Fanfics Brasil - Capítulo 51: Lar Divido Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 51: Lar Divido

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Maite acordou no chão de seu banheiro, sem a menor noção de como fora parar lá. O relógio à prova d’água marcava 18:45 e, pela janela, o sol do final de tarde projetava longas sombras no jardim deles. Ainda era segunda-feira, o dia do funeral de Angel. Ela devia ter caído no sono... E andado enquanto dormia. Ela costumava ser sonâmbula crônica, seu estado piorou tanto no sétimo ano que tivera que passar uma noite na Clínica de Avaliação do Sono, da Universidade da Pensilvânia, com eletrodos ligados ao seu cérebro. O médico disse que era só estresse.


Ela se levantou e jogou água fria no rosto, olhando-se no espelho: cabelo comprido, olhos castanhos. Sua pele era perfeita e seus dentes eram brilhantes de tão brancos. Parecia estranho que sua aparência não demonstrasse como ela se sentia péssima.


Ela examinou a equação em sua cabeça mais uma vez: A sabia sobre Beau e sobre A Coisa com Megan. Beau estava de volta. Logo, Beau tinha de ser A, e ele estava dizendo a Maite que mantivesse a boca fechada. Era a mesma tortura do sexto ano, tudo igual.


Ela voltou para o quarto e encostou a testa no vidro da janela. À sua esquerda ficava o moinho particular da família, que não funcionava mais havia muito tempo, mas seus pais amavam o tom rústico e autêntico que ele dava à propriedade. À sua direita, a fita com a frase “Não Ultrapasse” pintada em letras pretas ainda estava por todo o gramado dos Boyer. O santuário de Angel, feito de flores, vela, fotos e outras bugigangas em homenagem a ela, havia crescido, engolindo todo o beco.


Do outro lado da rua ficava a casa dos Mirchoff. Dois carros na garagem, uma cesta de basquete no quintal, a bandeirola vermelha na caixa de correspondência. Mas lá dentro...


Maite fechou os olhos, lembrando-se do mês de maio no sétimo ano, um ano depois da Coisa com Megan. Ela tinha entrado num trem para encontrar com Angel na cidade, onde iam fazer compras. Estava tão ocupada escrevendo uma mensagem de texto para Angel em seu sensacional Sidekick novo que só cinco ou seis paradas depois ela notou que havia alguém do outro lado do vagão. Era Beau. Encarando-a.


Suas mãos começaram a tremer. Ele havia estado no internato o ano todo, então Maite não o via há meses. Como de hábito, o cabelo dele caía sobre os olhos e ele usava fones de ouvido enormes, mas alguma coisa nele naquele dia parecia... Mais intensa. E mais assustadora.


Todos os sentimentos de culpa e ansiedade sobre A Coisa com Megan que Maite havia tentado enterrar voltaram à tona. Eu vou pegar você. Ela não queria ficar no mesmo vagão que ele. Ela colocou uma perna no corredor, depois a outra, mas o cobrador entrou na sua frente, de forma abrupta.


– Você está indo para a rua Treze ou para a Market East? – rugiu ele.


Maite encolheu-se de volta no banco.


– Para a Treze – sussurrou ela. Quando o cobrador saiu de vista, ela deu uma olhada para Beau de novo. O rosto dele se abriu em um sorriso enorme e sinistro. E, um segundo depois, sua boca estava impassível mais uma vez, mas seus olhos diziam: Espere... Só... Para... Ver.


Maite se levantou rapidamente e passou para outro vagão. Angel estava esperando por ela na plataforma da rua Treze, e quando elas olharam para a parte de trás do trem, Beau as estava encarando.


– Vejo que alguém saiu de sua prisãozinha – disse Angel, com um sorriso malicioso.


– É sim. – Maite riu da situação. – E ele ainda é um perdedor com P maiúsculo.


Mas, poucas semanas depois, Angel desapareceu. E aí não foi tão engraçado.


Um barulho de assobio vindo do computador de Maite a fez dar um pulo. Era seu alerta de recebimento de e-mails. Ela foi verificar, agitada, e clicou na nova mensagem.


Oi, amor, não falo com você há dois dias e vou ficar louco de saudade. — William


Spencer suspirou, sentindo algo se agitar dentro dela. No instante em que pusera os olhos em William, sua irmã o levara para conhecer os pais em um jantar de família, alguma coisa acontecera com ela. Era como... Como se ele a tivesse enfeitiçado no segundo em que se sentou no Moshulu, tomou um gole de vinho tinto e a olhou dentro dos olhos. Ele era inglês, exótico, engraçado e inteligente, e gostava das mesmas bandas indie que Maite. Ela sabia... E, pelo jeito, ele também.


