Fanfic: Show De Vizinho { Vondy } Finalizada | Tema: CyD
POVS DULCE
Após ser apresentada para toda aquela gente chique, tive a sensação de ter olhos em cima de mim o tempo todo.
Agora parecia que as pessoas iam na cozinha, não para elogiar ou reclamar com os garçons para servir mais comida, mas para me ver trabalhar.
Me senti agoniada até ir para casa.
Eu relutei com o fato de ir embora com Christopher. Fiquei em dúvida se conseguiria me controlar para não interrogá-lo e acusá-lo de me enganar esse tempo todo.
Mas sejamos justas: ele efetuou todo o trabalho que eu pedi e deixou Paco em estado de choque. Era isso o que eu queria, desde o princípio.
— Você está bem? — Christopher estala os dedos. — Está calada e distante o dia inteiro. Aconteceu algo?
Me perdi em meus próprios pensamentos enquanto observava as paisagens ficarem para trás e o carrão do ano nos levar para casa.
— Só estou com sono.
— Já estamos chegando e você vai descansar! — sua voz ainda é terna e gentil.
Quando ele vai tirar a máscara?
Será que haverá o momento em que Christopher revelará que é um Farrah? Que ele é bilionário eu já sei, mas isso... isso muda tudo! Estou confusa e não sei o que pensar. E também não quero perguntar nada a ele,pois tenho medo das respostas.
Que droga!
— Você está feliz?
— Eu deveria? — fico na defensiva.
— Agora eles não apenas amam a sua comida, mas te amam também. Bom, a parte que importa, é claro. Minha avó já dizia: “se você está fazendo algo e não tem gente contra você, você está fazendo errado.Comece tudo de novo”.
Não que Christopher tenha perdido o brilho ou encanto. Longe disso. Mas agora tudo fica ofuscado pela neblina da incerteza. Eu pensei... como fui tola... imaginei que estávamos caminhando para algo especial, mas não passava do meu plano mirabolante desde o início.
Eu devia ter perguntado se podíamos ou queríamos ultrapassar para além do teatro, mas tive medo... pensei que estávamos caminhando naturalmente para ter uma relação, mas...
— Dulce?
— Sim?
— Você está bem mesmo?
— Eu vou ficar melhor quando dormir, eu prometo.
É claro, se eu conseguir dormir.
Christopher estaciona em frente à sua mansão e me acompanha até a porta de casa. Ainda não consigo encará-lo, estou confusa e machucada. Eu me abri, mostrei as minhas vulnerabilidades e ele continua sendo o senhor mistério.
Era bom demais para ser verdade.
— Preciso te devolver isso — antes mesmo de fazer força para tirar o anel, ele me impede.
— É seu.
— É da sua avó, na verdade — tento me desvencilhar dele.
— E eu te dei. É melhor com você. Fique com ele.
— Christopher, eu não posso.
— Mas você quer?
Que pergunta difícil. Eu... eu não sei mais o que eu quero.
Na dúvida, ficarei com ele até terminarmos tudo isso.
— O que você achou da cara do Paco quando descobriu que estávamos juntos? — ele se diverte.
É quase impossível conter o sorriso, tento me vigiar para não deixar os lábios se expandirem naturalmente.
— Aquele idiota teve o que merece — é tudo o que digo.
— É — ele se diverte.
— Sobre as coisas que você disse, Christopher...
— Hum...
— Você as inventou? Ou você de fato... me espiona? — arregalo os olhos ao dizer isso.
— Espionar? Que palavra forte, eu tenho cara de CIA?
Esse idiota não tem jeito! Ele acaba quebrando o muro de gelo que tento construir entre nós e eu cedo, só um pouco. Logo em seguida suas mãos sobem e descem pelos meus braços enquanto ele se aproxima devagar.
— Vai dizer que você nunca deu uma espiadinha pela janela? — ele levanta e abaixa as sobrancelhas.
Ô... e que espiadas, viu... mas isso não vem ao caso.
— É sério que você já me viu cozinhar em casa? E me viu dançar e cantar? — preciso até tapar o rosto de tanta vergonha quando ele assente. — Que merda! Por que não me avisou?
— Ah, eu achei uma gracinha!
— Que mico! — dou uns tapas de leve nas maçãs do rosto para ver se elas param de queimar. — Não acredito nisso...
— Você parecia uma lótus.
— Uma lótus? O que diabos isso quer dizer?
