Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni

Quando Maite e Daniel chegaram à Foxy, o lugar já estava lotado. A fila para o estacionamento tinha uns vinte carros, pessoas sem convite se aglomeravam ao redor da entrada, e a tenda principal estava repleta de gente nas mesas, junto ao bar e na pista de dança.

Enquanto Daniel abria caminho até a mesa de drinques, Maite checou o celular de novo. Nenhuma chamada de William ainda. Ela andou pelo chão de mármore do salão, perguntando a si mesma por que estava ali. Daniel havia passado para apanhá-la e, apesar de toda a ansiedade, Maite tinha colocado as habilidades da aula de teatro em prática e enganado a família, fazendo todos pensarem que eles eram um casal, dando em Daniel um beijinho perto da boca quando o vira, graciosamente aceitando suas flores, posando para uma foto com o rosto encostado ao dele. Daniel parecera alegremente constrangido, o que contribuíra ainda mais para a farsa.

Agora ele não tinha mais utilidade para ela, mas, infelizmente, ele não sabia disso. Daniel apresentava Maite a todos, pessoas que ambos conheciam, como sua namorada. O que ela realmente queria fazer era ir para um lugar silencioso e pensar. Precisava descobrir o que aquele policial, Claflim, sabia, e o que não sabia. Se Beau fosse A e o assassino de Angel, ele não estaria conversando com a polícia. Mas e se Beau não fosse A... E A tivesse contado algo à polícia?

– Eu acho que aqui tem um caraoquê. – Daniel apontou para o palco. De fato, uma menina estava berrando “I Will Survive”. – Quer cantar?

– Acho que não – respondeu Maite, ansiosa, brincando com o botão do corpete. Ela olhou ao redor pela quinquagésima vez, procurando as velhas amigas, esperando que elas aparecessem. Sentia que devia avisá-las sobre Beau e sobre os policiais. A havia dito para não fazer aquilo, mas podia tentar um código.

– Bom, talvez você queira cantar uma comigo? – insistiu Daniel.

Maite voltou-se para ele. Daniel parecia um dos labradores de sua família, implorando por migalhas da mesa.

– Eu não acabei de dizer que não quero?

– Ah. – Daniel brincou com a gravata. – Desculpe.

No final, ela concordou em cantar, nos vocais de apoio, “Dirrty”, de Christina Aguilera, incrível que o certinho Daniel escolhesse cantar aquela música, porque era mais fácil assim. Agora, Oka Giner e Celeste sei-lá-o-sobrenome-dela, ela frequentava a escola Quaker. estavam no palco cantando “Total Eclipse of the Heart”. Elas já pareciam um pouco tontas, uma segurando o braço da outra para manter o equilíbrio, e repetidamente derrubando as pequenas bolsas de veludo no chão.

– Nós vamos cantar muito melhor que elas – disse Andrew. Ele estava perto demais. Spencer sentia seu hálito quente, cheirando a chiclete de menta, e se irritou. A respiração pesada de Wren em seu pescoço era uma coisa, mas Andrew era bem diferente. Se ela não apanhasse algum ar imediatamente, podia desmaiar.

– Já volto – murmurou ela para Daniel e saiu correndo em direção à porta.

Assim que passou pelas portas francesas do terraço, seu telefone vibrou. Ela se assustou. Quando olhou para o mostrador, seu coração deu um pulo. William.

– Você está bem? – quis saber Maite. – Eu estava tão preocupada!

– Você deixou doze mensagens – respondeu William. – O que está acontecendo?

Maite podia sentir a tensão se esvair dela, e seus ombros relaxando.

– Eu... Não tive notícias suas, e pensei... Por que você não checou sua caixa postal?

William limpou a garganta, parecendo um pouco desconfortável.

– Eu estava ocupado, só isso.

– Mas eu pensei que você estava...

– O quê? – disse William, meio rindo. – Caído na sarjeta? Ora, vamos, Maite.

– Mas... – Maite fez uma pausa, tentando achar um jeito de explicar. – É que eu tive uma sensação estranha.

– Bom, eu estou bem. – William fez uma pausa. – Você está bem?

– Estou. – Maite abriu um leve sorriso. – Quero dizer, estou aqui nesta festa ridícula, com meu parceiro ridículo, e preferia estar com você, mas me sinto muito melhor agora. Estou feliz por você estar bem.

Quando desligou, estava tão aliviada que queria correr e beijar qualquer pessoa no terraço, como Adriana Peoples, a garota da escola católica que estava sentada na estátua de Dionísio, fumando um cigarro de cravo. Ou Liam Olsen, o jogador de hóquei que estava agarrando uma menina. Ou Daniel Sharman, que estava parado atrás dela, parecendo chateado e inútil. Quando o cérebro de Maite registrou que Daniel era, bem, Daniel, seu estômago se contraiu.

– Hum, oi – disse ela, apressada. – Há quanto tempo... Há quanto tempo você está aqui?

Pela expressão desolada no rosto de Daniel, Maite percebeu que ele estava ali por tempo suficiente.

– Ouça – suspirou ela. Era melhor cortar o mal pela raiz. – A verdade, Daniel, é que eu espero que você não pense que vai acontecer alguma coisa entre a gente. Eu tenho namorado.

Primeiro, Daniel pareceu espantado. Depois, magoado; então, envergonhado; e, por fim, furioso. As emoções passaram tão rápido pelo rosto dele que era como assistir a um pôr do sol em câmera acelerada.

– Eu sei. – Ele apontou para o Sidekick dela. – Eu ouvi a conversa.

É claro que ouviu.

– Sinto muito – respondeu Maite. – Mas eu...

Daniel levantou a mão para interrompê-la.

– Então, por que convidar a mim, e não a ele? Ele é algum cara que os seus pais não querem que você namore? Daí, você vem comigo, pensando que pode enganá-los?

– Não – disse Maite depressa, sentindo-se incomodada. Ela era tão transparente assim, ou Daniel era simplesmente um bom adivinhador? – É... É difícil de explicar. Eu pensei que a gente pudesse se divertir. Eu não quis magoar você.

Um cacho de cabelos caiu sobre os olhos de Daniel.

– Pois eu caí direitinho. – Ele correu para a porta.

– Daniel! – gritou Maite. – Espere! – Enquanto ela o observava desaparecer na multidão de garotos, uma sensação gelada e desconfortável a invadiu. Ela, definitivamente, havia escolhido o garoto errado para fingir ser seu namorado. Teria sido melhor ter ido à festa com Ryan Vreeland, que estava no armário; ou Thayer Anderson, interessado demais em basquete para levar qualquer garota a sério.

Ela correu para a tenda principal e olhou ao redor; devia, pelo menos, pedir desculpas a Daniel. O lugar inteiro estava iluminado por velas, de modo que era difícil encontrar alguém. Ela conseguia identificar Christopher e a garota da escola Quaker na pista de dança, bebendo da garrafinha de uísque. Amanda Seyfried e James Freed estavam no palco, cantando uma música da Avril Lavigne que Maite não suportava. Mason Byers e Devon Arliss estavam se beijando. Abigail Breslin e Bethany Wells cochichavam em um canto.

– Daniel? – chamou ela.

Então, Maite notou Ale do outro lado do salão. Ela usava um vestido tomara que caia cor-de-rosa e tinha uma pashmina no mesmo tom sobre os ombros. Maite deu alguns passos na direção de Ale, mas, então, percebeu o parceiro dela parado ao seu lado, a mão em seu braço. Assim que Maite apertou os olhos para ver melhor, o rapaz virou a cabeça e a notou.

Maite engasgou e recuou.

Eu vou aparecer quando você menos esperar.

Era Beau.