Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Quinta-feira à tarde, Anahí seguia sua turma de química pelo pátio até o mastro da bandeira. Tinha havido um treinamento para incêndio, o sr. Percival estava contando para ter certeza de que nenhum aluno havia fugido. Era outro dia extremamente quente de outubro, e com o sol arrebentando a cabeça de Anahí, ela ouviu duas garotas do primeiro ano cochichando.
– Você ficou sabendo que ela é cleptomaníaca? – Silvou Noelle Frazier, uma menina alta com cachos louros.
– Eu sei. – Disse Anna Walton, uma morena miúda, de peitos enormes. – Ela, tipo, organizou aquele roubo imenso na Tiffany. E depois ela destruiu o carro do sr. Crawford.
O corpo de Anahí enrijeceu. Normalmente, ela não se incomodaria com duas retardadas do primeiro ano, mas estava se sentindo um tanto vulnerável. Fingiu estar interessada num monte de pinheiros que os jardineiros tinham acabado de plantar.
– Eu ouvi dizer que ela vai parar na delegacia tipo, todo dia. – Falou Noelle.
– E você soube que ela não está mais convidada para a festa da Oka, certo? – Sussurrou Anna. – Elas tiveram uma super briga porque Anahí a humilhou com aquele lance de escrever no céu.
– Oka queria largar dela já há uns dois meses. – Completou Noelle, como se soubesse de tudo. – Anahí virou uma super perdedora.
Isso era demais. Anahí virou-se.
– Onde você ouviu isso?
Anna e Noelle trocaram uma risadinha sarcástica. E aí, correram morro abaixo, sem responder.
Anahí fechou os olhos e recostou-se no mastro da bandeira, tentando ignorar o fato de que todos da sua turma de química a estavam encarando. Já haviam passado 24 horas desde o desastre da escrita no céu, e as coisas iam de mal a pior. Anahí tinha deixado pelo menos dez mensagens pedindo desculpas no celular de Oka na noite anterior... Mas Oka não tinha ligado de volta. E, naquele dia, ela ouviu coisas estranhas e desagradáveis sobre si mesma... Da boca de todo mundo.
Ela pensou na mensagem de A. E Oka? Ela também não é sua amiga. Então, fica esperta. Anahí observou a multidão de jovens no pátio. Perto das portas, duas meninas em uniforme de animadora de torcida ensaiavam de brincadeira. Perto de um eucalipto, dois meninos estavam fazendo Briga de Blazer, batendo um no outro com seus blazers do uniforme de Rosewood Day. O irmão de Dulce, Alfonso, passou jogando em seu PSP. Finalmente, ela visualizou o cabelo de Oka. Ela estava voltando para o prédio principal por uma das portas laterais, com uma cara de entediada, arrogante. Anahí arrumou seu blazer, apertou e soltou as mãos e foi direto até sua melhor amiga.
Quando alcançou Oka, ela deu um tapinha em seu ombro ossudo. Oka olhou para ela.
– Ah. É você. – Disse ela em um tom monótono, do jeito que costumava cumprimentar os derrotados que não eram descolados o suficiente para estar em sua presença.
– Você está espalhando coisas a meu respeito? – Questionou Anahí, colocando suas mãos nos quadris, caminhando junto com Oka, que estava dando passadas rápidas pela porta lateral em direção ao corredor do estúdio de artes.
Oka segurou sua bolsa cor de tangerina da Dooney & Bourke ainda mais alto em um dos ombros.
– Nada que não seja verdade.
O queixo da Anahí caiu. Ela se sentiu como o Coiote em um daqueles desenhos antigos do Pernalonga que ela costumava assistir: ele corria sem parar e de repente caía de um penhasco. O Coiote parava, sem saber o que estava acontecendo por um segundo, e então caía rapidamente.
– Então, você acha que eu sou uma derrotada? – Esgoelou Anahí.
Oka levantou uma das sobrancelhas.
– Como eu disse, nada que não seja verdade.
Ela deixou Anahí parada no meio do corredor, os alunos indo e vindo em volta dela. Oka andou para o fundo do corredor e parou num grupo de meninas. De cara, elas pareciam todas iguais, bolsas caras, cabelos brilhantes, pernas magricelas com bronzeamento artificial, mas, então, os olhos de Anahí desanuviaram. Oka estava parada perto de Amanda e de Ester, e elas estavam todas cochichando.
Anahí tinha certeza que ia chorar. Ela cambaleou pela porta do banheiro e se fechou numa das cabines ao lado da Velha Confiável, a privada famosa por aleatoriamente espirrar água aos montes, ensopando você se fosse burra o suficiente para usá-la. O banheiro dos meninos também tinha uma privada que espirrava. Por muitos anos, os encanadores tentaram consertar as duas, mas como não conseguiram descobrir a causa, as Velhas Confiáveis tinham virado lenda nos anais de Rosewood Day. Todo mundo sabia muito bem que não devia usá-los.
Exceto que... Oka tinha usado a Velha Confiável apenas algumas semanas depois de ela e Anahí terem ficado amigas, no tempo em que Oka ainda não tinha rumo. Ela havia mandado uma mensagem de texto desesperada para Anahí durante a aula de programas de saúde, e Anahí tinha corrido até o banheiro para emprestar uma saia e uma blusa do uniforme que ela tinha no armário. Anahí lembrava-se de ter embrulhado a saia ensopada de Oka numa sacola plástica e passado por baixo da porta da cabine para que Oka pudesse se trocar discretamente, Oka sempre tinha sido engraçada com esse lance de se trocar na frente de outras pessoas.
Como Oka podia não se lembrar disso?
Como se estivesse esperando, a Velha Confiável entrou em erupção. Anahí deu um grito e encostou-se à parede oposta da cabine quando uma coluna de água azul da privada subiu pelos ares. Algumas gotas pesadas respingaram nas costas do blazer de Anahí, e ela se curvou contra a parede e, finalmente, começou a soluçar. Ela odiava que Oka não precisasse mais dela. E que Angel tivesse sido assassinada. E que seu pai ainda não tivesse ligado. Por que isso estava acontecendo? O que ela tinha feito para merecer isso?
Quando a Velha Confiável diminuiu para apenas um borbulho, a porta principal foi aberta. Anahí dava pequenos soluços, tentando chorar baixinho. A pessoa que entrou foi para a pia, e Anahí espiou por debaixo da porta. Ela viu um par de sapatos pretos masculinos.
– Olá? – Falou uma voz de menino. – Tem... alguém aí?
Anahí colocou a mão na boca. O que um menino estava fazendo naquele banheiro?
A não ser... Não. Ela não tinha feito isso.
– Anahí? – Os sapatos pararam em frente à sua cabine. Anahí também reconheceu a voz.
Ela espiou pelo vão da porta. Era Penn, o menino do Rive Gauche. Podia ver a ponta do nariz dele e um longo pedaço de cabelos loiros. Havia um broche grande na lapela dele dizendo: VAI, TIME DE FUTEBOL DE ROSEWOOD!
– Como você sabia que era eu?
– Eu vi você entrar aqui. – Respondeu ele. – Você sabia que este é o banheiro dos meninos, certo?
Anahí respondeu com uma fungada envergonhada. Ela tirou o blazer molhado, se arrastou para fora da cabine, andou até a pia, e apertou o dispensador de sabonete com força demais. O sabão tinha aquele cheiro artificial de amêndoa que Anahí odiava.
Os olhos de Penn se desviaram para a Velha Confiável.
– Essa coisa entrou em erupção?
– Sim.
E, então, Anahí não conseguiu mais controlar suas emoções. Ela se curvou sobre a pia, as lágrimas pingando na cuba.
Penn ficou parado por momento, então, pôs a mão no meio das costas dela. Anahí sentiu que a mão dele tremia um pouco.
– É apenas a Velha Confiável. Ela entra em erupção, tipo, a cada hora. Você sabe dessa parada.
– Não é isso. – Anahí pegou uma toalha de papel áspera e assoou o nariz. – Minha melhor amiga me odeia. E está fazendo todas as outras pessoas me odiarem também.
– O quê? Claro que ela não te odeia. Que loucura.
– Sim, ela me odeia! – A voz aguda de Anahí ecoou nas paredes de azulejo do banheiro. – Agora, Oka está saindo com essas meninas que nós odiávamos, e está fazendo fofoca sobre mim, tudo porque eu perdi o Amiganiversário e o avião escreveu “A festa da Oka vai ser a peidada de sábado” em vez de “Pedida de sábado” no céu, e ela me desconvidou para sua festa de aniversário, e eu deveria ser sua melhor amiga!
Ela falou tudo isso numa longa frase sem respirar, sem se preocupar com onde estava ou com quem estava falando. Quando terminou, olhou para Penn, de repente irritada, pois ele estava lá e tinha ouvido tudo.
Penn era tão alto que praticamente tinha que se abaixar para não bater com a cabeça no teto.
– Eu poderia começar a espalhar rumores sobre ela. Tipo, que talvez ela tenha uma doença que faz com que ela precise comer meleca quando ninguém está olhando?
O coração da Anahí amoleceu. Isso era nojento... Mas ao mesmo tempo engraçado... E amável.
– Não precisa.
– Bem, fica valendo a oferta. – Penn tinha um olhar honesto no rosto. Na horrorosa luz verde do banheiro, ele até que era bonitinho. – Mas, espera! Eu sei de uma coisa que nós podemos fazer para te animar.
Anahí olhou para ele, incrédula. O quê? O Penn achava que eles eram amigos agora, porque ele a tinha visto no banheiro? Ainda assim, ela estava curiosa.
– O quê?
– Não posso te contar. É super secreto. Eu vou te pegar amanhã de manhã.
Anahí lançou um olhar de aviso na direção dele.
– Tipo... Um encontro?
Penn levantou as mãos, como se estivesse se rendendo.
– De jeito nenhum. Apenas... Como amigos.
Anahí engoliu em seco. Ela precisava de um amigo naquele momento. Nada bom.
– Tudo bem. – Concordou ela baixinho, sentindo-se cansada demais para discutir. Então, com um suspiro, saiu do banheiro dos meninos e se encaminhou para sua próxima aula. Estranhamente, se sentia um pouquinho melhor.
Mas, ao virar para o corredor da ala de línguas estrangeiras, Anahí pôs a mão para trás para colocar seu blazer de volta e sentiu alguma coisa grudada em suas costas. Ela puxou um pedaço amassado se papel. Sinta pena de mim, dizia, em letra cursiva cor-de-rosa.
Anahí olhou para os alunos passando ao redor, mas nenhum deles estava prestando atenção. Por quanto tempo ela estaria andando com o bilhete pendurado? Quem teria feito isso? Poderia ter sido qualquer um. Ela tinha estado no meio da multidão durante o treinamento de incêndio. Todos haviam estado lá.
Anahí olhou para o papel de novo e virou-o. Do outro lado tinha uma mensagem impressa. Anahí estava com aquela sensação de estômago afundado.
Anahí, lembra quando você viu a Oka sair da clínica de cirurgia plástica Bill Beach? Alôô, lipo!! Mas, shhh! Você não soube por mim. – A.
Autor(a): Dulce Coleções
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Quinta-feira à tarde na hora do almoço, Dulce virou no corredor da ala administrativa de Rosewood Day. Todos os professores tinham gabinetes ali e costumavam dar aulas particulares ou aconselhamento para alunos durante o horário de almoço. Dulce parou diante da porta fechada do gabinete de Pablo. A sala havia mudado bastante desde o começo ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore