Fanfics Brasil - 30 Show De Vizinho { Vondy } Finalizada

Fanfic: Show De Vizinho { Vondy } Finalizada | Tema: CyD


Capítulo: 30

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POV Christopher   


 


 


 


Esperei o tempo de Dulce para que ela pudesse se recompor. Chorar e desabafar pareceram ter feito muito bem a ela, não a vi com o semblante tão sereno assim desde ontem de manhã.


— Você não vai à mansão Farrah hoje?


— Não, Christopher. Preciso de um tempo para me recuperar — ela passa os dedos pelo rosto, termina de limpar as lágrimas e começa a ajeitar as coisas na cozinha.


— Ótimo. Se arrume e esteja pronta em vinte minutos — avalio o relógio, pego Nicolas no colo, mas ele se debate para descer.


— Me arrumar para quê? — ouço ela perguntar atrás de mim.


— Fomigas — Nicolas estende os bracinhos e começa a balançá-los sem parar, conforme vamos saindo da casa de Dulce.


— Vamos levar as formigas para casa, filho. Todas elas.


 


 


POV Dulce   


 


 


Eu não pude acreditar. De verdade.


Eu já havia entendido que para Christopher tudo era mais fácil. Afinal de contas, por ter dinheiro, contatos e influência, ele conseguia tudo o que queria, na hora que queria.


Não foi diferente com o jatinho que nos trouxe para Nova York.


Eu nem acreditei!


Quando estávamos sobrevoando o espaço aéreo da minha terra natal, meu coração já bateu diferente.


Claro que Miami possuía um clima mais agradável e limpo que Nova York, mas ali eu sentia que tinha um refúgio impenetrável. Um lugar só meu e que eu poderia descansar a cabeça.


O primeiro momento foi de negação total. Eu não queria vir, não conseguia entender como passar algumas horas aqui poderiam me ajudar...


— Dulce?! — minha mãe abriu a porta, afoita e se jogou em meus braços quando me viu.


Antes de chegarmos em minha casa, avisei a Christopher que minha mãe, avó e irmãos, moravam em um lugar modesto no Brooklyn.


Um lugar bem diferente dos que ele deve ter frequentado durante a vida. Não havia nada chique, caro e requintado por ali.


Mas haviam quadros cheios de fotos postos na parede, vasos baratos com plantas comuns e janelas que permitiam a entrada de luz, poeira e fumaça da bela e inconfundível Nova York.


— Mamãe! Vem ver quem veio nos visitar! — minha mãe grita para o corredor.


— Aqui eles gritam bastante — preciso pontuar para Christopher.


Ele acena e imediatamente coloca os abafadores de ouvidos no filho,que ainda estava vestido de formiga.


— Não estou vendo as fomigas — Nicolas reclama para o pai. 


— Elas devem estar aí, em algum lugar — ele se abaixa e começa a explicar ao pequeno alguma coisa.


A minha avó aperta os óculos gigantes contra o rosto e me abraça.


Fico sufocada no meio das duas mulheres, Blanca, minha mãe, já não me solta. Está grudada em mim desde o momento em que me viu. E a minha avó Mary, agora, acrescenta o peso para me deixar sem ar.


E quer saber? Não há sensação melhor!


Demoramos incontáveis minutos nesse abraço, choramos juntas e limpamos nossas próprias lágrimas. Christopher e Nicolas assistem a tudo aquilo,quietinhos.


— Como estão as coisas em Miami, filha?


— Estão bem... dentro do possível... tudo vai ficar bem... eu espero...


— Vamos, entre! Me conte tudo sobre Miami, as praias, a sua loja e a doida da Anahí! — minha avó sai sacudindo os braços quando entra, toda festiva.


— Quem são eles, Dulce? — minha mãe fita Christopher e Nicolas.


Mais Christopher do que Nicolas, é claro.


Christopher é o tipo de homem que quando se põe os olhos nele, não dá mais vontade de tirar. Ele é alto, charmoso, se veste bem, é cheiroso, e acima de tudo e mais importante: tem um coração de ouro. É um show de vizinho.


— Mãe, esse é o Christopher, meu vizinho — eu os apresento.


Christopher estende a mão e a minha mãe a aperta. E demora para soltar.


Só consegue ficar balançando, meio hipnotizada. 


— E esse aqui é o pequeno Nicolas, ele não gosta que estranhos toquem nele — advirto logo, já que ela estendeu a mão e o pequeno só encostou o nariz para cheirar. — Nicolas... bem... como vou explicar...


— O meu filho é autista — Christopher sorri de um jeito gentil. — Ele não é de fazer bagunça, mas ele vive no próprio mundo dele. Nós só viemos trazer a sua filha em segurança e voltaremos para buscá-la em breve. Aproveitem o tempo juntas!


— Mas vocês acabaram de chegar! — minha mãe fica ofendida. — Como assim já vão embora? Não vão sequer entrar para tomar café?


— Café não — Nicolas mexe o indicador em sinal negativo. — Tem fomigas?


— Formigas? — minha mãe se vira para mim, os olhos arregalados.


— Só digamos que o Nicolas tem certo fascínio por formigas, mãe. Ele gosta de observá-las.


— Entendo — ela analisa o figurino dele. — Na verdade, Nicolas, têm formigas por toda parte, nessa casa! E cupins! Meu Deus do céu, tomara que o teto não caia em cima de nossas cabeças!


Acabamos os três rindo e Nicolas muito sério, a testa franzida. Ele dá um passo à frente.


— Eu quero ver fomigas — ele cruza os braços.


— Ah! Tenho certeza que posso te mostrar, vem ver! — ela o chama com a mão e ele instantaneamente vai, segura na mão dela e entra, como se fossem velhos conhecidos.


Fico parada assistindo os dois entrarem e Christopher se posiciona ao meu lado. 


 — Ele se sente em casa sempre que tem formigas no lugar, é? — reflito.


— Todos nós nos sentimos em casa quando tem algo que amamos por lá — ele dá a resposta perfeita.


— Obrigada por me trazer. Sei que fui muito firme no início e você praticamente precisou me arrancar do chão para que eu entrasse no carro e fôssemos pegar o jatinho...


Sinto suas mãos em meu ombro, subindo cuidadosamente até chegar em meu pescoço, onde ele acaricia devagar.


— Dulce, eu quero o seu bem. E eu sei que não há lugar melhor para se recuperar do que com a sua família.


— Novamente, muito obrigada.


— Não me agradeça. Só aproveite cada segundo perto deles, pois voltaremos para Miami de madrugada. Sei que não parece muito tempo, mas... nunca é, Dulce. Nunca é.


Assinto e entro dentro de casa.


Ao menos, eu tento.


Sou impedida pela mão dele e rapidamente sinto seu corpo avançar até mim. Ele me beija com tanta ternura que não importa mais se estou em Miami ou Nova York. Sinto que há algo especial em seus braços, há algo que me aquece e me deixa confortável em seu beijo.


Nossos lábios, quando se tocam, acendem uma paixão avassaladora em mim. Sinto-me, enfim, no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa.


E no abraço que somos embalados um ao outro e na troca de olhares que se seguem quando nos afastamos cuidadosamente, eu sinto meu coração desmanchar até que o corpo fique tenso e suave ao mesmo tempo. 


— Dulce! — a minha avó grita de lá de dentro.


— Já vou! — grito de volta.


Aliso o peitoral de Christopher e ele vai me soltando aos poucos, parece que não consegue me deixar ir de uma vez.


Sua mão vai ficando leve no aperto até que eu sinto que posso simplesmente escorregar e ir.


Entro correndo, praticamente desesperada, e ainda tenho tempo de observar Christopher entrando devagar. Ele fecha a porta e começa a fitar as inúmeras fotografias na parede.


Nicolas está muito ocupado vendo as formigas em uma rachadura no chão e a minha avó agora não para de perguntar onde conheci esse gostosão.


Sinto que já estou bem melhor.


 


 


POV Christopher   


 


 


Dulce parecia outra pessoa agora. Nem de longe seu choro ao reencontrar sua família lembrava o choro de frustração, ódio e rancor que vi em sua casa.


Não importava o quanto eu tentasse explicar que ela precisava desse momento.


Algumas coisas na vida, mesmo quando entendidas, não fazem sentido algum. É preciso sentir. É preciso deixar a pele, o perfume, as lembranças e o afago falarem por si. 


E eu me emocionei, do meu jeito mais fechado, ao observar tudo aquilo.


— Há quanto tempo vocês não se viam? — pergunto para Blanca, a mãe de Dulce.


— Desde que ela foi para Miami — ela não precisa pensar muito.


— Dois anos?!


Ela assente.


— Acho que você vai me entender quando digo que: não consigo me imaginar dois anos longe do Nicolas. Não nesse momento.


— É completamente compreensível, Christopher. E sinto em te dizer que... para mim, como mãe, ela sempre vai ser o meu bebê. Não importa o quanto ela cresça, amadureça, crie sua própria vida... eu ainda me preocupo.


Ainda me pergunto se ela teve um bom dia, se está comendo corretamente e se está feliz e satisfeita.


— Isso não passa? — encosto os cotovelos nos joelhos e apoio o queixo nos punhos fechados.


Blanca ri e mostra que não, com a cabeça.


— Voltamos! — Dulce, a avó e Nicolas retornam da cozinha. — O que vocês dois estão conversando? Se juntaram para falar mal de mim, é?


— Bastante! — Blanca gargalha. — Você conhece Nova York, Christopher?


— Sim, na verdade morei aqui por um tempo, com o Nicolas. A minha família mora aqui.


— Sua família não mora em Miami? — Dulce se senta ao lado da avó. 


— A família que eu escolhi para mim, mora aqui — explico. — A família que me aceita, me ama e me apoia.


— Para que serve exatamente a família, senão para isso? — Blanca franze o cenho e me analisa.


— Penso o mesmo. Temos mais em comum do que imaginei — aponto para ela. — Vocês nunca foram à Miami? Não conhecem as praias?


— Meu filho, eu não conheço nem Nova York direito! — a avó de Dulce se contorce na cadeira. — A vida é assim, você passa metade dela ralando sem parar, trabalhando para gente que faz coisa importante, sem saber o que fazem, exatamente... e em outro momento você só quer ficar em casa descansando, por cada dia, semana e mês que trabalhou.


— Umas férias não cairiam bem? — pergunto.


— Férias? Deitar na minha cama é o que chamo de férias!


— Nós não tivemos muitas oportunidades de viajar... — Blanca explica. — Após a minha separação, principalmente, o meu marido levou tudo. E precisei reconstruir tudo do zero, com três crianças para criar. Digamos que agora a vida entrou nos eixos, mas... não posso simplesmente pensar “vou para Miami”. Preciso planejar muito para conseguir tal feito.


— É? — fico com a coluna ereta e estendo a mão. — Me dá o seu celular.


Blanca acha o pedido inusitado, mas tira o celular do bolso e me entrega.


— Esse é o meu número — coloco o contato na agenda e ligo para mim, através do aparelho, para salvá-lo também. — E esse é o número de um homem chamado Ethan Evans, ele é o meu tio. E esse é da minha tia, Layla Cavalieri. Sempre que precisar de algo você pode ligar e dizer que é da família, pode citar o meu nome e vai ter o que quiser.


— Como assim?


— Quer conhecer Miami? — sou curto e direto.


— Bem... eu...


— Quer ver as praias, senhora Savinon? — me dirijo a Mary, a avó de Dulce.


— Esse rapaz faz as minhas pernas tremerem — ela sussurra para Dulce.


— As minhas também, vó, as minhas também — ela retruca.


— Podem voltar conosco. Vão conhecer a Sweet Show, as melhores praias, poder passar mais tempo com sua filha...


As mulheres se entreolham, curiosas com a proposta. E eu entendo perfeitamente que se sintam um tanto assustadas com a facilidade que é a minha vida.


Mas se o meu dinheiro não serve para isso, para que servirá? Eu o tenho para que em momentos assim eu possa ajudar quem eu realmente me importo.


— Está falando sério? — Blanca ainda não acredita.


— A casa da Dulce é um tanto quanto pequena para recebê-las, mas eu garanto que se hospedarão em um lugar grande e confortável.


— Eu sempre quis ir à praia, Blanca — Mary a cutuca.


— Ele só está sendo gentil... — Blanca me dá um sorriso fraco.


Levanto-me e peço que elas se levantem também. 


 — Documentos, senhoras. Documentos, roupas leves e o que mais quiserem levar — anuncio.


— Ele está falando sério? — Mary volta a se contorcer na cadeira e puxa Dulce pela roupa. — É sério?


— Vocês querem ir? Sei que chegamos há pouco, mas...


— Não me insultem! — Mary se levanta e arranca a filha do sofá.


— Eu nasci em Nova York! E vou morrer nova-iorquina! Se uma aventura me chama, eu vou! Não importa a idade, o peso ou as dores nas costas... — ela sai andando para dentro da casa.


