Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
– Senhoras, descubram a si mesmas!
Enquanto a plateia de Oprah aplaudia freneticamente, Anahí afundou em seu sofá de almofadas cor de café, equilibrando o controle remoto do TiVo na barriga nua. Um pouco de autodescoberta não seria nada mau naquela manhã fresca de sábado.
A noite anterior estava um pouco embaçada, como se tivesse passado a noite inteira sem lentes de contato, e sua cabeça estava latejando. A noite havia envolvido algum tipo de animal? Ela havia encontrado algumas embalagens de bala em sua bolsa. Ela tinha comido? Todas elas? Afinal, seu estômago doía, e parecia um pouco inchado. E por que Anahí tinha uma lembrança clara de um caminhão de laticínios Wawa? Era como tentar montar um quebra-cabeças, só que Anahí não tinha paciência para quebra-cabeças, ela sempre encaixava à força peças que ficavam de fora.
A campainha da porta tocou. Anahí gemeu, então rolou para fora do sofá, sem se incomodar em arrumar a camiseta de malha canelada verde-exército, que estava retorcida e praticamente expondo seus seios. Ela escancarou a porta de carvalho e então, com uma pancada, a fechou novamente.
Uau. Era um policial, sr. Abril. Hum, quer dizer, Sam Claflim.
– Abra, Anahí!
Ela deu uma olhada nele pelo olho mágico da porta. Ele esrava de pé, com os braços cruzados, parecendo compenetrado, mas seu cabelo estava uma bagunça e ela não viu um revólver em lugar nenhum. E que tipo de policial trabalhava às dez da manhã, num sábado sem nuvens como aquele?
Anahí deu uma olhada em seu reflexo no espelho redondo, do outro lado da sala. Jesus. Marcas de travesseiro no rosto? Sim. Olhos inchados, lábios precisando de gloss? Certamente. Anahí passou depressa as mãos pelo rosto, juntou o cabelo num rabo de cavalo, e colocou seus óculos de sol Chanel. Então, escancarou a porta.
– Oi! – ela o cumprimentou, alegremente. – Como você está?
– Sua mãe está em casa? – perguntou ele.
– Não – informou Anahí, flertando. – Ela ficará fora à manhã toda.
Claflim apertou os lábios, parecendo estressado.
Anahí percebeu que Claflim tinha um pequeno Band-Aid bem em cima da sobrancelha.
– O que foi? Sua namorada enfeitou você? – ela perguntou, apontando para o curativo.
– Não... – Claflim tocou o Band-Aid. – Eu dei uma pancada no meu armário de remédios quando estava lavando o rosto. – Ele revirou os olhos. – Não sou a pessoa mais graciosa pela manhã.
Anahí sorriu.
– Bem-vindo ao clube. Eu caí de bunda ontem à noite, à toa.
A expressão gentil de Claflim subitamente se tornou rígida.
– Foi antes ou depois que você roubou o carro?
Anahí deu um passo para trás.
– O quê?
Por que Claflim estava olhando para ela como se ela fosse a filha de extraterrestres?
– Houve uma denúncia anônima de que você roubou um carro – afirmou, vagarosamente.
A boca de Anahí se abriu.
– Eu... O quê?
– Uma BMW preta? Pertencente ao sr. Edwin Crawford? Você bateu em um poste? Depois de beber uma garrafa inteira de Ketel One? Qualquer dessas coisas lhe soa familiar?
Anahí empurrou os óculos escuros para cima do nariz. Espera aí, foi isso o que aconteceu?
– Eu não estava bêbada ontem à noite – mentiu.
– Nós encontramos uma garrafa de vodca no chão do carro, do lado do motorista – disse Claflim. – Então, alguém estava bêbado.
– Mas... – começou Anahí.
– Eu tenho que levá-la para a delegacia – Claflim interrompeu, parecendo um pouco desapontado.
– Eu não roubei! – gritou Anahí. – Chace, o filho dele, disse que eu podia pegá-la!
Claflim levantou uma das sobrancelhas.
– Então, você admite que estava dirigindo a BMW?
– Eu... – começou Anahí. Merda. Ela deu um passo de volta para dentro da casa. – Mas minha mãe nem mesmo está aqui. Ela não saberá o que aconteceu comigo.
Vergonhosamente, lágrimas brotaram em seus olhos. Ela virou-se, tentando se recompor.
Claflim jogava o peso do corpo de um pé para o outro, balançando-se desconfortavelmente. Parecia que ele não sabia o que fazer com as mãos, primeiro, ele as colocou nos bolsos, depois, as levantou perto de Anahí, e então apertou uma contra a outra.