— Uma flor nascendo no meio da lama. Seus olhos são muito expressivos, você não consegue esconder quando algo está errado. E eu percebi, todas as vezes que passei por você, que tinha algo errado. Ainda assim, nada disso impediu que a lótus dentro de você florescesse...
— Você... passou por mim? Quantas vezes? Onde? Não me lembro de ter te visto, Christopher!
— É. Eu sei. Eu sou um cara normal demais para ser notado — ele debocha.
— Seu palhaço!
— Se você me disser o que há de errado entre a gente, e se você quiser que amanhã ainda exista a gente, podemos conversar. Você sabe disso, Dulce. Quer falar sobre alguma coisa?
Sim, Christopher, eu quero. Qual é a sua? Estamos atuando? Vamos voltar a ser ilustres desconhecidos quando tudo isso acabar? Você está fazendo isso por sua irmã ou por mim? Ou ainda há algo oculto?
— Eu só estou cansada — bocejo.
— Você pode me dizer qualquer coisa. E pode me perguntar qualquer coisa. Eu serei franco e transparente com você, como fui esse tempo todo.
Será mesmo que você foi transparente, Christopher?
— Você só deve estar com sono, assim como eu. É melhor irmos dormir.
— Na sua cama ou na minha?
Volto a bater nas bochechas, com mais intensidade dessa vez.
— É brincadeira — ele ri daquele jeito sacana e se aproxima.
Eu me afasto.
— Eu não vou te morder — ele sussurra. — Só quando você pedir — ele me rouba um beijo rápido e se despede.
Sequer olha para trás, só segue seu caminho.
E eu fico lá, parada, igual uma idiota vendo ele ir embora.
***
Após tomar o meu banho e me preparar para dormir, percebo que não consigo.
Passo horas no celular procurando sobre Christopher Farrah e eu encontro suas fotos do passado e seus feitos. Christopher Farrah foi CEO da empresa da família, o responsável por transformar aquilo em um império.
Ele era o rosto da Farrah até ser substituído por um monte de CEO’s que caíram, um por um, não sei porque. Acho que talvez nenhum tenha sido bom o suficiente. Christopher notoriamente tem tino para os negócios e para as pessoas, uma combinação bem rara de se ver.
E ali está ele... Paco.
O novo nome cotado para a lista.
Será que é por isso que Paco está se casando com Sabrina? Para ser CEO da Farrah? Isso explicaria muita coisa, não apenas o casamento,mas o Christopher se intrometendo nisso.
Talvez ele...
Dou um pulo da cama ao ver que o crápula está me ligando. Nego a ligação e continuo a procurar fotos de Christopher.
De fato, ele era muito bonito quando mais jovem, não usava barba, o cabelo era menor e pelo visto já tinha esse olhar de quem vê por dentro de seus olhos. Me arrepio só de visualizá-lo na foto.
Agora ele está muito melhor, na verdade. O tempo fez bem a ele.
O corpo está mais desenvolvido, o rosto mais maduro, os olhos possuem uma firmeza que não tinham antes.
Preciso parar de bancar a investigadora para descer as escadas quando recebo uma mensagem de Paco:
“Estou em sua porta” é o que ele diz.
Assim que saio da cama eu pego o roupão e me cubro com ele,desço as escadas e vigio pelo olho mágico só para ter certeza. E lá está ele.
Semanas após ter me deixado em casa, ele aparece, como se nada tivesse acontecido.
Mas tudo aconteceu.
— Pois não? — abro a porta e já mostro que estou sem saco.
— O que houve com o seu rosto? — ele franze a testa.
— Tirei a maquiagem — balanço os ombros e o empurro, quando ele tenta entrar e bato a porta atrás de mim.
Esse vampiro aqui não entra, prefiro eu mesma sair.
— Precisamos conversar.
— Tivemos todo esse tempo para conversar, Paco. Por que agora?
Ele ajeita o sobretudo preto sobre o corpo e cruza os braços.
Olha em volta, desconfiado e depois me lança um olhar de psicopata.
— Onde ele mora?
— Ele quem? — tento acompanhar a conversa, mas estou perdida.
Primeiro que jamais esperava que esse maluco iria aparecer em minha porta depois de tudo isso. E segundo que eu não sou público para bater palma para maluco.
— Christopher Farrah, é claro — ele é áspero.
— Se veio falar sobre o Christopher, não tenho tempo — viro as costas e me preparo para entrar.
— Eu vim para falar de nós dois — ele me interpela.
— E o que há para ser dito de nós dois, Paco? — viro-me devagar, abraçada ao roupão. E ele abraçado ao sobretudo.
— Você me ama — ele nem titubeia, joga assim, no seco.
Que autoestima da porra.
Sim, eu o amava. E foi o amor mais puro e verdadeiro que eu me permiti sentir nos últimos dez anos, praticamente.
Mas era apenas uma mentira. E eu estou farta de mentiras.
— E o que eu tenho a ver com isso?
Ele certamente não esperava por essa resposta, dá para ver em seu semblante. Paco volta a me analisar, encara-me como se eu fosse uma pessoa completamente estranha.
E, sim, talvez eu seja, agora.
Muitas coisas aconteceram e tenho orgulho de perceber que mudei.
— Vamos conversar e encontrar uma forma de seguirmos juntos.
— Não tem mais como seguirmos juntos, Paco — faço um sinal negativo com a cabeça e começo a rir de nervoso. — Tivemos uma semana incrível, não foi há muito tempo, você me disse tantas coisas que... eu senti que um dia seria eu quem você levaria para o altar, não outra mulher!
— Nada do que eu disse era mentira.
— Era, Paco, era sim. Se você me amasse, no mínimo, você demonstraria. Me ligaria, responderia às minhas mensagens, me daria atenção quando eu preciso e não somente quando você está livre!
Agora ele expõe no semblante que ficou nítido que sou outra pessoa.
A Dulce de alguns dias atrás jamais pensaria assim. Ela pensaria:
“tadinho, ele está tentando crescer no trabalho para buscar um futuro melhor para nós dois” ou “ele não me ligou nem me respondeu porque deve ter dormido”. Dormido, sim... com outra!
Até me seguro para não enchê-lo de porrada.
Esse cara não vale nada. Nem o meu réu primário.
— Eu errei — ele assume.
— É lógico que errou, Paco. E acabou. Eu estou feliz, eu segui em frente, eu encontrei alguém, você também. Vamos fingir que nada aconteceu e vamos buscar nossos caminhos!
— Eu não quero seguir, sem você.
Esse cara não existe. Sério. Esse cara. Que raiva dele!
— Você não encontrou alguém, Dulce — ele tenta tocar em minhas mãos, mas eu não permito. — Ele está te enganando. Esse cara é perigoso, a vida dele é fazer joguinhos com as pessoas. Se você pensa que eu sou ruim, não deixe que esse cara te destrua.
— Eu sou adulta, Paco. Eu sei me virar.
— Sabe? Sabe mesmo, Dulce? Tirando fotos com caras de boate?
Namorando um playboy de merda mimado que não sabe perder e quer a todo custo acabar com a minha carreira?
— Boa noite, Paco.
— O Christopher é um desgraçado que não aceitou perder a coroa e o trono. E agora vive remoendo o passado, triste e deprimido, fazendo de objetivo de vida derrubar cada CEO da Farrah! — ele dispara em minhas costas, fala tão alto que parece que quer ser ouvido mesmo.
Paro, mas não olho para trás.
— Ele está te usando, Dulce. Porque ao te usar, ao te levar de volta para a mansão, na época do meu casamento, ele quer mexer com a minha mente e dizer que venceu. Que ele tirou o que me era mais caro e precioso.E eu não vou permitir que aquele babaca faça esse jogo com você!
Viro-me devagar, encarando-o, atônita.
— Do que é que você está falando?
— Você não percebe porque é inocente demais. Era disso que eu queria te proteger, Dulce. De caras como o Christopher. Ele só quer te usar agora para me fragilizar e arruinar o meu casamento. Não. Eu não amo a Sabrina,eu amo você. E quero estar com você em cada momento da minha vida! Mas eu preciso primeiro construir a vida que nós dois merecemos viver e se casar com uma herdeira mimada vai me garantir a cadeira de CEO, é isso o que eu farei. Por você.
— Paco, está tarde...
— Me escuta!
— Você precisa voltar para a sua noiva.
— Me escuta! — ele exige e segura em minhas mãos, mesmo contra a minha vontade.
Ele avança e me prende contra a porta, é agoniante e assustador.
— Eu te amo. Eu estive com você esses dez anos e você foi feliz,não foi?
Sim. Eu achava que sim. Eu achava que era feliz até perceber que era apenas uma ilusão. Uma longa e perversa ilusão que eu me permiti entrar porque eu não me amava.
Mas agora eu me amo.
Eu me amo mais do que amei Paco. Eu me amo muito mais do que o que sinto por Christopher. Eu me amo como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo e irei proteger esse amor.
— Eu cuidei de você. E vou continuar a cuidar de você, para sempre. Somos só nós dois no meio de um monte de desconhecidos em Miami, amor. Nós somos de Nova York. Nós somos diferentes. E nós vamos invadir o paraíso para tomá-lo para nós.
— Paco, me solta, você está me machucando.
— Dulce, me escuta! — ele grita comigo.
— Paco, por favor, você está me assustando e me machucando — repito o mais alto que posso.
Ele aperta os meus pulsos e me bate contra a porta. Seus olhos estão vermelhos e agora consigo ver sua real face.
Como não percebi todos esses anos que eu estive em um relacionamento abusivo?
Como eu deixei os indícios passarem? Como eu me permiti chegar até aqui?
Não. Não posso ser tão severa comigo agora. Eu estava cega.
Cambaleio para trás assim que a porta abre, Paco cai em cima de mim, tentando me agredir.
Tenho a visão de Anahí em cima de mim, ela chuta a cara de Paco e joga água quente na cara dele.
Ele grunhe alto, começa a se contorcer no chão. E ela calmamente o chuta até que ele se arraste para fora da nossa casa e fecha a porta.
Daí ela abre, dá uma panelada bem em cheio na cabeça dele e bate a porta.
— Você está bem? — Annie se joga no chão, onde estou.
Toda suada, tremendo, praticamente paralisada de medo.
Eu vi essa mesma cena acontecer, vez após vez. Porque eu vesti um vestido muito curto... porque eu usei um batom vermelho e não paravam de olhar para mim no restaurante... porque eu discordei sobre ter redes sociais...
Mas eu pensei que era proteção.
Eu pensei que... por um momento... fosse cuidado e carinho.
Por favor, não me julgue. Ele foi o meu primeiro e o meu único por todo esse tempo.
Daí eu conheci um cara doce e gentil que não fez nada disso comigo.
Ele me ouviu e riu de mim e comigo. Mesmo quando ele me comprou as roupas mais caras, ele elogiou as minhas roupas mais baratas. E ele me fez sentir coisas que eu jamais pensei que era capaz de sentir.
... E ainda assim... ele fez tudo isso, apenas para que construíssemos a química de nossos personagens, para o teatro que seria esse casamento.
— Eu vou ficar bem — digo para mim mesma.
Annie me coloca em seu colo e me abraça forte.
— Eu... eu prometo... eu vou ficar bem — é tudo o que consigo dizer.
Sejam bem vindas minhas novas belas Leitoras. Eeeeeee Aguenta coração ♥️🤗
Autor(a): Lene Jauregui
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 231
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dayanerodrigues Postado em 09/05/2020 - 23:23:22
ameeiiii essa fic. Principalmente a abordagem sobre o autismo. A parte que Nicolas explica por que ama as formigas é muito lindo, quase chorei. Tenho um sobrinho autista e me identifiquei muito com essa fic
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rt1508 Postado em 24/01/2020 - 22:53:37
Que pena que acabou, essa fic é maravilhosaa, uma das minhas preferidas, estarei no aguardo para quando você voltar
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evil_queen Postado em 24/01/2020 - 15:24:20
Já acabou????estou chorando kkkk amei demais a história, espero ler outra logo
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nat.vondy Postado em 24/01/2020 - 11:54:35
Oh que pena que chegou ao fim, com certeza é uma das minhas fanfics preferidas, lindo o final vondy
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Annytequila Postado em 24/01/2020 - 00:52:35
Como assim a acabou???? Ja quero uma fic nova .... amei <3
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mari_vondy Postado em 24/01/2020 - 00:19:02
ah, que pena que terminou, amei tanto o final e estou ansiosa pra ler outra fica sua
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ana_vondy03 Postado em 23/01/2020 - 22:46:23
Aaaaaa espero por outra fanfic maravilhosa como essa S2
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carolinevondyzinha Postado em 23/01/2020 - 17:23:11
Ai eu amo uma família o Nicolas é tão bb, vontade de guardar em um potinho <3
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millavondy36 Postado em 23/01/2020 - 17:13:51
Continuaa!!!!!
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millavondy36 Postado em 23/01/2020 - 17:13:37
Nicolas sendo o melhor desde sempre!!!Ri muito deles vestidos de formigas kkkk!!!