Fanfics Brasil - Capítulo 123: Algumas letras do nome dela também formam a palavra cela Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 123: Algumas letras do nome dela também formam a palavra cela

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Um pouco antes das oito, no sábado à noite, Maite estava deitada em sua cama, olhando o ventilador de teto de folha de palmeira girar. O ventilador custara mais do que um bom carro, mas Maite implorou à sua mãe que o comprasse porque era idêntico ao ventilador da cabana onde a família havia ficado em Caves, na Jamaica. Agora, entretanto, parecia uma coisa tão... Maite aos treze anos.


Ela saiu da cama e enfiou os pés dentro dos sapatos Chanel. Sabia que teria que arranjar algum entusiasmo para a festa da Oka. Teve de fazer isso ano anterior, mas é claro que tudo estava bem diferente na época. O dia todo, ela tivera visões estranhas, brigando com Angel do lado de fora do celeiro, a boca da Angel se mexendo sem Maite ouvir as palavras, Maite dando um passo em direção a ela, um barulho. Era como se a lembrança, guardada por todos esses anos, quisesse vir à tona.


Ela passou mais gloss cor de amêndoa torrada nos lábios, arrumou seu vestido preto com manga de quimono e desceu as escadas. Quando chegou à cozinha, ficou surpresa ao ver que a mãe, o pai e Mila estavam sentados à mesa em volta de um tabuleiro vazio de Scrabble, um jogo de palavras cruzadas. Os dois cachorros estavam acomodados aos pés deles. O pai não estava usando seu uniforme padrão de andar de bicicleta, nem o terno, mas uma camiseta vinho clara e jeans. A mãe estava de calças de ioga. A cozinha cheirava a espuma de leite da cafeteira expressa Miele.


– Oi. – Maite não conseguia lembrar a última vez que tinha visto os pais em casa sábado à noite. Todos eles adoravam ser vistos, fosse na inauguração de um restaurante, ou num concerto ou num dos jantares que os sócios da firma do pai sempre davam.


– Maite! Aí está você! – Gritou a sra. Perroni. – Adivinhe o que nós acabamos de pegar? – Com uma mesura, ela mostrou um impresso que estava segurando atrás das costas. Tinha o logotipo com letra gótica do Philadelphia Sentinel em cima. Embaixo, estava a manchete: Mexa-se, Trump! Maite Perroni está chegando! Maite olhou para a foto dela própria sentada à mesa do pai. O terno cinza Calvin Klein com a camisa de seda vermelha por baixo tinha sido uma boa escolha.


– Jordana acabou de nos mandar o link por e-mail. – Falou a mãe, animada. – A primeira página do domingo não vai ficar pronta até amanhã de manhã, é claro, mas sua história já está na internet!


– Uau. – Disse Maite, trêmula, dispersa demais para realmente ler a história. Então, isso estava mesmo acontecendo. Até onde aquilo iria? E se ela ganhasse?


– Nós vamos abrir uma garrafa de champanhe para celebrar. – Informou o sr. Perroni. – Você pode até tomar um pouco, Maite. Você sabe, ocasião especial.


– E talvez você queira jogar Scrabble? – Perguntou a sra. Perroni.


– Mãe, ela está toda arrumada para uma festa. – Disse Mila. – Ela não quer sentar aqui, beber champanhe e jogar Scrabble.


– E daí? – Retrucou a sra. Perroni. – Ainda não são nem oito horas. Festas não começam assim tão cedo, começam?


Maite estava encurralada. Todos olhavam para ela.


– Eu... Eu acho que não. – Disse ela.


Ela arrastou uma cadeira, sentou e tirou os sapatos. O pai pegou uma garrafa de Möet da geladeira, tirou a rolha e pegou quatro taças Riedel do armário. Serviu uma taça cheia para ele, para a mãe de Maite, e para Mila, e meia taça para Maite. Mila pôs um dos suportes do jogo diante da irmã.


Maite enfiou a mão dentro do saco de veludo e pegou algumas letras. O pai foi o próximo a pegar as letras. Maite estava impressionada que ele soubesse como fazer isso. Ela nunca o tinha visto jogar nada, nem mesmo quando estava de férias.


– Quando você vai saber a decisão final dos juízes? – Perguntou ele, tomando um gole de champanhe.


Maite deu de ombros.


– Eu não sei. – Ela olhou para Mila, que deu a ela um sorriso breve e indecifrável. Maite não tinha falado com Mila desde a sessão na banheira na noite anterior, e se sentia um pouco estranha perto da irmã. Apreensiva, na verdade.


– Eu consegui ler o seu trabalho ontem. – Continuou o sr. Perroni, juntando as mãos. – Eu adoro o jeito como você atualizou o conceito para os tempos modernos.


– Então, quem vai primeiro? – Perguntou Maite, animada. Não havia chance de eles falarem do assunto do trabalho. Não perto de Mila.


– O ganhador do Orquídea Dourada de 1996 não recebeu um Pulitzer ano passado? – Perguntou o sr. Perroni.


– Não, foi um Booker Prize. – Corrigiu Mila.


Por favor, parem de falar do Orquídea Dourada, pensou Maite. Então, ela se deu conta: Pela primeira vez, eles estavam falando sobre ela e não sobre Mila.


Maite olhou para suas peças. Tinha E, A, S, J, M, R, O, N, H, T, I, S. Ela rearranjou as letras e quase se engasgou com a própria língua. MENTIROSA SJH.


SJH, como em Maite Jill Perroni.


Lá fora, o céu estava escuro. Um cachorro uivou. Maite pegou sua taça de champanhe e tomou tudo em três segundos.


– Alguém não vai dirigir por pelo menos uma hora. – Brincou o pai.


Maite tentou rir, sentando sobre as mãos, para seu pai não ver que elas estavam trêmulas.


A sra. Perroni formou a palavra VERME com suas peças.


– Sua vez, Maite. – Disse ela.


Quando Maite pegou seu M, o Motorola de Mila tocou. Um violoncelo falso vibrou pelo alto-falante, tocando a música de Tubarão. Tan-Tan. Tan-Tan. Maite conseguiu ver a tela de onde estava sentada: Nova mensagem de texto.


Mila abriu o telefone, mudando o ângulo para Maite não ver. Ela franziu a testa.


– Hã? – Disse ela, alto.


– O que foi? – Perguntou a sra. Perroni, levantando os olhos de suas peças.


Mila coçou a cabeça.


– “O conceito da mão invisível, do grande economista escocês Adam Smith, pode ser resumido muito facilmente, seja descrevendo os mercados do século XIX ou aqueles do século XXI: Pode-se pensar que as pessoas estão fazendo coisas para ajudar, mas, na verdade, todo mundo está fazendo por si mesmo.” Que estranho! Por que alguém iria me mandar parte de um trabalho que eu escrevi no ensino médio?


Maite abriu a boca para falar, mas apenas uma expiração seca saiu.


O sr. Perroni colocou sua taça na mesa.


– Essa é o trabalho de Maite para o Orquídea Dourada.


Mila examinou a tela.


– Não, não é, é minha... – Ela olhou para Maite. – Não.


Maite se encolheu na cadeira.


– Mila, foi um engano.


Mila ficou tão boquiaberta que Maite viu as obturações nos molares dela.


– Sua vagabunda!


– As coisas ficaram descontroladas! – Gritou Maite. – A situação fugiu do meu controle!


O sr. Perroni franziu a testa confuso.


– O que está acontecendo?


O rosto de Mila se contorceu, os cantos dos seus olhos viraram para baixo e seus lábios se enrolaram de modo sinistro.


– Primeiro você rouba meu namorado. E, depois, meu trabalho? Quem você pensa que é?


