Fanfic: Pequenas Mentirosas - Vondy, Ponny, Levyrroni (adaptada) | Tema: Vondy, Ponny, Levyrroni
Domingo, às 11:52, Dulce sentou na sua cama, olhando para as unhas pintadas de vermelho. Ela se sentia ligeiramente desorientada, como se estivesse esquecendo algo... Algo grande. Como naqueles sonhos que tinha de vez em quando, em que era junho e ela se dava conta de que não tinha ido para as aulas de matemática o ano todo e de que ia tomar pau.
Aí, se lembrou. Beau era A. E hoje era domingo. Seu tempo tinha acabado.
Dar um nome e um rosto à vingança de A a apavorava, assim como o fato de que Angel e Maite estavam escondendo algo, algo que poderia ser muito, muito sério. Dulce ainda não fazia a menor ideia de como Beau tinha descoberto sobre Robert e Margot, mas se ela os flagrou juntos duas vezes, outros poderiam tê-los visto juntos, também, inclusive Beau.
Ela não tinha intenção de contar a Sandra sobre tudo que acontecera na noite anterior. Quando Chace a deixou em casa, perguntou repetidas vezes se deveria entrar com ela. Mas Dulce disse que não, tinha que fazer aquilo sozinha. A casa estava escura e quieta, o único som era o barulho do lava-louças, no modo superlavagem. Dulce tinha procurado as luzes da entrada, e aí, seguira pela cozinha escura nas pontas dos pés. Normalmente, a mãe ficava acordada até uma ou duas da manhã no sábado à noite, fazendo Sudoku ou debatendo com Robert à mesa, tomando café descafeinado. Mas a mesa estava impecável, ela podia ver as marcas circulares da esponja na superfície.
Dulce então dera um pulo no quarto dos pais, imaginando se Sandra tinha caído no sono mais cedo. A porta estava escancarada. A cama estava desfeita, mas não havia ninguém nela. O banheiro da suíte também estava vazio. Então, Dulce percebeu que o Honda Civic dos pais não estava na entrada.
Aí, ela os esperou nos degraus da escada, olhando ansiosamente para o relógio a cada trinta segundos até meia-noite. Possivelmente, os pais eram as únicas pessoas no universo que não tinham telefones celulares, então, não podia ligar para eles. Isso significava que Beau também não podia ligar para eles... Ou ele tinha achado outro meio para se comunicar?
E então... Ela acordara ali em cima, na própria cama. Alguém deve tê-la carregado, e Dulce, que dormia feito pedra, não notou nada.
Ela ouviu barulhos no andar de baixo. Gavetas abrindo e fechando. O assoalho de madeira rangendo debaixo dos pés de alguém. Páginas de jornal sendo viradas. Será que seus pais estariam lá embaixo, ou apenas um deles? Ela foi, nas pontas dos pés, lá para baixo, um bilhão de cenas passando por sua cabeça... Aí ela viu: Pequenas gotas vermelhas, por todo o chão da entrada. Havia uma trilha que vinha da cozinha até a porta de entrada.
Parecia sangue.
Dulce correu para a cozinha. Beau teria contado para a mãe, e Sandra, num acesso de raiva, teria matado Robert? Ou Margot? Ou Beau? Ou todo mundo? Ou Alfonso teria matado a todos? Ou... ou Robert teria matado Sandra? Quando chegou à cozinha, Dulce estacou.
Sandra estava à mesa, sozinha. Usava uma blusa vinho, saltos altos e maquiagem, como se estivesse pronta para sair. O New York Times estava dobrado na página das palavras cruzadas, mas, em vez de letras dentro dos quadrados, a página estava cheia de rabiscos grossos em tinta preta. Sandra olhava para a frente, meio vagamente, pela janela da cozinha, apertando os dentes de um garfo contra a palma de sua mão.
– Mãe. – Grunhiu Dulce, chegando mais perto. Só então, Dulce percebeu que a blusa estava amassada e a maquiagem parecia borrada. Era como se ela tivesse dormido com aquelas roupas... Ou não tivesse nem dormido. – Mãe? – perguntou Aria novamente, sua voz com um tom de medo.
Por fim, a mãe olhou para ela, lentamente. Os olhos de Sandra estavam pesados e úmidos. Ela enfiou o garfo bem fundo na mão. Dulce queria tirá-lo dela, mas ficou com medo. Nunca tinha visto a mãe daquele jeito.
– O que está acontecendo?
Sandra engoliu em seco.
– Oh... Você sabe.
Dulce engoliu em seco.
– O que é... Essa coisa vermelha na sala?
– Coisa vermelha? – Perguntou Sandra, desconsolada. – Ah. Talvez seja tinta, eu joguei fora uns materiais de pintura de manhã, joguei um monte de coisa fora esta manhã.
– Mãe. – Dulce podia sentir as lágrimas em seus olhos. – Tem alguma coisa errada?
A mãe olhou para cima. Seus movimentos eram lentos, como se ela estivesse embaixo d’água.
– Faz quatro anos que você sabe.
Dulce prendeu a respiração.
– O quê? – Sussurrou.
– Você é amiga dela? – Perguntou Sandra, ainda com a mesma voz morta. – Ela não é muito mais velha que você. E ouvi dizer que você foi à academia de ioga dela, no outro dia.
– O quê? – Sussurrou Dulce. – Academia de ioga? Não sei do que você está falando!
– É claro que sabe. – Sandra deu o sorriso mais triste que Dulce jamais havia visto. – Eu recebi uma carta. Primeiro, não acreditei, mas depois perguntei ao seu pai. E pensar que achei que ele estava distante por causa de trabalho.
– O quê? – Dulce deu um passo para trás. Sua visão começou a escurecer. – Você recebeu uma carta? Quando? Quem mandou?
Pelo jeito ausente e frio com o qual Sandra a olhava, Dulce sabia exatamente quem tinha mandado a carta. A. Beau. E ele tinha contado tudo a ela.
Dulce pôs as mãos na testa.
– Eu sinto muito. Eu... Eu queria te contar, mas estava com tanto medo e...
– Robert foi embora. – Disse Sandra, quase que de maneira casual. – Ele está com a garota. – Ela deixou escapar uma risadinha. – Talvez, eles estejam fazendo ioga juntos.
– Eu tenho certeza de que nós conseguiremos convencê-lo a voltar. – Dulce engasgou em lágrimas. – Quer dizer, ele tem que voltar, certo? Nós somos a família dele.
Naquele momento, o relógio cuco da cozinha bateu meio-dia. O relógio havia sido um presente de Robert para Sandra no décimo segundo aniversário de casamento deles, no ano anterior, na Islândia; Sandra estava muito interessada na peça, pois supostamente pertencera a Edvard Munch, o famoso pintor norueguês que fez O Grito. Ela o havia trazido cuidadosamente consigo no avião, constantemente tirando o plástico bolha para ver se o relógio estava intacto. A partir de então, eles sempre tinham de ouvir as doze badaladas e ver aquele passarinho idiota sair da casinha de madeira doze vezes. Cada piado soava cada vez mais acusador. Em vez de cuco, o passarinho cantarolava: Você sabia. Você sabia. Você sabia.
– Ah, Dulce. – Falou Sandra, com ar de censura. – Eu não acho que ele vá voltar.
– Onde está a carta? – Perguntou Dulce, seu nariz escorrendo. – Posso ver? Eu não sei quem faria isso conosco... Quem estragaria as coisas desse jeito.
Sandra a encarou. Seus olhos estavam cheio de lágrimas e também enormes.
– Eu joguei a carta fora. Mas não importa quem mandou. O que importa é que é verdade.
– Eu sinto muito. – Dulce ajoelhou-se perto dela, sentindo o cheiro engraçado e familiar de sua mãe: Terebentina, tinta de jornal, incenso de sândalo e, estranhamente, ovos mexidos. Ela colocou sua cabeça no ombro da mãe, mas Sandra a afastou.
– Dulce. – Disse ela, diretamente, ficando de pé. – Eu não consigo ficar perto de você agora.
– O quê? – ritou Dulce.
Sandra não estava olhando para ela, mas para sua mão esquerda, a qual, Dulce notou, de repente, não estava mais com a aliança de casamento.
Ela passou por Dulce e seguiu, como um fantasma para a sala e pelo rastro de tinta vermelha até as escadas.
– Espere. – Gritou Dulce, indo atrás dela.
Ela cambaleou escada acima, mas tropeçou num par de tacos de lacrosse do Alfonso, bateu o joelho e escorregou dois degraus.
– Maldição. – Xingou, raspando o carpete com as unhas. Ela se levantou e chegou lá em cima arfando de raiva. A porta do quarto de sua mãe estava fechada. Assim como a porta do banheiro. A porta do quarto de Alfonso estava aberta, mas ele não estava lá. Alfonso, pensou Dulce, seu coração partido novamente. Ele sabia?
Seu celular começou a tocar. Aturdida, foi até o quarto para procurá-lo. Sua cabeça estava uma bagunça. Ainda estava arfando. Ela quase queria que a ligação fosse de A, Beau, para poder falar bastante. Mas era Maite. Dulce olhou para o número, fumegando. Não importava que Maite não fosse A, ela bem que poderia ser. Se Maite não tivesse ficado do lado de Beau lá no sétimo ano, ele nunca teria contado a Sandra, e sua família estaria inteira.
Ela abriu o telefone para atender, mas não disse nada. Apenas ficou sentada, respirando fundo, respirações suspiradas.
– Dulce? – Chamou Maite, cuidadosamente.
– Eu não tenho nada para te dizer. – Rebateu Dulce. – Você acabou com a minha vida.
– Eu sei. – Respondeu Maite, calmamente. – É que... Dulce, me desculpe. Eu não queria guardar o segredo do Beau de você. Mas eu não sabia o que fazer. Você pode se pôr no meu lugar?
– Não. – Respondeu Dulce, rudemente. – Você não entende. Você acabou com a minha vida.
– Espere aí, o que você quer dizer? – Maite pareceu preocupada. – O que... O que aconteceu?
Dulce colocou as mãos na cabeça. Aquilo era tão difícil de explicar. E ela conseguia ver as coisas do ponto de vista de Maite. Claro que conseguia. O que Maite estava dizendo era assombrosamente parecido com o que Dulce dissera para Sandra, três minutos atrás. Eu não queria guardar segredo de você. Eu não sabia o que fazer. Eu não queria te magoar.
Ela suspirou e limpou o nariz.
– Por que você ligou?
– Bem... – Maite esperou. – Você teve alguma notícia da Ale agora de manhã?
– Não.
– Droga. – Sussurrou Maite.
– Qual é o problema? – Dulce endireitou-se na cadeira. – Eu pensei que você tivesse dito que tinha achado ela ontem à noite, e que ela estava em casa.
– Bem, ela estava... – Dulce ouviu Maite engolindo em seco. – Eu tenho certeza de que não é nada, mas minha mãe estava passando pelo bairro da Ale e tinha três viaturas policiais na entrada da casa dela.
Autor(a): Dulce Coleções
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Ale morava em um bairro antigo, modesto, com muitas pessoas aposentadas, e todo mundo estava em suas varandas ou no meio da rua, preocupado com as três viaturas na entrada dos Muller e com a ambulância que tinha acabado de ir embora. Maite foi para a calçada e avistou Dulce. Ela ainda estava usando o vestido de bolinhas da Foxy. – Eu acabei de chega ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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ana_vondy03 Postado em 11/06/2022 - 09:03:10
Aí meu deeeeeeeus! Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/06/2022 - 17:16:51
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 12/07/2021 - 13:42:57
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 04/01/2022 - 16:45:16
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 30/06/2021 - 20:57:18
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 10/07/2021 - 22:57:31
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/06/2021 - 10:41:04
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 18/06/2021 - 13:11:01
Continuando amore
-
ana_vondy03 Postado em 25/05/2021 - 14:45:08
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 30/05/2021 - 17:58:36
Continuando amore
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Dulce Coleções Postado em 25/05/2021 - 14:41:52
jnnknjbjh
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eimanuh Postado em 21/04/2021 - 19:54:16
Chegueiiiiii
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:32:07
aeh!
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ana_vondy03 Postado em 16/04/2021 - 00:08:47
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 21/04/2021 - 21:29:21
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 05/04/2021 - 23:47:19
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 14/04/2021 - 22:18:03
Continuando amore
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ana_vondy03 Postado em 03/04/2021 - 23:26:43
Continuaaa amoreee S2
Dulce Coleções Postado em 05/04/2021 - 23:07:32
Continuando amore