Fanfics Brasil - Capítulo 110: Porque todos os momentos melosos dos relacionamentos acontecem em cemitérios Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 110: Porque todos os momentos melosos dos relacionamentos acontecem em cemitérios

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Capítulo 110: Porque todos os momentos melosos dos relacionamentos acontecem em cemitérios


Quarta-feira, depois da escola, Dulce observava Chace pedalar, a mountain bike Gary Fisher dele se distanciando, subindo com facilidade a estrada de West Rosewood.


– Me alcança! – Provocou ele.


– Fácil para você dizer! – Respondeu Dulce, pedalando furiosamente na velha bicicleta Peugeot de dez marchas, dos tempos de faculdade da mãe, que ela trouxera consigo quando mudou para a casa do Chace.


– Eu não corro dez quilômetros toda manhã!


Chace surpreendeu Dulce depois da aula, ao anunciar que não iria ao futebol para que eles pudessem ficar juntos. O que era uma grande coisa, nas vinte e quatro horas em que estava morando com ele, Dulce tinha percebido que Chace era viciado em futebol, da mesma forma que seu irmão era doido por lacrosse. Toda manhã, Chace corria dez quilômetros, treinava e praticava chutes a gol numa rede colocada no quintal dos Crawford até a hora de ir para a escola.


Dulce lutou para subir o morro e ficou feliz de ver que havia uma longa descida à frente. Fazia um dia lindo, então eles tinham decidido dar uma volta de bicicleta pelos arredores de West Rosewood. Pedalaram por diversas fazendas e por quilômetros de bosques intocados.


No fundo do vale, passaram por uma cerca de ferro trabalhado com um portão cheio de adornos. Dulce pisou no freio.


– Espera aí. Eu tinha esquecido completamente deste lugar.


Eles tinham parado na frente do cemitério Saint Basil, o mais antigo e assustador de Rosewood, onde Dulce costumava copiar as inscrições das lápides. Ele abrigava hectares e mais hectares de montanhas e lindos gramados bem cuidados, e algumas das lápides datavam de 1700. Antes de Dulce achar seu lugarzinho com Angel, ela tinha passado por uma fase gótica, adotando tudo que tivesse a ver com morte, Tim Burton, Halloween e unhas extremamente compridas. Os carvalhos cheios de folhas do cemitério faziam uma sombra perfeita para sentar e descansar.


Chace parou ao lado dela. Dulce virou-se para ele.


– Podemos entrar por um minuto?


Ele pareceu alarmado.


– Você tem certeza?


– Eu amava vir aqui.


– Tudo bem. – Relutante, Chace prendeu sua bicicleta e a de Dulce a uma lata de lixo de ferro e foi atrás dela pelas primeiras lápides. Dulce lia os nomes e as datas que tinha praticamente decorado alguns anos atrás. EDITH JOHNSTON, 1807-1856. PEQUENA AGNES, 1820-1821. SARAH WHITTIER, com aquela frase de Milton, A MORTE É A CHAVE DOURADA QUE ABRE O PALÁCIO DA ETERNIDADE. Morro acima, Dulce sabia, estavam os túmulos de um cachorro chamado Puff, um gato chamado Rover e um periquito chamado Lily.


– Eu adoro túmulos. – Disse Dulce, ao passarem por um túmulo com uma enorme estátua de um anjo. – Eles me lembram “O coração delator”.


– O quê?


Dulce levantou uma das sobrancelhas.


– Ah, vai! Você leu o conto. Edgar Allan Poe? O cara morto enterrado no chão? O narrador ainda consegue ouvir seu coração batendo?


– Não.


Dulce pôs suas mãos nos lábios, estarrecida. Como o Chace podia não ter lido isso?


– Quando voltarmos, vou achar meu livro do Poe para que você possa ler.


– Tudo bem. – Concordou Chace, depois mudou de assunto. – Você dormiu bem noite passada?


– Muito bem. – Uma mentira inofensiva. Seu quarto estilo hotel parisiense era lindo, mas Dulce achou difícil dormir lá. A casa do Chace era... Perfeita demais. O edredom parecia fofo demais, o colchão acolchoado demais, o quarto tranquilo demais. Cheirava bem demais e era limpo demais também.


Mais do que isso, ela estava extremamente preocupada com a movimentação do lado de fora da janela do seu quarto de hóspedes, com a possibilidade de ver o perseguidor, e com o bilhete de A, que dizia que o assassino da Angel estava mais perto do que ela imaginava. Dulce se revirara por horas, sozinha, certa de que iria abrir os olhos e ver o perseguidor, ou o assassino de Angel, diante da sua cama.


– Mas sua madrasta ficou toda neurótica comigo esta manhã. – Dulce deu a volta numa cerejeira japonesa em flor. – Eu esqueci de arrumar a minha cama. Ela me fez voltar para cima e ajeitá-la. – Dulce riu. – Minha mãe não faz isso há bilhões de anos.


Quando ela olhou de volta, Chace não estava rindo com ela.


– Minha madrasta trabalha duro para manter a casa limpa. Excursões da Casa Histórica de Rosewood vêm quase todos os dias.


Dulce irritou-se. Ela queria contar a ele que a Sociedade Histórica de Rosewood também tinha considerado a casa dela para o tour, um protegido de Frank Lloyd Wright a tinha projetado. Em vez disso, suspirou.