– Eu pedi desculpas! – Gritou Maite ao mesmo tempo.


– Esperem. É... O trabalho é de Mila? – A sra. Perroni empalideceu.


– Tem que haver algum engano. – Insistiu o sr. Perroni.


Mila pôs as mãos na cintura.


– Será que eu devo contar a eles? Ou gostaria de fazer isso você mesma?


Maite levantou-se.


– Conte por mim, como você sempre faz. – Ela correu pelo corredor em direção às escadas. – Você ficou muito boa nisso, a essa altura.


Mila a seguiu.


– Eles têm que saber que mentirosa você é.


– Eles têm que saber que vagabunda você é. – Rebateu Maite.


Os lábios de Mila se abriram num sorriso.


– Você é tão fraca, Maite. Todo mundo acha isso. Até a mamãe e o papai.


Maite se arrastou pelas escadas, de volta para baixo.


– Eles não acham!


– Sim, eles acham! – Provocou Mila. – E é verdade, não é? Você é uma ladra de namorados, plagiadora e patética vagabundinha!


– Eu estou tão cheia de você! – Gritou Maite. – Por que você não morre de uma vez?


– Meninas! – O sr. Perroni gritou.


Mas era como se as irmãs estivessem num campo de força, isoladas. Mila não tirava os olhos de Maite. E Maite começou a tremer. Era verdade. Ela era patética. Ela era imprestável.


– Apodreça no inferno! – Gritou Maite. Ela voltou a subir, dois degraus de cada vez.


Mila estava bem atrás dela.


– Isso mesmo, bebezinho insignificante, foge!


– Cala a boca!


– Bebezinho que rouba meus namorados! Que não é inteligente o suficiente para escrever seus próprios trabalhos! O que você ia dizer na TV se ganhasse, Maite? Sim, eu escrevi cada palavra sozinha. Sou uma menina inteligente. Inteligente! O que mais? Você também cola no vestibular?


Ela sentia como se unhas arranhassem seu coração.


– Para com isso. – Gritou ela, quase tropeçando numa caixa de J. Crew, que a mãe havia deixado num dos degraus.


Mila pegou no braço de Maite e a virou. Ela colocou seu rosto bem perto do de Maite. Seu hálito cheirava a café expresso.


– O bebezinho quer tudo que é meu, mas sabe de uma coisa? Você não pode ter o que eu tenho. Você nunca poderá.


Toda a raiva que Maite guardava por anos se soltou e tomou conta do seu corpo, fazendo-a ficar quente, depois molhada, depois trêmula. Suas entranhas estavam tão banhadas em fúria que começavam a secar. Ela se apoiou no corrimão, segurou Mila pelos ombros e começou a chacoalhá-la como se ela fosse uma Bola Oito Mágica. Então, a empurrou.


– Eu disse para com isso!


Mila se desequilibrou, segurando-se no corrimão para não cair. Um olhar assustado tomou seu rosto.


Uma vaga compreensão começou a se formar no cérebro de Maite. Mas em vez de Mila, ela via Angel. Elas duas usavam a mesma expressão presunçosa, eu sou tudo e você é nada. Você tenta roubar tudo de mim. Mas você não pode roubar isto. Maite sentiu o cheiro da umidade do orvalho, viu os vaga-lumes e sentiu o hálito de Angel perto do seu rosto. Então, uma estranha força invadiu o corpo de Maite. Ela soltou um grito agonizante vindo de algum lugar profundo dentro de si e avançou.


Ela se viu estendendo os braços e empurrando Angel, ou era Mila? Com toda a força. Mila e Angel caíram para trás. Suas cabeças fizeram barulho de crânio rachando ao baterem em algo. A visão de Maite clareou e ela viu Mila rolando, rolando, rolando escada abaixo, caindo numa posição estranha lá embaixo.


– Mila! – Gritou a sra. Perroni.


E, então, tudo ficou preto.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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