Fanfics Brasil - Capítulo 69: Aliás, laissez-faire significa “Tire as mãos de mim” Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada)

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Capítulo: Capítulo 69: Aliás, laissez-faire significa “Tire as mãos de mim”

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Sexta-feira, na aula de economia, Daniel Sharman se inclinou do outro lado do corredor e deu um tapinha no caderno de Maite.


– Então, não consigo me lembrar. Limusine ou carro, para ir à Foxy?


Maite rolou a caneta entre os dedos.


– Hum, carro, eu acho.


Era uma pergunta difícil. Normalmente, como a maníaca por festas que era, Maite sempre insistia em ir de limusine. E ela queria que sua família pensasse que estava levando o encontro do dia seguinte com Daniel a sério. Só que ela estava tão cansada. Ter um namorado novo era maravilhoso, mas era difícil tentar vê-lo e continuar sendo a aluna mais ambiciosa de Rosewood Day. Na noite anterior, ela ficara acordada até as duas e meia da manhã, fazendo as lições de casa. Havia adormecido naquela manhã, durante a aula de ioga, depois de Dulce sair correndo daquele jeito bizarro. Talvez Maite devesse ter mencionado a mensagem de A, mas Dulce correu antes que ela tivesse a chance. E havia adormecido de novo na sala de estudos. Será que deveria ir até a enfermaria e dormir um pouco na maca?


Daniel não teve tempo de fazer nenhuma outra pergunta. O sr. McAdam havia desistido da batalha contra o retroprojetor, aquilo acontecia toda aula, e estava em pé diante do quadro.


– Estou ansioso para ler os trabalhos de todos na segunda-feira – gritou ele. – E tenho uma surpresa. Se vocês enviarem os trabalhos para mim por e-mail até amanhã, vão ganhar cinco pontos como recompensa por terem começado cedo.


Maite piscou, confusa. Ela apanhou seu Sidekick e checou a data. Desde quando já era sexta-feira? Ela olhou a agenda de segunda. Lá estava. Entrega do trabalho de economia.


Ela não tinha começado o trabalho. Ela sequer pensara no trabalho. Depois do fiasco com o cartão de crédito na terça-feira, Maite tinha pensado em pegar emprestados os livros suplementares de McAdam na biblioteca. Mas então rolou aquele lance com William, e a nota B- já não importava tanto. Nada importava.


Ela havia passado a noite de quarta-feira na casa de William. No dia anterior, depois de ir à escola, após a terceira aula, ela matou o treino de hóquei e foi para a Filadélfia de novo, dessa vez de transporte público, em vez de dirigindo, porque achou que seria mais rápido. Só que... O trem ficou parado. Quando ela chegou à estação da rua Treze, só tinha 45 minutos antes de ter que voltar para casa para o jantar. Então, William foi até lá para encontrá-la, e os dois ficaram em um banco escondido, atrás do balcão de flores da plataforma, emergindo corados pelos beijos e cheirando a lilases.


Ela percebeu que a tradução dos dez primeiros cantos do Inferno, para a aula de Italiano VI, também era para segunda-feira. E ainda havia um trabalho de três páginas sobre Platão, para a aula de literatura. Uma prova de cálculo. As audições para conseguir papéis em A Tempestade, a primeira peça do ano em Rosewood Day, eram na segunda-feira. Ela deitou a cabeça sobre a mesa.


– Srta. Perroni?


Assustada, Maite olhou para cima. O sinal tinha tocado, todos já haviam saído, e ela estava sozinha. Lula Molusco estava em pé, ao seu lado.


– Desculpe acordá-la – disse ele, num tom glacial.


– Não... Eu não estava... – gaguejou Maite, juntando suas coisas. Mas era tarde demais. Lula Molusco já estava apagando as anotações no quadro. Ela percebeu que ele sacudia a cabeça lentamente, como se dissesse que ela não tinha jeito.


– Tudo bem – sussurrou Maite. Ela estava sentada na frente do computador, com livros e papéis espalhados ao seu redor. Lentamente, repetiu a primeira questão novamente.


Explique o conceito de Adam Smith sobre a “mão invisível” na economia laissez-faire, e dê um exemplo atual.


Tuuuudo beeeem.


Normalmente, Maite já teria lido o trabalho de economia e o livro de Adam Smith, marcado as páginas mais importantes e feito um rascunho da resposta. Mas ela ainda não tinha feito nada disso. Ela não fazia a menor ideia do que laissez-faire significava. Tinha algo a ver com oferta e procura? O que havia de invisível naquilo? Ela digitou algumas palavras na Wikipédia, mas as teorias eram complexas e nada familiares, assim como as anotações das aulas; não se lembrava de tê-las escrito.


