Fanfic: A escolha - Vondy - Adaptada | Tema: VONDY

Maio de 1996

    —Por que eu concordei em ajudar você com isso? 
    Gemendo e com o rosto vermelho, Poncho continuou empurrando a banheira na direção do quadrado recém-recortado do outro lado do deque. Os pés escorregavam e ele sentia as gotas de suor correndo da testa para o canto dos olhos, fazendo-os arder. Era inicio de maio, mas fazia muito calor. Até Moby, o bóxer puro-sangue de Christopher, se protegia à sombra, arfando, com a lingua pendurada.
    Christopher Uckermann, que também empurrava a enorme caixa, deu de ombros.
    - Porque você achou que ia ser divertido - respondeu.
    A banheira. que devia pesar uns 200 quilos, avançou apenas alguns centimetros. Nesse ritmo, estaria no lugar certo... na proxima semana.
    - Isso é ridiculo - Disse Poncho, apoiando-se na caixa e considerando a  ideia de arranjar um burro de carga.
    A dor nas costas era imensa. Por um momento, imaginou seus ouvidos explodindo por conta do esforço, disparando foguetes em várias direções, como nos desenhos a que Christopher e ele costumavam assistir quando eram crianças.
    - Você já disse isso. 
    - Isso não é nada divertido - grunhiu Poncho.
    - Você também já falou isso.
    - E não vai ser fácil de instalar.
    - Claro que vai - rebateu Christopher. Apontou para o que estava escrito na caixa - Está vendo? "Fácil Instalação"
    Sob a sombra da árvore, Moby concordou com um latido e Christopher sorriu, parecendo contente consigo mesmo.
    Poncho fez uma careta, tentando recuperar o fôlego. Ele odiava aquela expressão. Bem, nem sempre. Na maior parte  do tempo gostava do entusiasmo juvenil do amigo, mas não naquele dia. Definitivamente.
    Poncho pegou um lenço no bolso de trás, ensopado de suor.Enxugou o rosto damelhor maneira que pode e torceu o pano num movimento rápido. O suor pingou no seu sapato de malha. Olhou para baixo quase hipnotizado, ao sentir o líquido penetrar no tecido leve, conferindo uma agradável e pegajosa sensação aos dedos do pé.
    - Você não tinha dito que Christian e Laird iam nos ajudar nesse seu "projeto"? E que  Maite e Alisson iriam preparar hambúrgueres enquanto beberíamoscerveja? E que... hã... instalar esta coisa ia demorar no máximo duas horas?
    - Eles ainda vêm - respondeu Christopher.
    - Você disse isso há quatro horas.
    - Eles estão um pouco atrasados.
    - Tem certeza de que os convidou?
    - Claro que sim.  E vão trazer os filhos também. Garanto.
   - Quando?
    - Logo mais.
    - Sei - respondeu Matt, enfiando o lenço no bolso - Vamos Supor que eles nâo venham. Como vamos colocar essa coisa no lugar?
    Christopher descartou o problema com um gesto e voltou a encarar a caixa.
    - Daremos um jeito. Pense no que fizemos até agora. Já estamos quase no meio do caminho.
   Poncho fez outra careta. Era sábado. Um da de folga e diversão, a chance de escapar do trabalho, um descanso que ele merecia  depois da longa semana de trabalho no banco. Por Deus, ele era um corretor de emprestimos! Estava acostumado a mexer com documentos, não com hidráulica. Podia esar assistindo ao jogo dos Braves contra os Dodgers! Podia estar jogando golge! Podiaestar na praia! Podia ter dormido comAnahí até mais tarde e ido para casa dos pais dela, como acontecia quase todo sábados, em vez de acordar tão cedo para realizar um trabalho braçal durante oito horas naquele calor dos infernos...
Parou por um segundo. A quem ele estava enganando? Se não estivesse ali, teria que passar o dia com os pais da Anahí. E, na verdade, tinha sido para evita-los que concordara com o pedido de Christopher. Mas a questão não era essa. A questão era que ele não precisava disso. Realmente não precisava
    - Eu não preciso fazer isso - falou em voz alta. 
    Christopher parece não ouvir. Já estava com as mãos na caixa, colocando-se em posição para empurrar a banheira.
    - Está pronto?
    - Poncho relaxou os ombros, amargurado. Suas pernas tremiam. Tremiam! Sabia que teria que tomar duas doses de anaçgésico na manhã seguinte. Ao contrário de Christopher, ele nao frequentava a academia quatro vezes por semana, nem corria ou jogava frescobol, nem  mergulhava em Aruba, surfava em Bali, esquiava em vali ou Qualquer outra coisa que o amigo fazia.
   - Isso não é nada Divertido sabia?
   - Christopher deu uma piscadela.
   - Você já disse isso, lembra?