Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
O sol entrou através da janela do celeiro, e, pela primeira vez na vida de Maite, ela foi acordada pelo gorjeio de pardais cheios de vida, em vez do apavorante mix techno dos anos 1990, que o pai dela fazia explodir na sala de ginástica da casa principal. Mas ela podia aproveitá-lo? Não.
Embora não tivesse bebido uma gota na noite passada, seu corpo estava dolorido, com calafrios e de ressaca. Havia zero de sono em seu tanque de combustível. Depois que William saiu, tinha tentado dormir, mas sua mente dava voltas. A maneira como William a segurou pareceu tão... Diferente. Maite nunca tinha sentido nada nem remotamente parecido.
Mas, então, aquele torpedo. E a expressão calma, assombrada. E...
Na noite anterior, o celeiro rangeu e gemeu, e Maite puxou as cobertas para cima do nariz, tremendo. Ela se repreendeu por ser tão paranoica e imatura, mas não podia evitar. Continuou pensando nas possibilidades.
Finalmente, ela se levantou e reiniciou o computador. Por algumas horas, procurou na internet. Primeiro, olhou em sites técnicos, procurando por respostas de como rastrear torpedos. Sem sorte. Então, tentou encontrar de onde aquele primeiro e-mail, aquele sobre “inveja”, tinha vindo. Ela queria, desesperadamente, que a trilha acabasse em Daniel Sharman.
Descobriu que Daniel tinha um blog, mas depois de explorar a coisa toda, não encontrou nada. As anotações eram todas sobre os livros que Daniel gostava de ler, um garoto estúpido filosofando, um par de passagens melancólicas sobre uma paixonite não correspondida por alguma garota cuja nome ele nunca citou. Ela pensou que ele podia cometer um erro e se entregar, mas ele não o fez.
Por fim, introduziu as palavras-chave pessoas desaparecidas e Angelique Boyer.
Ela encontrou a mesma coisa de três anos antes, os relatórios da CNN e do Philadelphia Inquirer, grupos de busca, e sites bizarros, como um mostrando como Angelique poderia estar com diferentes estilos de cabelo. Maite encarou a foto da escola que eles tinham usado; ela não via uma foto de Angel há muito tempo. Reconheceria Angel se ela tivesse, por exemplo, um cabelo curto, preto? Ela certamente parecia diferente nessa foto que eles tinham criado.
A porta de tela da casa principal rangeu quando ela a empurrou, aflita. Lá dentro, ela sentiu o cheiro de café recém-preparado, o que era estranho, porque normalmente a mãe dela ainda estava nos estábulos a esta hora, enquanto o pai estava cavalgando, ou no campo de golfe. Ela se perguntava o que tinha acontecido entre Mila e William depois da noite anterior, rezando para não ter de encará-los.
– Nós estávamos esperando você.
Maite saltou. Na mesa da cozinha estavam seus pais e Mila. O rosto da mãe estava pálido e cansado e as bochechas do pai estavam vermelho-beterraba. Os olhos de Mila estavam vermelhos e inchados. Nem mesmo os dois cachorros pularam para saudá-la, como normalmente faziam.
Maite engoliu em seco. Nem uma oração poderia ajudá-la ali.
– Sente-se, por favor – pediu o pai, calmamente.
Maite se arrastou pesadamente até uma cadeira de madeira e sentou-se ao lado da mãe. A sala estava tão parada e silenciosa que ela podia ouvir o próprio estômago dando cambalhotas de medo.
– Eu nem mesmo sei o que dizer – resmungou a mãe. – Como você pôde?
O estômago de Maite pesou. Ela abriu a boca, mas a mãe levantou a mão para ela.
– Você não tem o direito de falar agora.
Maite fechou a boca, apertando os lábios, e abaixou os olhos.
– Honestamente – começou o pai –, estou tão envergonhado por você ser minha filha neste momento. Eu achava que nós a tínhamos educado melhor.
Maite futucou uma cutícula áspera em um dos polegares e tentou fazer seu queixo parar de tremer.
– O que você estava pensando? – perguntou a mãe. – Aquele era o namorado dela. Eles estavam planejando morar juntos. Você percebe o que fez?
– Eu... – começou Maite.
– Quero dizer... – interrompeu a mãe dela e então, torceu as mãos e olhou para baixo.
– Você é menor de dezoito anos, o que significa que nós somos legalmente responsáveis por você – disse o pai. – Mas, se dependesse de mim, eu trancaria você do lado de fora agora mesmo.
– Eu queria nunca mais ter que ver você novamente – Mila cuspiu.
Maite achou que ia desmaiar. Ela meio que esperou que eles abaixassem suas xícaras de café e dissessem a ela que estavam só brincando, que tudo estava bem. Mas eles sequer conseguiam olhar para ela. As palavras de seu pai machucavam seus ouvidos: Eu estou tão envergonhado por você ser minha filha. Ninguém nunca havia dito algo assim para ela antes.
– Uma coisa é certa: Mila se mudará para o celeiro – continuou a mãe dela. – Eu quero todas as suas coisas fora de lá e de volta ao seu velho quarto. E quando a casa dela na cidade estiver pronta, eu vou transformar o celeiro num estúdio de cerâmica.
Maite fechou os punhos sob a mesa, desejando não chorar. Ela não ligava para o celeiro, de verdade. Era o que tinha vindo com o celeiro que importava. Era que seu pai iria construir prateleiras para ela. Sua mãe ia ajudá-la a escolher novas cortinas. Eles tinham dito que ela podia ter um gatinho, e todos passariam alguns minutos pensando em nomes engraçados para ele. Eles estavam animados por ela. Eles se importavam.
Ela alcançou o braço de sua mãe.
– Eu sinto muito...
A mãe tirou o braço.
– Maite, não.
Ela não conseguiu engolir o soluço. As lágrimas começaram a escorrer por suas faces.
– Não é a mim que você deve desculpas, de qualquer forma – declarou a mãe, numa voz baixa.
Maite olhou para Mila, chorando do outro lado da mesa. Ela assoou o nariz. Por mais que odiasse Mila, ela nunca tinha visto a irmã tão infeliz, não desde que Dylan havia terminado com ela no colégio. Era errado paquerar William, mas Maite não havia pensado que isso iria tão longe quanto foi. Tentou se colocar no lugar de Mila, se ela tivesse conhecido William primeiro e Mila o tivesse beijado, ela estaria destruída também. O coração dela amoleceu.
– Eu sinto muito – sussurrou ela.
Mila estremeceu.
– Apodreça no inferno – cuspiu a irmã.
Maite mordeu o lado de dentro da boca com tanta força que sentiu gosto de sangue.
– Apenas tire suas coisas do celeiro. – A mãe suspirou. – E então, saia da nossa frente.
Os olhos de Maite se arregalaram.
– Mas... – guinchou ela. O pai lançou-lhe um olhar enfraquecido.
– É tão desprezível – murmurou a mãe.
– Você é uma cadela – xingou Mila.
Maite concordou com a cabeça, talvez, se concordasse com eles, eles parassem. Ela queria virar uma bolinha e sumir. Em vez disso, murmurou:
– Eu vou fazer isso agora.
– Que bom. – O pai tomou outro gole de café e saiu da mesa.
Mila fez um barulhinho e empurrou sua cadeira para trás. Soluçou o caminho todo até o seu quarto e bateu a porta.
– William foi embora na noite passada – informou o sr. Perroni, enquanto parava no batente da porta. – Nós não ouviremos mais falar dele. E se você sabe o que é melhor para você, nunca mais falará sobre ele novamente.
– Claro – resmungou Maite, e abaixou a cabeça na fria mesa de carvalho.
– Bom.
Maite manteve a cabeça firmemente pressionada contra a mesa, fazendo respirações da ioga, esperando alguém voltar e dizer a ela que tudo ficaria bem. Mas ninguém fez isso.
Do lado de fora, ouviu a sirene de uma ambulância à distância. Parecia que estava vindo na direção da casa. Maite sentou-se. Oh Deus. E se Mila tivesse... Se ferido? Ela não faria isso, faria? As sirenes aumentavam, chegando mais perto. Maite empurrou sua cadeira para trás.
Caramba. O que ela havia feito?
– Mila! – gritou ela, correndo para as escadas.
– Você é uma vagabunda! – veio uma voz. – Uma maldita vagabunda!
Maite desmoronou para trás contra o gradil. Parecia que Mila estava bem, afinal.
Autor(a): Dulce Coleções
Este autor(a) escreve mais 9 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Ale pedalava furiosamente para longe da casa de Dulce, desviando por pouco de um corredor na lateral da estrada. – Cuidado! – gritou ele. Quando passou por um vizinho, que passeava com dois enormes cães dinamarqueses, Ale tomou uma decisão. Ela precisava ir à casa de Vanessa. Era a única resposta. Talvez Vanessa quisesse dizer aquilo ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
-
ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
-
ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
-
ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
-
ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
-
Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
-
eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
-
ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
-
ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
-
ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore