Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
O relógio que era de seu avô e ficava na sala bateu nove horas no sábado de manhã, assim que Ale desceu furtivamente as escadas até a cozinha. Ela nunca acordava cedo nos finais de semana, mas, naquela manhã, não conseguiu dormir.
Alguém tinha feito café, e havia algumas fatias de rocambole em uma bandeja com desenho de galinha em cima da mesa. Parecia que seus pais tinham saído para um daqueles passeios “faça-chuva-ou-faça-sol”. Se eles tivessem ido dar suas duas voltas em torno da vizinhança, Ale poderia sair de lá sem que ninguém notasse.
Na noite anterior, depois que Jamie a flagrou com Vanessa na cabine de fotos, Ale saiu da festa sem se despedir de Vanessa. Ale chamou Laura, que estava no Applebee’s, e pediu uma carona. Laurs e o namorado dela, Topher, foram até lá sem fazer perguntas, apesar de a irmã de Ale (que estava com cheiro de uísque) ter dado a ela um olhar mal-encarado enquanto Ale se acomodava no banco traseiro. Em casa, se escondeu debaixo das cobertas e caiu num sono profundo. Mas naquela manhã, se sentia pior do que nunca.
Ela não sabia o que pensar sobre o que havia acontecido na festa. Era tudo meio nebuloso. Queria acreditar que beijar Vanessa havia sido um engano, que poderia explicar para Jamie, e que tudo ficaria ok. Mas quando Ale se lembrava de como havia se sentido com tudo aquilo. Era como se... Até a noite passada, nunca tivesse sido beijada antes.
Mas não havia nada, nada de lésbica em Ale. Ela comprava produtos de beleza para seus cabelos danificados pelo cloro. Tinha um pôster do gostosíssimo nadador australiano Ian Thorpe na parede. Dava risadinhas, junto com as outras nadadoras, ao ver os rapazes em suas sungas Speedo. Ela só havia beijado outra garota uma única vez, anos atrás, e aquilo não havia sido para valer. Mesmo que tivesse sido, não significava nada, certo?
Ale partiu uma fatia de torta dinamarquesa ao meio e enfiou um pedaço dentro da boca. Sua cabeça latejava. Queria que as coisas voltassem a ser como eram antes. Meter uma toalha limpa na sacola e estar pronta para treinar, ficar feliz da vida ao fazer umas caretas de porquinho para a câmera digital de alguém, no ônibus de excursão. Estar contente consigo mesma e com a vida, e não ser um ioiô emocional.
Então era isso. Vanessa era incrível e tudo mais, e elas estavam apenas confusas e tristes, cada uma por suas próprias razões. Mas não eram gays. Certo?
Ela precisava de um pouco de ar.
Estava deserto do lado de fora. Os pássaros arrulhavam e o cachorro de alguém estava latindo, mas tudo parecia calmo. Jornais recém-entregues permaneciam na soleira das portas, embrulhados em plástico azul.
A velha mountain bike Trek vermelha estava encostada junto às ferramentas. Ale a ergueu, torcendo para que ainda tivesse coordenação motora para lidar com a bicicleta, após todo o uísque da noite anterior. Ela a empurrou até a rua, mas a roda da frente fazia um rangido esquisito.
Ale se agachou. Havia alguma coisa grudada no aro. Um pedaço de papel estava preso entre as hastes. Ela o puxou e leu algumas linhas. Espere. Era sua própria letra.
“...Eu amo olhar a parte de trás de sua cabeça na aula, eu amo como você mastiga seu chiclete quando estamos ao telefone, e eu amo quando você fica sacudindo os pés, sempre que a sra. Hat começa a falar sobre casos famosos da corte americana, eu sei que você está completamente entediada.”
Os olhos de Ale percorreram o campo vazio. Aquilo era o que ela pensava? Nervosa, ela pulou para o final, sua boca estava seca.
“...E eu pensei muito sobre por que eu beijei você no outro dia. Eu entendi: aquilo não era uma brincadeira, Angel. Eu acho que amo você. Eu posso entender se nunca mais quiser falar comigo, mas eu tinha que te dizer isso. – Ale”
Tinha alguma coisa mais escrita do outro lado do papel. Ela o virou.
Pensei que você poderia querer isso de volta.
Com amor, — A
Ale deixou sua bicicleta despencar no chão.
Aquela era a carta para Angel, a que ela tinha enviado logo após o beijo. Ela ficava imaginando se Angel sequer chegara a recebê-la.
Fique calma, Ale disse para si mesma, se dando conta de que suas mãos estavam tremendo. Existe uma explicação lógica para isto.
Tinha de ser Vanessa. Ela morava no antigo quarto de Angel. Ale havia contado a Vanessa sobre Angelique e a carta na noite passada. Poderia ela estar apenas devolvendo a carta?
Mas então... Com amor, A. Vanessa não teria escrito aquilo.
Ale não sabia o que fazer, ou com quem poderia falar. Repentinamente, pensou em Dulce. Tanta coisa tinha acontecido na noite anterior, depois de Ale fugir dela, que havia esquecido sobre a conversa que tiveram. O que eram todas aquelas perguntas bizarras sobre Angelique? E havia algo na expressão dela, na noite anterior. Dulce parecia... Nervosa.
Ale se sentou no chão e olhou para o bilhete e leu “Pensei que você poderia querer isso de volta” outra vez. Se Ale se lembrava bem, a letra de Dulce parecia bastante com aquela.
Nos últimos dias antes de Angel sumir, ela se aproveitara do beijo de Ale para forçá-la a fazer qualquer coisa que ela quisesse. Não havia ocorrido a Ale que talvez Angel tivesse contado para o restante de suas amigas.
Mas talvez...
– Meu bem?
Ale pulou. Seus pais estavam diante dela, com tênis brancos de ginástica, shorts largos e camisetas polo em tons pastel. O pai usava uma pochete e sua mãe balançava pequenos halteres para a frente e para trás.
– Oi – grasnou Ale.
– Vai dar uma volta de bicicleta? – perguntou a mãe.
– Hã-rã.
– Você está de castigo. – O pai colocou os óculos, como se precisasse ver Ale para lhe dar uma bronca. – Só a deixamos sair ontem à noite porque você iria com Jamie. Esperávamos que colocasse um pouco de juízo em sua cabeça. Mas sair de bicicleta está fora de cogitação.
– Bom... – resmungou Ale, se levantando. Se ao menos não precisasse explicar as coisas aos pais. Mas então... Deixa para lá. Ela não podia. Não agora. Passou a perna por sobre o banco e se acomodou no assento.
– Preciso ir a um lugar – disse ela, seguindo em frente.
– Ale, volte já aqui! – berrou o pai, irritado.
Mas Ale, pela primeira vez na vida, apenas continuou pedalando.
Autor(a): Dulce Coleções
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Dulce acordou com a campainha tocando. Só que não era o barulho normal que a campainha de sua família fazia. Era “American Idiot”, do Green Day. Hum, quando seus pais tinham trocado aquilo? Ela se atirou para fora do edredom, enfiou uma blusa azul florida, colocou os tamancos que tinha comprado em Amsterdã e desceu a escada em espiral ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore