Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Anahí cambaleou até os portões do planetário, um pouco depois das nove. Era a coisa mais estranha, mas era difícil andar num vestido de alta-costura. Ou sentar-se. Ou, bem, respirar.
Tá bom, então o treco estava muito apertado. Anahí tinha levado uma eternidade para se enfiar no negócio e depois ainda mais tempo para fechar o zíper. Ela até tinha pensado em pegar emprestada a cinta Spanx da mãe, mas isso significaria tirar o vestido e passar pela tortura do zíper de novo. O processo tinha levado tanto tempo que ela não tinha tido tempo para fazer quase nada antes de chegar ali, como retocar a maquiagem, ou contar as calorias que tinha comido naquele dia, ou colocar os números do seu antigo telefone no novo BlackBerry.
O tecido do vestido parecia ter encolhido ainda mais. Ele cortava sua pele e estava tão apertado em seus quadris que ela não tinha ideia de como ia levantá-lo para fazer xixi. Toda vez que se mexia, ouvia os fiozinhos arrebentando. Havia alguns pontos, também, como em volta da barriga, os lados dos seios e na bunda, que estavam... Enrugados.
Ela tinha comido um monte de salgadinhos nos últimos dois dias... E se esforçou muito para não vomitar nada. Será que tinha ganhado peso tão rápido? E se alguma coisa houvesse acontecido com seu metabolismo? E se tivesse se tornado uma dessas meninas que ganham peso só de olhar pra comida?
Mas ela tinha que usar aquele vestido. Talvez o tecido afrouxasse com o uso, como couro. Provavelmente estaria escuro na festa então, ninguém notaria. Anahí subiu os degraus do planetário, sentindo-se um pouco como um pinguim meio duro cor de champanhe.
Ela ouviu o barulho das batidas da música vindo lá de dentro e se preparou. Não ficava tão nervosa por causa de uma festa desde a festa de Halloween de Angel, no sétimo ano, quando ela ainda se sentia uma fracassada. Não muito depois de Anahí ter chegado, Oka e suas amigas bobas, Bella Thorne e Jessica Amlee, tinham aparecido como três hobbits do Senhor dos anéis. Angel tinha dado um fora nela:
– Vocês parecem estar cheias de pulgas. – E então riu na cara delas.
No dia seguinte à festa de Angel, quando Anahí foi ao supermercado com a mãe, viu Oka e o pai na fila do caixa. Lá, na lapela da jaqueta jeans de Oka, estava o broche do Jack Lanterna, que foi parte da lembrancinha da festa. Oka o ostentava orgulhosamente, como se fosse da turma.
Anahí sentiu um pouco de culpa de ter dado o cano em Penn, ele não tinha respondido seu e-mail para cancelar o encontro, mas que opção havia? Oka fez tudo menos perdoá-la na T-Mobile e, então, mandou o vestido para ela. Melhores amigas sempre na frente, especialmente melhores amigas como Oka.
Ela abriu a grande porta de metal com cuidado. Na mesma hora, a música veio até ela, como uma onda. Viu esculturas de gelo azuladas no salão principal e, mais ao fundo, um trapézio gigante. Planetas brilhantes estavam pendurados no teto, e uma enorme tela de vídeo pairava acima do palco. Um Christopher Uckermann enorme olhava pelo telescópio, no telão.
– Ai, meu Deus. – Anahí ouviu atrás dela. Ela virou. Amanda e Ester estavam no bar. Vestiam tubinhos esmeralda combinando e seguravam pequenas bolsinhas de amarrar, de cetim. Ester sorriu sarcasticamente por trás de uma das mãos, avaliando Anahí. Amanda deu uma risada sonora. Anahí teria nervosamente encolhido sua barriga se o vestido já não o estivesse fazendo de modo não natural.
– Bonito vestido, Anahí – disse Ester, calmamente. Com seu vestido verde brilhante, ela parecia uma cenoura invertida.
– Sim, está muito bem em você. – Completou Amanda, sarcástica.
Anahí endireitou-se e foi embora. Ela desviou de uma garçonete carregando uma bandeja de minicroquetes de caranguejo e tentou não olhar para eles, com medo de que pudesse ganhar peso. Então, viu quando a imagem do Jumbotron mudou. Nicole Hudson e Kelly Hamilton, as vagabundas que eram capachos de Ester e Amanda, apareceram na tela. Elas também usavam tubinhos verdes sedutores e seguravam as mesmas bolsas delicadas de cetim.
– Feliz aniversário, Oka, da sua corte de amigas da festa! – Gritaram elas, mandando beijos.
Anahí franziu a testa. Corte da festa? Não. O vestido da corte não era verde... Era champanhe. Certo?
De repente, a multidão de jovens que dançava se afastou. Uma linda menina loira caminhou direto até Anahí. Era Oka! Ela vestia exatamente o mesmo vestido champanhe Zac Posen que Anahí, os mesmos que elas tinham experimentado na Saks. Só que o dela não repuxava na barriga ou na bunda. O zíper não estava enrugado e repuxado, e não havia sobras. Em vez disso, ele acentuava a cintura fina de Oka e mostrava suas longas e graciosas pernas.
Os olhos de Oka se arregalaram.
– O que você está fazendo aqui? – Ela olhou Anahí de cima a baixo, sua boca tremendo num sorriso. – E onde diabos você conseguiu esse vestido?
– Você me mandou. – Respondeu Anahí.
Oka olhou para ela como se ela fosse louca. Apontou para Ester.
– Aquele é o vestido da corte. Eu mudei. Queria ser a única vestida de champanhe, não todas nós. – Ela avaliou Anahí mais uma vez. – E, certamente, nenhuma baleia.
Todos riram, até mesmo a garçonete e o barman. Anahí deu um passo para trás, confusa. O salão ficou mais quieto por um momento, o DJ estava entre uma música e outra. Oka enrugou o nariz e Anahí sentiu como se houvesse uma corda em sua garganta. Tudo fazia um sentido horroroso e doentio.
Claro que Oka não mandara o vestido. A havia mandado.
– Por favor, saia. – Oka cruzou os braços sobre o peito e olhou pontualmente para as diversas ruguinhas da roupa de Anahí. – Eu desconvidei você, lembra?
Anahí foi em direção a Oka, querendo se explicar, mas pisou em falso com seus saltos Jimmy Choo. Ela sentiu seu calcanhar virar, as pernas se dobraram, e os joelhos baterem no chão. Pior, Anahí ouviu um rasgão bem alto. De repente, sua bunda pareceu menos apertada. Quando se virou para verificar o estrago, a costura lateral também se desfez. O lado todo do vestido se abriu, do quadril de Anahí até suas costelas, mostrando a alça fininha do sutiã de renda Eberjey e sua calcinha.
– Ai, meu Deus! – Gritou Ester. Todos rolaram de rir. Anahí tentou se cobrir, mas não sabia por onde começar. Oka ficou ali parada e deixou tudo acontecer, linda, e parecendo uma rainha em seu vestido de caimento perfeito. Era difícil para Anahí imaginar que apenas alguns dias antes elas se gostavam como apenas melhores amigas se gostam.
Oka colocou as mãos nos quadris e olhou para as outras.
– Vamos meninas. – Falou ela, em tom de desaprovação. – Esse desastre não é digno do nosso tempo.
Os olhos de Anahí se encheram de lágrimas. O pessoal começou a sair, e alguém tropeçou em Anahí, derramando cerveja quente em suas pernas. Esse desastre não é digno do nosso tempo. Anahí ouvia as palavras ecoarem em sua cabeça. Então, pensou em algo. Lembra quando você viu Oka saindo da clínica de cirurgia plástica Bill Beach? Alôô, lipo!
Anahí deu um jeito de se levantar do chão de mármore gelado.
– Ei, Oka.
Oka virou e olhou para ela.
Anahí respirou fundo.
– Você está bem mais magra desde que eu a vi saindo da Bill Beach. Depois da lipo.
Oka levantou a cabeça. Mas não pareceu horrorizada ou envergonhada, apenas confusa. Ela fungou e revirou os olhos.
– Que seja, Anahí. Você é patética.
Oka jogou o cabelo no ombro e foi em direção ao palco. Uma muralha de jovens as separou. Anahí sentou-se, cobrindo o rasgado lateral com uma das mãos e o rasgado da bunda com a outra, e, então, ela viu: Seu rosto, aumentado milhões de vezes no telão. Havia uma longa tomada do seu vestido. A gordura embaixo de seus braços fazia volume. As linhas da sua calcinha apareciam sob o tecido. A Anahí na tela deu um passo em direção a Oka e tropeçou. A câmera gravou seu vestido rasgando.
Anahí chorou e cobriu os olhos. Todas as risadas pareciam agulhas tatuando sua pele. Então, sentiu a mão em suas costas.
– Anahí.
Anahí deu uma olhada.
– Penn?
Ele estava usando calças escuras, uma camiseta da Atlantic Records e um blazer de risca de giz. O olhar em seu rosto dizia que tinha visto tudo.
Ele tirou sua jaqueta e a deu para ela.
– Aqui. Vista isso. Vamos tirar você daqui.
Oka estava subindo no palco. A multidão tremia de ansiedade. Em qualquer outra noite de festa, Anahí estaria bem na frente e pronta para arrebentar com a música. Mas, desta vez, ela segurou no braço de Penn.
Autor(a): Dulce Coleções
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore