Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
– Bom-dia, querida.
Dulce desceu cambaleando pela escada em espiral e viu o pai, vestindo apenas uma cueca samba canção xadrez e uma camiseta sem mangas, lendo o Philadelphia Inquirer.
– Oi – murmurou ela, em resposta.
Mexendo na cafeteira, ela olhou fixamente, por um longo tempo, para a figura pálida do pai, com seus ombros cheios de pelo e indefinidos. Ele mexeu nos pés e fez “huumm” para o jornal.
– Pai? – sua voz parecia levemente fraca.
– Hã?
Dulce dava voltinhas em torno da ilha da cozinha.
– Os fantasmas podem enviar uma mensagem de texto?
O pai levantou o olhar para ela, um tanto surpreso e confuso.
– O que quer dizer com “uma mensagem de texto”?
Ela enfiou uma das mãos em uma caixa aberta de cereal e retirou um punhado deles.
– Deixa para lá.
– Tem certeza? – perguntou Robert.
Ela mexeu o maxilar, nervosa. O que ela queria perguntar? Será que tem um fantasma me mandando mensagens? Ora, ela sabia que não. De qualquer modo, não saberia explicar o motivo pelo qual o fantasma de Angel faria algo assim. Era como se quisesse vingança, mas será que isso era possível?
Angel tinha sido incrível no dia em que flagraram o pai de Dulce no carro. Dulce fugira pelo canto e correra até não aguentar mais. Ela continuou andando por todo o caminho até sua casa, sem ter certeza do que fazer consigo mesma. Angel a abraçara por muito tempo.
– Eu não vou contar – sussurrou ela.
Só que no dia seguinte, as perguntas começaram. Você conhece aquela garota? Ela é estudante? Seu pai vai contar para sua mãe? Você acha que ele está transando com outras alunas? Normalmente, Dulce podia lidar com as perguntas, e até mesmo com as provocações de Angel numa boa, ela não tinha problemas em ser a “garota esquisita” do grupo. Mas aquilo era diferente. Aquilo doía.
Então, nos últimos dias antes do desaparecimento, Dulce evitara Angelique. Não enviava mensagens de texto dizendo “estou entediada” durante a aula de ciências, nem a ajudava a arrumar o armário dela. E, certamente, não falava sobre o ocorrido. Ela estava chateada com Angel por estar se intrometendo, como se isso fosse alguma fofoca de celebridades da Star, e não a vida dela. Ficou maluca com o fato de Angel saber. Por um tempo.
Mas então, três anos depois, Dulce entendia que não fora com Angel que estivera chateada. Mas com o pai.
– Sério, deixa para lá – Dulce respondeu ao pai, que estava esperando pacientemente, mexendo seu café. – Só estou com um pouco de sono.
– Ok – disse Robert, sem muita convicção.
A campainha da porta tocou. Não era o Green Day, mas o ding-dong de sempre. O pai olhou para cima.
– Acho que pode ser para o Poncho. Você sabia que uma garota do colégio quaker veio aqui umas oito e meia procurando por ele?
– Eu atendo – disse Dulce.
Ela abriu cuidadosamente a porta da frente, mas era apenas Ale Muller, com seus cabelos desarrumados e os olhos inchados.
– Oi – murmurou Ale.
– Oi – respondeu Dulce.
Ale tirou o ar das bochechas, seu velho hábito de quando ficava nervosa. Ela ficou ali parada por um momento.
Então, disse:
– Eu tenho que ir. – E começou a se virar.
– Espera. – Dulce segurou o braço dela. – O quê? O que está acontecendo?
Ale ficou parada.
– Hum. Certo. Mas isso vai soar estranho.
– Tudo bem – O coração de Dulce começou a bater mais forte.
– Eu estava pensando sobre o que você disse ontem na festa. Sobre Angel. Eu estava pensando... Angel alguma vez falou para vocês algo sobre mim? – Ale disse isso e ficou imóvel.
Dulce tirou o cabelo dos olhos.
– Como assim? – sussurrou ela. – Recentemente?
Os olhos de Ale se arregalaram.
– O que você quer dizer com recentemente?
– Eu...
– No sétimo ano – interrompeu Ale. – Ela contou a vocês... Algo como... Algo sobre mim no sétimo ano? Ela estava contando para todo mundo?
Dulce piscou. Na festa do dia anterior, quando viu Ale, quis mais do que tudo contar a ela sobre as mensagens.
– Não – respondeu Dulce, lentamente. – Ela nunca falou pelas suas costas.
– Ah. – Ale olhou para o chão. – Mas eu... – ela começou.
– Eu tenho recebido esses... – Dulce falou quase ao mesmo tempo. Então, Ale olhou para ela e seus olhos se arregalaram também.
– Senhorita Ale Muller! Olá!
Dulce se virou. Na sala de estar, estava Robert. Pelo menos, ele havia colocado um roupão de banho listrado.
– Não a vejo faz tempo! – continuou Robert, todo animado.
– Pois é – Ale tirou o ar preso nas bochechas novamente. – Como vai, sr. Herrera Espinoza?
Ele franziu o cenho.
– Por favor, você já tem idade o bastante para me chamar de Robert. – Ele coçou seu queixo com a parte de cima da xícara de chá. – Como você está?
– Muito bem – Ale parecia prestes a chorar.
– Você quer comer alguma coisa? – ofereceu Robert. – Você parece estar com fome.
– Ah. Não. Obrigada. Eu, hum, eu acho que não dormi muito bem.
– Vocês, mocinhas. – Ele balançou a cabeça. – Vocês nunca dormem! Eu sempre falo para Dulce que ela precisa de onze horas de sono. Ela precisa estocar tempo de sono para quando for para a faculdade e tiver festas todas as noites! – Ele começou a subir as escadas para o segundo andar.
Assim que o pai estava fora do campo de visão, Dulce virou para trás feito um furacão.
– Ele é tão... – ela começou. Mas, então, se deu conta de que Ale já estava na metade do caminho de grama, indo em direção à bicicleta.
– Ei! Aonde você está indo?
Ale ergueu a bicicleta do chão.
– Eu não devia ter vindo.
– Espere! Volta aqui! Eu... Eu preciso falar com você! – chamou Dulce.
Ale parou e olhou para ela. Dulce sentiu todas as suas palavras pinicando como abelhas dentro de sua boca. Ale parecia apavorada.
Mas, de repente, Dulce estava com medo demais para perguntar também. Como poderia falar sobre os textos de A sem mencionar seu segredo? Ela continuava não querendo que as pessoas soubessem. Especialmente com sua mãe no andar logo acima.
Então, ela pensou em Robert em seu roupão, e no quanto Ale parecera desconfortável perto dele ainda há pouco. Ale perguntou: Angel alguma vez falou para vocês algo sobre mim? Por que ela teria perguntado uma coisa como essa?
A menos que...
Dulce roeu a unha. E se Ale já soubesse seu segredo? Dulce soltou um gemido, paralisada. Ale balançou a cabeça.
– Te vejo mais tarde – murmurou e, antes que Dulce pudesse se recompor, Ale já estava longe, pedalando furiosamente.
Autor(a): Dulce Coleções
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore