Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Oka Giner parou o Hummer de seus pais, mas manteve o motor ligado. Ela jogou o celular em sua enorme bolsa cor de conhaque Lauren Merkin e deu um sorriso malicioso para sua amiga Anahí.
– Tentei ligar para você.
Cautelosa, Anahí permaneceu na calçada.
– Por que você está aqui?
– Do que você está falando?
– Bem, eu não pedi para você me dar uma carona. – Tremendo,Anahí apontou para seu Toyota Prius, no estacionamento. – Meu carro está logo ali. Alguém contou a você que eu estava aqui ou...?
Oka enrolou uma longa mecha de cabelo em volta do dedo.
– Saí da igreja agora e estou indo para casa, sua maluca. Eu vi você e encostei. – Ela deu uma risadinha. –Você tomou o Valium da sua mãe? Parece um pouco confusa.
Anahí tirou um Camel Ultra Light do maço de cigarros que estava em sua bolsa Prada preta e o acendeu. Claro que ela parecia confusa. Sua antiga melhor amiga havia sido assassinada e, durante toda a semana, ela vinha recebendo mensagens de texto apavorantes de alguém chamado A. Em todos os instantes daquele dia, enquanto se arrumava para o funeral de Angel, comprava uma Coca Diet no Wawa, dirigia em direção à igreja de Rosewood, ela tivera certeza de que alguém a estava observando.
– Eu não vi você na igreja – murmurou.
Oka tirou os óculos de sol e mostrou os olhos.
– Você olhou bem na minha direção. Eu acenei para você. Nada disso soa familiar?
Anahí deu de ombros.
– Eu... Eu não me lembro.
– Bem, acho que você estava ocupada com suas velhas amigas – respondeu Oka, ressentida.
Anahí se arrepiou. Suas antigas amigas eram um assunto delicado entre elas: um milhão de anos atrás, Oka era uma das meninas de quem Angel, Anahí e as outras tiravam sarro. Ela havia se tornado o alvo preferido delas depois que Megan se acidentara.
– Desculpe. A igreja estava lotada.
– Não é como se eu estivesse me escondendo. – pareceu magoada. – Eu estava sentada atrás de Chace.
Anahí respirou fundo. Chace.
Chace Crawford agora era seu ex-namorado; o relacionamento deles havia implodido na festa de volta às aulas de Christopher Uckermann, na noite da última sexta-feira. Hanna havia decidido que aquela sexta-feira seria a noite em que perderia a virgindade, mas, quando ela começou a se insinuar para Chace, ele a empurrou e lhe passou um sermão sobre respeitar o próprio corpo. Para se vingar, Anahí levou a BMW dos Crawford para dar um passeio com ela e Oka, e a arrebentou, batendo contra um poste, na frente de uma loja de material de construção.
Oka pisou no acelerador com seu peep-toe de salto alto, ressuscitando o motor de um bilhão de cilindros do carro.
– Então, escute. Temos uma emergência... Nós ainda não temos companhia.
– Para o quê? – Anahí piscou.
Oka ergueu uma das sobrancelhas perfeitamente feitas.
– Alô-ô, Anahí!? Para a Foxy! É neste fim de semana! Agora que você chutou Chace, precisa convidar alguém legal.
Anahí olhou para os pequenos dentes-de-leão que cresciam nas fendas da calçada. Foxy era o baile de caridade anual, organizado pela Liga de Caça à Raposa de Rosewood, era daí que vinha o nome do baile. Uma doação de 250 dólares para alguma instituição de caridade garantia um jantar, dança, uma chance de ter sua fotografia publicada no Philadelphia Inquirer e no glam-R5.com, o blog de colunismo social da região e era uma grande desculpa para usar uma roupa linda, beber e dar uns amassos no namorado de outra pessoa. Anahí havia pagado por seu lugar em julho, pensando que iria com Chace.
– Eu nem sei se vou – murmurou, tristonha.
– Claro que você vai. – Oka revirou os olhos e suspirou. – Olha, liga para mim quando reverterem sua lobotomia. – Dito isso, ela ligou o carro e saiu, cantando pneus.
Anahí andou devagarinho até o seu Prius. Suas amigas haviam ido embora, e seu carro prateado parecia solitário no estacionamento vazio. Uma sensação desconfortável tomava conta dela. Oka era sua melhor amiga, mas havia toneladas de coisas que Anahí não estava contando a ela no momento. Como as mensagens de A. Ou sobre como fora presa no sábado de manhã por roubar o carro do senhor Crawford. Ou sobre como Chace é que dera um chute nela, e não o contrário. Chace era tão diplomático que dissera aos amigos apenas que eles “haviam decidido conhecer outras pessoas”. Anahí achou que poderia mudar um bocadinho a história em seu benefício e, assim, ninguém descobriria a verdade.
Mas se ela contasse a Oka qualquer dessas coisas, isso mostraria que sua vida estava saindo do controle. Anahí e Oka haviam se reinventado juntas, e a regra era que, por serem, juntas, as musas da escola, tinham de ser perfeitas. Isso significava que deveriam permanecer magricelas, comprar os jeans skinny Paige antes de qualquer outra pessoa e nunca perder o controle. Qualquer fenda em suas armaduras poderia mandá-las de volta ao mundo das perdedoras fora de moda, e elas não queriam voltar para lá. Nunca. Por isso, Anahí tinha que fingir que nada horroroso acontecera na semana anterior, mesmo que, sem dúvida, tivesse acontecido.
Anahí nunca passara pela experiência de saber que algum conhecido seu tivesse morrido; muito menos assassinado. E o fato de essa pessoa ser Angel, somado aos recados de A, tornava a situação toda ainda mais assustadora. Se alguém sabia mesmo sobre A Coisa com Megan... E se contasse... E se esse alguém ainda por cima tivesse algo a ver com a morte de Angel, a vida de Anahí estava, definitivamente, fora de controle.
Anahí entrou com o carro na garagem de tijolos estilo georgiano de sua casa com vista para o monte Kale. Quando viu seu reflexo no espelho retrovisor do carro, ficou horrorizada ao constatar que sua pele estava manchada e oleosa, e seus poros estavam enormes. Ela se inclinou na direção do espelho e, então, de repente... Sua pele estava perfeita. Anahí respirou fundo e de forma irregular algumas vezes, antes de sair do carro. Nos últimos dias, tivera um monte de alucinações como essa.
Tremendo, entrou quieta em casa e foi até a cozinha. Quando chegou nas portas-balcão de vidro, ficou paralisada.
A mãe de Anahí estava sentada à mesa da cozinha, com um prato de queijo e biscoitos na sua frente. Seu cabelo estava preso em um coque elaborado e seu relógio Chopard, incrustado de diamantes, cintilava à luz do sol da tarde. Seus fones de ouvido sem fio, da Motorola, estavam em suas orelhas.
E ao lado dela... Estava o pai de Anahí.
– Nós estávamos esperando por você – informou o pai.
Anahí deu um passo para trás. O cabelo dele estava mais grisalho e ele usava óculos de aro redondo, mas, fora isso, estava exatamente igual: alto, olhos enrugados, camiseta polo azul. Sua voz ainda era a mesma, profunda e calma, como a de um locutor de rádio. Fazia quatro anos que Anahí não o via ou falava com ele.
– O que você está fazendo aqui? – falou ela sem pensar.
– Eu estava na Filadélfia a trabalho – explicou o sr. Portilla, sua voz desafinando de nervosismo ao pronunciar a palavra trabalho. Ele ergueu sua caneca de café com a figura de um doberman. Era a caneca que ele usava quando morava com elas; Anahí se perguntou se ele havia procurado por ela no armário. – Sua mãe me ligou para contar sobre Angelique. Meus pêsames, Anahí.
– Ah, tá. – Anahí pareceu distraída. Ela estava perplexa.
– Você precisa conversar sobre algum assunto? – A mãe mordiscou um pedaço de cheddar.
Anahí balançou a cabeça, aturdida. A relação da sra. Portilla com Anahí era mais como chefe/estagiária do que como mãe/filha. Letícia Portilla havia lutado para abrir seu caminho no mundo dos executivos de publicidade na agência McManus & Tate da Filadélfia e tratava a todos como se não passassem de mais um empregado. Anahí não conseguia lembrar qual havia sido a última vez que a mãe lhe fizera uma pergunta gentil. Provavelmente nunca.
– Hum... Então... Está tudo bem. Obrigada assim mesmo – respondeu ela, um pouco arrogante.
Será que eles podiam mesmo culpá-la por ser um pouco amarga? Depois do divórcio, seu pai se mudara para Annapolis, começara um relacionamento com uma mulher chamada Charlize, herdando uma linda quase-enteada, Ashley. O pai tornara sua nova casa tão pouco acolhedora para ela que Anahí o visitara apenas uma vez. Seu pai não tentava ligar para ela, mandar e-mails, nada, havia anos. Ele nem sequer mandava presentes de aniversário, só cheques.
O pai suspirou.
– Esta, provavelmente, não é a melhor forma de discutir as coisas.
Anahí olhou para ele.
– Discutir as coisas.
O sr. Portilla limpou a garganta.
– Bem, sua mãe me ligou também por outra razão. – Ele baixou os olhos. – O carro.
Anahí franziu a testa. Carro? Que carro? Ah.
– Já é ruim o suficiente que você tenha roubado o carro do sr. Crawford – continuou o pai. – Mas... Abandonar o local do acidente?
Anahí olhou para a mãe.
– Pensei que isso tivesse sido resolvido.
– Nada está resolvido. – A sra. Portilla a encarou.
Tá, até parece, Anahí queria dizer.
Quando os policiais a soltaram, no sábado, sua mãe lhe dissera, de modo misterioso, que “estava dando um jeito nas coisas” e que Anahí não precisava se preocupar. O mistério foi resolvido quando ela pegou sua mãe com um jovem policial, Sam Claflim, dando uns amassos na cozinha da casa delas, na noite seguinte.
– Estou falando sério – disse a sra. Portilla, e Anahí interrompeu seu sorriso malicioso. – A polícia concordou em arquivar o caso, sim, mas isso não muda tudo o que está acontecendo com você, Anahí. Primeiro, você roubou na Tiffany, e agora isso. Não sei o que fazer. Então, liguei para o seu pai.
Anahí encarou o prato de queijo, muito desconcertada para olhar para qualquer um dos dois nos olhos. A mãe também havia contado ao pai que ela fora pega por roubar na Tiffany?
O sr. Portilla limpou a garganta.
– Apesar de o caso estar encerrado para a polícia, o sr. Crawford quer continuar com o assunto de forma privada, sem levá-lo a um tribunal.
Anahí mordeu a boca por dentro.
– O seguro não paga por essas coisas?
– Não é bem isso – respondeu o pai. – O sr. Crawford fez uma proposta à sua mãe.
– O pai de Chace é cirurgião plástico – explicou a mãe dela –, mas a menina dos olhos dele é uma clínica de reabilitação para vítimas de queimaduras. Ele quer que você se apresente lá amanhã, às três e meia da tarde.
Anahí franziu o cenho.
– Por que nós não podemos só dar o dinheiro a ele?
O pequeno telefone LG da sra. Portilla começou a tocar.
– Eu acho que isso vai ser uma boa lição para você fazer algum bem para a comunidade. Entender o que você fez.
– Mas eu entendo! – Anahí Portilla não queria sacrificar seu tempo livre em uma clínica para pessoas queimadas. Se ela tinha que fazer trabalho voluntário, por que não podia ser em algum lugar mais chique? Tipo na ONU, com Nicole e Angelina?
– Já está tudo resolvido – disse a sra. Portilla, bruscamente. Depois, gritou ao telefone: – Carson? Você fez os ensaios?
Anahí se sentou, as unhas cravadas nos pulsos. Na verdade, ela queria ir lá para cima tirar o vestido do funeral, ele estava fazendo suas coxas parecerem enormes ou era só seu reflexo nas portas da varanda?, refazer a maquiagem, perder uns dois quilos e tomar um gole de vodca. Depois, poderia voltar e se apresentar outra vez.
Quando deu uma olhada para o pai, ele lhe deu um sorrisinho. O coração de Anahí deu um salto. Seus lábios se abriram como se ele fosse falar, mas então o celular dele também tocou. Ele ergueu um dos dedos, fazendo sinal para Anahí esperar.
– Ashley? – atendeu ele.
O coração de Anahí encolheu. Ashley. A linda e perfeita quase enteada.
O pai dela encaixou o telefone embaixo do queixo.
– Ei! Como foi a corrida? – Ele fez uma pausa e depois sorriu, radiante. – Menos de dezoito segundos? Isso é incrível!
Anahí pegou um pedação de cheddar do prato. Quando estivera em Annapolis, Ashley nem sequer olhara para ela. Ela e Angel, que acompanhara Anahí para dar apoio moral, logo haviam se tornado as melhores amigas do mundo, excluindo Anahí completamente. Aquilo fizera Anahí devorar qualquer lanchinho num raio de um quilômetro e meio, tudo isso aconteceu no tempo em que ela era gorducha e feia, e comia sem parar. Quando ela se contorceu com as mãos na barriga de tanta dor, o pai apertara seu dedo do pé e perguntara “Minha porquinha não está se sentindo bem?” na frente de todo mundo. Depois disso, Anahí buscara refúgio no banheiro e enfiara uma escova de dentes na garganta.
O naco de cheddar pairava, indeciso, na frente da boca de Anahí. Respirando fundo, ela o embrulhou em um guardanapo e jogou tudo no lixo. Todas aquelas coisas aconteceram há muito tempo... Quando ela era uma Anahí bem diferente. Só Angel sabia sobre aquilo e Anahí enterrara esse segredo bem fundo.
Autor(a): Dulce Coleções
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore