Fanfics Brasil - Capítulo 15: Não são seus estudantes comuns – reunião de professores Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 15: Não são seus estudantes comuns – reunião de professores

360 visualizações Denunciar


Na quarta-feira de manhã, o pai de Dulce, Robert, escovou seus espessos cabelos negros e fez um sinal com a mão para fora da janela do Subaru, para avisar que ia virar à esquerda. A seta do carro havia quebrado na noite anterior, então, ele estava levando Dulce e Poncho para o segundo dia de aula, e depois levaria o carro à oficina.


– Vocês estão felizes por estarem de volta aos Estados Unidos? – perguntou Robert.


Poncho, sentado perto de Dulce, no banco de trás, sorriu.


– Esse país é irado! – Ele continuou a apertar os botõezinhos de seu PSP furiosamente. O troço fez um barulho de pum e Poncho agitou um dos punhos no ar.


O pai de Dulce sorriu e continuou cruzando a ponte de mão única feita de pedra, acenando para um vizinho que ia passando.


– Tá, tudo bem, mas por que é irado?


– Aqui é irado porque tem lacrosse – respondeu Poncho, sem tirar os olhos do PSP. – E as garotas daqui são mais bonitas. E tem um Hooters na rua King of Prussia.


Dulce riu. Como se Poncho já tivesse entrado em um Hooters. A não ser que... Ah, Deus, será que já?


Ela estremeceu dentro de seu casaquinho de alpaca e olhou a neblina espessa pela janela do carro. Uma mulher usando uma jaqueta vermelha esportiva e comprida, em que estava escrito MÃE QUE JOGA NA LINHA DE FUNDO, tentou impedir seu pastor-alemão de correr atrás de um esquilo até o outro lado da rua. Na esquina, duas louras empurrando carrinhos de bebê de última geração estavam fofocando.


Havia uma palavra para descrever a aula de inglês do dia anterior: brutal. Depois que Pablo deixara escapar um “Puta merda!”, a classe toda virou para trás e a encarou. Anahí Portilla, sentada à sua frente, sussurrou em voz não muito baixa:


– Você dormiu com o professor?


Dulce pensou, durante meio segundo, que talvez Anahí tivesse mandado para ela o torpedo sobre Pablo. Anahí era uma das poucas pessoas que sabiam sobre Pigtunia. Mas por que Anahí se importaria?


Pablo, hum, sr. Lyle, havia dissipado rápido as risadas e dado a desculpa mais esfarrapada para justificar o palavrão que disse em sala de aula. Ele disse, e Dulce citava de cabeça:


– Tive medo que uma abelha tivesse entrado em minha calça, pensei que ela fosse me picar, por isso eu gritei de medo.


Depois, quando ele começou a falar sobre os trabalhos de cinco parágrafos e os planos de estudo da classe, Dulce não conseguia se concentrar. Ela era a abelha que entrara nas calças dele. Não conseguia parar de encarar seus olhos vorazes e sua boca suculenta e rosa.


Quando ele olhou em sua direção, com o canto dos olhos, seu coração deu dois saltos mortais, e aterrissou em seu estômago.


Pablo era o cara certo para ela, e ela era a garota certa para ele, ela tinha certeza disso. E daí que ele fosse seu professor? Tinha que haver uma forma de resolver as coisas.


Seu pai parou no portão de pedra da entrada de Rosewood. Ao longe, Dulce viu um Fusca no estacionamento dos professores. Ela reconheceu aquele carro do estacionamento do Snooker’s, era de Pablo. Ela olhou para o relógio. Faltavam quinze minutos para a chamada.


Poncho saiu disparado do carro. Dulce abriu a porta para sair também, mas o pai tocou em seu braço.


– Espere um pouquinho – disse ele.


– Mas eu tenho que... – Ela deu uma olhada ansiosa para o carro de Pablo.


– Só um minuto. – O pai diminuiu o volume do rádio. Dulce encostou de novo no banco.


– Você parece um pouco... – Ele balançou a mão de um lado para o outro. – Você está bem?


Dulce deu de ombros.


– Como assim?


O pai suspirou.


– Bem, não sei. Por estar de volta. E nós não conversamos direito sobre... Você sabe... Ultimamente.


Robert pegou um cigarro e brincou com ele entre os dedos antes de colocá-lo na boca.


– Não posso imaginar como tem sido difícil. Manter o segredo. Mas eu amo você. E você sabe disso, certo?


Dulce olhou para o estacionamento de novo.


– Sim, eu sei – garantiu ela. – Preciso ir. Vejo você às três.


Antes que ele pudesse responder, Dulce saiu do carro, com as orelhas queimando. Como é que se esperava que ela fosse a Dulce da Islândia, deixando para trás seu passado, se uma das piores lembranças de Rosewood vivia sendo jogada em sua cara?


Acontecera em maio, no sétimo ano. Rosewood Day havia dispensado os alunos mais cedo, para que os professores fizessem uma reunião, então Dulce e Angel foram à Sparrow, a loja de CDs do campus da Hollis, para procurar por novidades. Quando cortaram caminho pelo beco, Dulce viu o Honda Civic marrom e amassado do pai em um lugarzinho escondido, no estacionamento vazio. Quando Dulce e Angel andaram na direção do carro para deixar um bilhete, viram que havia alguém lá dentro. Na verdade, duas pessoas: o pai de Dulce, Robert, e uma moça de uns vinte anos, que beijava o pescoço dele.


Então Robert ergueu os olhos e viu Dulce. Ela saiu correndo antes que visse mais alguma coisa, e antes que ele pudesse impedi-la. Angel seguiu Dulce todo o caminho de volta para casa, mas sem tentar convencê-la do contrário quando ela disse que queria ficar sozinha.


Mais tarde, naquela noite, Robert foi até o quarto de Dulce para se explicar. Não era o que parecia, disse ele. Mas Dulce não era burra. Todo ano seu pai convidava seus alunos para um coquetel de confraternização na casa deles, e Dulce vira aquela garota passando pela porta da frente da casa dela! Seu nome era Margot, Dulce se lembrou, porque Margot, um pouco bêbada, escrevera seu nome com as letrinhas magnéticas da porta da geladeira. Quando Margot foi embora, em vez de apertar a mão do pai dela como os outros garotos faziam, ela deu um beijo demorado em seu rosto.


Robert implorou que Dulce não contasse para a mãe. Ele prometeu que aquilo jamais aconteceria de novo. Ela decidiu acreditar nele e, assim, manteve o segredo. Ele nunca disse, mas Dulce acreditava que Margot foi o motivo de o pai tirar um ano sabático na época.


Você prometeu a si mesma que não ia mais pensar nisso, pensou Dulce, olhando por cima do ombro. O pai deu sinal com a mão para indicar que estava saindo do estacionamento de Rosewood.


Dulce entrou no corredor estreito onde ficavam as salas dos professores. A sala de Pablo ficava no final do corredor, perto de um banco pequeno e acolhedor, próximo a uma janela. Ela parou na porta e ficou olhando para ele, digitando em seu computador.


Finalmente, ela bateu. Os olhos de Pablo se arregalaram quando a viu. Ele estava uma graça em sua camisa branca, usando o blazer azul com uma listra verde de Rosewood, jeans e mocassins pretos e gastos. Os cantos da boca dele se curvaram para cima, num sorrisinho tímido.


– Oi – ele a cumprimentou.


Dulce parou na porta.


– Posso falar com você? – perguntou ela. Sua voz desafinou um pouco.


Pablo hesitou, tirando uma mecha de cabelo dos olhos. Dulce viu um Band-Aid do Snoopy no seu mindinho.


– Claro – disse ele, com delicadeza. – Entre.


Ela entrou na sala e fechou a porta. A sala estava vazia, exceto por uma enorme e pesada mesa de madeira, duas poltronas estofadas e o computador. Ela se sentou em uma das poltronas vazias.


– Bem, hum... – começou Dulce. – Oi.


– Oi de novo – respondeu Pablo, sorrindo. Ele baixou os olhos e deu um gole na caneca de café com o emblema de Rosewood Day. – Olha... – ele começou a dizer.


– Sobre ontem... – disse Dulce, ao mesmo tempo. Os dois riram.


– Primeiro as damas. – Pablo sorriu.


Dulce coçou a nuca, onde seu cabelo antes preto com mechas agora ruivo estava preso em um rabo de cavalo.


– Eu, bem... Queria... Falar sobre nós.


Pablo concordou, fazendo um sinal com a cabeça, mas continuou calado.


– Bem, eu acho que é meio chocante que eu seja sua aluna, depois, você sabe... Do Snooker’s. Mas se você não ligar, eu também não ligo.


Pablo colocou uma das mãos em volta da caneca. Dulce ouviu o relógio da escola na parede, contando os segundos.


– Eu... Eu não acho que seja uma boa ideia – disse, com delicadeza. – Você me disse que era mais velha.


Dulce riu, sem saber ao certo se ele falava sério.


– Eu não disse a minha idade. – Ela baixou os olhos. – Foi você quem deduziu.


– Mas você não deveria ter deixado subentendido – retrucou Pablo.


– Todo mundo mente sobre a idade – disse Dulce, com calma.


Pablo passou a mão no cabelo.


– Mas... Você é... – Seus olhos se encontraram e ele suspirou. – Olha, eu... Eu acho você incrível, Dulce. Mesmo. Eu conheci você naquele bar e fiquei... Uau, quem é ela? Ela é tão diferente de qualquer garota que eu já tenha conhecido.


Dulce olhou para baixo, sentindo-se ao mesmo tempo feliz e um pouco desconfortável.


Pablo esticou o braço e colocou a mão sobre a mão dela, estava morna, seca, suave, mas logo a tirou.


– Mas isso não era para ser, entende? Porque, bem, você é minha aluna. Eu posso me meter numa grande encrenca. Você não quer que eu tenha problemas, quer?


– Ninguém saberia – Dulce insistiu, com voz suave, apesar de não poder evitar pensar que, pelo torpedo estranho que recebera ontem, alguém já sabia.


Pablo demorou um tempão para responder. Dulce achou que ele estava tentando se decidir. Ela olhou para ele cheia de esperança.


– Sinto muito, Dulce – ele finalmente murmurou –, mas eu acho que você deveria ir embora.


Dulce se levantou, sentindo as bochechas vermelhas.


– Claro.


Ela se segurou nas costas da cadeira. Parecia que algo a queimava por dentro.


– Vejo você na aula – sussurrou Pablo.


Ela fechou a porta com cuidado. No corredor, professores se aglomeravam em volta dela, apressando-se para suas salas de aula. Ela decidiu chegar ao seu armário cortando caminho pelo pátio, precisava de ar fresco.


Lá fora, Dulce ouviu uma risada feminina muito familiar. Congelou por um segundo. Quando é que ela ia parar de achar que ouvia Angelique em todos os lugares? Ela não seguiu pelo sinuoso caminho de pedrinhas do pátio, como todos costumavam fazer, mas pela grama. A neblina matinal estava tão densa que Dulce mal podia ver as próprias pernas através dela. Suas pegadas desapareciam na grama macia assim que ela erguia os pés.


Ótimo. Essa parecia uma ocasião apropriada para sumir completamente.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Dulce Coleções

Este autor(a) escreve mais 9 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Naquela tarde, Ale estava parada no estacionamento dos estudantes, perdida em seus pensamentos, quando alguém colocou as mãos sobre seus olhos. Ale deu um pulo, alerta. – Opa, calma! Sou eu! Ale se virou e suspirou de alívio. Era apenas Vanessa. Ale estava muito distraída e paranoica desde o dia anterior, quando recebera aquele recado esqu ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais