Fanfic: Singular | Tema: Original
Eu repousava na poltrona de minha sala, quando uma de minhas empregadas chegou ao cômodo, totalmente estérica chamando pelo meu nome; mas esse desespero todo tinha motivo… Era a minha esposa, o estado de saúde dela havia piorado. Ao chegar no quarto na onde ela estava, me deparei com ela, na cama, totalmente debilitada pela sua doença. Minha querida esposa… Danielly… Realmente não se parecia com a Danielly que conheci a anos atrás; cabelos negros medianos, que ao ter contato com os raios solares, brilham de uma forma reluzente, as ondulações de seus cabelos expostos no vento que, tremulam levemente, como um lindo lago em um dia de verão; seus olhos escuros e atraentes demonstram todo o seu poder sedutor, que com apenas um simples olhar encantador, me prendeu-me totalmente em seu amor.
Eu poderia passar horas falando sobre a beleza infinita dela, mas não é somente a beleza que me encanta, a inteligência dela, algo muito além das mulheres que eu conheci, as suas horas de leitura em sua biblioteca mostravam o quanto ela gosta de ler… Minha querida e amada Danielly… A forma de que ela lia era simplesmente exclusivo e único, a maneira em que ela foleava as páginas de seus romances era simplesmente encantador, algo que nenhuma mulher é capaz de copiar.
Toda essas singularidades que ela carregava, me atraía, ainda mais e mais… Cada dia que se passava, eu me pegava admirando ainda mais a sua beleza tão singular e única, que do qual jamais esquecerei. Mas essa singularidade toda, não ofuscava o fato dela estar morrendo aos poucos, todo o brilho e encanto dela, estava lentamente morrendo, as forças que ela me abraçava e me beijava não existia mais, a força que antes ela tinha para absolutamente tudo, hoje não existia mais.
A pela branca dela, estava sendo substituída por uma palidez total, seus olhos vivos, hoje é apenas um vulcão inativo, que deixou de passar o seu calor intenso; seus cabelos negros e brilhoso, hoje, é substituído por fios frágeis e quebradiços.
Ao chegar no quarto, imediatamente debrucei-me sobre ela, para tentar sentir a vida dela entrelaçada a mim. Com sua força limitada, ela colocou-me perto do rosto dela, então ela disse:
- Lembra de quando nós dois nos conhecemos? - Disse minha amada, ainda com a voz fraca.
- Lembro sim, nunca me esquecerei esse dia - Eu disse com a voz fina, como se fosse chorar.
Nós nos conhecemos em um evento de literatura, na nossa cidade; ela estava a procura de contos góticos, como o O Retrato de Dorian Gray, escrito pelo Oscar Wilde; foi nessa procura por parte dela que, nós pegamos o mesmo livro, sentamos juntos em uma mesa, e começamos a nos conhecer, e perceber que éramos feito um para o outro.
- Você sempre foi tão romântico… - Disse ela com um expressão e sentimento de saudade.
- Fui romântico com quem merecia, e você mereceu em dobro. - Eu disse a ela, com uma lágrima caindo pelo lado direito de meu rosto.
Passamos alguns minutos nos recordando do passado, lembrando o quão éramos felizes, e não sabíamos. Mas tudo que vemos ou parecemos não passa de um sonho dentro de um sonho, e nada mais; pareceia que fosse ontem, em que nos casamos e nos mudamos para nossa casa; oh céus, como tudo na vida é passageiro…
Então eu saí do quarto, quando deparei que ela havia dormido, então, decidi deixar ela descansar. Ao sair do quarto, fui diretamente a minha mini adega, que no qual eu queria esquecer meus problemas; o barulho da garrafa de vinho saindo de seu compartimento até a minha mesa, o barulho da rolha se abrindo, o som do corte de meu charuto, o ruído da brasa consumindo o charuto e o som de líquido caindo em meu copo mostrava que, o quão era rápida e insignificante a vida e os momentos em que a constituí.
Eu admito, passei horas lá dentro bebendo vinho, a ponto de perder a nossão do tempo. Após algumas horinhas de um breve sono, acordei com o som de tosse vindo do quarto na onde minha esposa estava, sem pensar duas vezes, corri imediatamente para lá. Mas na situação não era nada boa, então, rapidamente fui até ela, percebi que falta ar, e ela não conseguia respirar; o coração, antes uma pequena máquina que pulsava normalmente, agora, um pequeno sinal de vida. Percebi que ela queria me dizer algo, mas suas tentativas foram todas em vão, exceto por uma; o som não estava muito auditivo, mas deu para entender um, " Prometa que vai ser feliz depois da minha morte, prometa que…", quando ela parou de sussurrar, seus olhos que pareciam duas velas, estava se apagando, cada vez mais os olhos ia de fechando - sua boca e narinas não mas respiravam, quando percebi que a estava a perdendo. Rapidamente, tentei todas as formas possíveis de reanimação, todas as formas que deixariam a literatura surpresa pela as vastas formas que eu usei; porém, tudo em vão, em um instante de segundos, ela estava morta, os criados acompanhados por o médio que a cuidava, deram oficialmente a falência de minha querida esposa; após a falência, ordenei a preparação do corpo para o funeral.
Logo após disso, voltei a minha adega, que tive necessidade de beber para tentar esquecer do que havia acontecido. Não fazia ideia que quantas garrafas eu tinha tomado, mas percebi que já era de noite, mais ou menos 23:40 da noite. Me arrumei com o básico, o funeral era privado, pois morávamos longe de nossos parentes. Nessa noite, dispencei os criados, lara ficar a sós com ela. Para se ser feliz até um certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto. Isso explicava muito a minha vida. As 23:50, eu acho, não me recordo muito bem, pelo o efeito do álcool, comecei a me despedir dela. Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem sonha só de noite.
Abaixei-me para beijar o rosto pálido e frio dela, um rosto que finalmente, poderia descansar em paz, que poderia ficar livre de todo o mal do mundo, livre de qualquer coisa, inclusive, livre de seu próprio corpo; a vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve. Ao me levantar, olhei para a porta que estava aberta, o interior dela estava escuro, mas mesmo assim, percebi uma presença de alguma coisa estranha nela, com se fosse de um ser estranho; quando derrepente, esse ser começa a caminhar em minha direção, porém sendo impossível identificar quem era; após alguns passos, a luz revela a forma desse misterioso "ser"; esse "ser" era a minha esposa, como se fosse o espírito dela, andando em minha direção. Ao chegar perto de mim ela disse, "Vamos ser felizes juntos", nesse momento, eu paralisado de medo, fico sem reação, quando ela pega em minha mão, e me leva junto com ela.
Decidi ir com ela, essa será minha carta de despedida para esse mundo, quero de agora em diante viver feliz ao lado dela, até que tudo isso acabe e, eu volte a ser como era antes, uma pessoa sem seu único amor.
Autor(a): senhort_
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