Fanfics Brasil - 33 Show De Vizinho { Vondy } Finalizada

Fanfic: Show De Vizinho { Vondy } Finalizada | Tema: CyD


Capítulo: 33

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POV Dulce  


 


 


 


 


Dois dias com a minha mãe e avó perto de mim e eu já me sentia outra pessoa.


Elas me atualizaram de todas as coisas, dos vizinhos, da vida dos meus irmãos, da rotina no Brooklyn... e tudo isso com uma bela vista à nossa disposição: passeamos na praia durante a noite, assistimos o nascer do sol antes de virmos para a mansão Farrah e precisei bater o pé inúmeras vezes para que elas só relaxassem e se divertissem.


Mas não as convenci.


A cada minuto que eu me distraía e precisava resolver algo, ao retornar para cozinha, via as duas trabalhando.


— Já não conversamos sobre isso? — precisei ser firme.


— Passei a vida toda cozinhando, o que são mais uns dias? — minha avó parecia até mais jovem e disposta.


— Por que não vai caminhar por aí e aproveitar a paisagem? — tento convencê-la a todo custo que deixe o trabalho para as outras meninas.


— Bobagem, Dulce! Não nos custa nada — minha mãe também resolveu ficar contra mim e agora estava organizando a louça suja.


Logo no início do dia Anahí e Luna chegaram e aí sim houve festa, barulho e muitos abraços. 


— Olha só como você cresceu, garota! — minha mãe deu um tapa na bunda de Anahí.


— Espero que esteja se referindo à minha bunda, é claro — Annie se divertiu e foi escutar as novidades da minha avó.


Todas nós tínhamos muito para atualizarmos umas às outras.


Aproveitamos para tomar um bom café da manhã reforçado para em seguida executarmos as nossas funções.


Luna foi a primeira a sair, precisava checar os últimos ajustes no salão de festas que recepcionaria todos os convidados.


E falando nos convidados, agora sim era compreensível o porquê de tantos salões.


O casamento ocorreria só amanhã e mesmo assim o lugar estava lotado, desde cedo.


Ainda bem que eu me preveni e aumentei a produção em escala e agora eu não tinha mais como recusar a ajuda da minha família, toda mão seria bem-vinda no trabalho.


— Não vejo a hora disso acabar para poder seguir a minha vida em paz — murmuro para Annie enquanto vamos limpando os pratos que devem ser servidos aos convidados.


— Em paz? — Annie até soltou a flanela branca e fitou-me de esguelha. — Então você resolveu pôr a sua cabeça no lugar?


— Uma hora eu tinha que seguir em frente, não é, Annie?


Ela concordou, mas ainda permaneceu com a mesma postura,desconfiada.


— Então já posso dormir em paz pelo fato de você não envenenar a comida e matar esse povo todo? — ela provoca. 


— Annie!


— Minha filha, eu assisti Game of Thrones. Eu sei como vinganças funcionam!


— Tudo o que faremos é o nosso trabalho perfeito, porque ele por si só vai ser uma vitrine para esses ricaços. Imagina se sairmos daqui com alguns deles interessados em nossos eventos?


— Dulce, sobre isso, tenho novidades.


— Sim?


— Está preparada?


— Sim.


— Nossa agenda para pelo menos os próximos seis meses está lotada! — ela não se segura, abre bem os olhos e me dá as mãos.


Começamos a saltitar feito duas malucas, sem sair do lugar,enquanto damos gritos contidos.


Quando paramos vemos que todas estão nos olhando, assustadas.


— Voltem ao trabalho — tranquilizo todas e passo o braço pelo ombro de Annie para abaixarmos e sussurrarmos.


— O que foi?


— Como assim os próximos seis meses? — começo a bater com o sapato no chão, ela também.


— E só coisa grande, Dulce. Temos outros casamentos e até jantares chiques de família para fazer. Enfim, a Sweet Show vai começar a lucrar do jeito que tanto sonhamos!


Eu não podia acreditar! Enfim o meu sonho estava se concretizando! 


— Nem pense em dispensar as garotas que você contratou para te ajudar nesse casamento. Vamos efetivá-las. Todas elas. Talvez tenhamos vaga para mais pessoas!


— É sério? Realmente vai entrar tanto dinheiro?


— Sim, amiga. O destino sorriu para nós e agora poderemos lucrar,tirar férias e pelo menos um dia de descanso na semana.


— Poxa! Já não era sem tempo, não é? Dois anos sem parar... eu já estava perdendo o juízo... — desabafo.


— Eu sei, eu moro com você — Annie me belisca.


Mais pratos vão chegando na longa mesa para serem liberados,então limpamos com cuidado e entregamos aos garçons que agilmente pegam quatro e saem para o salão. Outro garçom está organizando as guarnições e pratos, além de suco, café e copos em um carrinho para levar aos outros salões.


— Ainda estou cuidando dos números, mas já te adianto que precisamos mudar o local da Sweet Show.


Fico gelada ao ouvir isso.


— Lutamos tanto para conseguir aquele lugar!


— Eu sei! Eu sei, Dulce. Mas me escuta...


Já faço um bico desde já e fico chorosa. O lugar é pequeno, mas fica na localização perfeita!


— Vamos conseguir algo maior, por ali. Quero o dobro de espaço para a sua cozinha... talvez o triplo. Vamos comprar novos eletrodomésticos de última linha para agilizar os preparos e só assar, cozinhar e fritar no local das festas.


Pensando por esse lado, isso adiantaria muito o nosso trabalho... 


— E você vai poder descansar! Todas nós demos duro esses dois anos, mas você não apenas liderou a cozinha, você colocou a mão na massa,se sacrificou demais... está na hora de só supervisionar e cozinhar só quando estiver a fim.


— Parece até um sonho, isso... não consigo acreditar.


— Pois acredite! Esse casamento não acabou e nossa agenda está lotada. Tem gente disputando dias e horários! Por isso vamos precisar de uma grande equipe, a Sweet Show vai conseguir fazer até dois ou três eventos no mesmo dia!


— Você está exagerando, Annie...


— É sério! Vamos deixar de ser uma pequena empresa para nos tornarmos gigantes!


— Você não acha que estamos dando um passo maior que a nossa perna? — mesmo animada e fascinada pela ideia, preciso colocar os pés no chão. — Eu não me importo de esperarmos mais alguns anos, se for o caso.


— Não vamos mais esperar! Nós vamos dominar toda a Miami!


Nos abraçamos em comemoração, o que chama a atenção da minha mãe e avó que vem ver o que aconteceu.


Annie explica tudo a elas e eu choro ao ver seus olhos brilhando e elas vibrando conosco. No fim acabamos as quatro abraçadas e não paramos de agradecer a Deus por termos conseguido isso.


Foram anos juntando o dinheiro, estudando e trabalhando de segunda a segunda para tornar essa empresa dos nossos sonhos a nossa realidade. E agora ela era mais do que isso.


Poderíamos empregar famílias e levar um pouco da Sweet Show para cada cantinho de Miami! 


Eu estava nas nuvens!


— Senhorita Dulce María? — um garçom me chama.


— Eu cuido disso — aviso a elas e vou até ele. — O que foi? O babaca do noivo devolveu o prato? — rosno.


O garçom fica desconcertado. Faz um gesto com a cabeça para que eu o siga e diferente do que pensei, não vamos para a parte do salão, mas para fora dele.


Entramos em um carrinho de golfe e ele dirige por toda a extensão da propriedade até chegarmos à mansão.


Enquanto estamos passando pelo ar livre observo, de onde estou,toda aquela gente. É realmente um público gigante. Nem consigo acreditar que vamos alimentar tantas pessoas... aliás, que já estamos alimentando,pois o café da manhã acaba de ser servido.


O garçom me deixa diante da mansão, uma propriedade exuberante,há uma fonte com cisnes brancos tomando banho nela, logo à frente.


Ao entrar no lugar, penso que o interior de um palácio deve ser assim: cada mínimo detalhe é luxuoso, da tapeçaria de cor escarlate ao lustre que reluz num dourado que chega a incomodar meus olhos.


Os quadros na parede representam diversos homens da família Farrah, e assim que chego, parece que estão colocando de volta um dos quadros.


Aproximo-me para ver e confiro que é o quadro do Christopher.


Não é como ele está agora, mas do jeito que vi suas fotos na internet: sem barba, cabelos curtos e vestido de forma social. Seu olhar é o mesmo, bem imponente. Falta até um pouco de doçura, mas orna com os demais quadros onde todos os homens têm um olhar cruel e até mesmo prepotente.


— Por aqui, senhorita Savinon — um homem todo engomado me mostra as escadas e indica que eu suba.


Faço todo o trajeto em silêncio e o engomadinho, que deve ser o mordomo, me deixa diante de um hall cuja porta de madeira é duas vezes maior do que a porta da entrada da mansão.


Sento-me no sofá do canto para aguardar algo ou alguém. Não se passam mais do que minutos, a grande porta se abre e eu dou um salto,assustada pelo barulho.


— O senhor Farrah irá recebê-la agora — o mordomo diz.


Ainda tenho tempo de ver Gabriela e um homem mais velho saindo do escritório e entro.


É exuberante, talvez ainda mais do que a entrada. Há quadros na parede onde mostram o homem sentado detrás da mesa com figuras importantes do país, assim como antigos presidentes ao seu lado.


— Você deve ser a senhorita Savinon — o homem nem se indigna a levantar a cabeça, está lendo um documento.


— Sim, senhor...?


— Farrah — ele passa uma página e indica com a mão para que eu me aproxime.


Assim que dou o primeiro passo em sua direção, a porta se fecha atrás de mim.


Parece que não tenho escolha, além de ir e sentar diante dele.


— Não se acanhe, senhorita Savinon, sente-se — seu tom é amigável,mas eu sou boa de reconhecer pessoas abusivas agora. 


Não importa com que candura me tratem ou o sorriso que estampem na face.


Sento-me e espero a boa vontade dele de dizer porque estou aqui.


Praticamente preciso assisti-lo tomar o café da manhã e revisar umas dez páginas, para então rubricar, afastar os papeis e continuar comendo enquanto me analisa friamente.


— A refeição está do seu agrado? — tento quebrar o silêncio.


O senhor Farrah pisca os olhos, se assentiu com a cabeça eu não vi.


Ele termina de mastigar e depois bebe seu café.


— Obviamente que sim, senão estaria fora daqui desde o primeiro dia — ele termina a frase com um olhar paternal.


Está mais para um sociopata, para mim...


— Fico feliz — é o que acho que devo dizer.


— Disseram-me que a senhorita foi muito bem recomendada para este evento e agora consigo ver o porquê.


Imediatamente fico numa postura mais austera: ombros para dentro,peito para fora e um filete de sorriso que não quer sair.


— Não é pela comida — ele pontua. — A comida é ótima, sim. Mas você tem... uma presença.


Ah, ele está falando dos meus peitos. Obrigada, senhor Farrah. Foi a genética.


Que legal, ser chamada aqui para ser elogiada, mas não pelo meu trabalho. Maravilha, hein?


— Como tem sido a sua estadia nesse longo evento, senhorita Savinon? 


— Ótima. Saio com o sentimento de trabalho cumprido!


Ele me parabeniza, pega a xícara e bebe enquanto me vigia.


— Todos adoraram a ornamentação, o som, a comida... vocês deram vida a esse evento tão singelo.


Novamente balanço a cabeça. Se era só para isso que ele me chamou aqui, teria sido melhor ter me enviado um e-mail. Ou uma carta, quem sabe?


— Faremos algumas mudanças de última hora, senhorita Savinon.


— Ah... mais convidados irão chegar?


— É provável que sim.


— Não se preocupe, eu garanto que nós da cozinha vamos dar conta de tudo!


— Tenho certeza que sim — ele demonstra que esse é o menor dos seus problemas.


— Se era só isso que o senhor...


— Sente-se, senhorita Savinon — ele me interpela e destrói o meu sonho de ir embora dessa suntuosa sala.


— Ah, há mais coisas a serem tratadas?


— Sim — ele diz com simplicidade. — O casamento entre Sabrina,minha filha e o Paco, foi cancelado.


Olha! Uma boa notícia, até que enfim!


— Então os sussurros eram verdade? — ele coça o queixo com lentidão. — Você e o Álvares tinham um caso.


No caso, quem tinha um caso aqui era ele com a sua filha, senhor.


Eu conheço aquele traste, aquele mala sem alça, aquele filho sem mãe, há dez anos!


Suprimo a louca dentro de mim e só sorrio em resposta.


— Eu não poderia deixar que algo assim viesse à tona... o nome da família é a coisa mais preciosa que existe. A reputação, em meu mundo, é o maior trunfo que alguém pode ter. E Paco Álvares perdeu a sua boa reputação.


Olha, ótimas notícias. Enfim vingada!


Agora, se o senhor me deixa ir...


— Mas eu não a chamei aqui para tecer trivialidades sobre Paco...


— Não? — agora ele me surpreendeu.


— Quero falar sobre outros sussurros. A sua proximidade com o meu filho Christopher Farrah.


Assinto de imediato.


— Christopher e eu somos bons amigos.


— Mais do que isso, suponho — ele termina de beber o café e afasta a xícara. Seu semblante mudou da água para o vinho, parece mais raivoso agora.


A minha resposta é o silêncio. Já dizia minha avó: não estou aqui para bater palma para doido dançar.


— Onde e como se conheceram?


Desculpe-me, mas não recebi o aviso judicial desse julgamento,então...


— Se os seus “sussurros” são tão bons, por que está me perguntando isso? 


— Atrevida... — ele rosna. — Consigo entender algumas coisas agora.


— Se consegue entender, me explique, senhor Farrah. Porque eu sinceramente estou perdida.


O homem que lembra de longe Christopher, com pouco cabelo e sem barba, olhar cansado e jeito dissimulado, se levanta.


— Christopher irá se casar no lugar da minha filha Sabrina.


— Com o Paco? — fico espantada.


— Com a filha do governador — ele explica. — Gabriela Weiss,certamente você ouviu falar dela...


Ouvi. Vi. Falei.


— Sim.


— Peço de antemão que me entenda, senhorita Savinon. Negócios são negócios. Eu nunca levo nada para o lado pessoal e espero que você também não leve.


Eu entendi. Já saquei tudo.


Agora compreendo sobre Christopher falar do preço de ser quem era. E que fugir às vezes era a solução mais sensata.


— Tenho negócios importantes com a família Weiss e preciso garantir que eles não sejam atrapalhados. Muito menos por aspirantes de Romeu e Julieta. Você deve saber como esse clássico termina...


— Sei.


— Muito bem! — o senhor Farrah puxa a cadeira ao meu lado e se senta próximo de mim. — Não me importa o que ele sente por você. Assim como não me importa o que você sente por ele. Contanto que não estraguem os meus planos, eu posso abençoá-los, quando chegar a hora.


Olha que cara gentil... ele pode nos “abençoar”. Que bacana da parte dele, não o conhecia até este momento e agora eu preciso até da benção.


— Qual o seu valor, senhorita Savinon?


— O que o senhor quer dizer?


— Quanto você quer para ficar cinco anos longe do meu filho?



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Autor(a): Lene Jauregui

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 231



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  • dayanerodrigues Postado em 09/05/2020 - 23:23:22

    ameeiiii essa fic. Principalmente a abordagem sobre o autismo. A parte que Nicolas explica por que ama as formigas é muito lindo, quase chorei. Tenho um sobrinho autista e me identifiquei muito com essa fic

  • rt1508 Postado em 24/01/2020 - 22:53:37

    Que pena que acabou, essa fic é maravilhosaa, uma das minhas preferidas, estarei no aguardo para quando você voltar

  • evil_queen Postado em 24/01/2020 - 15:24:20

    Já acabou????estou chorando kkkk amei demais a história, espero ler outra logo

  • nat.vondy Postado em 24/01/2020 - 11:54:35

    Oh que pena que chegou ao fim, com certeza é uma das minhas fanfics preferidas, lindo o final vondy

  • Annytequila Postado em 24/01/2020 - 00:52:35

    Como assim a acabou???? Ja quero uma fic nova .... amei <3

  • mari_vondy Postado em 24/01/2020 - 00:19:02

    ah, que pena que terminou, amei tanto o final e estou ansiosa pra ler outra fica sua

  • ana_vondy03 Postado em 23/01/2020 - 22:46:23

    Aaaaaa espero por outra fanfic maravilhosa como essa S2

  • carolinevondyzinha Postado em 23/01/2020 - 17:23:11

    Ai eu amo uma família o Nicolas é tão bb, vontade de guardar em um potinho <3

  • millavondy36 Postado em 23/01/2020 - 17:13:51

    Continuaa!!!!!

  • millavondy36 Postado em 23/01/2020 - 17:13:37

    Nicolas sendo o melhor desde sempre!!!Ri muito deles vestidos de formigas kkkk!!!


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