Fanfics Brasil - Capítulo 3: As meninas irlandesas são fáceis (e as finlandesas também) Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 3: As meninas irlandesas são fáceis (e as finlandesas também)

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– Ah, meu Deus, árvores. Estou tão feliz em ver árvores enormes de novo.


O irmão mais novo de Dulce María, Alfonso, botou a cabeça para fora da janela do Outback da família como um golden retriever. Dulce, seus pais, Sandra e Robert, que sempre quiseram que seus filhos os chamassem por seus primeiros nomes, e Poncho estavam voltando de carro do Aeroporto Internacional da Filadélfia. Eles haviam acabado de descer de um voo vindo de Reykjavík, Islândia. O pai de Dulce era professor de história da arte, e a família tinha passado os últimos dois anos na Islândia, enquanto ele ajudava nas pesquisas para um documentário de televisão sobre a arte escandinava. Agora que estavam de volta, Poncho estava deslumbrado com todas as paisagens da Pensilvânia. E isso significava... Todas mesmo. Cada... Coisinha... Visível. A pousada de pedra do século XVIII onde se vendiam vasos ornamentais de cerâmica; as vaquinhas pretas, que olhavam silenciosas para o carro por detrás das cercas de madeira que ladeavam a estrada; o shopping em estilo New England que havia sido construído enquanto eles estavam fora. Até mesmo o velho e sujo Dunkin’ Donuts, de vinte e cinco anos.


– Cara, eu não posso esperar para beber um café gelado! – Poncho estava emocionado.


Dulce gemeu. Poncho havia se sentido solitário em seus dois anos na Islândia, dizia que todos os garotos daquele país eram “uns maricas que cavalgavam em uns cavalinhos gays”, mas Dulce tinha florescido lá. Um novo começo era exatamente do que estava precisando na época, então, ficou feliz quando seu pai informou que a família ia se mudar. Foi no outono, depois do desaparecimento, que Dulce e as meninas haviam se afastado, e ela ficara sem nenhum amigo de verdade em uma escola cheia de pessoas que sempre conhecera.


Antes de ir para a Europa, Dulce às vezes via garotos olhando para ela de longe, intrigados, mas depois eles desviavam os olhos. Com sua vivacidade, seu jeitão de bailarina, seus cabelos pretos lisos e seus lábios carnudos, Dulce sabia que era bonita. As pessoas estavam sempre dizendo isso, mas então por que ela não tinha um encontro desde a festa da primavera do sétimo ano? Numa das últimas vezes em que ela e Maite tinham saído juntas, num dos encontros esquisitos com as meninas, no verão depois que Angel desaparecera, Maite disse a Dulce que ela provavelmente teria muitos encontros se tentasse se adaptar pelo menos um pouquinho.


Mas Dulce não sabia como se adaptar. Seus pais haviam enfiado em sua cabeça que ela era um indivíduo, não apenas parte do rebanho, e que devia ser ela mesma. O problema era que Dulce não sabia quem era Dulce. Desde os onze anos, tentara a Dulce punk, a Dulce diretora de documentário e, pouco antes de se mudar, ela tentara ser Dulce, a típica garota de Rosewood, do tipo que anda a cavalo e veste camisa polo e usa bolsa coach satchel que era tudo o que os meninos de Rosewood amavam, mas também tudo o que Dulce não era. Ainda bem que eles se mudaram para a Islândia duas semanas depois daquele desastre e, na Islândia, tudo, tudo, tudo mudara.


Seu pai aceitara a oferta de emprego na Islândia pouco depois de Dulce começar o oitavo ano, e a família fez as malas. Ela suspeitava que eles tivessem partido tão de repente por causa de um segredo sobre seu pai que só ela, e Angelique Boyer, sabiam. Ela havia jurado que não ia pensar mais sobre isso no instante em que o avião da Icelandair decolou, e depois de viver em Reyjavík por alguns meses, Rosewood se transformou numa lembrança distante. Seus pais pareciam ter se apaixonado de novo, e até mesmo seu irmão provinciano aprendeu a falar islandês e francês. E Dulce se apaixonou... Algumas vezes, na verdade.


E daí se os meninos de Rosewood não gostavam de Dulce? Os garotos islandeses, os ricos, cosmopolitas e fascinantes garotos islandeses, certamente gostavam. Assim que eles se mudaram para lá, ela conheceu um garoto chamado Hallbjorn. Ele era DJ, tinha dezessete anos, três pôneis e a estrutura física mais linda que Dulce já vira na vida. Ele se ofereceu para levá-la para ver os gêiseres da Islândia e lá, quando eles viram um lançar um jorro de água quente produzindo uma enorme nuvem de vapor, ele a beijara. Depois de Hallbjorn veio Lars, que gostava de brincar com sua porquinha de pelúcia, Pigtunia, a única conselheira que Dulce tinha em sua vida amorosa, e a levava para as melhores baladas no porto. Lá, ela se tornava a Dulce islandesa, a melhor Dulce de todas. Encontrou seu estilo, uma espécie de garota boêmia e festeira, com roupas cheias de camadas, botas de amarrar de cano alto e jeans APC, que comprara numa viagem a Paris, leu filósofos franceses e viajou no Eurail, com um mapa velho na mão e uma calcinha limpa na bolsa.


Mas agora, tudo que via de Rosewood pela janela do carro fazia com que relembrasse o passado que quis esquecer. Lá estava o Ferra’s Cheesesteaks, onde passara horas com suas amigas do ensino fundamental. Lá estava o Country Clube com portões de pedra, seus pais não eram sócios, mas ela já tinha ido lá com Maite e, uma vez, se sentindo ousada, Dulce foi até o menino do qual gostava, Christopher Uckermann, e perguntou se ele queria dividir um sanduíche de sorvete com ela. Ele lhe deu um fora, claro.


E lá estava a rua ensolarada e margeada por árvores onde Angelique Boyer costumava morar. Quando o carro parou no semáforo, Dulce deu uma olhada e pôde vê-la, a segunda casa da esquina. Ela pôde olhar só por um momento, antes de cobrir os olhos. Na Islândia, havia dias em que quase se esquecia de Angel, seus segredos e tudo o que acontecera. Estava de volta a Rosewood há menos de dez minutos e praticamente podia ouvir a voz de Angel a cada curva da rua e ver seu reflexo em todas as varandas envidraçadas. Ela afundou no assento, tentando não chorar.


Seu pai seguiu por mais algumas ruas e freou em frente à casa antiga deles, uma caixa marrom pós-moderna e séria, com um único janelão quadrado bem no meio, uma enorme decepção depois da casa geminada islandesa, azul clarinha e de frente para a água. Dulce seguiu seus pais para dentro e eles foram cuidar da vida, cada um num canto. Ela ouviu Poncho atender o celular do lado de fora e agitou suas mãos entre as partículas brilhantes de pó que flutuavam no ar.


– Mamãe! – Poncho entrou correndo pela porta da frente. – Acabo de falar com Chad, e ele disse que os primeiros testes para a equipe de lacrosse serão hoje!


– Lacrosse? – Sandra apareceu, vinda da sala de jantar. – Agora?


– É – confirmou Poncho. – Estou indo para lá! – Ele disparou pela escada de ferro batido que levava a seu antigo quarto.


– Dulce, querida? – a voz da mãe a fez se virar. – Você pode levá-lo até o treino?


Dulce deixou escapar uma risadinha.


– Hum... Mãe? Eu não tenho carteira de motorista.


– E daí? Você dirigia o tempo todo em Reykjavík. O campo de lacrosse fica apenas a alguns quilômetros de distância, não é? A pior coisa que pode acontecer é você atingir uma vaca. E espere por ele até o teste acabar.


Dulce ficou quieta. Sua mãe parecia esgotada. Ela ouviu o pai na cozinha, abrindo e fechando armários e reclamando baixinho. Seus pais continuariam a se amar aqui, como haviam feito na Islândia? Ou as coisas voltariam a ser como antes?


– Tudo bem – murmurou. Ela jogou as malas na entrada da casa, pegou as chaves do carro e sentou-se no banco do motorista.


O irmão dela sentou-se ao seu lado, já vestindo seu equipamento. Ele puxou a capa do taco com muito entusiasmo e deu um sorriso maldoso e astuto.