– Ouça, nós podemos ligar para a sua mãe da delegacia, certo? Eu não vou algemá-la. Você pode ir no banco da frente, comigo. – Ele caminhou de volta para o carro e abriu a porta do passageiro para ela.
Uma hora mais tarde, ela sentou nos mesmos assentos de plástico da delegacia, encarando o mesmo cartaz de “O mais procurado do condado de Chester”, lutando contra a vontade de chorar novamente. Ela tinha acabado de fazer um exame de sangue para ver se ainda estava bêbada. Anahí não sabia se estava, o álcool fica no corpo por tanto tempo? Agora Claflim estava curvado sobre a mesma mesa, que tinha as mesmas canetas Bic e uma mola metálica. Ela beliscou a palma da mão com as unhas e engoliu em seco.
Infelizmente, os eventos da noite passada tinham se misturado em sua cabeça. O Porsche, o cervo, o air bag. Chace tinha dito que ela podia pegar o carro? Ela duvidava; a última coisa de que conseguia se lembrar era o pequeno discurso de autoestima dele, antes de se livrar dela no bosque.
– Ei, você estava na batalha das bandas, em Swarthmore, na noite passada?
Um cara com idade para estar na faculdade, com um cabelo escovinha e sobrancelhas unidas, sentou ao lado dela. Ele usava uma camisa de surfista, de flanela rasgada, jeans respingado de tinta e estava sem sapatos. As mãos dele estavam algemadas.
– Hum, não – murmurou Anahí.
Ele se inclinou para perto dela, e Anahí podia sentir seu hálito de cerveja.
– Ah. Eu pensei ter visto você lá. Eu estava, bebi demais e comecei a assustar as vacas de alguém. É por isso que estou aqui! Estava invadindo a propriedade alheia!
– Bom para você – retrucou ela, fria.
– Qual o seu nome? – Ele fez tinir suas algemas.
– Hum, Angelina. – Até parece que ela ia dizer seu nome verdadeiro para aquele cara.
– Oi, Angelina – disse ele –, meu nome é Brad!
Anahí riu de como a frase soara.
Bem nesse momento, a porta da frente da delegacia se abriu. Anahí deu um salto para trás em seu assento e empurrou os óculos escuros para o alto do nariz. Ótimo. Era a mãe dela.
– Eu vim assim que soube – disse a sra. Portilla para Claflim.
Naquela manhã, a sra. Portilla usava uma simples camiseta com decote canoa, jeans James de cintura baixa, sapatos Gucci de salto alto abertos na ponta e atrás, e exatamente os mesmos óculos Chanel que Anahí estava usando. Sua pele brilhava, ela tinha passado a manhã inteira no SPA, e seu cabelo loiro estava puxado para trás num rabo de cavalo simples. Anahí deu uma olhada. Sua mãe estava usando sutiã com enchimento? Os seios dela pareciam pertencer a outra pessoa.
– Eu falarei com ela – a sra. Portilla garantiu a Claflim, em voz baixa. Então, caminhou até Anahí. Ela cheirava a bandagem corporal de algas marinhas. Anahí, certa de que cheirava a Ketel One e panquecas Eggo, tentou se encolher em seu assento.
– Sinto muito – choramingou Anahí.
– Eles obrigaram você a fazer um exame de sangue? – sibilou ela.
Anahí concordou com a cabeça, miseravelmente.
– O que mais você disse a eles?
– Na-nada – gaguejou ela.
A sra. Portilla entrelaçou as mãos manicuradas à francesinha.
– Ok. Eu cuidarei disso. Apenas fique quieta.
– O que você vai fazer? – sussurrou ela de volta. – Você vai chamar o pai de Chace?
– Eu disse que eu cuido disso, Anahí.
A mãe dela se levantou de um dos assentos de plástico e se inclinou sobre a escrivaninha de Claflim. Anahí abriu sua bolsa com violência, procurando pelo seu pacote de emergência de balas Twizzlers Pull-n-Peel. Ela deveria ter apenas umas duas, não um pacote inteiro. Tinha que estar ali em algum lugar.
Enquanto retirava as Twizzlers, sentiu seu BlackBerry zumbir. Anahí hesitou. E se fosse Chace, xingando-a por mensagem de voz? E se fosse Oka? Onde diabos estava Oka? Eles realmente tinham deixado que ela fosse ao torneio de golfe? Ela não tinha roubado o carro, mas havia ido junto no passeio. Isso tinha que contar para alguma coisa.
O BlackBerry de Anahí tinha algumas chamadas perdidas. Chace... Seis vezes. Ola, duas vezes, às oito e às oito e meia da manhã. Havia também algumas mensagens de texto novas: um punhado dos garotos da festa, que não tinham nada a ver com a história, e outra de um número de celular que ela não conhecia. O estômago de Anahí deu um nó.
Anahí: Você se lembra da escova de dentes de Ashley?
Eu achei que lembraria! — A
Anahí piscou. Um suor frio e pegajoso grudou em sua nuca. Ela se sentiu tonta. A escova de dentes de Ashley?
– Vamos lá – disse ela, tremendo, tentando rir. Deu uma olhada para cima, para a mãe, mas ela ainda estava curvada sobre a mesa de Claflim, conversando com ele.
Quando estava em Annapolis, depois que o pai dela lhe disse que ela era, essencialmente, uma porca, Anahí saiu rapidamente da mesa e correu para dentro da casa. Ela se enfiou no banheiro, fechou a porta e sentou-se no vaso sanitário.
Ela inspirava profundamente, tentando se acalmar. Por que não podia ser linda, graciosa e perfeita como Angel ou Ashley? Por que tinha que ser quem ela era, atarracada e desajeitada, um lixo? E ela não sabia ao certo com quem estava mais brava, seu pai, Ashley, ela mesma ou... Angelique.
Enquanto se engasgava em lágrimas quentes e raivosas, percebeu três fotos enquadradas na parede em frente ao vaso sanitário. Todas as três eram closes dos olhos de alguém. Ela reconheceu imediatamente os olhos furtivos, expressivos, de seu pai. E havia os de Charlize, pequenos, em forma de amêndoa. O terceiro par de olhos era grande, inebriante. Eles pareciam saídos diretamente de uma propaganda de rímel Chanel. Eles eram, obviamente, de Ashley.
Estavam todos olhando para ela.
Anahí encarou-se no espelho. O som de um riso fraco veio de fora. O estômago dela parecia que estava explodindo com a pipoca que todo mundo a tinha visto comer. Ela se sentiu tão enjoada, só queria aquilo fora dela, mas quando se inclinou sobre o vaso, nada aconteceu. Lágrimas escorreram por seu rosto. Enquanto alcançava um lenço de papel, percebeu uma escova de dentes verde, colocada em uma pequena xícara de porcelana. Ela lhe deu uma ideia.
Demorou dez minutos para que ela tivesse coragem para colocá-la na garganta, mas, quando o fez, se sentiu pior e ao mesmo tempo melhor. Começou a chorar ainda mais forte, mas também queria fazê-lo novamente. Quando enfiou a escova de dentes de volta na boca, a porta do banheiro se escancarou.
Era Angelique. Os olhos dela correram de Anahí ajoelhada no chão para a escova de dentes em sua mão.
– Uau – disse.
– Por favor, vá embora – sussurrou Anahí.
Angelique deu um passo para dentro do banheiro.
– Você quer falar sobre isso?
Anahí olhou para ela, desesperada.
– Pelo menos feche a porta!
Angel fechou a porta e se sentou na beirada da banheira.
– Há quanto tempo você vem fazendo isso?
O lábio de Anahí tremia.
– Fazendo o quê?
Angel fez uma pausa, olhando para a escova de dentes. Seus olhos se alargaram. Anahí olhou para ela também. Ela não tinha percebido antes, mas ASHLEY estava impresso na lateral, em letras brancas.
Um telefone tocou alto na delegacia e Anahí deu um salto. Lembra-se da escova de dentes de Ashley? Outras pessoas poderiam saber sobre o distúrbio alimentar de Anahí, tê-la visto entrando na delegacia, ou até mesmo saber sobre Ashley. Mas sobre a escova de dentes verde só uma pessoa sabia.
Anahí gostava de acreditar que, se Angel estivesse viva, estaria contente por ela, agora que sua vida era tão perfeita. Aquela cena era repassada em sua mente constantemente. Angel impressionada com os jeans tamanho 36 dela. Angel surpresa, fazendo “ohs” sobre seus batons, o gloss Chanel. Angel lhe dando os parabéns pelo fato de ela ter planejado uma festa perfeita na piscina.
Com as mãos tremendo, Anahí digitou: É a Angelique?
– Claflim! – um policial gritou. – Nós precisamos de você aqui nos fundos.
Anahí olhou para cima. Sam Claflim levantou-se de sua mesa, se desculpando com a mãe de Anahí. Em segundos, o recinto inteiro explodiu em ação. Um carro de polícia saiu voando do estacionamento; três outros o seguiram. Telefones tocavam loucamente; quatro policias correram pela sala.
– Parece ser algo grande. – disse Brad, o invasor bêbado sentado ao lado dela. Anahí sobressaltou-se. Tinha esquecido que ele estava lá.
– Falta de rosquinha? – perguntou ela, tentando rir.
– Maior – ele agitou as mãos algemadas, animado. – Parece algo muito grande.
Autor(a): Dulce Coleções
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore