Fanfics Brasil - Capítulo 63: Ale não tem problema algum em ficar com as sobras de Angel Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni


Capítulo: Capítulo 63: Ale não tem problema algum em ficar com as sobras de Angel

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– Diga xis! – gritou Scott Chin, o fotógrafo do livro do ano de Rosewood Day. Era quinta-feira à tarde e a equipe de natação estava no parque aquático, para as fotos em grupo antes de a reunião com os alunos da Tate ter início. Ale havia participado de equipes de natação por tanto tempo que nem se importara em tirar uma foto de maiô.


Ela posou com as mãos no bloco de partida e tentou sorrir.


– Linda! – gritou Scott, fazendo biquinho com os lábios cor-de-rosa. Vários garotos da escola especulavam sobre a possibilidade de Scott ser gay. Ele nunca admitira nada abertamente, mas também não fazia nada para desmentir os boatos.


Enquanto Ale caminhava pela pérgula para apanhar sua mochila, ela notou a equipe da Tate indo para as arquibancadas. Beau estava no meio do grupo, vestindo um conjunto de moletom azul Champion e rolando os ombros para a frente e para trás para se aquecer.


Ale prendeu a respiração. Ela andava pensando em Beau desde que ele a resgatara, no dia anterior. Ela não podia imaginar Jamie pegando-a no colo daquele jeito, ele provavelmente se preocuparia com o fato de que erguê-la poderia distender os músculos de seus ombros, e comprometer a competição do dia. E pensar em Beau havia provocado outra coisa: uma lembrança de Angel, que Ale quase havia apagado.


Foi uma das últimas vezes em que Ale estivera sozinha com Angel. Ela nunca se esqueceria daquele dia, o céu estava azul-claro, todas as flores em botão, havia abelhas por toda parte. A casa da árvore de Angel cheirava a Ki-Suco, seiva e fumaça de cigarro, Angel havia roubado um maço de Parliament do irmão mais velho. Ela agarrou as mãos de Ale.


– Você não pode contar isso para os outros – disse ela. – Eu comecei a sair com esse cara mais velho, e é ma-ra-vi-lho-so.


O sorriso de Ale desapareceu. Toda vez que Angel contava sobre um cara de que gostava, um pedacinho do coração dela se partia.


– Ele é tão gato – continuou Angel. – Eu quase tenho vontade de passar dos limites com ele.


– O que é que você quer dizer com isso? – Ale nunca havia ouvido algo tão horripilante na vida. – Quem é ele?


– Não posso contar. – Angel deu um sorrisinho malicioso. – Vocês iriam surtar.


E, então, Ale não conseguiu mais suportar aquilo. Inclinou-se para a frente e beijou Angel. Houve um momento singular, maravilhoso; então, Angel se afastou e riu. Ale tentou fazer tudo parecer uma brincadeira... E, logo em seguida, cada uma foi para sua casa jantar.


Ela havia pensado sobre aquele beijo tantas vezes que mal se lembrava do que tinha acontecido antes dele. Mas, agora que Beau estava de volta, e ele era tão bonito... Aquilo fazia Ale pensar na possibilidade de o cara de quem Angel falara ser Beau. Quem mais faria com que os outros surtassem?


Angel gostar de Beau fazia todo o sentido. No final do sétimo ano, ela tinha passado por uma fase de garotos rebeldes, sempre falando sobre o quanto gostaria de sair com alguém que fosse “tipo, mau”. Ser mandado para o reformatório contava, e talvez Angel tivesse visto algo em Beau que ninguém mais via. Ale achava que era possível que Angel pudesse enxergar a mesma coisa naquele momento. E, tão bizarro quanto pudesse parecer, a possibilidade de que Angel tivesse gostado de Beau o fazia parecer muito mais atraente para Ale. O que era bom o suficiente para Angel sem dúvida era bom suficientemente para ela.


Logo que a reunião da natação foi interrompida para a competição de mergulho, Ale tirou os chinelos da bolsa, preparando-se para caminhar até Beau. Os dedos dela tamborilavam no telefone celular, enrolado na toalha. Ele estava piscando; o visor mostrava que havia sete chamadas de Vanessa não atendidas.


A garganta de Ale se apertou. Vanessa havia ligado, mandado mensagens pela internet, pelo celular e por e-mail a semana inteira, e ela não havia respondido. Com cada nova chamada não atendida, ela se sentia mais confusa. Parte dela queria encontrar Vanessa na escola e passar a mão por seus cabelos macios e ondulados. Subir na garupa de sua bicicleta e matar aula. Beijar Vanessa tinha sido perigosamente bom. Mas outra parte dela desejava que Vanessa simplesmente... Desaparecesse.


Ale olhou fixamente para o visor do celular com um nó na garganta. Então, devagar, fechou o aparelho. De certo modo, parecia aquela vez, quando ela tinha oito anos e decidiu jogar Bee-Bee, seu cobertor de estimação, fora. Garotas crescidas não precisam de cobertores, dissera a si mesma, mas tinha sido horrível fechar a tampa da lata de lixo com Bee-Bee lá dentro.


Ela respirou fundo e começou a caminhar em direção às arquibancadas onde estava o pessoal da Tate. No caminho, olhou por cima do ombro, procurando por Jamie. Ele estava do lado da Rosewood Day, batendo nos ombros de Seth com uma toalha. Desde o incidente de terça-feira, Jamie havia ficado longe de Ale, agindo como se ela não existisse. Era certamente melhor do que atacá-la, mas ela tinha uma certa paranoia de que ele estivesse falando dela pelas costas. Ela meio que queria que Jamie a visse naquele momento, enquanto se aproximava de Beau. Olhe! Eu estou falando com um garoto!


Beau havia jogado a toalha na beira da piscina. Estava com fones de ouvido ligados ao iPod no seu colo. O cabelo estava afastado do rosto e o moletom azul-marinho que ele usava sobre o calção de banho, para o qual Ale não tivera coragem de olhar da primeira vez.


Quando viu Ale, sua expressão se iluminou.


– Oi. Eu te disse que ia te ver por aqui, não disse?


– É. – Ale sorriu, timidamente. – Então, bem, eu só queria agradecer. Por me ajudar ontem. E no dia anterior.


– Ah. Bem, não foi nada.


Naquele momento, Scott apareceu com a câmera para o livro do ano.


– Peguei vocês! – gritou ele, tirando uma foto. – Já posso ver a legenda: Ale Muller, flertando com o inimigo! – Então, ele sussurrou para Ale: – Embora eu ache que ele não é bem o seu tipo.


Ale olhou para Scott inquisitivamente. O que ele queria dizer com aquilo? Mas ele se afastou. Quando ela se virou novamente para Beau, ele estava brincando com o iPod, e ela se virou para voltar para o lado de sua equipe. Havia dado uns três passos quando Beau a chamou:


– Ei, você quer dar uma volta?


Ale parou. Rapidamente, ela olhou para Jamie. Ele ainda não estava prestando atenção.


– Ah, tudo bem – decidiu.


Eles passaram pelas portas duplas do parque aquático de Rosewood Day e por um bando de garotos esperando pelos ônibus e se sentaram na beira da fonte do Dia do Fundador. Água espirrava do topo da fonte, em um arco longo e reluzente. Mas estava nublado lá fora, e a água estava parada e turva, em vez de brilhante. Ale ficou olhando para um monte de moedinhas no fundo raso e prateado da fonte.


– No último dia de aula, os veteranos empurram o professor favorito nesta fonte – contou ela.


– Eu sei – disse Beau. – Eu estudava aqui, lembra?


– Oh. – Ale se sentiu uma completa idiota. Claro que sim. E eles o mandaram embora.


Beau tirou um pacote de biscoitos de chocolate da mochila e ofereceu um a Ale.


– Quer? Um lanchinho antes da prova?


Ale deu de ombros.


– Talvez metade.


– Bom pra você. – Beau lhe estendeu um. Ele desviou o olhar. – É engraçado como as coisas são totalmente diferentes entre garotos e garotas. Os garotos sempre querem comer mais que os outros. Mesmo os caras mais velhos que eu conheço. Como o meu psiquiatra, no Maine. Uma vez, na casa dele, nós fizemos uma competição para ver quem comia mais camarão. Ele me venceu por seis camarões. E o cara tem no mínimo uns trinta e cinco anos.


– Camarão. – Ale estremeceu. Para não perguntar o óbvio: Você teve um psiquiatra?, ela indagou: – O que aconteceu depois que o seu, hum, psiquiatra comeu tudo isso?


– Ele vomitou. – Beau passou as pontas dos dedos sobre a superfície da água. A água da fonte tinha um cheiro de cloro ainda mais forte que o da piscina.


Ale passou as mãos pelos joelhos. Ela se perguntou se ele tivera um psiquiatra pela mesma razão que o fizera assumir a culpa pela Coisa com Megan.


Um ônibus executivo entrou no estacionamento de Rosewood Day. Devagar, os membros da banda da escola desceram do veículo, ainda de uniforme, jaquetas vermelhas com detalhes nas bordas, calças largas, o regente usando um chapéu felpudo e engraçado, que parecia bastante quente e desconfortável.


– Você, hum, fala muito sobre o Maine – disse Ale. – Você está feliz de estar de volta a Rosewood?


Beau ergueu uma das sobrancelhas.


– Você está feliz de estar de volta a Rosewood?


Ale franziu a testa. Ela observou um esquilo correr em círculos ao redor de um dos carvalhos.


– Eu não sei – respondeu ela em voz baixa. – Às vezes, sinto que não me encaixo aqui. Eu costumava ser normal, mas agora... Não sei. Eu me sinto como se devesse ser de um jeito que eu não sou.


Beau a encarou.


– Sei como é. – Ele suspirou. – Existem todas essas pessoas perfeitas aqui. E... Parece que, quando não se é como elas, você realmente tem problemas. Mas eu acho que, no fundo, as pessoas que parecem tão perfeitas são tão problemáticas quanto nós.


Ele voltou o olhar para Ale, e as entranhas dela viraram do avesso. Ela se sentia como se seus pensamentos e segredos fossem manchetes de jornal em fonte setenta e dois, e Beau pudesse ler todos. Mas ele também era a primeira pessoa que havia expressado algo parecido com o que ela sentia a respeito das coisas.


– Eu me sinto bem problemática na maior parte do tempo – confessou ela, baixinho.


Beau pareceu não acreditar nela.


– Como você pode ser problemática?


O som de um trovão ecoou a distância. Ale colocou as mãos dentro das mangas da jaqueta. Sou problemática porque não sei quem sou nem o que quero, ela quis dizer. Mas, em vez disso, olhou diretamente para ele e balbuciou:


– Adoro tempestades.


– Eu também.


E, então, lentamente, Beau se inclinou e a beijou. Foi muito leve e hesitante, apenas um pequeno sussurro contra sua boca. Quando ele se afastou, Ale tocou os próprios lábios com os dedos, como se o beijo ainda estivesse ali.


– O que foi isso? – murmurou ela.


– Eu não sei – respondeu Beau. – Eu não devia ter...?


– Não – sussurrou Ale. – Foi bom. – O primeiro pensamento dela foi: Eu acabei de beijar um garoto que Angel pode ter beijado. O segundo foi que talvez ela fosse problemática só de pensar aquilo.


– Beau? – Uma voz os interrompeu. Um homem de jaqueta de couro estava parado sob a marquise do parque aquático, com as mãos na cintura. Era o sr. Mirchoff. Ale o reconheceu da equipe de natação de verão, anos antes... E da noite em que Megan se machucara. Os músculos dos ombros dela ficaram tensos. Se o sr. Mirchoff estava ali, Megan também estaria? E, então, ela se lembrou de que Megan estava na escola, na Filadélfia. Pelo menos, ela esperava que sim.


– O que você está fazendo aqui fora? – O sr. Mirchoff estendeu a mão para fora da marquise, sentindo a chuva, que havia começado a cair. – O seu revezamento já vai começar.


– Oh. – Beau pulou de cima do muro e sorriu para Ale. – Você vai voltar também?


– Em um segundo – disse Ale, com franqueza. Se tentasse usar as pernas naquele instante, elas poderiam não funcionar. – Boa sorte na prova.


– Tudo bem. – Os olhos de Beau se demoraram sobre ela durante mais um momento. Ele pareceu pronto para dizer algo, mas desistiu, seguindo o pai.


Ale ficou sentada no muro de pedra por alguns minutos, a chuva ensopando sua jaqueta. Ela se sentia estranhamente nervosa, como se estivesse borbulhando. O que tinha acabado de acontecer? Quando seu Nokia anunciou que ela tinha uma mensagem de texto, ela franziu o cenho e o fisgou do bolso da jaqueta. O coração falhou por um segundo. Era justamente quem ela imaginara.


Ale, que tal esta foto sua para o livro do ano, em vez da outra?


Ela clicou no anexo. Era uma foto de Ale e Vanessa, na cabine fotográfica de Christopher. Elas estavam olhando nos olhos uma da outra com desejo, a centímetros de um beijo. O queixo de Ale caiu. Ela se lembrava de apertar o botão na cabine para tirar as fotos, mas Vanessa não as havia levado com ela ao saírem?


Você não vai querer que isto se espalhe, não é?, dizia a linha de texto sob a foto.


E, é claro, estava assinado – A.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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