— Você não existe — Dulce me reprova com a cabeça. Mas sei que o seu coração me aprova e é só isso o que eu quero.


— E os meus filhos? Eles... — Blanca vem até mim, apreensiva.


— Esperamos eles chegarem — digo com simplicidade. — Vamos buscá-los, onde estiverem. Não se apressem! Temos até a meia noite...


Mary, a avó de Dulce, reaparece na sala, a cabeça já passou pelo vestido, mas não consegue passar o braço. Então ela se contorce toda e grita para que a acudam.


— Eu sou de Nova York, garoto! — ela brada. — Aqui não tem outro tempo, senão o agora. Mais tarde não me interessa! Blanca, eu vou ver a praia! Meu Deus! Obrigada, já posso morrer em paz!


— Pelo amor de Deus, vó! — Dulce dá uns tapas nela.


Deixo as três irem se arrumar e me sento no chão, perto de Nicolas,que está com uma vasilha transparente cheia de doces e formigas.


— Olha só! Você fez novas amigas, filho!


— Fomigas. 


— Aonde quer que você vá, você pode fazer novas amigas. Sempre.


— Qualquer lugar? — ele afasta os abafadores de ouvido e me entrega a vasilha.


— Em qualquer lugar. O mundo é muito grande. E tem muitas formigas, nele. Em cada lugar.


— Eu posso conhecer o mundo?


— Você pode, filho.


— Tá — ele acompanha uma formiguinha subindo pelo braço dele com a lupa.


— Como você está, filho? — treino mais uma vez essa pergunta.


— Sentado! — ele responde com simplicidade.


— Muito bem, sentado — concordo com ele. — Mas e aqui dentro?— encosto o indicador na direção do peito dele.


Nicolas coloca a lupa no chão, fecha a mão e estica os indicadores.


Leva-os para o lado dos lábios e quando os dedos estão na pele, ele sobe,formando um sorriso.


— Assim.


— Ah, você gostou de vir para Nova York conhecer a mamãe e a vovó da Dulce?


Nicolas pisca os olhos e se distrai, volta a pegar a lupa e retorna a acompanhar a formiguinha.


Droga. Frase longa demais. Preciso ser mais direto com ele.


— Você gostou daqui? — pergunto.


Imediatamente ele coloca os dedinhos e sobe os lábios.


— Contento. 


— Contente — o corrijo.


— Isso, nós dois — ele se levanta, vem até mim, coloca os dedos indicadores do lado dos meus lábios e sobe, me forçando um sorriso.



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Autor(a): Lene Jauregui

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 231



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  • dayanerodrigues Postado em 09/05/2020 - 23:23:22

    ameeiiii essa fic. Principalmente a abordagem sobre o autismo. A parte que Nicolas explica por que ama as formigas é muito lindo, quase chorei. Tenho um sobrinho autista e me identifiquei muito com essa fic

  • rt1508 Postado em 24/01/2020 - 22:53:37

    Que pena que acabou, essa fic é maravilhosaa, uma das minhas preferidas, estarei no aguardo para quando você voltar

  • evil_queen Postado em 24/01/2020 - 15:24:20

    Já acabou????estou chorando kkkk amei demais a história, espero ler outra logo

  • nat.vondy Postado em 24/01/2020 - 11:54:35

    Oh que pena que chegou ao fim, com certeza é uma das minhas fanfics preferidas, lindo o final vondy

  • Annytequila Postado em 24/01/2020 - 00:52:35

    Como assim a acabou???? Ja quero uma fic nova .... amei <3

  • mari_vondy Postado em 24/01/2020 - 00:19:02

    ah, que pena que terminou, amei tanto o final e estou ansiosa pra ler outra fica sua

  • ana_vondy03 Postado em 23/01/2020 - 22:46:23

    Aaaaaa espero por outra fanfic maravilhosa como essa S2

  • carolinevondyzinha Postado em 23/01/2020 - 17:23:11

    Ai eu amo uma família o Nicolas é tão bb, vontade de guardar em um potinho <3

  • millavondy36 Postado em 23/01/2020 - 17:13:51

    Continuaa!!!!!

  • millavondy36 Postado em 23/01/2020 - 17:13:37

    Nicolas sendo o melhor desde sempre!!!Ri muito deles vestidos de formigas kkkk!!!


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