Fanfics Brasil - Capítulo 2: Laranjas, pêssegos e limas, ah, meu Deus Parte 2 Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 2: Laranjas, pêssegos e limas, ah, meu Deus Parte 2

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A primeira coisa que viu quando chegou à velha casa de estilo vitoriano de Angelique, no topo de uma rua cheia de folhas secas, foi uma grande pilha no meio-fio, com uma placa ao lado que dizia “De graça!”. Ela apertou os olhos, dando-se conta de que algumas daquelas coisas eram de Angel, reconheceu a poltrona branca de veludo do quarto da amiga. Os Boyer haviam se mudado quase nove meses antes. E, pelo jeito, haviam deixado algumas coisas para trás.


Ela estacionou atrás de um enorme caminhão de mudança e saiu do Volvo.


– Uau – sussurrou, tentando não deixar que o lábio inferior tremesse.


Debaixo da poltrona havia várias pilhas de livros velhos. Ale se abaixou e olhou as lombadas. The Red Badge of Courage. O príncipe e o mendigo. Ela se lembrava de ter lido esses livros nas aulas de inglês do sétimo ano, com o sr. Pierce, e de conversar sobre simbolismo, metáforas e desfecho. Havia mais livros ali debaixo, e também alguns volumes que se pareciam com velhos cadernos. Havia caixas perto dos livros nas quais se podia ler: ROUPAS DE ANGELIQUE E TRABALHOS ESCOLARES DE ANGELIQUE. Havia uma fita vermelha e azul saindo de uma cesta. Ale puxou um pedacinho dela. Era uma medalha de natação do sexto ano que ela deixara na casa de Angelique certo dia, quando elas inventaram um jogo chamado Deusas Olímpicas do Sexo.


– Você quer ficar com isso?


Ale deu um pulo. Ela viu uma menina alta e magricela, de pele bronzeada e com cabelos rosados e encaracolados. A garota vestia uma camiseta amarela cuja alça caía em seu ombro, deixando à mostra a alça do sutiã, laranja e verde. Ale não tinha certeza, mas pensou que tinha o mesmo sutiã em casa. Era da Victoria’s Secret e tinha pequenas laranjas, pêssegos e limas estampadas por toda a ahm... Parte dos peitos.


A medalha de natação saiu de suas mãos e caiu no chão, fazendo barulho.


– Hum, não. – Ela se abaixou para pegá-la.


– Você pode pegar o que quiser daí. Viu a placa?


– Não, mesmo, está tudo bem.


A garota estendeu a mão.


– Vanessa Morgan. Acabo de mudar para cá.


– Eu... – As palavras ficaram presas na garganta de Ale. – Eu sou Ale – por fim, conseguiu dizer, aceitando a mão estendida de Vanessa e cumprimentando-a. Parecia muito formal apertar a mão de uma menina e Ale não tinha certeza de já ter feito aquilo antes. Ela se sentia um pouco tonta. Será que havia comido pouco cereal de mel no café da manhã?


Vanessa mostrou as coisas no chão, com um gesto.


– Você acredita que toda essa tralha estava no meu quarto? Tive que tirar tudo de lá eu mesma. Que saco.


– É, todas essas coisas eram da Angelique. – Ale quase sussurrou.


Vanessa abaixou para dar uma olhada na papelada e colocou a alça da camiseta de volta no lugar.


– Ela é sua amiga?


Ale ficou paralisada. É? Será que Vanessa não tinha ouvido falar sobre o desaparecimento de Angel?


– Ah... Ela era. Há muito tempo. Ela e um bando de outras garotas que viviam por aqui – Ale explicou, deixando de fora a parte sobre o sequestro ou assassinato, ou o que possa ter acontecido, que nem ousava imaginar. – No sétimo ano. E agora estou indo para o segundo ano do ensino médio na Rosewood Day. – As aulas começariam depois do final de semana. E os treinos de natação também. O que significava três horas de voltas na piscina todo dia. Ale não queria nem pensar nisso.


– Vou estudar em Rosewood também! – Vanessa sorriu. Ela sentou-se na velha poltrona de veludo de Angelique, e as molas fizeram barulho.


– No voo para cá, meus pais só falavam sobre como eu tenho sorte de ter entrado em Rosewood e como vai ser diferente do meu colégio na Califórnia. Tipo, aposto que vocês não têm comida mexicana por aqui, certo? Nós costumávamos ter na cantina da escola e, hummmmm, era tão bom. Vou ter que me acostumar com o Taco Bell. As gorditas que eles fazem me dão vontade de vomitar.


– Ah – sorriu Ale. Aquela garota falava um bocado. – É sim, a comida é uma droga.


Vanessa levantou da poltrona.


– Isso pode parecer estranho, já que eu acabei de conhecer você, mas será que você se importa de me ajudar a carregar o resto dessas caixas lá para o meu quarto?


Ela fez um gesto na direção de algumas caixas da empresa de mudanças Crate&Barrel, ao lado do caminhão.


Ale arregalou os olhos. Entrar no antigo quarto de Angelique? Mas seria muito rude recusar ajuda, não seria?


– Ah, claro – respondeu ela, insegura.


O vestíbulo da casa ainda cheirava a sabonete Dove e a pétalas secas, exatamente como quando os Boyer viviam lá. Ale parou na soleira e esperou que Vanessa lhe desse instruções, mesmo sabendo que poderia encontrar o velho quarto de Angel, no topo da escadaria, de olhos vendados. Caixas de mudança estavam por todos os lados, e dois galgos italianos magricelos latiram detrás de um portão, na cozinha.


– Deixa eles pra lá – disse Vanessa, subindo as escadas para seu quarto e segurando a porta aberta com seu quadril coberto por um tecido atoalhado.


Uau, tudo está igual, pensou Ale, enquanto entrava no quarto. Mas acontece que não estava: Vanessa havia posto sua cama queen size numa posição diferente, tinha um computador de tela plana enorme em sua escrivaninha e havia pôsteres colados por todo lado, cobrindo o velho papel de parede florido de Angelique. Mas algo parecia igual, como se alguma coisa da velha amiga ainda flutuasse aqui. Ale se sentiu tonta e se apoiou contra a parede, para não cair.


– Pode colocar em qualquer lugar – disse Vanessa. Ale se forçou para ficar em pé, colocou a caixa aos pés da cama e olhou em volta.


– Gosto de seus pôsteres – comentou ela. A maioria era de cantoras e bandas: M.I.A., Black Eyed Peas, Gwen Stefani vestindo um uniforme de líder de torcida. – Eu amo a Gwen – completou ela.


– É – concordou Vanessa. – Meu namorado é completamente obcecado por ela. O nome dele é Justin, ele é de São Francisco, como eu.


– Ah, eu também tenho um namorado – acrescentou Ale. – O nome dele é Jamie.


– Ah, é? – Vanessa sentou-se em sua cama. – Como ele é?


Ale tentou visualizar Jamie, seu namorado há quatro meses. Ela o havia visto dois dias atrás, eles tinham assistido a Doom, em DVD, na casa dela. A mãe de Ale estava na sala ao lado, claro, fazendo aparições esporádicas para perguntar se eles queriam alguma coisa. Todos os amigos deles disseram que os dois deveriam sair juntos, então eles saíram.


– Ele é legal.


– Então, por que você não é mais amiga da menina que vivia aqui? – perguntou Vanessa.


Ale colocou seu cabelo escuro atrás das orelhas. Uau. Então, Vanessa realmente não sabia nada sobre Angelique. Se Ale começasse a falar sobre Angel, porém, poderia começar a chorar, o que seria bem esquisito. Mal conhecia Vanessa.


– Passei os últimos tempos meio afastada das minhas amigas do sétimo ano. Todo mundo mudou muito, eu acho.


Isso é que era atenuar as coisas. Sobre as outras melhores amigas de Ale, Maite havia se tornado uma versão exageradamente perfeita de si mesma; a família de Dulce havia se mudado do nada para a Islândia, no outono seguinte ao desaparecimento de Angel; e a esquisita-mas-adorável Anahí havia se tornado muito não esquisita, mas uma vaca completa. Anahí e sua nova melhor amiga, Oka Giner, haviam se transformado de forma radical no verão entre o oitavo e o nono anos. A mãe de Ale havia visto Anahí recentemente, entrando no Wawa, o supermercado local, e disse a Ale que Anahí parecia “mais vagabunda que aquela tal de Paris Hilton”. Ale nunca tinha ouvido a mãe usar a palavra vagabunda.


– Sei como é quando nos afastamos. – Vanessa fez com que a cama balançasse para cima e para baixo quando se sentou. – Como com meu namorado, sabe? Ele está com tanto medo de que eu vá abandoná-lo, agora que estamos em lados diferentes do país... É um bebezão.


– Meu namorado e eu estamos na equipe de natação, então nos vemos todo o tempo – respondeu Ale, procurando um lugar para se sentar também. Talvez o tempo todo tenha sido exagero, pensou.


– Você nada? – perguntou Vanessa. Ela a mediu com os olhos, o que fez Ale se sentir um pouco esquisita. – Aposto que você é boa mesmo. Você tem os ombros para isso.


– Ah, eu não sei. – Ale ficou vermelha e se inclinou na direção da escrivaninha branca de Vanessa.


– Você é boa, sim! – sorriu Vanessa. – Mas... Se você é toda certinha, isso significa que vai me matar se eu fumar um pouco de erva?


– O quê? Agora? – Ale arregalou os olhos. – Mas, e seus pais?


– Eles foram ao supermercado. E meu irmão está por aí, em algum lugar, mas ele não liga. – Vanessa pegou uma latinha de balas Altoids debaixo do colchão. Ela se inclinou na janela que ficava ao lado da cama, pegou um baseado e o acendeu. A fumaça saía do quarto na direção do quintal, e formou uma nuvem espessa em torno do velho carvalho.


Vanessa voltou para dentro do quarto com o cigarrinho.


– Um tapinha?


Ale nunca havia fumado maconha na vida, ela sempre achou que, de alguma forma, seus pais poderiam descobrir, cheirando seu cabelo, obrigando-a a fazer xixi num potinho, sei lá. Mas, quando Vanessa tirou o baseado com graça de seus lábios cor de cereja, pareceu sexy. Ale queria parecer sexy também.


– Hum... Tudo bem. – Ale foi para mais perto de Vanessa e pegou o baseado. Suas mãos se tocaram e seus olhos se encontraram. Os olhos de Vanessa eram lindos. A mão de Ale tremeu. Ela estava nervosa, mas colocou o baseado entre os lábios e deu uma tragada curta, como se estivesse bebendo Vanilla Coke de canudinho.


Mas aquilo não tinha gosto de Vanilla Coke. Parecia que ela havia inalado um pote inteiro de tempero vencido. Ela tossiu como um velho.


– Uau! – Vanessa pegou o baseado de volta. – É sua primeira vez?


Ale não conseguia respirar e só sacudiu a cabeça, engasgando. Ela ofegou um pouco mais, tentando puxar algum ar para dentro do peito. Finalmente, conseguiu sentir o ar alcançando seus pulmões de novo. Quando Vanessa virou o braço, Ale viu uma cicatriz branca e comprida descendo por seu pulso. Uau. Lembrava uma cobrinha albina em sua pele escura.


De repente, ouviu-se um barulho bem alto. Ale deu um pulo. E depois, ouviu o barulho de novo.


– O que foi isso? – ofegou ela.


Vanessa deu outra tragada e balançou a cabeça.


– São os pedreiros. Estamos aqui há um dia e meus pais já começaram as reformas – ela riu. – Você pirou como se achasse que os guardas estivessem entrando aqui. Você já foi presa antes?


– Não! – Ale caiu na risada; era uma ideia tão ridícula.


Vanessa sorriu e exalou a fumaça.


– Tenho que ir embora – disse Ale.


O sorriso de Vanessa se desfez.


– Por quê?


Ale se arrastou para fora da cama.


– Eu disse à minha mãe que ia ficar aqui só um pouquinho. Mas vejo você na escola na terça.


– Legal – respondeu Vanessa. – Talvez você possa me mostrar a escola.


Ale sorriu de volta.


– Claro.


Vanessa sorriu e deu tchauzinho para ela, acenando com os dedos.


– Você consegue sair daqui sozinha?


– Acho que sim. – Ale deu mais uma olhada no quarto de Angel... Quer dizer, do quarto de Vanessa, e desceu as escadas que conhecia tão bem.


E só depois de ter ido para o ar fresco, passado pelas coisas antigas de Angel no meio-fio e entrado no carro dos pais, foi que Ale viu a bendita cesta de boas-vindas da mãe, no banco de trás. Dane-se, ela pensou, colocando a cesta entre a cadeira velha de Angelique e as caixas de livros. Quem precisa de um guia para as pousadas de Rosewood, de qualquer forma? Vanessa já mora aqui.


E, de repente, Ale ficou feliz por isso.


OBS: Próximo capítulo nossa família Herrera Espinoza volta pra cidade.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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