– Desculpe. É que... Minha mãe não me ligou depois que eu deixei o recado dizendo que ficaria com você. Eu me sinto tão... Abandonada.


Chace acariciou o braço dela.


– Eu sei, eu sei.


Dulce encostou a língua no ponto do fundo de sua boca onde seu único siso havia estado.


– Este é o problema. – Disse ela, suavemente. – Você não sabe. – A família de Chace era perfeita. O sr. Crawford tinha preparado waffles belgas naquela manhã, e a sra. Crawford tinha feito o almoço de todo mundo, inclusive o de Dulce. Até mesmo o cachorro, um Airedale, era bem-comportado.


– Então me explica. – Disse Chace.


Dulce suspirou.


– Não é tão simples assim.


Eles passaram por uma árvore retorcida, cheia de nós. De repente, Dulce olhou para baixo... E logo parou. Logo à frente dela havia uma nova lápide. Os coveiros ainda não tinham cavado o buraco para o caixão, mas havia uma marcação, do tamanho certo. O mármore da lápide já havia sido colocado, entretanto. Dizia apenas ANGELIQUE LAUREN DILARENTIS.


Um pequeno som, borbulhante, escapou da garganta de Dulce. As autoridades ainda estavam examinando os restos mortais à procura de veneno e traumatismos, então, os pais dela ainda não a haviam enterrado. Dulce não sabia que eles planejavam enterrá-la ali.


Ela olhou para Chace, desamparada. Ele ficou pálido.


– Eu achei que você soubesse.


– Eu não fazia a menor ideia. – Sussurrou ela de volta.


A lápide não dizia nada além do nome de Angel. Nada de filha devotada, ou maravilhosa jogadora de hóquei na grama, ou a mais bela menina de Rosewood. Não havia nem o dia, mês, ou ano da morte. Aquilo era um problema porque ninguém sabia a data exata.


Dulce estremeceu.


– Você acha que eu deveria dizer alguma coisa?


Chace fez um biquinho com seus lábios cor-de-rosa.


– Quando eu visito o túmulo de minha mãe, às vezes eu digo.


– Tipo o quê?


– Eu a coloco a par dos que está acontecendo. – Ele olhou para ela de lado e ficou corado. – Eu fui depois da Foxy. Contei a ela sobre você.


Dulce também corou. Ela encarou a lápide, mas sentiu-se desconfortável. Falar com gente morta não era sua praia. Eu não acredito que você esteja morta, pensou Dulce, sem poder falar em voz alta. Eu estou parada aqui, olhando para o seu túmulo e, ainda assim, não é real. Eu odeio não saber o que aconteceu. O assassino ainda está aqui? A está falando a verdade?


Siiiiim. Dulce podia jurar que ouviu uma voz ao longe falar. Parecia a voz da Angel.


Ela pensou sobre a mensagem de A. Alguém queria ter algo de Angel, e a tinha matado por isso. O quê? Todo mundo já quisera alguma coisa de Angel, até mesmo suas melhores amigas. Anahí queria a personalidade de Angel, e parecia ter se apropriado dela depois que Angel sumiu. Ale tinha amado Angel mais que qualquer uma, elas costumavam chamar Ale de delegada, o cão de guarda de Angel. Dulce queria a habilidade de flertar de Angel, sua beleza, seu carisma. E Maite sempre teve muito ciúme dela.


Dulce olhou para a área demarcada que seria o túmulo de Angel e perguntou a frase que estava lentamente se formando em sua mente: Sobre o que era realmente a briga de vocês?


– Isso não está dando certo pra mim. – Sussurrou Dulce, depois de um momento. – Vamos embora.


Ela deu um olhar de despedida para o túmulo de Angel. Ao virar-se para ir embora, os dedos de Chace se entrelaçaram nos dela. Eles andaram calados por um tempo, mas a meio caminho do portão, Chace parou.


– Um coelhinho. – Ele apontou para um coelho do outro lado da clareira e beijou os lábios de Dulce.


A boca de Dulce curvou-se para cima em um sorriso.


– Eu ganho um beijo só porque você viu um coelho?


– Sim. – Chace a agarrou, brincalhão. – É como o jogo em que você dá um soco em alguém quando vê um fusca. Conosco, pode ser com beijos. E coelhos. É o nosso jogo de casal.


– Jogo de casal? – Dulce deu uma risadinha, achando que ele estava brincando.


Mas a feição de Chace estava séria.


– Você sabe, um jogo só nosso. É bom que seja com coelhos, pois há milhares deles em Rosewood.


Dulce estava com medo de tirar sarro dele, mas, realmente, um jogo de casal? Isso lembrava a ela uma coisa que Jennifer Thatcher e Jennings Silver pudessem fazer. Jennifer e Jennings eram um casal de sua classe que estavam juntos desde antes de Dulce ir para a Islândia, no fim do sexto ano. Eles eram conhecidos apenas como Duplo-J, ou Dois-J, e eram chamados assim mesmo, individualmente. Dulce não podia ser uma Dois-J.


Ao observar Chace andando na frente dela, em direção às bicicletas, os delicados cabelos de sua nuca se arrepiaram. Parecia que alguém a estava observando. Mas, quando olhou em volta, tudo o que viu foi um gigantesco corvo negro, no topo da lápide da Angel.


O corvo olhou para ela, sem piscar, e depois abriu as asas enormes e levantou voo em direção às árvores.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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