Fanfic: Drarry: Merry Christmas, Draco Malfoy | Tema: Harry Potter
Narrado Por Draco Malfoy
E aquele seria o primeiro ano em que eu passaria o Natal em Hogwarts sozinho.
A guerra finalmente tinha acabado e Lord Voldemort havia sido derrotado por Harry Potter e várias outras pessoas corajosas que tiveram a coragem de ir contra ele. No final das contas eu, meus pais e alguns amigos próximos também tivemos um papel importante na queda das trevas trabalhando como espiões desde o começo da segunda guerra.
Enorme foi o tamanho do choque ao descobrirem que na verdade nem todos os sonserinos eram a favor daquele lunático, gigantesco foi o tamanho ao descobrirem que nós da família Malfoy também éramos contra aquele maluco. No final nossa ajuda foi essencial para a derrota do Lorde e a paz foi restabelecida.
Meus pais pegaram alguns meses em Askaban por certas coisas que precisaram fazer para manter o disfarce e isso foi aceito por eles sem questionamento. Mesmo estando em Askaban eles ganharam um enorme respeito da sociedade bruxa, então quando retornei ao colégio não foi o inferno que eu pensei que seria… pelo contrário, a maioria das pessoas em Hogwarts me tratavam tão bem que eu ficava com medo de estar sonhando e do nada acordar em um terrível pesadelo onde Voldemort ainda existia. O mais estranho mesmo era ter o trio de ouro me tratando como amigo, aquilo era uma coisa que eu nunca sonhei que aconteceria, principalmente quando Harry Potter o salvador do mundo bruxo que deveria me odiar, veio e me deu um abraço no primeiro dia de aula.
Foi bom retornar e encontrar velhos amigos, nem todos retornaram mas eu tinha ao meu lado Pansy e Blasio. Naqueles últimos dias eles insistiam incessantemente para que eu fosse passar o Natal com eles mas sinceramente eu não sentia a mínima vontade de fazer aquilo. Por mais que os natais na família Malfoy não fossem os mais calorentos e divertidos, ainda sim a presença dos meus pais comigo nessa data era algo muito importante. Uma surpresa foi quando ontem pela manhã Harry me convidou junto com seus amigos para ir passar o Natal com eles na T'oca… vocês imaginam como aquilo foi surpreendente?? Não posso negar que cheguei sim a imaginar por alguns segundos como aquilo seria mas claramente eu não poderia aceitar aquele convite. Eu não tinha esperanças de ver meus pais livres naquele dia, por mais que eles fossem ser libertados no dia 25 seriam necessárias ainda uma assembléia no conselho com o ministro e mais seis aurores do alto escalão, sem contar que teriam que ter exatamente 13 assinaturas de pessoas que estiveram presentes na guerra e lutaram desde o início pelo lado do bem, ou seja, eu não veria meus pais naquele natal. Ninguém se daria o trabalho de participar de uma reunião em pleno dia 25 de dezembro e muito menos 13 pessoas compareceriam ao ministério apenas para que minha mãe e meu pai fossem soltos.
Por mais que a escola tivesse alguns alunos e funcionários, ainda assim era triste estar ali. Eu me sentia solitário sem minha família e meus amigos mas eu nunca falaria isso pra eles, não queria arruinar o Natal de ninguém e muito menos ser um incômodo em festas alheias. Já era quase meia noite e os que ainda estavam na escola se reuniam no salão principal para comemorar, o clima era bem alegre até. Eu fiquei por algum tempo mas realmente não me sentia bem para ficar até o final. Comecei a ajudar os elfos e os outros funcionários bem cedo naquele dia mas quanto mais perto de meia noite chegava mas eu me sentia triste. Me despedi de todos, que quase não me deixaram ir, e me retirei… antes de ir para os aposentos da sonserina ainda dei uma corrida na cabana de Hangrid, queria desejar feliz natal para ele mas infelizmente não o encontrei então decidir que já era hora de me deitar. Cheguei ao salão comunal vazio da minha casa e me deitei no sofá próximo a lareira. De lá fiquei olhando para aquele verde escuro infinito do lago de Hogwarts. Fiquei encarando aquelas janelas esperando para ver se por acaso a lula gigante não daria o ar da Graça naquela noite mas pelo visto até ela deveria estar comemorando a data em algum lugar. Por mais distante que fosse às masmorras, ainda conseguia ouvir fogos e gritos de comemoração pelo tão chegado dia 25… eu não queria que aquilo acontecesse, eu tentei segurar o máximo que pude mas ainda assim algumas lágrimas teimaram em descer pelo meu rosto e naquele momento eu me deixei chorar me sentindo tão solitário… e assim eu adormeci, ali mesmo naquele sofá na sala comunal.
