Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni

Durante o tempo livre na segunda-feira de manhã, Anahí Portilla e sua melhor amiga, Oka Vanderwaal, estavam sentadas num canto da Steam, o café de Rosewood Day, fazendo o que sabiam fazer melhor: fofocando sobre pessoas que não eram tão fabulosas quanto elas.

Oka cutucou Anahí com a ponta do seu biscoito coberto de chocolate. Para Oka, comida era mais um acessório do que algo com que se alimentar.

– Jennifer Feldman tem umas toras, não tem?

– Pobrezinha. – Anahí fingiu sentir pena. Toras era o termo que Oka usava para pernas grossas: Coxas sólidas e sem forma, e canelas sem linhas dos joelhos ao tornozelo.

– E os pés dela parecem salsichas estufadas brotando dos calcanhares! – Gralhou Oka.

Anahí deu uma olhada quando Jennifer, que estava no time de mergulho, pendurou um cartaz na parede dos fundos da cafeteria, onde se lia COMPETIÇÃO DE NATAÇÃO AMANHÃ! ROSEWOOD DAY HAMMERHEADS CONTRA DRURY ACADEMY EELS! Os tornozelos dela eram mesmo horrorosamente grossos.

– É nisso que dá meninas com tornozelos gordos tentarem usar Louboutins. – Suspirou Anahí. Ela e Oka eram as sílfides de tornozelo fino para as quais sapatos de Christian Louboutin eram feitos, obviamente.

Oka tomou um grande gole do seu Americano e sacou sua carteira-diário, da Gucci, da bolsa Botkier cor de beringela. Anahí acenou com a cabeça, em sinal de aprovação. Elas tinham outras coisas para fazer naquele dia, além de criticar as pessoas, como planejar não uma, mas duas festas: Uma para elas duas, e a segunda para o resto da elite de Rosewood Day.

– Primeiro as prioridades. – Oka destampou a caneta. – O Amiganiversário. O que nós deveríamos fazer esta noite? Compras? Massagem? Jantar?

– Tudo. – Respondeu Anahí. – E nós temos mesmo que passar na Otter, sem falta. – Otter era uma nova butique de alta classe no shopping.

– Eu estou amando a Otter. – Concordou Oka.

– Onde a gente deve jantar? – Perguntou Anahí.

– Rive Gauche, claro. – Oka falou por cima do estrondo do moedor de café.

– Você está certa. Eles, definitivamente, vão nos dar vinho.

– Será que nós deveríamos convidar os meninos? – Os olhos de Oka brilharam. – Aaron Uckermann sempre me chama para sair. Talvez o Christopher pudesse ser seu par?

Anahí franziu a testa. Apesar de ser bonito, muitíssimo rico e parte do super sexy clã dos irmãos Uckermann, Christopher não fazia nem um pouco o seu tipo.

– Sem meninos. – Decidiu. – Embora seja muito legal esse negócio do Aaron.

– Este vai ser um fabuloso Amiganiversário. – Oka deu um sorriso tão largo que suas covinhas apareceram. – Você consegue acreditar que é o nosso terceiro?

Anahí sorriu. O Amiganiversário marcava o dia em que Anahí e Oka tinham falado no telefone por três horas e meia, o indicador óbvio de que eram melhores amigas. Embora elas se conhecessem desde o jardim da infância, nunca tinham conversado antes do teste para líder de torcida, algumas semanas antes do primeiro dia do oitavo ano. Naquela época, Angel estava desaparecida havia dois meses e as velhas amigas de Anahí haviam se tornado muito distantes, então ela decidira dar uma chance a Oka. Valeu a pena, Oka era engraçada, sarcástica, e apesar de sua queda por mochilas de animais e scooters Razor, ela devorava a Vogue e a Teen Vogue em segredo, tão apaixonadamente quanto Anahí. Em algumas semanas, elas decidiram ser melhores amigas e transformar-se nas meninas mais conhecidas da escola. E olha só. Agora elas eram.

– Agora, para o grande plano. – Oka virou outra página do caderno. – Festa de dezessete anos. – Ela cantou o tema de abertura do programa da MTV My Super Sweet Sixteen.

– Vai ser demais. – Disse Anahí.

O aniversário de Oka era naquele sábado, e ela já tinha quase todos os detalhes da festa arranjados. Ia ser no planetário da Hollis, onde havia telescópios em todos os cômodos, até mesmo nos banheiros. Tinha contratado um DJ, bufê, uma escola de circo, de forma que os convidados poderiam balançar em trapézios, acima da pista de dança, bem como um cinegrafista, que iria filmar a festa e simultaneamente projetar as imagens num telão Jumbotron. Oka havia informado nos convites que os convidados deveriam vestir apenas roupas formais e que, se alguém aparecesse usando jeans ou camisetas da Juicy, os seguranças iam mandá-los embora sem muita educação.

– Então, eu estava pensando... – Oka enfiou um guardanapo dentro da xícara de café vazia. – É meio de última hora, mas eu vou ter uma corte.

– Uma corte? – Anahí levantou uma das sobrancelhas perfeitamente feita.

– É uma desculpa para comprar aquele vestido Zac Posen fabuloso pelo qual você vive babando na Saks. A prova é amanhã. E vamos usar tiaras e fazer os meninos se curvarem para nós.

Anahí segurou uma gargalhada.

– Nós não vamos fazer uma dança de abertura, né? – Ela e Oka tinham ido à festa de dezesseis anos de Julia Rubenstein, no ano anterior, na qual Julia fizera com que as meninas que compunham sua corte dançassem uma coreografia com um monte de modelos da D-list. O parceiro de dança de Anahí cheirava a alho e tinha logo perguntado a ela se queria se encontrar com ele na chapelaria mais tarde. Ela passara o resto da festa fugindo dele.

Oka tirou sarro, quebrando seu biscoito em pedacinhos menores.

– Eu faria uma coisa brega como essa?

– Claro que não. – Anahí apoiou o queixo nas mãos. – Então, eu sou a única menina na corte, certo?

Oka revirou os olhos.

– Claro.

Anahí deu de ombros.

– Quer dizer, eu não sei quem mais você poderia escolher.

– Nós só precisamos arranjar um acompanhante para você. – Oka colocou um minúsculo pedaço de biscoito na boca.

– Não quero que seja ninguém de Rosewood Day. – Disse Anahí rapidamente. – Talvez eu convide alguém da Hollis. E eu quero ter mais de um acompanhante. – Os olhos dela se acenderam. – Eu poderia ter um monte de rapazes me carregando para todos os lados a noite toda, como Cleópatra.

Oka cumprimentou-a batendo a palma da mão na dela.

– Agora sim.

Anahí mastigou a ponta do canudinho.

– Será que o Chace vai?

– Não sei. – Oka levantou uma das sobrancelhas. – Você já superou isso, certo?

– Claro. – Anahí jogou o cabelo para trás. A amargura ainda pulsava dentro dela quando pensava em como Chace a tinha largado pela senhorita Dulce Herrera Espinosa-sou-normal-demais-e-sou-uma-aluna-de-inglês-puxa-saco-e-acho-que-sou-gostosa-porque-morei-na-Europa, mas não importa. Chace é quem estava perdendo. Agora que os meninos sabiam que ela estava sozinha, a caixa de mensagem do BlackBerry de Anahí apitava com convites para encontros potenciais a cada poucos minutos.

– Bom. – Falou Oka. – Porque você é gostosa demais para ele, Annie.

– Eu sei, – Observou Anahí com sarcasmo, e elas fizeram outro high five. Anahí se recostou na cadeira, sentindo uma sensação cálida e segura de bem-estar. Era difícil de acreditar que as coisas haviam estado esquisitas entre ela e Oka, um mês antes. Imagine, Oka pensar que Anahí queria ser amiga de Dulce, de Ale e de Maite, em vez de amiga dela!

Tudo bem, Anahí tinha mesmo escondido coisas de Oka, embora ela já tivesse confessado a maioria delas: Que de vez em quando ela vomitava, o problema com o pai, suas duas prisões, o fato de que ela tinha tirado a roupa para Chace na festa do Christopher Uckermann e que ele a rejeitara. Ela havia contado tudo, preocupada que Oka pudesse repudiá-la por ter segredos tão horríveis, mas Oka tinha levado tudo na boa. Ela disse que toda diva se metia em encrenca de vez em quando, e Anahí decidiu que havia apenas exagerado. E daí que ela não estava mais com o Chace? E daí que ela não falava com o pai desde a Foxy? E daí que ela ainda era voluntária na clínica de queimados do sr. Crawford para se redimir por ter destruído o carro dele? E daí que suas duas piores inimigas, Amanda Seyfried e Ester Espósito, sabiam de seus problemas com excessos e tinham espalhado rumores sobre ela pela escola? Ela e Oka ainda estavam juntas, e A tinha parado de persegui-la.

Os alunos começaram a sair da cafeteria, o que significava que o tempo livre estava prestes a terminar. Quando Anahí e Oka passaram pela saída, Anahí se deu conta de que elas estavam se aproximando de Amanda e Ester, que estavam escondidas atrás da gigante máquina giratória de Frappuccino. Anahí fechou a boca e tentou manter a cabeça erguida.

– Baaaaarf. – Silvou Amanda no ouvido de Anahí, quando ela passou.

– Iaaaaac. – Provocou Ester bem atrás dela.

– Não ligue para elas, Annie. – Disse Oka, bem alto. – Elas estão loucas da vida porque você cabe naquela calça jeans Rich and Skinny da Otter, e elas não.

– Tudo bem. – Anahí empinou levemente o nariz. – Além disso, pelo menos eu não tenho mamilos invertidos.

A boca de Amanda ficou pequena e tensa.

– Isso foi por causa do sutiã que eu estava usando. – Disse ela, entre os dentes. Anahí tinha visto os mamilos invertidos de Amanda quando elas estavam se trocando para a aula de ginástica na semana anterior. Talvez fosse apenas por causa do sutiã esquisito que ela estava usando, mas sabe de uma coisa? Vale tudo no amor e na guerra para ser popular.

Por sobre o próprio ombro, Anahí deu uma olhada orgulhosa e condescendente para Amanda e Ester. Ela se sentiu como uma rainha esnobando duas empregadinhas sujas. E ver que Oka estava dando exatamente o mesmo olhar a elas garantiu a Anahí grande satisfação. Era para isso que melhores amigas serviam, afinal de contas.