Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni

Capítulo 102: Nem mesmo um sistema de segurança super avançado protege você de tudo

Momentos depois, Dulce passou pelas portas embaçadas da piscina de Rosewood Day e juntou-se a Maite e Anahí, que estavam conversando baixinho perto das máquinas de refrigerante.

– Coitada da Ale. – Sussurrou Anahí para Maite. – Vocês sabiam... Disso?

Maite balançou a cabeça.

– Não fazia a menor ideia.

– Vocês se lembram de quando entramos escondidas na piscina dos Uckermann, quando eles estavam de férias e nadamos peladas? – Murmurou Anahí. – E de todas as vezes que nos trocamos no vestiário juntas? Eu nunca achei estranho.

– Nem eu. – Dulce falou alto, desviando de um calouro para que ele pudesse pegar um refrigerante na máquina de Coca-Cola.

– Vocês acham que ela achava alguma de nós bonita? – Anahí arregalou os olhos. – Mas eu estava tão gorda naquela época – Acrescentou ela, parecendo um pouco desapontada.

– Foi A que distribuiu estes panfletos. – Disse Dulce a Anahí e Maite. Ela apontou para a piscina. – A deve estar aqui.

Elas olharam ao redor da piscina. Os competidores esperavam nos blocos de largada. O mascote desfilava de um lado para outro nas bordas. As arquibancadas ainda estavam lotadas.

– O que nós devemos fazer a respeito? – Perguntou Anahí, cerrando os olhos. – Parar a competição?

– Não devemos fazer nada. – Maite fechou o zíper do seu casaco cáqui da Burberry até o queixo. – Se nós procurarmos por A, A pode ficar bravo... E fazer algo pior.

– A... Está... Aqui! – Repetiu Dulce. – Esta pode ser a nossa grande chance!

Maite olhou para a multidão de jovens na antessala da ala de natação.

– Eu... Eu preciso ir. – Com isso, ela disparou pelas portas giratórias e correu pelo estacionamento.

Dulce virou-se para Anahí.

– Maite correu como se ela fosse A. – Disse, brincando.

– Ouvi dizer que ela é finalista em algum concurso de trabalhos escolares. – Anahí pegou seu pó compacto da Chanel e começou a passar no queixo. – Você sabe que ela fica doida quando está competindo. Provavelmente foi para casa estudar.

– Verdade. – Sussurrou Dulce. Talvez Maite estivesse certa. Talvez A pudesse mesmo fazer algo pior se elas procurassem por ele nas arquibancadas.

De repente, alguém arrancou o capuz de Dulce, por trás. Ela se virou.

– Alfonso. – Engasgou ela. – Santo Deus.

O irmão riu.

– Você conseguiu uma foto da sessão lésbica? – Ele fingiu lamber a foto de Ale e Vanessa. – Você me arruma o telefone da Ale?

– Claro que não. – Dulce observou seu irmão. O boné de lacrosse STX estava amassado sobre seus cabelos negros, e ele usava o casaco branco e azul do time da Rosewood Day. Ela não o via desde a noite anterior.

– Então. – Alfonso colocou as mãos nos quadris. – Ouvi dizer que você foi expulsa de casa.

– Eu não fui expulsa. – Defendeu-se Dulce. – Eu apenas achei que seria melhor ficar fora por um tempo.

– E você vai mudar para a casa do Chace?

– Vou. – Respondeu Dulce. Depois de Sandra ter dito a ela que fosse embora, Dulce ligara para Chace, histérica. Ela não estava pedindo um convite, mas Chace ofereceu, dizendo que não seria problema algum.

O queixo de Anahí caiu.

– Você vai se mudar para a casa do Chace? Tipo assim, para a casa dele?

– Anahí, não é porque eu quero. – Explicou Dulce, rapidamente. – É uma emergência.

Anahí desviou o olhar.

– Que seja. Eu não me importo. Você vai odiar. Todo mundo sabe que ficar com os pais do namorado é o suicídio da relação.

Ela se virou, empurrando a multidão para chegar à porta.

– Anahí! – Chamou Dulce, mas Anahí não se virou. Ela fitou Alfonso. – Você tinha que tocar no assunto quando ela estava bem aqui? Você não tem tato algum.

Alfonso deu de ombros.

– Desculpe, eu não falo TPMês. – Ele pegou uma barra de cereal do bolso e começou a comê-la, sem se incomodar em oferecer a Dulce. – Você vai à festa da Oka?

Dulce fez beicinho.

– Não tenho certeza. Ainda não pensei a respeito.

– Você está deprimida ou algo assim? – Perguntou Alfonso, com a boca cheia.

Dulce não teve que pensar muito a respeito.

– Mais ou menos. Quer dizer... Papai foi embora. Como você se sente?

A feição de Alfonso mudou de aberta e brincalhona para dura e resguardada. Ele deixou o papel cair ao seu lado.

– Então, na noite passada eu perguntei umas coisas pra mamãe. Ela me disse que o papai estava vendo a menina antes de irmos pra Islândia. E que você sabia.

Dulce colocou as pontas do cabelo na boca a encarou a lata azul de reciclagem no canto. Alguém tinha desenhado um par de peitos na tampa.

– Sim.

– Então, por que você não me contou?

Dulce olhou para ele.

– Robert me pediu pra não contar.

Alfonso deu uma mordida violenta na barra de ceral.

– Mas tudo bem contar pra Angelique Boyer. E tudo bem ela dizer isso num vídeo que está em todos os noticiários.

– Alfonso... Eu não contei a ela. Ela estava comigo quando aconteceu.

– Que seja. – Grunhiu Alfonso, esbarrando no tubarão mascote ao forçar a porta dupla da piscina. Dulce pensou em ir atrás dele, mas não foi. Ela se lembrou, de repente, de um dia em Reykjavík, quando deveria ter tomado conta de Alfonso, mas em vez disso foi ao spa geotérmico Lagoa Azul com seu namorado, Hallbjorn. Quando voltou, cheirando a enxofre e coberta de sais curativos, descobriu que Alfonso tinha ateado fogo a metade das treliças do quintal. Dulce entrou numa fria por causa disso, e, realmente, havia sido sua culpa. Ela notara o irmão olhando com voracidade para os fósforos da cozinha antes de ir para o spa. Poderia tê-lo impedido. Provavelmente, poderia ter impedido Robert também.