Eu deveria estar sonhando com toda certeza, não seria possível que aquela voz que cismava em me acordar realmente era real. Quando meus olhos se abriram o susto foi tão grande que eu cheguei a pular no sofá. O que Harry Potter estava fazendo ali ajoelhado na minha frente??
-POTTER? - Foi só o que eu consegui dizer enquanto me recuperava do susto.
-Eu já disse para me chamar de Harry! - aquele sorriso bobo dele derretia meu coração.
-Harry o que você está fazendo aqui? Como você conseguiu entrar aqui? - Eu estava tentando assimilar tudo.
-Eu tenho alguns contatos - ele me deu uma piscadinha - Você dormiu aqui?
-Eu acabei pegando no sono, não era minha intenção - Eu tentava ajeitar meu cabelo que deveria estar horrível.
-Draco seus olhos.. - Ele passava a mão embaixo dos meus olhos - Você estava chorando? - Aqueles olhos preocupados me deixavam sem chão.
-Está tudo bem Harry.. não foi nada de mais - Eu tentava fingir que estava tudo bem mas eu imaginava que meu rosto estava péssimo - Você ainda não me respondeu o que está fazendo aqui. - Eu queria trocar de assunto.
-O que você acha que eu estou fazendo aqui? - ele me olhava como se a resposta fosse óbvia - Eu vim passar o Natal com você!
Aquela resposta acompanhada daquele sorriso tão encantador que só ele tinha, me fez perder o fôlego por uns instantes. Aquele cara tinha o poder para me desestabilizar usando apenas o sorriso.
-Como assim passar o Natal comigo? Você não foi para os Weasleys ontem? - Eu tentava manter a postura.
-Sim, eu fui com Mione e Ron mas como você não quis ir resolvi vir ver como você estava e fico feliz de ter vindo. Eu não me sentiria bem em saber que você ficou esse dia inteiro sozinho aqui dentro.
-E quem disse que eu ficaria aqui dentro o tempo inteiro Potter? - eu tentava parecer sério mas era impossível - Eu pretendia dar um pulo na cozinha também!
-Idiota! - Ele me puxou para levantar - anda logo, toma um banho rápido e vamos por que já está na hora do almoço e queremos comer todos juntos! - Harry me empurrava para fora do sofá.
Por mais que eu quisesse dizer que não iria a lugar nenhum, a verdade é que só de saber que Harry tinha deixado o Natal na casa dos Weasleys apenas para ver como eu estava e ficar comigo por algumas horas, me deixava muito feliz. Naquele momento eu não tentaria expulsá-lo ou fingir que queria ficar sozinho. A presença de ali alegrava meu coração, até mais do que eu conseguiria admitir em voz alta.
Após um banho rápido e uma ajeitada no visual eu voltei para o salão comunal e encontrei Potter sentado com um embrulho na mão, assim que ele notou minha presença ele se levantou e sorriu pra mim estendendo aquele pacote em minha direção.
-Feliz natal Draco! - ele sorria de uma forma tão amistosa que não teve como eu não retribuir.
-Harry não precisava me dar nada.. eu nem comprei nada pra você - Eu provavelmente estava vermelho de tão envergonhado que eu sentia ao receber aquele presente.
-Na verdade esse presente não é só meu, a verdade é que ele é um presente coletivo e eu realmente espero que você use - Harry parecia apreensivo então eu resolvi abrir logo aquele pacote.
-Uau… - Aquela foi minha única reação.
-Você não gostou? - Harry não conseguia ler minha reação - Olha se você não quiser usar tudo bem mas te garanto que foi feito com muito carinho e …
Antes que ele falasse mais alguma coisa eu vesti rapidamente aquele suéter e corri até um espelho para ver melhor. Eu tinha ganhado um suéter feito a mão por Molly Weasley na cor verde e prata com um desenho de uma cobra bem no meio das costas enquanto o nome Draco estava estampado na parte de baixo. Aquilo era surreal… eu nunca pensei que ganharia um presente feito pela senhora Weasley, na verdade eu nunca imaginei que usaria algum presente ganhado daquela família mas naquele momento eu não poderia negar aquilo. Eu sabia que aqueles suéteres eram uma tradição de natal e se eu tinha ganho um é por que eles tinham uma grande consideração por mim independente do passado que eu carregava. Eu sempre imaginei que nunca teria o perdão daqueles que eu magoei mas quando eu recebi um abraço de Hermione Granger no final do meu Julgamento, eu senti que aquelas coisas horríveis tinham sido superadas e a prova final que eu precisava estava ali no meu corpo. A partir do momento a família Weasley me presenteou com aquele suéter, eu sei que eles me consideravam um novo membro e aquilo aqueceu meu coração de uma forma que eu nunca imaginei que aconteceria.
-Você está lindo Draco - Harry se juntava ao meu lado e só agora eu percebia que ele também usava um suéter na cor da casa dele com o desenho de um leão e o nome dele escrito.
- Eu acho que você está muito bonito também Harry Potter, tão lindo quanto eu! - Eu precisava ver mais daquela sorriso bobo no rosto dele - Eu tenho que agrad..
-Não! - ele colocou um dedo em meus lábios - Ainda não agradeça! Vamos logo que estamos atrasados!! - ele me puxou pela mão e corria comigo pelos corredores.
Eu acreditei que iríamos para o salão principal para almoçarmos mas Harry me puxava em outra direção e aquilo me deixava confuso.
-Harry achei que íamos almoçar não? - Eu continuava correndo enquanto ele me puxava.
-E nós vamos, mas não aqui, vamos para lá - Harry apontou com a cabeça para a torre de Astronomia e eu estranhei aquilo mas não questionei, simplesmente continuei seguindo com ele.
Quando chegamos na entrada ele parou e se virou para mim com um olhar que demonstrava nervosismo mordendo os lábios.
-Eu espero que você não achei isso estranho mas eu quero te dar uma surpresa e pra isso você precisa me deixar fechar seus olhos com as minhas mão ok? - Ele não sabia ao certo se eu aceitaria.
-Harry Potter eu não sei o que você está planejando mas eu só quero que você se lembre que você me devolveu minha varinha e eu não tenho medo de usá-la no salvador do mundo bruxo ok? - Ele sabia que aquele era o meu sim e por isso relaxou.
Harry se pôs atrás de mim e fechou meus olhos, eu ouvi o barulho daquelas grandes portas se abrindo e eu fui caminhando sendo guiado por ele até um certo ponto.
-Agora eu vou abrir seus olhos, não Azare ninguém ok? - Ele falou tão perto do meu ouvido que eu cheguei a sentir um arrepio, eu queria perguntar sobre a parte de azarar mas não deu tempo.
Quando Harry tirou as mão de meus olhos eu tomei um susto enorme, ali na minha frente estavam pessoas que eu não achei que veria até o fim do ano.
Molly Weasley, Arthur, Ron, Hermione, Gina, Gui, Delacour, Luna e seu pai,Hangrid, Diretora Minerva, Neville e sua avó, Pansy e Blasio. Todos estavam de frente para mim com sorrisos no rosto e gritaram ao mesmo tempo feliz natal. Aquilo me pegou de surpresa e eu cheguei a perder as forças nas pernas, a sorte é que fui segurado.
E quando eu achei que era Harry quem me salvava de uma queda vergonhosa, eu descobri que aquelas mãos quentes na verdade eram dos meus pais. Aquilo sim me deixou totalmente sem palavras… eu não sabia como, eu pensei que estava sonhando mas não… aquilo era realidade: meus pais estavam lá e naquele momento a única coisa que eu consegui fazer foi me jogar em cima dos dois para o abraço mais longo de toda a minha vida. A saudade de todos esses meses sem poder vê-los era tão grande que eu sentia que tinha um buraco em meu peito. Quando eu os abracei me joguei com tanta força no colo deles que nós três caímos no chão. Foi tão intenso aquele reencontro cheio de sentimentos que eu chegava a engasgar no meio de tantas lágrimas.
Ter a minha mãe ali chorando me abraçando me fazendo recordar o quanto ela me amava era tão maravilhoso, ter meu pai ali chorando sem nenhum tipo de máscara social, sem se importar com quem estivesse olhando pra ele era uma coisa tão espetacular que me fazia a pessoa mais feliz do mundo. Ouvir a cada dois segundos que ambos me amavam e estavam morrendo de saudades fazia meu coração derreter de tanta alegria.
-Pai...ma.. mãe… mas como? - Eu tentava controlar os soluços e descobrir como eles tinham chego ali.
-Pode agradecer a todos eles e ao ministro - Minha mãe respondia tentando secar as lágrimas.
-Tirando Blasio, Pansy e a avó de Neville que não poderiam assinar, todos os outros compareceram ao ministério hoje cedo junto com o ministro mais seis aurores para que pudéssemos ser soltos. - Meu pai sorria enquanto demonstrava agradecimento a todos aqueles atrás de nós.
Eu não sabia o que pensar, eu sabia que todos tinham deixado para trás todas as coisas ruins que vieram com a guerra e que tinham perdoado a mim e a meus pais mas aquilo .. aquilo era uma coisa que eu nunca imaginaria, quando eu parei pra conseguir finalmente me acalmar eu reparei que todos estavam emocionados sem conseguir conter as lágrimas que desciam por seus rostos, foi incrível ver que além de todo o trabalho que ela tiveram eles ainda decoraram toda a torre de astronomia e tinham improvisado ali uma enorme mesa lotada de comida que provavelmente tinha sido toda preparada por Molly Weasley. Eu me levantei e fui em direção a todos abraçando e agradecendo um por um por estarem ali e terem feito o que fizeram por mim e por meus pais. Até mesmo Gina Weasley me deu um abraço demorado e me desejou boa sorte com o que viria, eu sempre achei que ela guardaria alguma mágoa por Harry ter decidido virar meu amigo mas naquele momento eu sabia que tudo tinha sido superado. Foi um momento muito bom poder abraçar novamente Blasio e Pansy que me contaram que fugiram das comemorações nas casas de seus pais para poderem estar ali comigo. Aqueles dois tinham virado meus irmãos e eu os amava demais. Quando finalmente terminei de agradecer a todos que estavam ali eu fui a procura de Harry que estava mais afastado em uma sacada olhando o infinito. Todos foram para a mesa para começarem os preparativos para o almoço mas eu fui até Harry que nem notou minha chegada.
-Harry Potter.. - eu chamei a atenção dele que se virou para me olhar sorrindo com vestígios de lágrimas nos olhos - Eu realmente não sei o que faria se você não estivesse na minha vida - eu o abracei e ele retribuiu me apertando forte em seus braços - Obrigada por fazer desse o Natal mais especial de toda a minha vida, obrigada por ser a pessoa mais incrivel que eu já conheci e obrigada por estar do meu lado mesmo que eu ainda ache que não mereço ter sua amizade.
-Draco Malfoy… - ele olhava nos meu s olhos mas sem soltar o abraço - Eu te disse desde o começo não disse? Eu sei escolher minhas amizades - ele sorriu novamente e pegou algo do bolso - Esse aqui é apenas meu! Espero que você goste! Feliz Natal Draco Malfoy.
Eu peguei aquele pequeno embrulho e quando abri me senti o cara mais feliz do mundo. Ali estava o primeiro pomo de ouro que Harry tinha pego quando entrou para a equipe de quadribol, ele tinha uma correntinha que foi colocada para que ele virasse um cordão. Eu sabia que aquele objeto tinha um valor sentimental enorme pra ele e aquilo fez novamente lágrimas desceram dos meus olhos.
-Harry eu…. Obrigada .. - Foi tudo que eu consegui dizer enquanto as lágrimas desciam.
Ele pegou o pomo da minha mão e o colocou no meu pescoço. Era uma sensação tão maravilhosa ter algo de Harry junto ao meu corpo que parecia que eu derreteria naquele momento. Aquele cordão nunca mais sairia do meu pescoço isso eu poderia garantir.
-Eu não tenho nenhum presente pra te dar mas eu espero que isso seja o suficiente - Eu não sei o que deu em mim eu só sei que aproveitei que Harry me abraçava e o beijei… beijei aqueles lábios quentes sem saber se seria ou não rejeitado, eu simplesmente fiz o que tive vontade de fazer durante anos mas não pude e nem tive coragem. Ao contrário do que pensei, Harry não rejeitou meu beijo, na verdade ele o aprofundou diminuindo mais ainda a distância que existia entre nós dois. O beijo que se iniciou calmo no momento estava ficando cada vez mais sensual e luxurioso. Nossas línguas travavam uma batalha e a última coisa que eu queria era perder aquela guerra.
-É engraçado como Harry sempre atrai Viscos mas nunca é atacado por Narguilês! - Luna nós tirava daquele beijo profundo com suas histórias.
O mais engraçado é que por mais que "Di-Lua" fosse meia doidinha, as vezes eu acreditava nas coisas que ela dizia, ainda mais ali depois de olhar pra cima e confirmar que tinha um visco descendo bem em cima de nossas cabeças. Eu e Harry nos olhamos sorrindo e resolvemos entrar para aquele almoço que seria bem tumultuado. Abraçamos Luna pelos ombros e seguimos com ela para a mesa.
Uma coisa eu tinha certeza daquele dia em diante meus natais nunca mais seriam os mesmos e eu agradeceria a Merlin todos os dias por isso.
Autor(a): carlapaixone
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