maite estava certa de que estava prestes a desmaiar. Ou isso ou começaria a chorar novamente.
Megan e seu cachorro pararam bem perto de Anahí.
– A Ale Muller está aqui?
– Sim. – Sussurrou Ale. Maite podia sentir o medo na voz da velha amiga. – Estou aqui.
Megan virou-se na direção da voz de Ale.
– Isto é seu. – Ela estendeu uma bolsa rosa de cetim. Ale a pegou cuidadosamente, como se fosse feita de vidro. – E tem uma coisa que você deveria ler. – Megan tirou do bolso um pedaço de papel amassado. – É do Beau.
Autor(a): Dulce Coleções
Este autor(a) escreve mais 9 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Ale colocou o cabelo atrás das orelhas e olhou para Megan. Os óculos de sol que ela usava iam do osso da bochecha até acima da sobrancelha, mas Ale ainda pôde ver algumas cicatrizes rosadas e enrugadas, cicatrizes de queimadura, na testa dela. Ela pensou naquela noite. Em como a casa de Angel cheirava a velas de menta. No jeito como a boca de Ange ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore