Fanfic: A escolha - Vondy - Adaptada | Tema: VONDY
- Oi, Christopher - disse uma voz vinda da porta. - Imaginei que o encontraria aqui.
O Dr. Stallings tinha já seus 30 e poucos anos e ficava de plantão durante as manhãs. Com o passar dos anos, ele e sua esposa haviam se tornado bons amigos de Christopher e Dulce, e, no verão passado, os quatro haviam viajado para Orlando com os filhos.
- Trouxe mais flores?
Christopher fez que sim com a cabeça, sentindo a rigidez em suas costas.
Stallings hesitou, parando sob o batente da porta. - Imagino que você ainda não a tenha visto.
- Mais ou menos. Eu a vi mais cedo, mas...
Quando deixou a frase no ar, Stallings a terminou por ele. - Precisa de um pouco de tempo sozinho? - ele entrou e se sentou ao lado de Christopher. - Acho que isso faz de você uma pessoa normal.
- Não me sinto normal. Nada do que está acontecendo parece ser normal.
- Eu imagino que não pareça, mesmo.
Christopher pegou o buquê de flores novamente, tentando afastar seus pensamentos, sabendo que havia certas coisas sobre as quais ele não podia falar.
- Eu não sei o que fazer - admitiu ele, finalmente.
Stallings colocou a mão no ombro de Christopher. - Eu gostaria de saber qual conselho lhe dar.
Christopher se virou em direção a ele. - O que você faria?
Stallings permaneceu em silêncio por um longo momento. - Se eu estivesse no seu lugar? - ele juntou os lábios, considerando a pergunta, parecendo mais velho do que aparentava. - Com toda a honestidade, eu não sei.
Christopher baixou a cabeça. Ele não esperava que Stallings tivesse uma resposta. - Tudo o que eu quero é fazer a coisa certa.
- Não é o que todos queremos?
Quando Stallings saiu, Christopher se acomodou em sua poltrona, ciente dos documentos que trazia no bolso. Embora ele costumasse guardá-los na sua escrivaninha, agora percebia ser impossível cuidar de seus afazeres diários sem tê-los por perto, mesmo que eles assinalassem o fim de tudo o que ele mais amava na vida.
O advogado idoso que redigiu aqueles papéis pareceu não achar que havia nada de incomum no seu pedido. O seu escritório de causas cíveis e
familiares ficava em Morehead City, perto do hospital onde Dulce trabalhava, e ela podia enxergá-lo das janelas da sala de conferências. A reunião não demorou muito; o advogado explicou os estatutos relevantes e fez alguns relatos baseados na sua experiência. Mais tarde, Christopher só conseguiu se lembrar do aperto de mão fraco com o qual o advogado se despediu dele.
Era estranho que aqueles papéis pudessem sinalizar o término oficial do seu casamento. Eles continham palavras codificadas, nada mais do que isso; mas o poder daquelas palavras parecia agora quase malévolo. Onde, imaginou ele, estaria a humanidade daquelas frases? Onde estaria a emoção governada por aquelas leis? Onde estaria o registro da vida que eles tiveram juntos, até que tudo fosse destruído? E por quê, em nome de Deus, Dulce quis que aquelas palavras fossem escritas?
Não era para acabar assim e, com certeza, não era o final que ele havia previsto quando pediu Dulce em casamento. Ele se lembrava da sua
viagem para Nova York, no outono; enquanto Dulce estava no salão de beleza para uma massagem e um tratamento para os pés, ele havia escapulido em direção à rua 47, onde comprou a aliança de noivado. Após jantarem no Tavern of the Green, eles saíram para um passeio de carruagem pelo Central Park. Sob um céu nublado e iluminado pela lua cheia, ele pediu a mão dela em casamento, e ficou emocionado pela maneira passional como ela colocou seus braços aoredor dele enquanto sussurrava seu consentimento várias e várias vezes em seu ouvido.
E depois? Veio a vida, supunha ele. Entre seus plantões no hospital, ela planejava a cerimônia do casamento. Apesar dos avisos de seus amigos para simplesmente deixar que ela cuidasse das coisas, Christopher adorava fazer parte do processo. Ele a ajudou a escolher os convites, as flores e o bolo; ele se sentava ao lado dela quando ela folheava os álbuns nos estúdios fotográficos, esperando encontrar o fotógrafo certo para imortalizar o grande dia. No fim, eles
convidaram 80 pessoas para uma cerimônia realizada em uma velha capela na ilha de Cumberland na primavera de 1997; passaram a lua de mel em Cancún, o que acabou sendo uma escolha paradisíaca para ambos. Dulce queria um lugar relaxante, e eles passaram horas deitados ao sol e comendo bem; ele queria um pouco mais de aventura, então ela aprendeu a mergulhar e se juntou a ele em uma excursão para visitar as ruínas astecas que ficavam nas proximidades.
Aquela relação de troca mútua estabeleceu o tom do casamento. A casa dos sonhos de Dulce e Christopherfoi construída com pouco estresse e estava completa quando eles comemoraram o primeiro aniversário de casamento.
Quando Dulce esfregou o dedo em torno da borda da sua taça de champanhe e se perguntou em voz alta se seria hora de começarem uma família, Christopher achou que a ideia não era somente razoável, mas também algo que ele queria desesperadamente. Dentro de alguns meses ela havia engravidado, e a gravidez não teve complicações nem muitos desconfortos. Quando Christine nasceu, Dulce diminuiu suas horas de trabalho e eles desenvolveram uma tabela de horários que garantia que um deles sempre estivesse em casa com o bebê. Quando Lisa nasceu, dois anos depois, nenhum deles percebeu uma grande mudança, além do acréscimo de alegria e entusiasmo na casa.
Natais e aniversários vieram e passaram, as crianças cresciam e seus trajes ficavam pequenos para elas, sendo trocados por números maiores. Eles saíam de férias em família, mas, mesmo assim, Christopher e Dulce sempre conseguiam passar algum tempo juntos e a sós, mantendo viva a chama do romance entre eles. Max acabou se aposentando, deixando que Christopher tomasse conta da clínica; Dulce diminuiu ainda mais o seu horário de trabalho, o suficiente para que pudesse fazer atividades voluntárias na escola. No seu quarto aniversário de casamento, eles viajaram para a Itália e a Grécia; no sexto, eles passaram uma semana em um safári na África. No sétimo, Christopher construiu um gazebo para Dulce no quintal, onde ela podia se sentar e ler, e também observar o movimento das luzes refletidas na água. Ele ensinou suas filhas a praticar wakeboarding e a esquiar quando cada uma completou seu quinto aniversário; eele era o técnico dos times de futebol em que elas jogavam no outono. Nas raras ocasiões em que ele parava para refletir sobre sua vida, se perguntava se alguém no mundo se sentia tão abençoado como ele.
Não que as coisas fossem sempre perfeitas. Há alguns anos, ele e Dulce haviam passado por um período difícil. As razões pareciam confusas agora, perdidas nos recessos do tempo, mas, mesmo naquela época, nunca houve um momento em que ele realmente acreditasse que seu casamento corria algum risco. Ele suspeitava que ela também nunca havia pensado naquela possibilidade.
O casamento, de acordo com a percepção intuitiva de cada um deles, era calcado em acordos mútuos e no perdão. Havia a questão do equilíbrio, em que uma pessoa complementava a outra. Ele e Dulce tiveram isso durante anos, e
esperava que eles pudessem ter aquilo novamente. Mas, nesse momento, eles não tinham, e perceber aquilo fez com que Christopher desejasse que houvesse alguma coisa, qualquer coisa, que ele pudesse fazer para restaurar o delicado equilíbrio que havia entre eles.
Autor(a): wermelinnger
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Christopher sabia que ele não poderia adiar o encontro com ela por mais tempo e se levantou da poltrona. Com as flores na mão, ele andou pelo corredor,sentindo-se quase incorpóreo. Viu que algumas enfermeiras o olhavam e, embora às vezes imaginasse o que elas estavam pensando, nunca parou para perguntar. Em vez disso, reuniu sua corag ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 49
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anne_mx Postado em 23/09/2020 - 23:06:23
Que história lindaaa, fiquei apaixonada, parabéns <3
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Dulcete_015 Postado em 09/03/2020 - 13:12:15
Ameii a web,fiquei feliz por Dulce ter acordado
wermelinnger Postado em 27/03/2020 - 16:09:48
oii fico feliz que tenha gostado
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Dulcete_015 Postado em 02/03/2020 - 20:23:13
Continuaa
wermelinnger Postado em 09/03/2020 - 12:48:32
Prontinho o ultimo postado
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Dulcete_015 Postado em 01/03/2020 - 18:05:38
Continuaa PLMDS
wermelinnger Postado em 02/03/2020 - 15:24:25
Continuando
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Dulcete_015 Postado em 01/03/2020 - 13:20:08
Continuaa,estou curiosa
wermelinnger Postado em 01/03/2020 - 19:20:45
Continuando
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Dulcete_015 Postado em 28/02/2020 - 20:07:38
Continuaa
wermelinnger Postado em 29/02/2020 - 10:16:10
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 28/02/2020 - 08:56:40
Continua amoreee S2
wermelinnger Postado em 28/02/2020 - 18:00:59
Continuando
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Dulcete_015 Postado em 26/02/2020 - 13:02:12
Continuaa
wermelinnger Postado em 26/02/2020 - 22:22:05
continuando
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ana_vondy03 Postado em 22/02/2020 - 14:39:07
Continuaaa amoreee S2
wermelinnger Postado em 26/02/2020 - 09:43:50
Continuando
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Dulcete_015 Postado em 20/02/2020 - 19:55:38
Continuaa
wermelinnger Postado em 26/02/2020 - 09:44:02
Continua