Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni

Anahí abriu caminho pela multidão de jovens, na esperança de ver os conhecidos cabelos de Ale. Ela achou Maite e Dulce perto das janelas enormes, conversando com Gemma Curran, colega de Ale na equipe de natação.

– Ela estava com aquele cara da Tate, não é? – Gemma mordeu o lábio e tentou pensar. – Tenho quase certeza de que os vi saindo.

Anahí trocou olhares nervosos com as amigas.

– O que nós vamos fazer? – sussurrou Maite. – Não temos a menor ideia de para onde eles foram.

– Eu tentei ligar para ela – informou Dulce. – Mas o celular só chama e ninguém atende.

– Ai, meu Deus. – Os olhos de Maite começavam a se encher de lágrimas.

– Bem, o que você esperava? – falou Dulce, por entre os dentes. – Foi você quem deixou isso acontecer.

– Eu sei – repetiu Maite. – Desculpem.

Um estrondo as interrompeu. Todos olharam para fora, para ver as árvores balançando de lado e a chuva torrencial caindo.

– Droga. – Anahí ouviu uma menina perto dela xingando. – Vai estragar todo o meu vestido.

Anahí encarou as amigas.

– Eu sei de alguém que pode nos ajudar. Um policial.

Ela olhou em volta, meio que esperando ver o policial Claflim, o cara que tinha prendido Anahí por roubar uma pulseira da Tiffany e o carro do sr. Ackard, e que a livrara dessas encrencas, na Foxy naquela noite. Mas os caras de guarda nas saídas e no leilão de joias eram da equipe de seguranças particulares da Liga de Caça à Raposa, só no caso de alguma coisa devastadora acontecer, eles chamariam a polícia. No ano anterior, um aluno do ensino médio bebeu demais e fugiu com um David Yurman que estava para ser leiloado, e, mesmo assim, tudo o que tinham feito foi deixar uma mensagem discreta na secretária eletrônica da família do garoto, dizendo que gostariam de ter o item de volta no dia seguinte.

– Nós não podemos ir até a polícia – gritou Maite. – Do jeito que aquele policial agiu comigo esta manhã, eu não me surpreenderia se eles achassem que nós matamos a Angel.

Anahí olhou para o lustre de cristal no teto. Uma dupla de garotos estava jogando guardanapos nele, tentando fazer os cristais balançarem.

– Mas, quer dizer, sua mensagem dizia basicamente: Eu vou magoar você, certo? Isso não é suficiente?

– Está assinado A. E diz que nós o magoamos. Como vamos explicar isso?

– Mas como faremos para ter certeza de que Ale está bem? – perguntou Dulce, puxando para cima seu vestido de bolinhas. Anahí notou, amargamente, que o zíper ainda estava meio aberto.

– Talvez devêssemos ir até a casa dela – sugeriu Maite.

– Chace e eu poderíamos ir agora mesmo – ofereceu-se Dulce.

Anahí ficou boquiaberta.

– Você vai contar para ele?

– Não – gritou Dulce, por cima dos berros de Natasha Bedingfield e da chuva torrencial.

Anahí pôde até ver a claraboia do salão embaçando, nove metros acima de suas cabeças.

– Eu não vou contar nada a ele. Nem sei como explicar isso. Mas ele não vai saber.

– Então, você e o Chace vão para alguma after-party? – intrometeu-se Anahí.

Dulce olhou para ela com uma expressão enlouquecida.

– Você acha que eu iria para algum lugar depois da festa com tudo isso acontecendo?

– Tudo bem, mas se não tivesse acontecido, você teria ido?

– Anahí. – Maite colocou a mão fria e fina no ombro dela. – Deixa pra lá.

Anahí rangeu os dentes, pegou um copo de champanhe da bandeja do garçom e entornou. Ela não podia deixar pra lá. Não era possível.

– Você dá uma olhada na casa da Ale – falou Maite para Dulce. – Eu vou continuar ligando pra ela.

– E se nós formos de carro até a casa da Ale e o Beau estiver com ela? – perguntou Dulce. – Nós o confrontamos? Quer dizer... Se ele for A...?

Anahí trocou olhares apreensivos com as outras. Ela queria dar um pé na bunda do Beau, como ele tinha descoberto sobre a Ashley? Seu pai? Suas prisões? Que Chace tinha terminado com ela e que ela enfiara o dedo na garganta para vomitar? Como é que ele se atrevia a tentar acabar com ela?! Mas ela também estava com medo. Se Beau era A, se ele sabia, então realmente ia querer machucá-las. Fazia... Sentido.

– Nós deveríamos nos concentrar apenas em ter certeza de que Ale está bem – falou Maite. – O que vocês acham de, caso não tenhamos notícias dela logo, ligarmos pra polícia e fazer uma denúncia anônima? Poderíamos dizer que vimos o Beau machucando Ale. Nós não teríamos que dar detalhes.

– Se o policial vier procurar por Beau, ele saberá que fomos nós – argumentou Anahí. – Além do mais, e se ele contar sobre a Megan?

Ela podia se ver numa instituição para menores infratores, usando um macacão laranja e conversando com o pai através de uma parede de vidro.

– Ou o que faremos se ele vier atrás da gente? – quis saber Dulce.

– Vamos ter que achá-la antes que isso aconteça – interrompeu Maite.

Anahí olhou o relógio. Dez e meia.

– Estou fora. – Ela marchou em direção à porta. – Eu ligo pra você, Maite. – Não disse nada a Dulce. Ela nem podia olhar para Dulce. Ou para o enorme chupão em seu pescoço.

Ao sair, Amanda Seyfrield segurou sua mão.

– Anahí, sobre aquilo que você me disse ontem, no jogo de futebol. – Ela tinha aquele olhar de simpatia de uma apresentadora de televisão. – Existem grupos de apoio para bulímicos. Eu posso ajudar você a achar um.

– Dá o fora – disse Anahí e passou esbarrando nela.