Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Quando o carro deixou o estacionamento, Ale abaixou o vidro da janela. A noite cheirava deliciosamente. A lua estava enorme e cheia, e algumas nuvens começavam a chegar. Estava tão quieto lá fora, Ale podia ouvir os pneus do carro rolando no asfalto.
– Você está bem? – perguntou Beau.
Ale deu um pulinho.
– Sim, estou bem. – Ela deu uma olhada em Beau. Ele disse que ia comprar um terno novo para a festa e ela o estava fazendo ir para casa três horas mais cedo.
– Desculpe, a noite foi uma porcaria.
– Não tem problema – balbuciou Beau.
Ale virou a pequena caixa da Tiffany que estava no seu colo. Ela pegou uma da mesa, antes de sair da tenda, pensando que também podia ter uma lembrancinha da festa.
– Então, tem certeza de que não aconteceu nada? – perguntou Beau. – Você está tão quieta.
Ale assoprou. Ela viu passarem três plantações de milho antes de responder.
– Uma cartomante veio falar comigo.
Beau franziu as sobrancelhas, sem entender nada.
– Ela só disse que alguma coisa ia me acontecer esta noite. Algo que ia mudar minha vida. – Ale tentou simular uma risada. Beau abriu a boca para falar alguma coisa, mas logo a fechou.
– Acontece que acabou se tornando verdade – continuou Ale. – Eu esbarrei naquele cara, o Jamie. Aquele que estava no corredor da Tank, que estava... Você sabe. De qualquer forma, ele tentou... Eu não sei. Acho que ele tentou me machucar.
– O quê?
– Não tem problema. Eu estou bem. Ele só... – O queixo de Ale tremeu. – Eu não sei. Talvez eu tenha merecido.
– Por quê? – Beau cerrou os dentes. – O que você fez?
Ale segurou no laço branco da lembrancinha. Gotas de chuva começaram a cair no para-brisa. Ela tomou fôlego. Ia mesmo dizer aquilo em voz alta?
– Jamie e eu éramos namorados. Quando ainda estávamos juntos, ele me pegou beijando outra pessoa. Uma garota. Ele me chamou de lésbica e, quando tentei lhe dizer que eu não era nada disso, ele tentou me fazer provar. Dando um beijo nele e... Essas coisas. Era isso que estava acontecendo no vestiário.
Beau se mexeu no assento, desconfortável.
Ale acariciou a gardênia que ele lhe dera para prender no vestido.
– O lance é que talvez eu seja lésbica. Quer dizer, eu realmente, tipo, amei a Angelique Boyer. Mas eu achei que só tivesse amado a Angel, não que eu fosse lésbica. Agora... Agora, eu não sei. Talvez Jamie esteja certo. Talvez eu seja homossexual. Talvez eu devesse simplesmente lidar com isso.
Ale não conseguia acreditar que tudo isso tivesse saído de sua boca. Ela virou-se para Beau. Sua boca estava estática, uma linha impassível. Ela achou que, se tivesse uma hora para ele admitir que havia sido namorado de Angel, seria aquela. Em vez disso, ele disse baixinho.
– Por que você está com tanto medo de admitir isso?
– Porque sim! – Ale riu. Não era óbvio? – Porque eu não quero ser... Você sabe. Homossexual. – E aí, numa voz baixinha: – Todo mundo vai rir da minha cara.
Eles dirigiram até uma placa que indicava “pare”, numa via de mão dupla, deserta. Em vez de parar e depois continuar, Beau desligou o carro. Ale estava intrigada.
– O que nós vamos fazer?
Beau tirou as mãos da direção e encarou Ale por um longo tempo. Tão longo que ela começou a se sentir esquisita. Ele parecia chateado. Ela pôs a mão na nuca, então, se virou e olhou pela janela. A rua estava silenciosa e morta, e, do outro lado, havia outra plantação de milho, uma das maiores de Rosewood. A chuva caía forte agora, e Beau não tinha ligado o limpador de para-brisa, então tudo estava borrado. Ela desejou, inesperadamente, ver um pouco de civilização. Um carro que passasse. Uma casa. Um posto de gasolina. Alguma coisa. Será que Beau estava chateado porque gostava dela, e ela havia sido capaz de quase se assumir? Será que Beau era homofóbico? Era com isso que ela teria que lidar, se realmente achasse que era homossexual. As pessoas iam fazer aquilo todos os dias, pelo resto da sua vida.
– Isso nunca chegou a acontecer, chegou? – disse Beau, quebrando o silêncio. – Ninguém nunca riu da sua cara.
– N-Não... – Ela tentou adivinhar o que significava a expressão de Beau, tentando entender a pergunta dele. – Acho que não. Bem, não antes de Jamie, de qualquer forma.
Ouviu-se o barulho de um trovão, e ela pulou. Então, viu um raio riscando o céu, alguns quilômetros à frente deles. Tudo ficou iluminado por um instante, e Ale pôde ver Beau franzindo as sobrancelhas, mexendo num dos botões do blazer.
– Ver todas essas pessoas esta noite acabou me fazendo perceber como era difícil viver em Rosewood – disse ele. – A galera costumava me odiar de verdade. Mas, esta noite, todos foram tão gentis... Todas as pessoas que me sacaneavam. Foi revoltante. Como se nada nunca tivesse acontecido. – Ele franziu a testa. – Eles não percebem que são uns cretinos?
– Acho que não. – Ale se sentia desconfortável.
Beau olhou para ela.
– Eu vi uma de suas antigas amigas lá. Maite Perroni.
Um relâmpago caiu de novo, fazendo Ale pular. Beau deu um sorriso malévolo.
– Vocês eram uma turma e tanto, antigamente. Aprontavam com todo mundo. Comigo... Com minha irmã...
– Não era de propósito – disse Ale, por instinto.
– Ale. – Beau deu de ombros. – Por que não? Vocês eram as garotas mais populares da escola. Vocês podiam. – A voz dele era extremamente sarcástica.
Ale tentou sorrir, com esperança de que aquilo fosse uma brincadeira. Mas Beau não sorriu de volta. Por que estavam falando sobre esse assunto? Eles não deveriam estar falando sobre o fato de Ale ser homossexual?
– Desculpe. Nós apenas... Éramos tão idiotas. Fazíamos o que Angel queria que fizéssemos. Quer dizer, eu achei que você tivesse superado isso, já que você e Angel ficaram juntos no ano seguinte.
– O quê? – interrompeu-a Beau de imediato.
Ale encostou-se na janela. Seu peito queimava de tanta adrenalina.
– Você... Você não estava saindo com a Angel no, hum, sétimo ano?
Beau olhou para Ale, horrorizado.
– Era difícil para mim até olhar para ela – confessou Beau baixinho. – Agora é difícil até mesmo ouvir o nome dela.
Ele colocou as mãos na testa e expirou longamente. Quando se virou para Ale novamente, seus olhos estavam escuros.
– Especialmente depois... Depois do que ela fez.
Ale o encarou. Um relâmpago rasgou o céu mais uma vez e o vento ficou mais forte, fazendo a plantação de milho balançar. As folhas pareciam mãos, tentando desesperadamente alcançar alguma coisa.
– Espera aí, o quê? – Ela riu, na expectativa, rezando para que tivesse entendido tudo errado. Apostando que, se ela piscasse, a noite ia se endireitar e voltar ao normal.
– Acho que você me ouviu – disse Beau, num tom seco, sem emoção. – Eu sei que vocês eram amigas, e que você a amava e coisa e tal, mas, pessoalmente, estou feliz que aquela vagabunda esteja morta.
Ale sentiu como se algo tivesse sugado todo o oxigênio de seu corpo. Alguma coisa vai acontecer com você esta noite. Algo que vai mudar sua vida.
Vocês aprontavam com todo mundo. Comigo... Com minha irmã...
É difícil para mim até mesmo ouvir o nome dela. Especialmente depois do que ela fez...
DEPOIS DO QUE ELA FEZ.
Estou feliz que aquela vagabunda esteja morta.
Beau... Sabia?
Uma ideia começava a se formar no cérebro de Ale. Beau realmente sabia. Ela estava certa disso, mais certa do que jamais estivera em toda sua vida. Ale sentiu como se sempre soubesse disso, como se isso sempre estivesse bem na sua cara, embora ela tentasse ignorar. Beau sabia o que elas tinham feito com Megan, mas A não tinha contado para ele. Beau já sabia havia muito tempo. E ele devia ter odiado Angel por causa disso. E teria odiado todas elas se soubesse que estavam envolvidas.
– Ai, meu Deus – sussurrou Ale.
Ela puxou a maçaneta da porta, segurando a saia com as mãos, ao sair do carro. A chuva a pegou imediatamente e os pingos pareciam agulhas. Claro que havia alguma coisa suspeita sobre Beau sendo tão amistoso com ela. Ele queria arruinar a vida de Ale.
– Ale? – Beau desatou o cinto de segurança. – Onde você...
Então, ela ouviu o motor rugir. Beau estava dirigindo estrada abaixo, na sua direção, com a porta do passageiro aberta. Ela olhou para a direita e para a esquerda, e, então, esperando que soubesse onde estava, entrou na plantação de milho, não se importando de estar ensopada.
– Ale! – chamou Beau de novo. Mas Ale continuou correndo.
Beau tinha matado Angel. Beau era A.
Autor(a): Dulce Coleções
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore