Fanfic: A escolha - Vondy - Adaptada | Tema: VONDY

    Mais tarde, quando o sol ja havia se posto, Moby enroscou-se aos pés de Christopher. Enquanto ouvia a voz das crianças brincando na hidromassagem, Christopher sentiu
uma onda de satisfação o envolver.
    Era o tipo de noite que ele adorava, passando o tempo ao som de risadas e brincadeiras, todos sentados à mesa ao ar livre. Allison estava conversando com Christian; no minuto seguinte, batendo papo com a Anahí, Laird ou Poncho. Sem qualquer vaidade, sem tentar impressionar, sem querer aparecer. Às vezes ele pensava que sua vida parecia um comercial de cerveja.
    De vez em quando, uma das mulheresia ver se as crianças estavam bem ou um dos homens levantava a voz na esperança de acalmá-las e evitar um acidente.  Claro que uma das crianças poderia dar um chilique vez ou outra, mas a maioria dos problemas era resolvida com
um beijo rápido, um curativo no joelho ou um abraço afetuoso.  
     Christopher olhou ao redor da mesa, satisfeito por seus amigos de infância terem se tornado bons maridos e pais, e por ainda fazer parte da vida deles. Não era sempre assim que algo assim acontecia.  Aos 32 anos, ele sabia que a vida às vezes era um jogo. Já tinha sobrevivido a alguns obstáculos e quedas,  mas não era só  isso.  A vida era imprevisível.  conhecidos de sua infância  cresceram e se casaram e se divorciaram, morrem em acidentes de carro, acabarm viciados em drogas ou simplesmente se mudado daquela cidadezinha, seus rostos já  esmaecendo na memória.
    Quais eram as chances de aqueles quatro, que se conheciam desde o jardim de infância, ainda aproveitaram os fins de semana juntos quase três decadas depois?  Bem pequenas. Mas, de alguma forma, após passarem por todos os problemas de adolescência, dificuldades com garotas e  pressões dos pais, e cursarem faculdades diferentes, com objetivos profissionais distintos, todos voltaram para Beaufort. Eram como uma família, mais do que um  grupo de amigos, inclusive com piadas internas e experiências compartilhadas que ninguém fora poderia entender. 
    E, milagrosamente, as mulheres também se davam bem. Cada uma com sua carreira e de um canto do país, mas o casamento, a materniade e as intermináveis fofocas fde uma cidadezinha americana eram mais que suficientes para manter conversas regulares ao telefone e todas unidas como irmãs.
    Laird fora o primeiro a se casar. Allison e ele se uniram no verão, no mesmo ano em que se formaram na Universidade Wake Forest. Christian e Maite, que se conheceram durante os últimos períodos na Universidade da Carolina do Norte, subiram ao altar um ano depois. Já Poncho que fora estudar em Duke, conheceu Anahí em Beaufort. Christopher foi padrinho nos três casamentos.
    Algumas coisas tinham mudado nos últimos anos, claro, principalmente porque as familias cresceram. Nem sempre Laird estava disponivel para os passeios de bicicleta pelas montanhas, Christian não podia mais esquiar no Colorado e Poncho já havia desistido de tentar acompnahá-lo em quase todos os progrmas. Mas tudo bem. Eles continuavam por perto e Christopher ainda conseguia passar a maior parte dos fins de semana com os três, dede que houvesse um pouco de planejamento.
     Perdido em pensamentos, Christopher perdeu o fio da conversa.
    - Alguém falou comigo?
    - Eu perguntei se ainda tem falado com a Monica - disse Maite, com um tom de voz que fez Christopher perceber que estava encrencado.
    Todos os seis se interessavam um pouco demais pela vida amorosa dele. O problema com gente casada é que eles acham que todos devem se casar. Assim as mulheres com quem Christopher saía deviam passar por uma avaliação sutil, embora implacável, principalmente por parte de Maite. Ela costumava ser líder daquele movimento, sempre tentando descobrir o que funcionava com Christopher no que dizia respeito às mulheres.
    - Recentemente, não - respondeu ele.
    - Porque não? Ela é legal.
     E um pouco neurótica também, pensou Christopher. Mas essa não era a questão.
    - Ela terminou comigo, lembra? 
    - E daí? Isso não significa que ela não quer que você ligue.
    - Achei que era exatamente isso que "terminar" significava.
    Maite, Allison e Anahí olaharam para Christopher como se ele fosse um imbecil. Os maridos, como sempre, pareciam adorar aquilo.
    - Vocês estavam brigando, certo?
    - e dái?
    - Já pensou que ela terminou com você porque estava chateada?
    - Eu também estava chateado.
    - Por que?
   -  Porque ela queria que eu fizesse terapia.
    - Deixe-me adivinhar você disse que não precisava de Terapia.
    - Eu vou usar saia e fazer luvinha de croche para os seus filhos antes de procurar um psicólogo.
    Cristian e Laird deram uma risada, mas Maite ergueu a sombrancelha. Ela, como todos sabiam, assistia ao programa da Oprah todos os dias.
   - Você avha que homens não precisam de terapia?
    - Sei que eu não preciso.
    - E de maneira geral?
    - Como eu não sou um homem genérico, realmente não sei dizer.
    Maitê se recostou na cadeira.
    - Acho que Monica pode ter descoberto alguma coisa. Se pedisse a minha opinião, eu diria que tem problema para se comprometer.
    - Então não vou perguntar o que acha.
     Maite inclinou-se para frente.
    - Quanto tempo durou o relacionamento mais longo que ja teve? Dois meses? Quatro?
    Christopher considerou a pergunta. 
    - Eu namorei Olivia por mais de um ano.
    - Acho que ela não contou a época do colégio - zombou Laird. Às vezs nem os amigos ajudavam.
    - Obrigado Laird - disse Christopher.
    - Amigos são para essas coisas.
    - Você está mudando de assunto - lembrou Maite.
    Christopher tamborilou na perna.
    - Eu...não lembro.
    - Em outras palavras, não durou o suficiente para lembrar?
    - O que você quer que eu diga? Nunca conheci uma mulher que se comparasse a uma de vocês.
    Apesar da pressão, Christopher notou que Maite tinha gostado do que ele dissera. Havia algum tempo aprendera que elogios eram sua melhor defesa em momentos como aquele, principalmente por serem quase sempre sinceros. maite, Anahí e Allison eram fantásticas. Amorosas, leais e generosas. 
    - Bem, só para você saber, eu gostava dela - comentou Maite.
    - Tudo bem, mas você gosta de todas as minhas namoradas.
    - Não gosto não. Eu não gostava da Leslie.
    Nenhuma delas tinha gostado da Leslie. Por outro lado, Alfonso, Laird e Christian não se opuseram à companhia dela, principalmente quando esraca de biquini.  Realmente ela era muito bonita e, embora não fosse do tipo cim quem Christopher se casaria, eles se divertiram enquanto durou.
    - Acho que você deveria ligar para ela - insistiu Maite.
    - Vou pensar - falou Christopher, sabendo que não faria isso. Levantou-se da mesa. buscando uma rota de fuga. - Alguém quer outra cerveja?
    Cristian e Laird ergueram as garrafas ao mesmo tempo. Christopher andou em direção a geladeira, mas parou perto da porta de correr de vidro da casa. Entrou e trocou o CD, ouvindo a nova música sair para o quintal. Quando retornou com as bebida, Maite, Anahi e Allison ja tinham mudado de assunto. O novoo tópico era Gwen, a cabeleleira delas. gwen sempre contava boas histórias, muitas delas relacionadas às predileções ilícitas dos habitantes da cidade.
    Christopher bebericou a cerveja em silêncio, olhando para o rio. 
    - No que está pensando - perguntou Laird.
    - Nada importante.
    - mas o que é?
     Christopher virou-se para ele.
    -Você já notou como algumas cores em inglês são usadas para sobrenomes e outras não?
    - Do que você está falando?
   - Como Sr. White, o dono da loja de pneus. E o professor Green, do terceiro ano. Ou até o professor Black do jogo Detetive. Mas você nunca vê ninguém chamado Sr. Orange ou Sr. Yellow.  É como se algumas cores  desse bons nomes, mas outras soassem bobas. Entende o que quero dizer?
    - Acho que nunca pensei nisso.
    - Nem eu. Quer dizer, não té minuto atras. Mas é meio estranho, não é?
   - É - concordou Laird.
    Os dois ficaram em silêncio por um instante.
    - Eu disse que não era importante.
    - É você disse.
    - Eu não tinha razão?
    - Tinha