Fanfic: Jojo's Bizarre Adventures: Parte B - Goodnight Little Robot Child | Tema: Jojos Bizarre Adventures
— Sabe, eu estava pensando…
— Lá vem, mais um dos seus pensamentos, já não tá cansado de colocar a gente em encrencas, ou de simplesmente pensar algo que não faz o menor sentido? Eu lembro muito bem ainda da vez que tivemos que ficar três semanas sem sobremesas porque você cismou que todos os doces que tínhamos estavam vencidos… Ai você escondeu eles sem avisar nem mesmo a mim! Sério, eu fico puta até hoje, só de pensar que você me deixou de fora disso!
— Haha, preciso admitir, que fui bem bobo aquele dia, mas eu era apenas uma criança, às vezes crianças se enganam...
— Quando encontramos os doces eles tinham estragados porque você esqueceu de ligar a refrigeração daquele cubículo, até comprarem todos os doces denovo… Aff
— Mas dessa vez é diferente! É demais pra mim entender! É muito estranho, todo mundo sabe da ilha mas ninguém fala dela!? Eu consigo sentir que tem algo de errado nisso... É como se ela… Me chamasse… Pra desvendar o segredo dela...
— Tinha que ser a ilha de novo. Você não vai descansar até ser preso por causa disso não é?
— Talvez se a nossa casa não tivesse uma vista tão perfeita daquele castelo... Até mesmo nessa chuva tão forte, ele está lá, impenetrável, desafiante, macabro... — ele fala enquanto olha com um olhar murcho pra ilha e pro castelo gigantesco que ocupa quase metade da mesma — E esse tom tão sinistro dele faz com que toda vez que o vejo, em nenhum momento consigo parar de pensar nele, é como se ele quisesse que eu estivesse dentro dele, explorando cada quarto, cada catacumba, cada canto… E não se encontra nada na internet a respeito da ilha! Nem no Google Maps… É como se fosse uma ilha fantasma, mesmo ela sendo tão grande… É como se ela zombasse da gente com sua existência.
— Bom, nenhuma novidade… Preciso admitir que também me intriga muito às vezes, e por isso já evito olhar pra ela, mas você sabe que ela já existia muito antes da gente, talvez muito antes da cidade e não é atoa que existe uma lei não oficial para não se falar sobre a ilha... E a gente sabe o porquê de não falarmos dela, Coco, alguém que não é da cidade sequer consegue ver ela, pra pessoas de fora com certeza ela é um fantasma.
— Mas a gente não sabe o porquê verdadeiro!
— O que você quer dizer com isso?
— Sabe, é apenas uma tradição, ninguém sabe o motivo de ninguém falar da ilha! Ninguém mais vai até a ilha há cerca de uns cem anos, talvez mais! Quem garante que a coisa ruim que tanto temem ainda está por lá? O único que talvez soubesse vai ser enterrado ainda hoje!
Um silêncio toma os dois por alguns poucos segundos.
— E então, Coco? No que você estava pensando?
— Acho que deve ser uma base militar secreta, igual a área 51, onde eles guardam aqueles aliens, sabe?
— Bobagem. Eu tenho acesso à intranet da área 51, não tem nada demais lá, é só uma base militar da aeronáutica americana, claro, tem umas pesquisas meio creepies lá, como uma arma biológica que eles queriam desenvolver pra tentar transformar soldados inimigos em zumbis controlados remotamente, mas nada que os americanos vão realmente conseguir usar algum dia, tiveram que desistir dessa arma pois era impossível controlar os zumbis, e até onde conheço os cientistas da área 51, vai ser impossível levar isso adiante…
— Ai ai, Rosie, a sua Miracle às vezes me faz ficar triste, sabia? Conhecimento demais as vezes pode matar seu espírito... Sua criatividade…
— E a falta de conhecimento pode te matar, literalmente.
— Mas bom, pelo menos você concorda que é muito intrigante, não há nada sobre ela em lugar nenhum, em livro nenhum, em nenhum subfórum da darkweb… Só existe ela, e nós que a conhecemos… Ela talvez seja algum tipo de alucinação coletiva que todos aqui da cidade tem?
— Você sabe que essa idéia de delírio coletivo já não colou quando começamos a entender nossos poderes…
Coco apoia seus antebraços na janela e abaixa sua cabeça, apoiando-a neles.
Naquele momento a porta do quarto abre, o quarto não era muito grande, havia espaço para uma beliche e uma cadeira ao lado da janela, na parte de cima da beliche estava Rosie, sentada, vestindo um vestido longo e preto, com seu Smartphone em mãos, e na cadeira, Coco, com um paletó, também preto.
Quem abriu a porta foi um senhor de aparentemente uns 60 anos, que após olhar um pouco para os dois fala:
— Bom, pelo menos dessa vez vocês já estão prontos, o ônibus chegou, vamos sair em 20 minutos, podem ir descendo.
— Tudo bem senhor Russo. — Respondem em perfeita sincronia.
— E crianças, ouvi vocês conversando sobre a ilha, não sei bem o que falaram, mas vocês sabem que é perigoso.
— Tudo bem senhor Russo. — Apenas Rosie responde.
— Coco?
Coco se mantém em silêncio.
— Eu não vou me responsabilizar por você se for pego falando da ilha. Você quer lidar com isso da sua maneira, vai lidar com as consequências por conta própria.
Coco ainda assim se mantém em silêncio.
— Bom, tenho de avisar as outras crianças, não percam o ônibus.
Descendo as escadas esperavam o motorista do ônibus e algumas outras crianças, mas junto do motorista do ônibus um homem misterioso, com um broche com as letras SW no lado esquerdo de seu paletó.
— Ei, Rosie, o que você acha que SW significa? — sussurra Coco para sua irmã.
— Special Warrior? Super Woman? Spiritual World? Senha do Wi-Fi? Não sei, pode ser tantas coisas… Mas com certeza esse homem é um gringo, olha essas roupas, parece um legítimo Sir nomeado pela própria rainha da Inglaterra...
— O que a Miracle tem a dizer?
— Você sabe que não posso acionar ela em público, chama muito a atenção… Mas você pode aproveitar da audição do seu Bloody Twins e ficar de ouvidos neles
— Dãã, capitã óbvia, o que mais eu faria?
— Foi você quem começou, acha que não estou curiosa a ponto de querer usar a Miracle? Depois do velório vou ter mais chances de pesquisar… Agora, vamos, mantenha a compostura, temos de parecer órfãos comuns.
A viagem de ônibus foi tranquila, silenciosa e triste, de certa forma, apesar de ser curta, o clima estava pesado, não havia a clássica cantoria no fim do ônibus, na verdade ninguém falava nada além do necessário, e o necessário se resumia a poucas ordens de organização do Senhor Russo, como "sente ali", "permaneçam em silêncio", "façam fila Indiana pra descer" e "chegamos, “desçam todos devagar".
A chegada até o local do funeral foi tranquila, todos os órfãos eram extremamente comportados e exemplares, se ajeitaram na sala fria rapidamente, a fim de não se molharem muito na chuva que aumentava gradualmente do lado de fora, todos tentavam ver um pouco do rosto do falecido senhor que centrava a sala, logo a frente de um pedestal, mas ninguém ousava chegar perto do caixão.
Autor(a): jvsantos
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Um homem todo vestido de preto se encontra atrás do pedestal, com um livro preto em suas mãos, ele olha pra mesa, onde está posto o lindo caixão de madeira, com vários símbolos esculpidos a mão. Respira fundo, olha em direção às quase quarenta pessoas reunidas, entre elas a maioria crianças e adoles ...
Próximo Capítulo