Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Sexta-feira, na hora do almoço, Ale sentou-se na estufa de Rosewood Day, onde folhagens altas e algumas espécies de borboletas floresciam na umidade. Apesar de estar quente e o lugar cheirar a terra, muitas pessoas estavam almoçando ali. Talvez fosse para escapar do tempo chuvoso, ou, talvez, elas apenas quisessem estar perto da Garota do Momento, Ale Muller.
– Então, você vai à festa da Oka? – O irmão de Dulce, Alfonso, olhou com expectativa para Ale. Ele e alguns outros meninos do time de lacrosse estavam sentados num banco na frente dela e prestavam atenção em cada palavra que ela dizia.
– Eu não sei. – Respondeu Ale, terminando sua batata frita. Tinha dúvidas de que sua mãe a deixasse ir à festa de Oka, e também não sabia se queria ir.
– Você deveria vir curtir a minha banheira depois. – Christopher Uckermann escreveu o número de seu celular num pedaço de folha de fichário. Ele o arrancou e entregou a ela. – É quando a verdadeira festa vai começar.
– Traga sua namorada, também. – Sugeriu Alfonso, com um olhar faminto. – E fique à vontade para beijá-la perto de nós. Nós temos a mente bem aberta.
– Eu poderia pegar minha cabine de foto para você. – Ofereceu Christopher, dando uma piscadela para Ale. – Qualquer coisa que a deixe excitada.
Ale revirou os olhos. Quando os meninos saíram de mansinho, ela se debruçou sobre as pernas e deu uma respirada cansada. Era uma pena que ela não fosse do tipo que tirava vantagem, ela provavelmente podia ganhar um dinheirão com esses meninos de Rosewood Day que só pensavam em sexo e mulher-com-mulher.
De repente, sentiu uma pequena mão segurar seu pulso.
– Você está saindo com um garoto bobão? – Sussurrou Vanessa em seu ouvido. – Eu o vi passando o telefone dele para você.
Ale olhou para cima. Seu coração deu um salto. Parecia que ela não via Vanessa há semanas, e não conseguia parar de pensar nela. O rosto de Vanessa aparecia diante dela a cada vez que fechava os olhos. Ela pensou na sensação dos lábios de Vanessa durante as sessões de beijos no rochedo, perto do riacho.
Não que aquelas sessões de beijo pudessem acontecer de novo.
Ale puxou sua mão.
– Vanessa. Nós não podemos.
Vanessa fez beicinho. Ela olhou em volta. Havia alguns alunos sentados perto da fonte e nos bancos de madeira, próximos aos jardins de flores ou perto do santuário das borboletas, calmamente pegando e comendo seus almoços.
– Não é como se alguém estivesse nos vigiando.
Ale estremeceu. Parecia que alguém estava. Durante o almoço inteiro, ela teve a horripilante sensação de que havia alguém atrás dela, espiando. As plantas da estufa eram tão altas e espessas que davam cobertura fácil para as pessoas se esconderem.
Vanessa soltou um chaveiro com um canivete suíço da mochila e cortou uma rosa de um arbusto exuberante atrás delas.
– Aqui. – Disse ela, entregando-a a Ale.
– Vanessa! – Ale deixou a rosa cair em seu colo. – Você não pode colher flores aqui!
– Eu não me importo. – Insistiu Vanessa. – Quero que você fique com ela.
– Vanessa. – Ale bateu as mãos com força nas coxas. – Você deveria ir embora.
Vanessa franziu a testa, olhando para ela.
– Você está levando o lance do Tree Tops a sério?
Quando Ale acenou que sim, Vanessa grunhiu.
– Eu achei que você era mais forte que isso. E parece tão assustador.
Ale fechou a sacola com seu almoço. Ela já não tinha passado por isso?
– Se eu não fizer o Tree Tops, vou ter que ir para Iowa. E eu não posso. Meu tio e minha tia são loucos.
Ela fechou os olhos e pensou nos tios e nos três primos de Iowa. Ela não os via há anos, e tudo que podia visualizar eram cinco sobrancelhas enrugadas de desaprovação.
– Na última vez em que os visitei, minha tia Helene disse que eu deveria comer sucrilhos e só sucrilhos no café da manhã, pois isso suprimia o desejo sexual. Meus dois primos faziam longas corridas pelas plantações de milho toda manhã, para drenar as energias sexuais. E minha prima, Abby, que tem a minha idade, queria ser freira. Ela provavelmente já é, agora. Ela andava com um caderno por todo canto, que chamava de “O Livro do mal de Abby”, onde escrevia tudo que achava que era pecado. Ela escreveu trinta coisas pecaminosas sobre mim. Abby achava até que andar descalça era pecado!
Vanessa deu uma risadinha.
– Se você tiver pés realmente horrorosos, é.
– Não é engraçado! – Gritou Ale. – E isso não tem a ver com eu ser forte ou achar que o Tree Tops está certo ou mentir pra mim mesma. Eu não posso lidar com isso.
Ale mordeu o lábio, sentindo subir aquele calor típico de quando ia chorar. Nos dois últimos dias, se seus pais passavam por ela nos corredores da casa ou na cozinha, nem olhavam na direção de Ale. Eles não lhe dirigiam a palavra durante as refeições. Ela sentia que era estranho sentar-se no sofá com eles para ver televisão. E a irmã de Ale, Laura, parecia não ter ideia de como lidar com ela. Desde a reunião da natação, Laura ficara distante do quarto que dividiam. Geralmente, elas faziam a lição de casa em suas escrivaninhas, murmurando uma com a outra sobre os problemas de matemática, trabalhos de história, ou fofocas em geral que ouviam na escola. Na noite anterior, Laura só subiu quando Ale já estava na cama. Ela se trocou no escuro e se deitou em sua cama sem dizer uma única palavra.
– Minha família não vai me amar se eu for homossexual. – Explicou Ale, olhando nos olhos arredondados e castanhos de Vanessa. – Imagine se sua família acordasse e decidisse que odeia você.
– Eu só quero estar com você. – Murmurou Vanessa, revirando a rosa em suas mãos.
– Bem, eu também. – Respondeu Ale. – Mas não podemos.
– Vamos nos ver em segredo. – Sugeriu Vanessa. – Eu vou à festa de Oka Vanderwaal amanhã. Me encontre lá. Nós vamos embora e achamos um lugar para ficarmos sozinhas.
Ale roeu a unha de um dos dedões. Ela gostaria de poder... Mas as palavras de Becka a perseguiam. A vida já é dura o suficiente. Por que a tornar ainda mais difícil? No dia anterior, durante seu tempo livre, Ale havia entrado no Google e digitado, A vida das lésbicas é dura? Mesmo quando estava digitando aquela palavra, lésbica, sua mão direita indo para o L e a esquerda para o E, S, B, parecia estranho pensar que aquilo se aplicava a ela. Ela não gostava dessa palavra, como pudim de arroz, que ela detestava. Todos os links na lista apontavam para um site pornô bloqueado. É claro, Ale tinha posto as palavras lésbica e dura no mesmo campo de busca.
Ela sentiu o olhar de alguém. Ale olhou as trepadeiras e os arbustos lá fora, e viu Laura e algumas outras meninas do time de natação sentadas perto das bougainvílleas. A irmã a encarou, com um olhar de nojo no rosto.
Ale pulou do banco.
– Vanessa, vá embora. Laura está nos vendo.
Ela deu uns passos para longe, fingindo estar fascinada por alguns cravos, mas Vanessa não se moveu.
– Rápido! – Silvou Ale. – Saia daqui!
Ale sentiu os olhos de Vanessa sobre si.
– Eu vou à festa da Oka, amanhã. – Informou ela em voz baixa. – Você vai estar lá ou não?
Ale balançou a cabeça, sem encontrar os olhos de Vanessa.
– Me desculpe. Eu preciso mudar.
Vanessa puxou violentamente a bolsa verde e branca de lona de Ale.
– Você não pode mudar quem você é. Eu já te falei isso mil vezes.
– Mas talvez eu possa. – Insistiu Ale. – E talvez eu queira.
Vanessa largou a rosa de Ale na bancada e saiu pisando com força. Ale a viu ziguezaguear pelas fileiras de plantas e passar pela porta de vidro embaçado para sair da estufa e quis chorar. Sua vida estava uma bagunça horrível. Sua velha e simples vida, aquela que ela tinha antes de aquele ano letivo começar, parecia pertencer a uma menina completamente diferente.
De repente, sentiu as unhas de alguém tocarem sua nuca. Um frio percorreu suas costas, e ela se virou. Era só um galho da roseira, com seus espinhos gordos e afiados, as rosas gorduchas. Então, Ale notou algo em uma das janelas, a um metro dela. Seu queixo caiu. Havia algo escrito, embaçado. Estou vendo você. Dois olhos bem abertos, cheios de cílios estavam desenhados perto das palavras. Estava assinado A.
Ale correu até a mensagem para apagá-la com a manga do blazer. Aquilo estivera ali o tempo todo? Por que ela não tinha visto isso? Então, outra coisa a arrebatou. Por causa da umidade da estufa, a água só condensava no lado de dentro da janela, então, quem quer que havia escrito aquilo tinha de estar... Ali dentro.
Ale virou-se, procurando por algum sinal revelador, mas as únicas pessoas olhando na direção dela eram Vanessa, Laura e os meninos do lacrosse. Todos os outros estavam circulando perto da porta da estufa, esperando que o intervalo do almoço acabasse, e Ale não podia deixar de imaginar se A não estava entre eles.
Autor(a): Dulce Coleções
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore