Fanfics Brasil - Capítulo 55: Até mesmo os típicos garotos de Rosewood fazem buscas espirituais Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 55: Até mesmo os típicos garotos de Rosewood fazem buscas espirituais

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Na tarde de terça-feira, enquanto dirigia da escola para casa, Dulce passou pelo campo de lacrosse e reconheceu a figura solitária, correndo em disparada em volta da área do gol, com a rede em riste na frente do rosto. Ele estava treinando passes e correndo na grama molhada e enlameada. Nuvens agourentas e cinzentas tinham se acumulado no céu, e começava a garoar.


Dulce encostou o carro de repente.


– Poncho! – Ela não via o irmão desde que ele saíra intempestivamente do Victory no dia anterior. Algumas horas mais tarde, ele havia ligado para casa, dizendo que estava jantando na casa de um amigo, Theo. E, mais tarde ainda, ligara para avisar que ia dormir lá.


O irmão levantou o rosto e olhou para ela, do outro lado do campo, e franziu a testa.


– Que foi?


– Vem cá.


Poncho se arrastou pelo gramado perfeito, cortado rente.


– Entra aqui – mandou Dulce.


– Eu estou treinando.


– Você não pode evitar este assunto para sempre. Temos que conversar a respeito.


– A respeito do quê?


Ela ergueu uma de suas sobrancelhas perfeitamente arqueadas.


– Ah, o que foi que vimos ontem? No bar?


Ele brincou com um dos cadarços de couro da rede. Gotas de chuva batiam contra a aba de seu boné Brine.


– Não sei do que você está falando.


– Como é? – Dulce estreitou os olhos. Mas Poncho nem mesmo olhou para ela.


– Tudo bem. – Ela engatou a ré. – Seja um frutinha.


Poncho apoiou a mão no vão da janela do carro.


– Eu... Eu não sei o que vou fazer – disse ele, baixinho.


Dulce pisou no freio.


– O quê?


– Se eles se divorciarem, eu não sei o que vou fazer – repetiu Poncho. A expressão vulnerável e constrangida em seu rosto fazia com que ele parecesse ter dez anos. – Estourar meus miolos, talvez.


Lágrimas escorriam dos olhos dela.


– Isso não vai acontecer – garantiu ela, com a voz tremendo. – Eu prometo.


Poncho fungou. Ela estendeu a mão para tocá-lo, mas ele se afastou e correu campo afora.


Dulce decidiu ir embora, seguindo devagar pela rua sinuosa e molhada. O tempo chuvoso era seu favorito. Fazia com que se lembrasse dos dias de chuva do passado, quando tinha nove anos. Ela entrava de fininho no veleiro do vizinho, subia pela parte de dentro da vela e se aconchegava dentro de uma das cabines, ouvindo o barulho da chuva batendo na lona e escrevendo em sua agenda da Hello Kitty.


Ela sentia que pensava de forma mais clara em dias chuvosos e, neste momento, precisava mesmo pensar. Ela poderia ter lidado com A contando a Sandra sobre a Margot se aquilo tivesse acontecido no passado. Os pais dela poderiam sobreviver a algo assim; Robert poderia dizer que aquilo nunca mais aconteceria e blá-blá-blá. Mas, agora que Margot estava de volta, bem, isso mudava tudo. Na noite anterior, seu pai não viera jantar em casa, por causa dos, hum, trabalhos que ele tinha que corrigir, e Dulce e sua mãe sentaram-se no sofá diante da televisão e assistiam a Jeopardy!, o programa de perguntas e respostas, com tigelas de sopa no colo. Ambas no mais absoluto silêncio. E a questão era que ela também não saberia o que iria fazer se os pais se divorciassem.


Subindo uma ladeira bem íngreme, Dulce pisou no acelerador, o Subaru sempre precisava de um empurrãozinho extra nas subidas. Mas, em vez de continuar em frente, as luzes do interior do carro se apagaram, e o automóvel começou a descer a ladeira de ré.


– Droga – sussurrou Dulce, puxando o freio de mão. Quando tentou a ignição de novo, o carro nem sequer deu partida.


Ela olhou para a estrada de duas pistas vazia. O som de um trovão ecoou e a chuva começou a despencar do céu. Dulce mexeu na bolsa, pensando se deveria chamar um guincho, ou seus pais para buscá-la, mas, depois de remexer ali dentro, deu-se de conta de que havia esquecido o Treo em casa. A chuva caía tão forte que o para-brisa e as janelas embaçaram.


– Ah, meu Deus – sussurrou Dulce, sentindo-se claustrofóbica. Ela começou a ver pontinhos pretos na sua frente.


Dulce conhecia essa sensação de ansiedade: era um ataque de pânico. Ela já tivera alguns antes. Um depois da Coisa com Megan, outro depois do desaparecimento de Angel e o terceiro aconteceu quando ela estava andando pela rua Laugavegur em Reykjavík e viu uma menina idêntica a Margot em um outdoor.


Acalme-se, disse a si mesma. É só chuva. Ela respirou profundamente duas vezes para se acalmar, tampou os ouvidos com os dedos e começou a cantar “Frère Jacques”, por alguma razão, a versão em francês funcionou. Depois de cantar a música três vezes, os pontinhos pretos começaram a desaparecer. A chuva perdera a força de furacão e estava apenas torrencial. O que precisava fazer era andar até a casa da fazenda pela qual havia passado e perguntar se podia usar o telefone deles. Ela manteve a porta do carro aberta, segurou seu blazer de Rosewood por cima da cabeça e começou a correr. Uma rajada de vento ergueu sua minissaia e ela enfiou o pé em uma poça de lama enorme. A água entrou por entre as tiras de sua sandália de salto alto.


– Que inferno – resmungou.


Estava apenas a alguns metros de distância da casa quando um Audi azul-marinho passou. Ele passou sobre a poça d’água, molhando Dulce completamente e depois parou quando viu o Subaru quebrado. Deu ré devagar, até chegar perto dela. O motorista baixou o vidro.


– Você está bem?


Dulce apertou os olhos, a chuva gotejava da ponta de seu nariz. No banco do motorista estava Chace Crawford, um garoto da sala dela. Ele era um menino típico de Rosewood: jaqueta com capuz, pele hidratada, feições bem americanas, carro caro. A diferença é que ele jogava futebol em vez de lacrosse. Não era o tipo de pessoa que ela queria ver justo numa hora daquelas.


– Estou bem – gritou ela.


– Na verdade, você está ensopada. Precisa de uma carona?


Dulce estava tão molhada que sentia como se o rosto estivesse enrugado como uma ameixa seca. O carro de Chace parecia seco e aconchegante. Por isso, ela deslizou para o banco do carona e fechou a porta.


Chace disse a ela que jogasse o blazer, que estava pingando, no banco de trás. Depois, inclinou-se e aumentou o aquecimento.


– Para onde vamos?


Dulce tirou os cachinhos de sua testa.


– Na verdade, só preciso usar seu celular, depois eu deixo você em paz.


– Tudo bem. – Chace mexeu em sua mochila em busca do celular.


Dulce encostou-se ao banco e olhou em volta. Chace não havia enchido seu carro com adesivos de bandas, como alguns caras faziam, e a parte de dentro não cheirava a suor masculino. Em vez disso, cheirava a uma combinação de pão e cachorro recém-lavado. Havia dois livros no chão, em frente ao banco dos passageiros: Zen e a arte de manutenção de motocicletas e O Tao do Puff.


– Você gosta de filosofia? – Dulce afastou as pernas, para não molhar os livros.


Chace abaixou a cabeça.


– Bem, sim. – Ele parecia constrangido.


– Também li esses dois – disse Dulce. – Eu li muitos filósofos franceses esse verão, quando estava na Islândia. – Ela fez uma pausa. Nunca havia realmente falado com Chace. Antes de partir, os garotos de Rosewood lhe davam medo, o que era parte do motivo pelo qual os odiava. – Hum, eu passei um tempo na Islândia. Meu pai tirou um ano sabático.


– Eu sei. – Chace deu um sorriso cínico a ela.


Dulce olhou para as próprias mãos.


– Ah. – E então houve um silêncio desconfortável. O único som era o da chuva batendo e do movimento ritmado dos limpadores de para-brisa.


– Quer dizer que você lê, tipo, Camus e essas coisas? – perguntou Chace. Dulce concordou, ele sorriu. – Eu li O Estrangeiro neste verão.


– Mesmo? – Dulce ergueu o queixo, certa de que ele não tinha entendido nada. E, de qualquer forma, o que um típico garoto de Rosewood iria querer com livros profundos de filosofia? Se aquilo fosse uma analogia típica dos testes de lógica que eles às vezes faziam na escola, poderia ser “garotos de Rosewood: lendo filósofos franceses :: Turistas americanos na Islândia: comendo em qualquer lugar, menos no McDonald’s”. Coisas como essas simplesmente não aconteciam.


Quando Chace não respondeu, ela telefonou para casa do celular dele. Tocou sem parar até cair na caixa postal, eles não tinham ligado a secretária eletrônica ainda. Então, ligou para o número do pai, na faculdade, já passava das cinco horas e ele tinha deixado um bilhete na geladeira dizendo que ficaria no escritório entre as três e meia e as cinco e meia da tarde. Chamou, chamou e lá também ninguém atendeu.


Os pontinhos pretos começaram a piscar na frente de Dulce mais uma vez enquanto ela imaginava onde o pai poderia estar... Ou com quem poderia estar. Ela se inclinou sobre os braços nus, tentando respirar mais fundo. Frére Jacques, cantou em silêncio.


– Opa! – disse Chace, sua voz parecendo muito distante.


– Eu estou bem – afirmou Dulce com a voz amortecida por suas pernas. – Eu só tenho que...


Ela ouviu Chace tatear pelo carro. Depois, ele enfiou um saco do Burger King nas mãos dela.


– Respira aqui dentro. Mas acho que ainda tem algumas batatas fritas, desculpe.


Dulce colocou o saco em volta da boca e o inflou e desinflou devagar. Ela sentia a mão morna de Chace no meio de suas costas e, devagar, a tontura começou a ceder. Quando ela levantou a cabeça, Chace olhava para ela, aflito.


– Ataques de pânico? – perguntou ele. – Minha madrasta também tem. Sacos de papel sempre ajudam.


Dulce amassou o saco em seu colo.


– Obrigada.


– Tem alguma coisa irritando você?


Dulce balançou a cabeça rapidamente.


– Não, eu estou legal.


– Ah, qual é? – disse Chace. – Não é, tipo, por isso que as pessoas têm ataques de pânico?


Dulce apertou os lábios.


– É complicado.


Além disso, ela queria dizer, desde quando típicos garotos de Rosewood se interessam pelos problemas das meninas esquisitas?


Chace deu de ombros.


– Você era amiga de Angelique Boyer, certo?


Dulce concordou.


– É estranho, não é?


– É, sim. – Ela limpou a garganta. – Embora, hum, não seja estranho da forma como você acha que é. Quero dizer, é estranho desse jeito, mas é estranho de outros jeitos também.


– De quais jeitos?


Ela se inclinou para trás, sua roupa de baixo molhada estava começando a coçar. Naquele dia, na escola, pareceu que todos falavam com ela com sussurros infantis. Será que eles achavam que, se falassem no volume normal, Dulce poderia ter uma crise de nervos instantânea?


– Eu só queria que todo mundo me deixasse em paz – falou ela. – Como era na semana passada.


Chace mexeu no desodorizador em formato de pinheiro que estava pendurado no espelho retrovisor, fazendo-o balançar.


– Sei o que você quer dizer. Quando minha mãe morreu, todo mundo pensou que, se eu ficasse um segundo sozinho, iria cometer uma loucura.


Dulce endireitou-se no assento.


– Sua mãe morreu?


Chace olhou para ela.


– Sim. Mas foi há muito tempo. No quarto ano.


– Ah. – Dulce tentou se lembrar de Chace no quarto ano. Ele era uma das crianças mais baixinhas da classe, e ela havia jogado queimado no mesmo time que ele um monte de vezes, mas foi só isso. Ela se sentiu mal por ser tão indiferente.


– Meus pêsames.


Ficaram em silêncio. Dulce cruzou e descruzou as pernas descobertas. O carro começou a ficar com o cheiro de sua saia de lã molhada.


– Foi difícil – continuou CHace. – Meu pai teve um monte de namoradas. Eu nem mesmo gostava da minha madrasta, no começo. Mas me acostumei com ela, acho.


Dulce sentiu os olhos se encherem de lágrimas: ela não queria ter que se acostumar com mudanças na família dela. Deu uma fungadela alta.


Chace chegou mais para a frente.


– Tem certeza de que não quer falar sobre isso?


Dulce encolheu os ombros.


– Deveria ser um segredo.


– Vou dizer o que podemos fazer. E se você me contar o seu segredo e eu contar o meu para você?


– Tudo bem – concordou Dulce, rapidamente. A verdade era que ela estava morrendo de vontade de falar com alguém sobre o assunto. Ela teria confidenciado aquilo para suas velhas amigas, mas elas foram tão discretas a respeito de seus segredos que envolviam A que isso fez com que Aria se sentisse ainda mais desconfortável em revelar os dela. – Mas você não pode contar nada.


– De jeito nenhum.


E, então, Dulce contou a ele sobre Robert e Sandra; Margot e o que ela e Poncho haviam visto no dia anterior no bar. A coisa toda simplesmente saiu.


– Não sei o que fazer – desabafou. – Sinto como se fosse eu quem devesse manter todos juntos.


Chace estava quieto, e Dulce temeu que ele tivesse parado de escutar. Mas, então, ele ergueu a cabeça.


– Seu pai não deveria ter colocado você nessa situação.


– É, eu sei. – Dulce deu uma olhada para Chace. Se você superasse a camisa enfiada dentro da calça e a bermuda cáqui, ele até que era bem bonitinho. Os lábios eram mesmo bem rosados e os dedos era nodosos, irregulares. Pela forma como sua camiseta polo justa estava esticada sobre o peito, ela imaginou que ele estava no auge da forma física para um jogador de futebol. De repente, ela ficou constrangida.


– É fácil conversar com você – disse Dulce, tímida, fitando os próprios joelhos. Ela tinha deixado escaparem alguns pelinhos em seus joelhos quando se depilara. Isso não costumava fazer muita diferença, mas agora meio que fazia. – Por isso, hummm, obrigada.


– Claro. – Quando Chace sorria, seus olhos ficavam enrugados e ternos.


– Esta definitivamente não foi a forma como eu imaginei passar minha tarde – acrescentou Dulce. A chuva ainda tamborilava no para-brisas, mas o carro tinha ficado bem quentinho durante o tempo em que ela tagarelava.


– Nem eu. – Chace olhou pela janela. A chuva tinha começado a diminuir. – Mas... Não sei. Até que foi legal, não foi?


Dulce deu de ombros. E então, lembrou.


– Ei, você me prometeu um segredo! É melhor que seja bom.


– Bem, não sei se é bom. – Chace se inclinou na direção de Dulce e ela chegou mais perto. Por um louco segundo, pensou que eles poderiam se beijar.


– Bom, eu faço parte desse negócio chamado Clube da Virgindade – sussurrou Chace. Seu hálito cheirava a balas Altoids. – Você sabe do que se trata?


– Acho que sim. – Dulce tentou evitar que seus lábios esboçassem um sorriso. – É aquele negócio de sem-sexo-até-o-casamento, certo?


– Certo. – Chace se afastou um pouco. – Bem... Eu sou virgem. Mas... Não sei se quero continuar a ser.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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