Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni

No fim da tarde de sábado, Dulce se abaixou atrás de uma árvore no quintal dos McCreadys, que ficava em frente à sua casa. Ela viu três escoteiras que vendiam biscoitos caminharem para a porta da frente da casa de sua família. Sandra não está em casa, mas podem deixar umas duas caixas de Thin Mints, ela queria dizer para as meninas. São os favoritos dela.

As meninas esperaram. Como ninguém respondeu, foram para a casa ao lado.

Dulce sabia que era estranho ter pedalado da casa de Chace até ali, para espionar sua própria casa como se fosse um clube de celebridades de robe de veludo e ela fosse um paparazzo, mas Dulce morria de saudade da família. Os Crawford eram como se fossem Herrera Espinosa bizarros. O sr. e a sra. Crawford tinham se juntado à Vigilância Comunitária do Perseguidor de Rosewood. Eles tinham montado uma linha de denúncia 24 horas, e dentro de alguns dias seria a vez do sr. e da sra. Crawford fazerem a ronda noturna. E toda vez que algum deles olhava para ela, Dulce sentia como se soubessem o que ela havia feito com Pablo no escritório dele. Era como se ela passasse a ostentar uma grande letra A em sua camiseta.

Dulce precisava espairecer e tirar Pablo de dentro dela. Só que não conseguia parar de pensar nele. Essa volta de bicicleta era um lembrete depois do outro. Ela tinha passado por um homem gorducho comendo Chicken McNuggets e ficado com as pernas bambas por causa do cheiro. Ela tinha visto uma menina com copos plásticos pretos como os de Pablo e teve arrepios. Até mesmo um gato no muro de um jardim a tinha lembrado Pablo, por nenhuma razão específica. Mas o que ela estava pensando? Como alguma coisa podia estar tão errada... e ainda assim tão certa ao mesmo tempo?

Quando passou por uma casa de pedra com sua própria roda d’água, um carro de notícias do Canal 7 passou zunindo e desapareceu ladeira abaixo. O vento passou pelas árvores, e o céu ficou subitamente negro. De repente, Dulce sentiu como se cem aranhas estivessem andando sobre ela. Alguém estava olhando.

A?

Quando seu Treo tocou uma musiquinha, ela quase caiu da bicicleta. Ela apertou os freios, parou na calçada, e o pegou no bolso. Era Chace.

– Onde você está? – Perguntou ele.

– É... Eu saí para dar uma volta de bicicleta. – Ela mastigou o punho do casaco vermelho surrado.

– Bem, venha logo pra casa. – Disse Chace. – Senão vamos nos atrasar para a festa da Oka.

Dulce suspirou. Ela tinha esquecido completamente da festa de Oka Vanderwaal.

Ele também suspirou de volta.

– Você não quer ir?

Dulce apertou os freios da bicicleta e olhou para a linda casa estilo neogótico à sua frente. Os donos tinham decidido pintá-la de azul royal. Os pais de Dulce foram os únicos do bairro que não assinaram a petição exigindo que os donos artistas a pintassem de uma cor mais conservadora, mas o abaixo-assinado não tinha sido aprovado no fórum.

– Eu não sou amiga da Oka. – Murmurou Dulce. – Nem das outras pessoas que vão à festa.

– Do que você está falando? – Disse Chace, perplexo. – Elas são minhas amigas, então, são suas amigas. Vamos nos divertir bastante. E, quer dizer, a não ser pelo nosso passeio de bicicleta, sinto que não tenho visto você de verdade desde que você veio morar comigo. O que é estranho, se pararmos para pensar.

De repente, o sinal de ligação em espera de Dulce piscou. Ela tirou o telefone de perto da orelha e olhou para a tela. Pablo. Ela tampou a boca com a mão.

– Posso te colocar na espera só por um segundo? – Ela tentou conter a animação na voz.

– Por quê? – Perguntou Chace.

– Só... Espera. – Dulce apertou o botão. Ela limpou a garganta e alisou o cabelo, como se Pablo a estivesse vendo pela câmera do celular.

– Alô? – Ela tentou soar casual mas sedutora.

– Dulce? – Ela delirou com a voz sonolenta e grave de Pablo.

– Pablo. – Dulce fingiu surpresa. – Oi.

Alguns segundos de silêncio se passaram. Dulce virou o pedal da bicicleta com o pé e viu um esquilo correr pelo quintal da casa azul royal.

– Eu não consigo parar de pensar em você. – Admitiu Pablo finalmente. – Você pode encontrar comigo?

Dulce fechou os olhos com muita força. Ela sabia que não deveria ir. Engoliu em seco.

– Espere um pouco.

Ela voltou à ligação de Chace.

– Hum, Chace?

– Quem era? – Perguntou ele.

– Era... Minha mãe. – Titubeou Dulce.

– Mesmo? Isso é ótimo, certo?

Dulce mordeu com força a parte de dentro da bochecha. Ela se concentrou nas abóboras entalhadas que adornavam os degraus da casa azul royal.

– Eu tenho uma coisa para resolver. – Disse ela, finalmente. – Eu ligo mais tarde.

– Espera. – Gritou Chace. – E a festa da Oka?

Mas o dedo de Dulce já estava indo de volta para Pablo.

– Voltei. – Ela estava sem fôlego, sentindo-se como se tivesse competido em algum tipo de triatlo masculino. – Eu já chego aí.