– Feliz por estar de volta?


Dulce apenas suspirou em resposta. Por todo o caminho, Poncho ficou com as mãos pressionadas contra a janela do carro, gritando coisas como “Olha a casa do Caleb! Demoliram a rampa de skate!” e “O cocô das vacas ainda tem o mesmo cheiro!”. Quando chegaram ao campo onde haveria o treino, ela mal havia estacionado quando Poncho abriu a porta e pulou do carro na mesma hora.


Ela se recostou no banco, olhou pelo teto solar e suspirou.


– Superanimada por estar de volta – murmurou ela. Um balão de ar quente flutuava serenamente através das nuvens. Costumava ser delicioso olhar para eles, mas naquele dia ela o mirou, fechou um dos olhos e fingiu esmagar o balão entre o dedão e o indicador.


Um bando de meninos vestindo camisetas da Nike, shorts largos e boné de beisebol virados para trás passaram devagar pelo carro dela, na direção do vestiário. Viu só? Todos os garotos de Rosewood eram cópias exatas uns dos outros. Dulce piscou. Um deles estava até mesmo vestindo a mesma camiseta da Nike da Universidade da Pensilvânia que Christopher Uckermann, o menino do sanduíche de sorvete por quem ela era apaixonada no oitavo ano, costumava usar. Ela deu uma olhada para o cabelo escuro e ondulado do garoto. Espera aí. Será que era... Ele? Ah, Deus. Era mesmo. Dulce não podia acreditar que ele estava vestindo a mesma camiseta que costumava usar quando tinha treze anos. Provavelmente, fazia isso para ter sorte ou por algum outro tipo de superstição esquisita de hóquei.


Christopher deu uma olhada curiosa para ela, e depois andou na direção do carro e deu uma batidinha na janela. Ela a abriu.


– Você é aquela garota que veio do polo Norte. Dulce, certo? Você não era amiga da Angel B.? – perguntou Christopher.


O estômago de Dulce pareceu afundar.


– Hum... – ela disse.


– Não, cara – James Freed, o segundo menino mais bonito de Rosewood apareceu atrás de Christopher. – Ela não foi para o polo Norte, foi para a Finlândia. Você sabe, a terra daquela modelo chamada Svetlana. Uma que se parece com a Anahí.


Dulce coçou a nuca. Anahí? Como em... Anahí Portilla?


Um apito soou e Christopher chegou mais perto do carro para tocar no braço de Dulce.


– Você vai ficar e assistir ao treino, não vai, Finlândia?


– Hum... Ja – Dulce disse.


– O que é isso? Um murmúrio sensual em finlandês? – James riu.


Dulce revirou os olhos. Ela tinha certeza de que ja era sim em finlandês, mas claro que aqueles caras não iam saber disso.


– Divirta-se brincando com suas bolas – sorriu ela, cansada. Os garotos se empurraram e depois saíram correndo, agitando os tacos de lacrosse de um lado para outro antes mesmo de chegarem ao campo. Dulce olhou pela janela. Que ironia. Aquela era a primeira vez que flertara com um garoto em Rosewood, e logo Christopher, e ela nem mesmo se importou.


Por entre as árvores, ela podia ver a ponta da torre que pertencia à capela em Hollis College, a pequena faculdade de ciências humanas, onde seu pai dava aulas. Na rua principal de Hollis havia um bar, o Snooker’s. Ela se aprumou e olhou para o relógio. Duas e meia. Devia estar aberto. Ela podia ir até lá, beber uma ou duas cervejas e se divertir um pouco à sua própria maneira.


E, ei, talvez encher a cara de cerveja pudesse fazer os meninos de Rosewood parecerem interessantes.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Enquanto os bares de Reykjavík cheiravam a cerveja de trigo fresca, madeira antiga e cigarros franceses, o Snooker’s cheirava a uma mistura de corpos mortos, cachorros-quentes podres e suor. E o Snooker’s, como todos os lugares em Rosewood, trazia lembranças: numa sexta-feira à noite, Angelique Boyer havia desafiado Dulce a ir ao Snooker&rsqu ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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