Ela tinha estudado como uma louca por onze longos e difíceis anos, doze, se contasse a creche montessoriana antes do jardim de infância. Será que, só daquela vez, ela não podia fazer um trabalho estúpido, tirar um B-, e compensar a nota baixa mais tarde no semestre?


Mas as notas eram mais importantes do que nunca. No dia anterior, quando ela e William se separaram na estação de trem, ele sugeriu que ela se formasse no final do ano e tentasse uma vaga na Universidade da Pensilvânia. Maite imediatamente gostara da ideia e, nos poucos minutos antes de seu trem chegar, eles haviam fantasiado sobre o apartamento que dividiriam, sobre os cantos separados da sala para estudar e sobre o gato que comprariam, William nunca tivera um quando era mais novo porque o irmão era alérgico.


A ideia havia florescido na mente de Maite durante a viagem de volta para casa, e, logo que chegou em seu quarto, checou se tinha créditos suficientes para se formar em Rosewood, e fez o download de um formulário de matrícula para a Universidade da Pensilvânia. Seria meio complicado, já que Mila também estudava lá, mas era uma universidade grande e Maite imaginou que elas nunca se encontrariam.


Ela suspirou e olhou para o Sidekick. William havia dito a ela que ligaria mais tarde, entre cinco e seis horas, e já eram seis e meia. Maite ficava aborrecida quando as pessoas não faziam o que prometiam. Ela examinou o registro de chamadas perdidas, para ver se o número dele estava lá. Então acessou a caixa de mensagens de voz para ver se o celular estava com problemas de recepção. Nenhuma mensagem nova.


Finalmente, tentou ligar para o número de William. Caixa postal, de novo. Maite atirou o telefone na cama e examinou o questionário novamente. Adam Smith. Laissez-faire. Mãos invisíveis. Mãos grandes, fortes, de médico, britânicas. Por todo o corpo dela.


Ela lutou contra a tentação de ligar para William de novo. Parecia coisa de menininha, desde que William comentara sobre Maite parecer tão madura, ela começara a questionar cada uma de suas ações. O toque de seu celular era “My Humps”, do Black Eyed Peas; será que William considerava aquilo irônico, como ela, ou simplesmente adolescente? E quanto ao chaveiro da sorte, um macaquinho de pelúcia que ela usava pendurado à bolsa da escola? E será que uma garota mais velha teria hesitado quando William apanhara uma única tulipa do quiosque de flores, sem pagar, quando o florista não estava olhando, e a oferecera a Maite, com medo de que eles fossem se meter em encrenca?


O sol começou a desaparecer por detrás das árvores. Quando o pai enfiou a cabeça pela porta do quarto, Maite deu um pulo.


– Nós já vamos jantar – informou ele. – Mila não vem comer conosco hoje.


– Tudo bem – respondeu Maite. Aquelas eram as primeiras palavras não hostis que ele lhe dirigia em dias.


A luz se refletia no Rolex de platina de seu pai. O rosto dele parecia quase... Arrependido.


– Eu comprei alguns daqueles rolinhos de canela de que você gosta. Vou esquentá-los.


Maite piscou. Logo que ele disse aquilo, ela sentiu o cheiro que vinha do forno. O pai sabia que os rolinhos de canela da Padaria Struble eram a comida que Maite mais amava no mundo. A padaria ficava perto de seu escritório de advocacia, e ele raramente tinha tempo de ir até lá. Aquilo era claramente uma oferta de paz.


– Mila nos disse que você vai com alguém à Foxy – disse o pai. – É alguém que conhecemos?


– Daniel Sharman – respondeu Maite.


O sr. Perroni levantou uma das sobrancelhas.


– Daniel Sharman, o representante da classe?


– É. – Aquele era um assunto delicado. Daniel a havia derrotado na disputa pelo cargo; os pais dela tinham ficado arrasados com o fato de ela ter perdido. Afinal, Mila fora representante de classe.


O sr. Perroni pareceu satisfeito. Então, abaixou os olhos.


– Bem, é bom que você esteja... Quero dizer, estou feliz por esse problema ter se resolvido.


Maite esperava que suas bochechas não estivessem vermelhas.


– Hum... O que mamãe acha?


O pai deu um sorrisinho.


– Ela vai se acostumar com a ideia. – Ele deu umas pancadinhas na porta, e saiu andando pelo corredor. Maite se sentiu culpada e esquisita. Os rolinhos de canela assando lá embaixo cheiravam como se estivessem quase queimando.


Seu telefone celular tocou, assustando-a. Ela pulou para apanhá-lo.


– Oi, você. – William parecia feliz e entusiasmado quando ela atendeu, o que a irritou imediatamente. – Tudo bem?


– Por onde você esteve? – perguntou Maite.


William fez uma pausa.


– Eu e alguns amigos da faculdade estamos matando tempo antes do trabalho hoje.


– Por que você não ligou antes?


William fez outra pausa.


– Tinha muito barulho no bar. – A voz dele parecia distante, irritada.


Maite cerrou os punhos.


– Desculpe – disse ela. – Acho que estou um pouco estressada.


– Maite Perroni, estressada? – Ela podia apostar que William estava sorrindo. – Por quê?


– Trabalho de economia – suspirou ela. – É um negócio impossível.


– Eca – fez William. – Esqueça isso. Venha me encontrar.


Maite fez uma pausa. As anotações dela estavam espalhadas pela mesa. No chão, estava o teste da semana. O B- parecia um sinal de luz fluorescente.


– Não posso.


– Tudo bem – grunhiu William. – Amanhã, então? Posso ter você só pra mim o dia inteiro?


Maite mordeu o interior da bochecha.


– Também não posso amanhã. Eu... Eu tenho de ir a uma festa beneficente. Com um garoto da escola.


– Um encontro?


– Na verdade, não.


– Por que você não me convidou?


Maite franziu a testa.


– Não é como se eu gostasse dele. Ele é só um garoto da escola. Mas... Eu quero dizer... Eu não vou se você não quiser que eu vá.


William riu.


– Eu só estou te provocando. Vá para a sua festa de caridade. Divirta-se. Nós podemos ficar juntos no domingo.


Então, ele disse que tinha de ir, pois precisava começar o plantão no hospital.


– Boa sorte com seu trabalho – completou ele. – Tenho certeza de que você vai se dar bem.


Maite olhou melancolicamente para a mensagem CHAMADA ENCERRADA, no display do celular. A conversa tinha durado um minuto e quarenta e seis segundos.


– É claro que eu me daria bem – sussurrou ela para o telefone. Talvez com uma semana de extensão de prazo.


Ao passar pelo computador, ela percebeu que havia um novo e-mail na caixa de entrada. Havia chegado uns cinco minutos antes, enquanto ela estava conversando com o pai.


Quer tirar um A fácil? Acho que você sabe onde achar. — A.


O estômago de Maite deu um nó. Ela olhou pela janela, mas não havia ninguém no jardim. Então, pôs a cabeça para fora, para verificar se não haviam instalado uma câmera de vigilância ou um mini microfone. Mas tudo o que viu foi o exterior de pedra marrom-esverdeada de sua casa.


Mila arquivava os documentos da escola no computador da família. Ela era tão perfeccionista quanto Maite e salvava tudo. Maite nem sequer teria de pedir permissão a Mila para acessar os documentos, eles estavam na pasta compartilhada.


Mas como A poderia saber disso?


Era tentador. Só que... Não. De qualquer forma, Maite duvidava que A quisesse ajudá-la. Será que aquilo era uma armadilha elaborada? Será que A era Mila?


– Maite? – chamou a mãe do andar de baixo. – Venha jantar!


Maite minimizou o e-mail e caminhou distraidamente para a porta. O negócio era que, se usasse o trabalho de Mila, ela teria tempo para terminar o resto das lições e ver William. Ela podia mudar algumas palavras... Usar o dicionário... Jamais faria aquilo novamente.


O computador fez outro bipe e ela se virou.


PS: Você me magoou, e eu vou magoar você. Ou, talvez, eu deva magoar certo novo namorado, em vez disso? É melhor tomarem cuidado, vou aparecer quando vocês menos esperarem. —A.



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Autor(a): Dulce Coleções

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Na sexta-feira à tarde, Anahí estava sentada na arquibancada da quadra de futebol, assistindo à equipe masculina da Rosewood Day dar uma surra na Lansing Prep. Só que ela não estava conseguindo se concentrar de verdade. Suas unhas, normalmente bem-feitas, estavam roídas, a pele dos polegares estava sangrando de tanto que ela a mordia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10

    Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36

      Continuando amore

  • Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52

    jnnknjbjh

  • eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16

    Chegueiiiiii

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07

      aeh!

  • ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21

      Continuando

  • ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03

      Continuando amore

  • ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43

    Continuaaa amoreee S2

    • Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32

      Continuando amore


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