Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Quando chegou em casa depois do treino, o corpo todo de Maite doía, de seu traseiro até seus ombros, até os dedos dos pés. Ela havia passado todo o verão organizando comitês, se matando de estudar para as provas da universidade e atuando no teatro comunitário, Miss Jean Brodie, na peça Primavera de uma solteirona, em nossa cidade e Ofélia, em Hamlet. Com tudo isso, ela não tivera tempo de se manter em forma para o hóquei e, naquele momento, sentia as consequências disso.
Tudo o que ela queria era subir as escadas, cair na cama e não pensar sobre como o dia seguinte seria sobrecarregado: café da manhã com o clube de francês, ler os recados da manhã, cinco tempos de aula, testes de teatro, uma passada rápida pelo comitê do livro do ano e outro treino exaustivo no hóquei de campo com Dylan.
Ela abriu a caixa de correspondência na entrada de sua casa, esperando encontrar suas notas dos primeiros testes para a universidade. Os resultados deveriam chegar a qualquer momento, e ela tinha um bom pressentimento sobre eles, melhor, na verdade, do que já tivera sobre qualquer outra prova. Mas, infelizmente, só havia uma pilha de contas, folhetos explicativos sobre os investimentos de seu pai e um envelope mais grosso endereçado à senhorita Maite J. (de Jill) Perroni, da Universidade de Appleboro, em Lancaster, na Pensilvânia. Rá, como se ela fosse para lá.
Dentro de casa, colocou a correspondência sobre a bancada de mármore da cozinha e teve uma ideia: a hidromassagem do quintal. Um banho relaxante. Aaaaah, grande ideia.
Ela fez carinho em Rufus e Beatrice, os dois labradores da família, e jogou dois King Kongs de brinquedo no quintal, para eles correrem atrás. Depois, se arrastou pelo pátio azulejado, na direção do vestiário da piscina. Parando um pouco à porta, pronta para tomar uma ducha e colocar o biquíni, ela se deu conta: Quem se importa? Estava cansada demais para se trocar, e não havia ninguém em casa. E a banheira de hidromassagem era cercada por arbustos. Quando chegou perto, a hidromassagem borbulhou, como se antecipasse sua chegada. Ela tirou a roupa até ficar só de calcinha, sutiã e com as meias longas de hóquei, inclinou-se para a frente para relaxar as costas e entrou na banheira. Ah, agora sim.
– Ah.
Maite se virou. William estava perto das roseiras, nu da cintura para cima, vestindo a cueca boxer da Polo mais sexy que ela já vira.
– Opa. – Ele se cobriu com uma toalha. – Desculpe.
– Vocês só iam chegar amanhã. Só amanhã – rosnou ela, apesar de ele estar ali, naquele exato momento, que obviamente era hoje e não amanhã.
– Sim. Mas sua irmã e eu estávamos na Frou – explicou William, fazendo uma careta. A Frou era uma loja impressionante, que ficava a algumas cidades de distância e vendia fronhas avulsas por milhares de dólares. – Ela se envolveu em alguma missão por lá, e me mandou vir para cá e me divertir sozinho.
Maite esperou que aquela fosse apenas uma expressão inglesa bizarra.
– Ah, tá – disse ela.
– Você chegou em casa agora?
– Eu estava no hóquei. – Maite se recostou e relaxou um pouquinho. – O primeiro treino do ano.
Maite deu uma olhada em seu corpo difuso embaixo d’água. Ah, meu Deus, ela ainda estava de meias. E com calcinhas velhas de cintura alta e o sutiã de ginástica Champion. Ela se xingou por não ter vestido o biquíni amarelo da Eres que havia acabado de comprar, mas depois percebeu que isso era um absurdo.
– Bem, eu estava querendo relaxar aqui, mas se você quer ficar sozinha, está tudo bem para mim – declarou William. – Vou entrar e ver televisão. – Ele começou a se afastar.
Maite ficou um pouco desapontada.
– Ah, não – disse ela. Ele parou. –Você pode entrar aqui. Eu não ligo. – Rapidinho, enquanto ele ainda estava de costas, ela arrancou as meias e jogou-as nos arbustos. Elas aterrissaram com o barulho de um tapa molhado.
– Bem, se você tem certeza disso, Maite – William concordou. Ela adorava o jeito que ele dizia o nome dela, com aquele sotaque britânico: Spen-saah.
Ele entrou na banheira com timidez. Maite ficou bem afastada dele, em seu canto, com as pernas encolhidas embaixo do corpo. William deitou a cabeça para trás, no deque de concreto, e suspirou. Maite tentou não pensar nas cãibras que teria, e em como suas pernas ficariam doloridas por estarem naquela posição. Ela deu uma esticadinha de nada em uma delas, e encostou na batata da perna firme de William. Ela puxou a perna para longe dele.
– Desculpe.
– Não se preocupe. Hum, hóquei, hein? Eu era da equipe de remo de Oxford.
– É mesmo? – Maite esperava não ter soado muito animada ou forçada. Sua paisagem favorita, ao entrar na Filadélfia, era a das equipes dos rapazes das universidades Penn e Temple, remando no rio Schuylkill.
– É isso aí. Eu amava aquilo. Você também adora hóquei?
– Hum, na verdade, não. – Maite soltou o rabo de cavalo e sacudiu a cabeça, mas então se perguntou se William não iria achar aquilo muito vulgar ou ridículo. O clima entre eles que ela sentira no Moshulu devia ter sido só imaginação.
Mas, ora bolas, William havia entrado na banheira de hidromassagem com ela.
– Mas se você não gosta de hóquei, por que joga? – quis saber William.
– Porque é bom para a minha imagem, me ajuda a entrar para a faculdade.
William se endireitou, fazendo a água se agitar.
– Sério?
– Ah, sim.
Maite se contorceu e jogou o corpo para trás quando começou a sentir cãibras nos ombros e no pescoço.
– Você está bem? – perguntou William.
– Sim, não foi nada. – Maite respondeu e, sem motivo algum, sentiu-se invadida por uma onda de desespero. Era só o primeiro dia de aula e já estava em péssimas condições. Pensou em todo aquele dever de casa que tinha que fazer, listas que precisava escrever e falas a serem memorizadas. Ela estava ocupada demais para ter uma crise de nervos, mas essa era a única coisa que a impedia de enlouquecer.
– É seu ombro?
– Acho que sim. – Maite tentou fazer um movimento circular com um dos ombros. – No hóquei, a gente passa um tempão curvada e eu não sei se dei um mau jeito, ou sei lá...
– Aposto que posso dar um jeito nisso.
Maite o encarou. De súbito, sentium um ímpeto de correr os dedos pelo cabelo despenteado dele.
– Ah, não, pode deixar. Mas obrigada, de qualquer forma.
– É sério. Não vou morder você.
Maite odiava quando as pessoas diziam isso.
– Eu sou médico – continuou William –, aposto que é seu deltoide posterior.
– Hum, tá...
– É um músculo do ombro. – Ele se ajeitou para que ela pudesse se aproximar. – Vem cá. Sério. É só relaxar o músculo.
Maite tentou não interpretar aquilo de forma maldosa. Afinal de contas, ele era médico. Ela estava sendo boba. Maite deslizou até ele e ele fez pressão no meio das costas dela. Seus dedões apertaram os pequenos músculos em volta da espinha dela. Maite fechou os olhos.
– Uau, isso é incrível – murmurou.
– Você está com acúmulo de líquido no saco sinovial.
Maite tentou não dar risadinhas ao ouvir a palavra saco. Quando ele enfiou os dedos por baixo de seu sutiã para massagear melhor, ela engoliu em seco. Tentou pensar em coisas assexuadas: os pelos do nariz de seu tio Daniel; a cara de constipação de sua mãe quando montava a cavalo; quando sua gata, Kitten, carregara uma toupeira morta desde o riacho para deixá-la em seu quarto. Ele é médico, disse ela a si mesma. É isso que os médicos fazem.
– Seus peitorais também estão um pouco tensos – disse William e, de uma forma apavorante, moveu a mão para a frente do corpo dela. Ele escorregou seus dedos por baixo do sutiã dela, massageando um pouco acima do peito, até que, de repente, uma das alças escorregou pelo ombro. Ela perdeu o fôlego, mas William não se afastou. Isso é uma parada de médico, lembrou a si mesma, novamente. Mas depois se deu conta: William estava no primeiro ano de medicina. Ele vai ser um médico, ela se corrigiu. Um dia. Daqui a mais ou menos dez anos.
– Hum, onde está minha irmã? – perguntou ela, baixinho.
– Fazendo compras, eu acho. No Wawa, talvez?
– Wawa? – Maite deu um tranco para se afastar de William e colocou a alça do sutiã de volta no ombro. – Wawa fica só a um quilômetro e meio daqui! E se ela foi até lá, vai só comprar cigarros ou alguma coisa assim. Ela pode chegar a qualquer momento.
– Não achei que ela fumasse. – William inclinou a cabeça de forma questionadora.
– Ah, você sabe o que quero dizer! – Maite ficou em pé na banheira, agarrada à sua toalha Ralph Lauren, e começou a secar o cabelo com fúria. Estava com tanto calor. Sua pele, seus ossos, até mesmo seus órgãos e nervos, pareciam ter sido cozidos na banheira de hidromassagem. Ela saiu de lá e correu para a casa, querendo um grande copo d’água.
– Maite – gritou William –, eu não quis... Eu só tentei ajudar.
Mas Maite não deu ouvidos. Subiu correndo para seu quarto e olhou em volta. Suas coisas estavam em caixas, embaladas para a mudança. De repente, quis tudo organizado. Sua caixa de joias precisava ser organizada pelas pedras. Seu computador estava lotado de trabalhos velhos de inglês de dois anos atrás, que, mesmo tendo recebido notas A naquela época, eram provavelmente muito ruins, vergonhosos, e deveriam ser deletados. Ela olhou para os livros em caixas. Eles precisavam ser arrumados por assunto, não por autor. Lógico. Ela tirou os livros das caixas e começou a colocá-los nas prateleiras, começando por Adultério, A letra escarlate.
Mas quando chegou a Utopias que não deram certo, ainda não se sentia melhor. Então, se sentou na frente do computador e pressionou o mouse sem fio, que estava bem fresquinho, em sua nuca.
Ela clicou em sua caixa de e-mails e viu que havia um não lido. Na linha de assunto estava escrito “Vocabulário para o vestibular”. Curiosa, clicou nele.
Maite,
Cobiça não é fácil. Quando alguém inveja alguma coisa, a deseja e fica ávido por ela. Geralmente é algo que não se pode ter. Mas você sempre teve esse problema, não é? — A
O estômago de Maite embrulhou. Ela olhou em volta.
Quem... Diabos... Poderia... Ter visto?
Ela abriu a maior janela do quarto, mas a garagem da casa estava vazia. Maite olhou ao redor. Uns poucos carros passavam ao longe. O jardineiro dos vizinhos estava aparando a cerca viva do portão da frente. Os cães perseguiam uns aos outros no quintal. Alguns pássaros se empoleiraram no topo do poste telefônico.
E então, algo chamou sua atenção na janela superior da casa do vizinho: a rápida visão de cabelos louros. Mas a família nova não era negra? Um arrepio gelado correu pela espinha de Maite. Aquela era a antiga janela do quarto de Angel.
Autor(a): Dulce Coleções
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore