Fanfics Brasil - Capítulo 95: Não é de admirar que a mãe de Ale seja tão durona Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 95: Não é de admirar que a mãe de Ale seja tão durona

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Ale Muller nunca treinava no dia anterior a uma competição, então foi direto para casa depois da aula e notou três coisas apoiadas na bancada de granito da cozinha. Havia duas toalhas de piscina Sammy azuis para Ale e sua irmã Laura, bem a tempo para a grande competição contra a Drury no dia seguinte... E havia também um livro intitulado Não é justo, o que fazer quando você perde seu namorado. Um recado num post-it estava afixado na capa:


Ale,


Pensei que você poderia achar útil.


Volto às seis.


– Mamãe.


Ale virou as páginas, distraída. Não muito tempo depois de o corpo de Angelique ter sido encontrado, a mãe de Ale começara a surpreendê-la com pequenos presentinhos para alegrá-la, como um livro chamado 1001 coisas para fazê-la sorrir, um conjunto enorme de lápis de cor Prismacolor, uma morsa de pelúcia, pois Ale era obcecada por morsas quando era mais nova. Depois do suicídio do Beau, entretanto, sua mãe tinha apenas dado um monte de livros de autoajuda. A senhora Muller parecia achar que a morte do Beau tinha sido mais difícil para Ale do que a de Angel, provavelmente porque pensava que Ale estava namorando Beau.


Ale afundou na cadeira da cozinha e fechou os olhos. Namorado ou não, a morte de Beau estava mesmo assombrando-a. Toda noite, enquanto se olhava no espelho ao escovar os dentes, imaginava ver Beau parado atrás dela. Não conseguia evitar pensar na noite desastrosa em que ele a tinha levado à Foxy. Ale havia contado a Beau que tinha se apaixonado por Angelique, e Beau admitira que estava feliz por Angel estar morta. Naquela hora, Ale teve certeza de que Beau era o assassino de Angel e ameaçara chamar a polícia. Quando percebeu como estivera errada, era tarde demais.


Ale ouviu os pequenos rangidos da casa vazia. Ela se levantou, pegou o telefone sem fio na bancada e digitou um número. Vanessa atendeu no primeiro toque.


– Laura está na Topher. – Disse Ale, em voz baixa. – Minha mãe está na reunião de pais. Nós temos uma hora inteirinha.


– No riacho? – Sussurrou Vanessa.


– Sim.


– Seis minutos. – Declarou Vanessa. – Cronometre.


Ale levou dois minutos para sair pela porta dos fundos, correr pelo quintal vasto e escorregadio e se embrenhar no bosque até o riacho escondido. Perto da água, havia uma pedra lisa e plana, perfeita para duas meninas se sentarem. Ela e Vanessa haviam descoberto esse lugar secreto no riacho duas semanas atrás, e se escondiam ali sempre que podiam.


Em cinco minutos e 45 segundos, Vanessa apareceu por entre as árvores. Estava linda, como sempre, usava sua camiseta branca lisa, uma minissaia rosa e um tênis Puma vermelho. Embora fosse outubro, fazia quase treze graus. Ela tirou o cabelo do rosto, deixando à mostra sua pele cor de caramelo, impecável.


– Oi. – Gritou Vanessa, um pouco sem fôlego. – Menos de seis minutos?


– Quase. – Provocou Ale.


As duas pularam na pedra. Por um segundo, nenhuma das duas falou. Era tão mais quieto ali no bosque do que na rua. Ale tentou não pensar em como tinha fugido de Beau por aquele mesmo bosque, algumas semanas antes. Em vez disso, se concentrou no modo como a água espirrava sobre as pedras e em como as folhas das árvores começavam a ficar alaranjadas nas pontas. Ela tinha uma superstição sobre a grande árvore que ela mal conseguia divisar da beirada de seu quintal: Se suas folhas ficassem amarelas no outono, ela teria um bom ano na escola. Caso ficassem vermelhas, não teria. Mas, naquele ano, as folhas estavam alaranjadas, isso significaria um mais ou menos? Ale tinha todos os tipos de superstições. Acreditava que o mundo estava repleto de sinais. Nada era aleatório.


– Senti sua falta. – Sussurrou Vanessa no ouvido de Ale. – Não vi você na escola hoje.


Um estremecimento percorreu o corpo de Ale quando os lábios de Vanessa mordiscaram o lobo de sua orelha. Ela mudou de posição na pedra, movendo-se para mais perto de Vanessa.


– Eu sei. Fiquei procurando você.


– Você sobreviveu ao laboratório de biologia? – Perguntou Vanessa, enroscando seu dedinho no de Ale.


– Uhum. – Ale passou os dedos pelo braço de Vanessa. – Como foi sua prova de história?


Vanessa enrugou o nariz e balançou a cabeça.


– Isso ajuda? – Ale deu um beijinho em Vanessa.


– Você vai ter que se esforçar mais para eu me sentir melhor. – Disse Vanessa, sedutora, baixando seus olhos e estendendo a mão para Ale.


Elas decidiram tentar o seguinte: sentar juntas, saindo sempre que possível, se tocando, se beijando. Por mais que Ale tentasse apagar Vanessa de sua vida, não conseguia. Vanessa era maravilhosa, não como seu último namorado, Jamie, nada parecida, de fato, com qualquer garoto com quem ela já tivesse saído. Havia algo reconfortante sobre estar ali no riacho, com ela ao lado. Elas não estavam apenas juntas, eram também melhores amigas. Era assim que um casal deveria ser.


Quando elas se soltaram, Vanessa tirou o tênis e enfiou um dedão no riacho.


– Nós voltamos para nossa casa ontem.


Ale prendeu a respiração. Depois que os pedreiros tinham achado o corpo de Angel no novo quintal de Vanessa, os Morgan haviam se mudado para um hotel, para fugir da mídia.


– É... Estranho?


– Normal. – Vanessa deu de ombros. – Ah, mas ouve esta. Tem um perseguidor à solta por aí.


– O quê?


– Sim, um vizinho estava contando para minha mãe sobre ele esta manhã. Alguém correndo pelos quintais das pessoas, espiando pelas janelas.


O estômago de Ale começou a doer. Isso também a fazia se lembrar de Beau: Quando estavam no sexto ano, ele era um garoto estranho, que espiava pela janela de todo mundo, especialmente pela de Angel.


– Um cara? Uma menina?


Vanessa balançou a cabeça.


– Não sei. – Ela assoprou a franja encaracolada para cima. – Esta cidade... Eu juro por Deus. É o lugar mais estranho do mundo.


– Você deve sentir falta da Califórnia. – Disse Ale baixinho, parando para olhar um bando de pássaros levantar voo de um carvalho próximo.


– Nem um pouco, na verdade. – Vanessa tocou a cintura de Ale. – Não há Ales na Califórnia.


Ale inclinou-se para a frente e beijou Vanessa suavemente na boca. Elas ficaram com os lábios colados por cinco longos segundos. Ela beijou a orelha de Vanessa. Depois Vanessa beijou seu lábio inferior. Elas se afastaram e sorriram, o sol da tarde formava belos padrões nas bochechas delas. Vanessa beijou o nariz de Ale, depois sua têmpora, depois seu pescoço. Ale fechou os olhos, e Vanessa beijou suas pálpebras. Ela respirou fundo. Vanessa passou seus delicados dedos pela beirada do queixo de Ale, parecia que milhões de borboletas estavam batendo as asas em sua pele. Por mais que ela tentasse convencer a si mesma de que estar com Vanessa era errado, era a única coisa que parecia certa.


Vanessa se afastou.


– Então, tenho uma proposta para você.


Ale sorriu, satisfeita.


– Uma proposta. Parece sério.


Vanessa enfiou as mãos nas mangas.


– Que tal fazermos as coisas de forma mais aberta?


– Aberta? – Repetiu Ale.


– Sim. – Vanessa passou um dos dedos para cima e para baixo no braço de Ale, causando-lhe arrepios. Ale podia sentir o cheiro do chiclete de banana de Vanessa, um cheiro que ela agora achava intoxicante.


– Quer dizer que nós ficaríamos juntas dentro de sua casa. Nós ficaríamos juntas na escola. Nós... Eu não sei. Eu sei que você não está pronta para, tipo, assumir isso, Ale, mas é difícil passar todo o nosso tempo juntas nesta pedra. O que vai acontecer quando ficar frio?


– Nós viremos aqui usando roupas para neve. – Brincou Ale.


– É sério.


Ale olhou enquanto um vento forte fez os galhos das árvores balançarem. O ar de repente ficou com cheiro de folhas queimadas. Ela não podia convidar Vanessa para entrar em sua casa porque sua mãe tinha deixado claro que não queria que Vanessa e Ale fossem amigas... Por razões terríveis, quase-definitivamente racistas. Mas Ale não ia contar isso a Vanessa. E quanto ao outro assunto, assumir, a resposta era não. Ela fechou os olhos e pensou na foto que A tinha enviado a ela, há algum tempo, uma na qual Ale e Vanessa estavam se beijando na cabine fotográfica, na festa de Christopher Uckermann. Ela estremeceu. Não estava pronta para que as pessoas soubessem.


– Desculpe, eu sou lenta. – Disse Ale. – Mas isso é tudo que posso aguentar agora.


Vanessa suspirou.


– Tudo bem. – Disse ela, baixinho. – Eu vou ter que me adaptar.


Ale olhou para a água. Dois peixes prateados nadavam bem juntinhos. Quando um virava, o outro virava também. Eles eram como os casais que se beijavam no corredor da escola e praticamente paravam de respirar quando estavam separados. Pensar que ela e Vanessa poderiam nunca ser um desses casais a deixou um pouco triste.


– Então, nervosa por causa da competição de natação amanhã?


– Nervosa? – Ale franziu a testa.


– Todo mundo vai estar lá.


Ale deu de ombros. Ela já tinha competido em eventos maiores que aquele. Havia até equipes de filmagem na competição nacional no ano passado.


– Não estou preocupada.


– Você é mais corajosa que eu. – Vanessa enfiou o tênis de volta no pé.


Mas Ale não estava tão certa disso. Vanessa parecia corajosa em todas as áreas, ela ignorava as regras que obrigavam os alunos a usar uniforme em Rosewood Day e aparecia de jaqueta jeans branca todo dia. Ela fumava maconha na janela do seu quarto enquanto seus pais estavam fazendo compras. Ela cumprimentava pessoas que não conhecia. Nesse aspecto era como Angel, totalmente destemida. Que provavelmente era a razão pela qual Ale tinha se apaixonado pelas duas.


E Vanessa era corajosa quanto a tudo isso, o que ela era de verdade, o que ela queria, e com quem ela queria estar. Ela não ligava se as pessoas descobrissem. Vanessa queria estar com Ale, e nada iria detê-la. Talvez algum dia Ale pudesse ser tão corajosa quanto Vanessa. Mas se dependesse dela, isso seria algum dia dali a muito, muito tempo.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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