Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni

A Foxy era realizada em Kingman Hall, uma velha mansão campestre de estilo inglês, construída por um homem que inventara uma máquina nova de tirar leite, no início do século XX. No quarto ano, quando eles aprenderam sobre a casa na aula de história da Pensilvânia, Ale a apelidara de “Mansão Mu”.

Enquanto a recepcionista examinava seus convites, Ale olhou em volta. O lugar tinha um jardim labiríntico na parte da frente. Gárgulas faziam caretas nos arcos da imponente fachada da mansão. Pouco à frente de Ale estava a tenda, toda iluminada e cheia de gente, onde o evento seria realizado.

– Uau. – Beau apareceu atrás dela. Lindas garotas passavam por eles em direção à tenda, usando vestidos elaborados, feitos sob encomenda, e carregando bolsas cravejadas de joias. Ale olhou para o próprio vestido, era um tomara que caia simples, cor-de-rosa, que Laura havia usado no baile do ano anterior. Ela arrumara o próprio cabelo, colocara bastante do perfume ultra feminino de Laura, Lovely, que a fazia espirrar, e estava usando brincos pela primeira vez em muito tempo, forçando-os pelos buracos nas orelhas, que já estavam quase fechados. Mesmo com tudo aquilo, ela ainda se sentia sem graça comparada a todas as outras meninas.

No dia anterior, quando Ale telefonou para Beau, a fim de convidá-lo para a Foxy, ele pareceu muito surpreso, mas realmente empolgado. Ela estava entusiasmada, também. Eles iriam à Foxy, se beijariam de novo e... Quem sabe? Talvez se transformassem em um casal. Com o tempo, eles iriam visitar Megan na escola na Filadélfia, e Ale poderia, de alguma forma, compensá-la por tudo. Ela cuidaria do próximo cão-guia de Megan, leria para ela todos os livros que ainda não haviam sido lançados em braille. Talvez, com o tempo, Ale pudesse confessar seu envolvimento no acidente de Megan.

Ou talvez não.

Só que agora ela estava na Foxy, e algo parecia... Errado. O corpo de Ale alternava entre sensações de calor e frio, e seu estômago estava contraído de dor. As mãos de Beau pareciam muito ásperas, e ela estava tão nervosa que eles mal haviam conversado no caminho para a festa. A própria Foxy não parecia um ambiente muito relaxante; todos estavam exageradamente arrumados. E Ale tinha certeza de que alguém a estava observando. Enquanto examinava a maquiagem de cada garota e o rosto barbeado de cada rapaz, ela se perguntava: Você é A?

– Sorria! – Um flash espocou no rosto de Ale, e ela deu um gritinho. Quando as luzes brancas pararam de dançar na frente de seus olhos, uma garota loira, num vestido vinho, com uma credencial de imprensa sobre o peito e uma câmera digital pendurada no ombro, estava rindo para ela. – Eu só estava tirando fotos para o Philadelphia Inquirer – explicou. – Quer tentar de novo, sem a cara de pânico, dessa vez? – Ale agarrou o braço de Beau e tentou parecer feliz, mas sua expressão parecia mais uma careta petrificada.

Depois que a moça da imprensa se afastou, Beau se virou para Ale.

– Tem algo errado? Você sempre pareceu tão relaxada na frente das câmeras.

Ale se enrijeceu.

– Quando você me viu na frente de uma câmera?

– Na reunião da Rosewood com a Tate? – lembrou-a Beau. – O cara maluco do livro do ano?

– Oh, sim. – Ale expirou o ar de seus pulmões.

Os olhos de Beau seguiram um garçom que passava com uma bandeja de drinques.

– Então, este é o seu mundo?

– Deus, não! – retrucou Ale. – Eu nunca estive em um lugar como este na minha vida.

Ele olhou em volta.

– Todo mundo parece tão... Feito de plástico. Eu costumava ter vontade de matar a maioria dessas pessoas.

Uma sensação assustadora invadiu Ale. Era o mesmo tipo de sentimento que ela experimentou ao acordar no banco de trás do carro de Beau. Quando ele percebeu a expressão dela, rapidamente deu um sorriso.

– Não literalmente. – Ele apertou a mão dela. – Você é muito mais bonita do que todas as outras garotas aqui.

Ale corou. Mas ela estava descobrindo que suas entranhas não viravam do avesso quando ele dizia coisas assim, ou quando tocava nela. E deveriam. Beau era sexy. Na verdade, estava lindo com seu terno e seus sapatos pretos, os cabelos penteados para trás, e seu rosto angulado e quadrado. Todas as garotas estavam olhando para ele. Quando ele apareceu na porta de sua casa, até mesmo a discreta Laura havia deixado escapar:

– Ele é tão bonitinho!

Mas quando ele segurou a mão de Ale, ainda que ela quisesse muito sentir alguma coisa, não aconteceu nada. Era como dar a mão à sua irmã.