Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni

Quinta à noite, Anahí se arrastou para o pátio do Shopping King James, mexendo no seu BlackBerry. Ela tinha mandado uma mensagem de texto para Oka, “Ainda vamos nos encontrar pra minha prova do vestido?”, mas não tinha recebido resposta.

Oka provavelmente estava chateada com ela por causa do lance do Amiganiversário. De qualquer forma, Anahí tinha tentado explicar por que suas velhas amigas tinham ido a sua casa, mas Oka a interrompera antes mesmo que pudesse começar, declarando com sua voz mais gelada.

– Eu vi você e suas amiguinhas queridas no jornal. Parabéns por sua grande estreia na televisão. – E aí, desligou. Anahí tinha certeza de que ela estava danada da vida, mas sabia que Oka não conseguia ficar brava com ela por muito tempo. Se ficasse, quem seria sua Melhor Amiga Para Sempre?

Anahí passou pela Rive Gauche, a brasserie do Shopping, onde deveria ter sido o jantar de Amiganiversário delas no dia anterior. Era uma cópia do Balthazar de Nova York, que era uma cópia de zilhões de cafés em Paris. Ela avistou um grupo de meninas no bufê favorito de Anahí e Oka. Uma das meninas era Amanda. A outra era Ester. E a menina ao lado dela era... Oka.

Anahí olhou de novo. O que a Oka estava fazendo ali com... Elas?

Apesar das luzes do Rive Gauche serem fracas e românticas, Oka estava usando seus óculos de sol de lente rosa. Amanda, Ester, Kelly Hamilton, e Nicole Hudson, Amanda e Ester, as bajuladoras do segundo ano, cercavam-na, e havia um enorme e intocado prato de batatas fritas no meio da mesa. Oka parecia estar contando uma história, balançando as mãos, animada, e abrindo os grandes olhos azuis. Ela chegou ao ponto alto da história, e as outras deram gritinhos.

Anahí ajeitou os ombros. Caminhou pela antiga porta marrom do café. Amanda acenou para Kelly e elas cochicharam juntas.

– O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou ela, parando perto de Ester e Amanda.

Oka inclinou-se para a frente e apoiou-se nos cotovelos.

– Bem, não é uma surpresa? Eu não sabia se você ainda queria ser da corte, já que anda tão ocupada com suas velhas amigas. – Ela jogou o cabelo por sobre o ombro e tomou um gole de Coca zero.

Anahí revirou os olhos e os pousou no fim da bancada vermelha do bufê.

– É claro que ainda quero estar na sua corte, sua vaca dramática.

Oka deu um sorrisinho para ela.

– Sua decadente.

– Vadia. – Rebateu Anahí.

– Vagabunda. – Disse Oka. Anahí gargalhou... E Amanda, Ester e as outras também. Às vezes, ela e a Oka tinham brigas de mentira como essa, entretanto, normalmente elas não tinham plateia.

Oka enrolou um pedaço de cabelo louro claro em volta do dedo.

– De qualquer forma, eu decidi que quanto mais, melhor. Cortes pequenas são entediantes. Quero que essa festa seja a melhor de todas.

– Nós estamos tão animadas. – Disse Amanda, efusiva. – Eu mal posso esperar para provar o vestido Zac Posen que a Oka escolheu para nós.

Anahí abriu um meio sorriso. Aquilo realmente não fazia nenhum sentido. Todo mundo na Rosewood sabia que Ester e Amanda andavam falando de Anahí pelas costas. E não tinha sido no ano passado que a Oka prometera odiar Amanda para sempre, depois de ela ter espalhado a fofoca de que Oka tinha feito enxerto de pele? Anahí tinha ficado amiga de mentira da Amanda por isso, tinha fingido que ela e Oka estavam brigadas, ganhou a confiança da Amanda, depois pegou uma carta de amor que Amanda havia escrito pro Mason Byers do caderno dela. Anahí colocou a carta anonimamente na intranet de Rosewood Day no dia seguinte. Todos acharam graça, e tudo ficou bem de novo.

De imediato, Anahí teve uma epifania. Claro! Oka estava fingindo de amiga delas! Fazia todo o sentido. Sentiu-se um pouco melhor, dando-se conta do que estava acontecendo, mas ainda queria uma confirmação. Ela olhou pra Oka.

– Ei, Oka, posso falar com você um minuto? A sós?

– Agora não posso, Annie. – Oka olhou para seu relógio Movado. – Nós estamos atrasadas para a prova de roupa. Vamos.

Com isso, Oka caminhou pra fora do restaurante, o salto alto batendo contra o piso castanho brilhante. As outras a seguiram. Anahí esticou-se para pegar sua enorme bolsa Gucci, mas o zíper abriu e tudo que tinha dentro espalhou-se embaixo da mesa. Toda a maquiagem, sua carteira, suas vitaminas e o Hydroxycut que ela tinha roubado da loja de suplementos séculos atrás, mas estava com um pouco de medo demais de usar... Tudo. Anahí se apressou em recolher as coisas, seus olhos em Oka e nas outras, se esgueirando para fora. Ela se ajoelhou, tentando enfiar tudo de volta na bolsa o mais rápido possível.

– Anahí Portilla?

Anahí pulou. Acima dela estava o conhecido garçom, alto, de cabelo desalinhado.

– Sou o Penn. – Relembrou-a ele, mexendo no punho da camisa branca do uniforme do Rive Gauche. – Você provavelmente não me reconheceu porque eu fico muito francês com esta roupa.

– Ah. – Disse Anahí, cansada. – Ei. – Ela conhecia Penn Badgley há muito tempo. No sétimo ano, ele era popular e, que coisa estranha, por um segundo, ele tinha gostado de Anahí. Dizia-se por aí que Penn ia mandar para Anahí uma caixa vermelha de bombons, em formato de coração, no Dia do Bombom da escola. Um menino mandando para você uma caixa de bombons com formato de coração significava amor, então, Anahí ficou toda animada.

Mas aí, uns dias antes do Dia do Bombom, algo mudou. Penn, de repente, virou um idiota. Os amigos dele começaram a ignorá-lo, as meninas começaram a rir dele, e um rumor desenfreado de que ele seria hermafrodita se espalhou. Anahí não podia acreditar na sua sorte, mas, secretamente, imaginava se ele tinha passado de famoso a fracassado só porque tinha decidido gostar dela. Mesmo ela sendo amiga da Angel B., ainda era uma gorda idiota, desajeitada e fracassada. Quando ele mandou a caixa de bombons, Anahí a escondeu em seu armário e não agradeceu a ele.

– E aí? – Perguntou Anahí calmamente. Penn ainda era um fracassado.

– Tudo na boa. – Respondeu Penn, sedento. – E aí, tudo bem com você?

Anahí revirou os olhos. Ela não queria começar uma conversa.

– Preciso ir. – Ela olhou para o pátio externo do shopping. – Minhas amigas estão esperando por mim.

– Na verdade... – Penn a seguiu em direção à saída. – Suas amigas esqueceram de pagar a conta. – Ele sacou uma carteira de couro. – A não ser que, hm... Você esteja bancando desta vez.

– Oh. – Anahí limpou a garganta. Legal da parte da Oka ter avisado. – Sem problemas.

Penn passou o AmEx de Anahí na máquina e lhe entregou o boleto para que ela assinasse. Anahí caminhou pra fora do Rive Gauche sem deixar gorjeta, nem dar tchau para Penn. Quanto mais pensava no assunto, mais animada ficava com o fato de que Amanda e Ester faziam parte da corte de Oka. Em Rosewood, as meninas da corte de uma festa sempre competiam para ver quem daria o presente mais glamouroso para a aniversariante. Um dia no spa Blue Springs ou um vale-presente Prada não impressionavam, o presente ganhador tinha que ser totalmente demais. A melhor amiga de Julia Rubenstein tinha contratado alguns strippers para se apresentar na after-party para um pequeno grupo seleto, e tinham sido strippers gostosos, não uns musculosos babacas. E Sarah Davies convencera o pai a contratar Beyoncé para cantar “Parabéns pra você” para a aniversariante. Ainda bem que Amanda e Ester eram tão criativas quanto o panda recém-nascido do Zoológico da Filadélfia. Anahí poderia superá-las até mesmo em seu pior dia.

Ela ouviu o BlackBerry vibrar na bolsa e o pegou. Havia duas mensagens em sua caixa de entrada. A primeira, de Oka, havia chegado seis minutos antes.

Onde você está, vadia? Se você se atrasar mais um pouco, a costureira vai ficar furiosa. – Oka.

Mas a segunda mensagem, que chegara há dois minutos, era de um número bloqueado. Só podia ser de uma pessoa.

Querida Anahí, nós podemos não ser amigos, mas temos as mesmas inimigas. Então, aqui vão duas dicas: Uma de suas antigas amigas está escondendo algo de você. Algo grande. E Oka? Ela também não é sua amiga. Então, fica esperta. – A.