Antes de Mila pegá-los dando uns amassos na sexta-feira à noite, ela e William haviam experimentado vinte inacreditáveis minutos de paixão. Mas, por causa da fofoca de Mila, e porque os pais de Maote sempre ficavam do lado da irmã, eles a proibiram de voltar a ver William. Ela estava louca de saudade dele também, mas o que poderia fazer?


Sentindo-se meio grogue e instável, desceu as escadas e passou pelo longo e estreito corredor, que a mãe havia transformado em galeria e onde expunha as paisagens de Thomas Cole, que herdara do avô. Ela entrou na cozinha espaçosa da família. Seus pais a haviam restaurado para que se parecesse como era em 1800, exceto pelos eletrodomésticos de última geração. Sua família estava reunida em volta da mesa da cozinha, cercada de embalagens de comida tailandesa para viagem.


Maite hesitou ao entrar. Não falava com eles desde antes do funeral de Angel, ela havia dirigido sozinha até lá e mal os havia visto mais tarde, na frente da igreja.


Na verdade, ela não falava com a família desde que eles a haviam repreendido por causa de William, dois dias antes, e agora eles a estavam evitando de novo, passando a jantar sem ela. E tinham companhia. Dylan O’Brien, um antigo namorado de Mila, e o primeiro dos ex-namorados de Mila que Maite havia beijado, estava sentado no que deveria ser o lugar de Maite.


– Oh! – guinchou ela.


Dylan foi o único que olhou para ela.


– Ei, Maite! Como vai você? – perguntou, como se jantasse na casa dos Perroni todos os dias. Já era difícil o suficiente para Maite que Dylan estivesse treinando o time de hóquei dela em Rosewood, mas aquilo era bizarro.


– Eu estou... Bem – disse Maite, seus olhos correndo de um membro da família para outro, mas ninguém estava olhando para ela... Ou explicando por que Dylan estava se entupindo de comida tailandesa na cozinha deles. Maite puxou uma cadeira para o canto da mesa e começou a colocar um pouco de frango com capim-limão em seu prato.


– Bem, hum, Dylan. Então, você está jantando conosco?


A sra. Perroni lançou um olhar penetrante em sua direção. Maite fechou a boca, tomada por uma sensação quente e sufocante.


– Nós nos encontramos no, hum, enterro – explicou Dylan. Uma sirene o interrompeu e Dylan derrubou o garfo. O barulho parecia estar vindo da casa dos Boyer. Havia carros de polícia por lá o tempo todo.


– Que coisa de doido, não? – Dylan passou uma das mãos pelo cabelo. – Eu não sabia que ainda havia tantos carros de polícia por aqui.


Mila lhe deu uma cotovelada de leve.


– Você já tem uma longa ficha na polícia, morando lá naquele lugar perigoso que é a Califórnia? – Mila e Dylan tinham terminado porque ele se mudara para o outro lado do país, para fazer faculdade em Berkeley.


– Não – respondeu Dylan. Antes que ele pudesse continuar, Mila, de um jeito bastante próprio, mudara o assunto para outro tópico: ela mesma. Ela se virou para a sra. Perroni.


– Bem, mamãe, as flores no memorial eram da mesma cor que eu quero pintar as paredes da minha sala.


Mila pegou uma revista Martha Stewart Living e a abriu em uma página marcada. Ela estava sempre falando sobre reformas; estava redecorando o sobrado na Filadélfia que os pais lhe haviam comprado como presente por ter entrado na Escola de Administração da Universidade da Pensilvânia. Eles nunca fariam nada parecido com aquilo para Maite.


A sra. Perroni inclinou-se para ver.


– Encantador.


– Muito legal – concordou Dylan.


Uma risada de descrença escapou da boca de Maite.


O serviço fúnebre de Angelique Boyer tinha sido naquele mesmo dia e tudo o que elas podiam pensar em conversar era sobre cores de tinta?


Mila virou-se para Maite.


– O que foi isso?


– Bem... Quer dizer... – gaguejou Maite. Mila parecia ofendida, como se Maite tivesse mesmo dito alguma coisa rude. Ela agitou o garfo. – Esquece.


Houve outro silêncio. Até mesmo Dylan parecia meio ressabiado com ela. O pai tomou um grande gole de vinho.


– Courtney, você viu a Liz por lá?


– Sim, eu conversei um pouco com ela – disse a mãe de Maite. – Achei que ela parecia fantástica... Considerando tudo.


Por Liz, Maote entendeu que fosse Elizabeth DiLaurentis, a tia mais nova de Angel, que vivia naquela área.


– Deve ter sido horrível para ela – declarou Mila, solene. – Não posso nem imaginar.


Dylan fez um hummmm de empatia. Maite sentiu seu lábio de baixo tremer. Oi, e eu? Ela queria gritar. Vocês não se lembram? Eu era a melhor amiga de Angel!


Depois de alguns minutos de silêncio, Maite se sentiu menos bem-vinda. Ela esperou que alguém perguntasse como estava indo, oferecesse a ela um pedaço de tempura ou, pelo menos, que dissesse “saúde” quando ela espirrasse. Mas eles ainda a estavam punindo por beijar William. Mesmo que aquele dia fosse... Aquele.


Uma bola se formou em sua garganta. Ela estava acostumada a ser a favorita de todo mundo: dos professores, dos treinadores de hóquei, do editor do livro do ano. Ela havia ganhado vários prêmios na escola e tinha trezentos e setenta amigos no MySpace, sem contar as bandas. E mesmo que jamais pudesse ser a favorita dos pais, era impossível eclipsar Mila, ela não podia suportar que eles a odiassem. Especialmente naquele momento, quando tudo em sua vida estava tão instável.


Quando Dylan se levantou e pediu licença para dar um telefonema, Maite respirou fundo.


– Mila. – Sua voz estava estridente.


A irmã olhou para ela e depois voltou a brincar com a comida tailandesa em seu prato.


Maite limpou a garganta.


– Será que você pode falar comigo, por favor?


Mila mal moveu os ombros.


– Quero dizer... Não posso... não posso ter você me odiando. Você tem toda razão. Sobre... Você sabe o quê. – As mãos dela tremiam tanto que ela as manteve presas debaixo das pernas. Pedir desculpas a fazia sentir-se nervosa.


Mila dobrou as mãos sobre suas revistas.


– Desculpe – disse ela. – Achei que isso estava fora de questão. – Ela se levantou e levou o prato até a pia.


– Mas... – Maite estava chocada. Olhou para os pais. – Eu realmente sinto muito... – Ela sentiu as lágrimas se acumulando em seus olhos.


O rosto de seu pai esboçou uma sombra de simpatia, mas então ele desviou o olhar depressa. A mãe colocou o que sobrara do frango com capim-limão em um Tupperware e deu de ombros.


– Você cavou sua própria cova, Maite – disse ela, enquanto levantava para levar as sobras do jantar para a enorme geladeira de aço inoxidável


– Mas...


– Maite. – A voz do sr. Perroni parecia dizer pare de falar.


Maite calou a boca. Dylan entrou trotando na cozinha com um sorriso enorme e abobalhado no rosto. Ele sentiu a tensão no ar e seu sorriso se apagou.


– Vamos lá. – Mila ficou em pé e segurou o braço dele. – Vamos sair para comer a sobremesa.


– Claro. – Dylan deu uma batidinha no ombro de Maite. – Maite? Quer vir junto?


Maite não queria mesmo ir, e pela cutucada que Mila deu nele, pareceu que ela também não queria que a irmã fosse, mas Maite nem teve chance de responder. A sra. Perroni disse, rapidamente:


– Não, Dylan, Maite vai ficar sem sobremesa. – O tom de voz dela era o mesmo que usava para repreender os cães.


– Obrigada de qualquer forma. – Maite tentou segurar o choro. Para disfarçar, ela enfiou uma garfada enorme de molho picante de manga na boca. Mas escorreu pela sua garganta antes que sequer precisasse engolir; o molho espesso queimando enquanto descia. Por fim, depois de uma série de barulhos horríveis, Maite cuspiu aquilo num guardanapo. Mas quando as lágrimas pararam de cair, foi que ela viu que os pais não se aproximaram para ter certeza de que não estava sufocando. Eles simplesmente haviam saído da cozinha.


Maite enxugou os olhos e olhou para o nojento bolo mastigado que tinha cuspido no guardanapo. Era daquele jeito que ela se sentia.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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