Fanfics Brasil - Hoseok escolhe Taehyung Neeva

Fanfic: Neeva | Tema: BTS


Capítulo: Hoseok escolhe Taehyung

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terça-feira





Hoseok rolou a página do site para baixo e encontrou mais um fotógrafo. Esse se chamava Luke, era americano, falava inglês e japonês e tinha 27 anos. Hoseok também falava um pouco de japonês e inglês, mas preferia falar em Coreano, sua língua materna. 


 


 Ele clicou na galeria de fotos de Luke. O americano tirava fotos de boates, de casamentos, de bebês e de pessoas na chuva. As fotos eram muito bonitas, mas não era bem o que Hoseok precisava. 


 


Assim que fechou o computador, por estar entediado de procurar e procurar e nada encontrar, Hoseok foi dar comida ao gato. Ele se abaixou diante do armário da lavanderia, abriu as portas e tirou de lá o pote de ração. Serviu no prato de plástico que ficava no chão, próximo à porta, e depois guardou tudo. 


 


— Mickey! 


 


 Em questão de segundos o gato preto adentrou a lavanderia e correu em direção à comida. Hoseok se agachou, observou o felino por um momento e então se pôs de pé. 


 


Chovia lá fora, o rapaz tirou um cochilo na rede da varanda e só acordou  uma hora e meia depois. Ele tinha de encontrar um fotógrafo, mandar um e-mail para a editora e terminar de escrever seu livro. Tudo isso era um pouco estressante o deixava ansioso e com medo de não conseguir resolver suas tarefas a tempo.


 


Hoseok voltou para o computador. Leu sobre mais alguns fotógrafos até que se deparou com um perfil interessante. 


 


Ele leu a ficha em voz alta:


 


— Kim Taehyung, vinte e dois anos. Tem um repertório diverso dentro da fotografia e tem apresso pelas fotos artísticas e sensíveis. Começou como fotógrafo infantil, depois atuou com fotografia urbano e agora faz um pouco de tudo… É graduado em Artes plásticas e fez curso de fotografia…


 


Hoseok clicou na galeria. Ele ignorou as fotos de crianças e se focou nas urbanas. Eram muito bonitas, sensíveis, diferentes. Talvez fosse aquilo mesmo que Hoseok procurava: alguém que sabia exatamente o que não era cafona e que sabia exatamente o que era artístico e bonito. 


 


Hoseok pensou que talvez fosse melhor procurar outro fotógrafo, talvez aparecesse um melhor que Taehyung. Porém, do que adiantava? Ele já estava nessa de procurar fazia mais de uma semana. Escolher de uma vez pareceu-lhe uma opção viável, então foi o que fez. 


 


Após escrever e reescrever algumas vezes o e-mail, obteve o resultado final:





Boa noite, Senhor Kim Taehyung. 


 


Me chamo Jung Hoseok e estou trabalhando em um livro de memórias de minha cidade natal. 


 


Conversei com minha editora e estamos procurando por um fotógrafo experiente que possa tirar fotos da cidade e, principalmente, da Floresta Azul. 


 


Olhei sua galeria e me interessei bastante por seu trabalho. Gostaria de conversar melhor com você, pois pensei que poderíamos trabalhar juntos. 


 


Eu pago estadia e locomoção, e o salário ainda teria de ser combinado com a editora.


 


Atenciosamente, Hoseok. 





Ele pensou que aquele e-mail tinha um linguajar um tanto precipitado, mas mandou mesmo assim. Depois, voltou a trabalhar em seu livro. 





(...)





Alguém bateu na porta de entrada, o que tirou Hoseok de seu transe. Ele ergueu a cabeça do braço do sofá, tirou os óculos redondos e fechou o livro que lia. 


 


— Já estou indo! — ele avisou, internamente preocupado por não saber quem era. 


 


Hoseok morava um tanto afastado da cidade, então, se fosse algum problema, demoraria até alguma autoridade local aparecer. Mesmo assim, provavelmente um ladrão não bateria à porta. Devia ser alguém da editora. 


 


— Mãe? 


 


Ele abriu a porta por completo e deixou que ela entrasse. Ela o abraçou e lhe deu um beijo no rosto. 


 


— Que frio que tá lá fora… Não ouviu eu chegando?


 


— Não, tava concentrado em outra coisa, tava quase dormindo também... O que é isso? — perguntou ele, apontando para a cesta artesanal que ela carregava.


 


— Uma cesta de natal. Já que anda tão sozinho por aqui, resolvi trazer algumas coisas. 


 


 Ela pôs a cesta em cima da mesma, sorriu e tirou o casaco fino de lã do corpo, o estendendo sobre o sofá. Em seguida, ela puxou o pano vermelho de cima do objeto de madeira. 


 


Hoseok se aproximou do presente com curiosidade. 


 


— Só falta dez dias pro natal, por que resolveu me trazer isso agora?


 


— Pra você não passar fome — respondeu ela, arregalando os olhos de modo agitado. 


 


— Mãe, eu não passo fome — protestou Hoseok.  — Mesmo assim, o que tem aí?


 


— Um chocotone delicioso que comprei da vizinha que faz doces — disse e foi retirando as coisas de dentro para por em cima da mesa —, uma caixa de bombons, um vinho, biscoitos de natal, café solúvel, morangos, mel, bolacha salgada e, por fim, um pão caseiro que eu mesma fiz. 


 


— Nossa, mãe, quanta coisa… Não precisava, mas obrigado. 


 


Hoseok pegou o mel com embalagem de ursinho e observou de perto. 


 


— Sei que não gosta muito de mel, mas comprei porque faz bem se você ficar doente. 


 


Ela sentou no sofá e pegou o livro que Hoseok lia. 


 


— Que livro é esse? — quis saber, ajeitando os óculos para ver melhor.


 


O filho contornou o sofá com passos rápidos e sentou ao lado dela. 


 


— Não é nada — disse ele, desconfortável com a situação, mesmo não se tratando de grande coisa. 


 


Quem é você Alaska?, é de montanha, essas coisas assim?


 


— Tipo isso, mas acabei de começar, ainda não sei. 


 


Hoseok tomou o livro de suas mãos enrugadas e o colocou em cima da mesa de centro. Era mais fácil dar uma resposta mentirosa e rápida do que explicar que era um livro de romance adolescente e meio estranho que, até ali, não era tão interessante, mas suficiente para entreter por um tempo e cobrir o tédio. 


 


 — Ah, essa casa é tão fria. Como consegue viver aqui? No meio do mato ainda…


 


 — Ah, não sei, eu gosto. 


 


 — Sabia que seus leitores já me pararam na rua? Não sei como me reconhecem. Acho que foi por causa daquele vídeo lá que você fez, que eu aparecia no fundo. 


 


Hoseok riu. Era engraçado imaginar a própria mãe tendo que lidar com fãs doidos por livros de romance tristes. 


 


 — O que eles falam pra você?  — quis saber ele. 


 


Ela pensou por um momento, mexendo no botão que ficava na manga da blusa.


 


 — A maioria das fãs é menina. Falam que te amam e que amam o livro e que querem autógrafo. Olha — disse e colocou a mão sobre a bolsa de coro —, eu trouxe três livros pra você assinar.


 


Hoseok sorriu. Ele gostava de ter reconhecimento pelo trabalho, mesmo que não quisesse estar na posição da mãe, visto que se tornava cansativo depois de um tempo. 


 


 — Depois me entrega que eu assino. Bom, mudando de assunto, como tá o pai?


 


 — Tá bem. Só fica fumando o dia inteiro  — disse o olhando pelo canto do olho, o que indicava reprovação.  — Mas pelo menos não enche a minha paciência.


 


Ele riu. 


 


 — Ah, entendi. Aliás, você continua vendendo aqueles bolinhos? Tava com vontade de comer esses dias, muito bom.  — Ele assentiu, e ela levantou as sobrancelhas. 


 


— Mas se tivesse avisado antes eu teria trazido! Você sabe disso! — ela reclamou. 


 


— Que nada, já trouxe um monte de coisa. Da próxima você me traz, então, pode ser? 


 


Ela o olhou pelo canto do olho. 


 


— Semana que vem eu trago. 


 


Hoseok descansou os olhos sobre o cachecol da mãe. Ele era de lã verde musgo, bem bonito, combinava com ela. 


 


— Tá com sono? — a mulher indagou, olhando-o nos olhos. — Deve estar trabalhando um monte. Logo eu vou te deixar em paz. 


 


— Capaz mãe, pode ficar aqui por enquanto. Quer café?


 


— Tem pronto? 


 


— Não — disse Hoseok —, mas eu posso fazer. 


 


— Deixa que eu faço então. 


 


Hoseok preferiu não argumentar contra a mãe, porque no fim das contas ela sempre fazia o que tinha vontade. 


 


— O pó e tudo mais tá na cozinha — disse Hoseok, deitando a cabeça no encosto do sofá. 


 


— Eu sei, eu conheço essa casa mais do que você. 


 


Ele suspirou, depois, pôde ouvir o barulho da mãe enchendo a chaleira de água. 


 


Assim que fechou os olhos, ela voltou para a sala de estar, logo dizendo:


 


— Ah, mas eu sabia que você tava com sono. Não dormiu direito a noite?


 


Hoseok olhou para ela. Outro dia, por telefone, ele contara que estava escrevendo um livro, mas sem  dar muitos detalhes, pois queria que fosse surpresa. E, bem, ele costumava escrever durante as madrugadas, pois era quando mais tinha inspiração, por isso acabava passando boa parte do tempo acordado.


 


— Dormi bem essa noite — ele respondeu, mesmo que não fosse totalmente verdade.


 


— E como tá o livro? Já terminou?


 


— Não, ainda falta bastante coisa. Preciso organizar ele melhor, adicionar algumas imagens, mandar pra editora… Enfim, muito trabalho pela frente. 


 


Hoseok preferiu encerrar sua fala por ali, porque além de provavelmente ela não entender nada do que ele dizia, Hoseok  não queria dar spoiler de seu trabalho, visto que também envolvia a mãe. 


 


Assim que a água ferveu, ela foi fazer café. Eles sentaram-se na mesa da cozinha, cada um com sua xícara. 


 


— Hoseok, quando você vai me apresentar sua namorada? Nunca me conta nada… — reclamou ela, triste por ainda não ter nenhum neto. 


 


— Eu não tenho namorada, mãe. Mas um dia uma aparece, daí eu te conto. 


 


Ela entortou a boca para o lado, sabendo que ele estava mentindo. 


 


— Você sempre diz isso, eu desconfio que você vai ficar sozinho pra sempre. Quem vai ficar com sua casa quando você morrer?


 


Hoseok não queria pensar em morrer. 


 


— Fica pra você — ele respondeu e depois sorriu. 


 


— Até lá eu só vou ser pó e osso. Estou falando sério, você tem que namorar uma boa moça que vai te dar um bom futuro. Ela precisa ser uma boa mãe, assim como eu fui pra você. 


 


— Ah, mãe, esse papo é muito chato. Eu não sou obrigado a casar, e se eu casar algum dia, eu te conto. Não posso apressar as coisas, não posso namorar alguém que não existe. 


 


A mãe bebeu um gole de café e ficou em silêncio, aparentemente pensativa.


Hoseok começou a se sentir mal, com medo de que a tivesse magoado. Mesmo assim ele também permaneceu em silêncio, porque sabia que tudo o que havia dito era verdade.


 


— Bom — ela quebrou o gelo —, logo eu tenho que ir. Tenho roupa pra passar, tenho que varrer as folhas do quintal e tenho que fazer a janta pro seu pai. 


 


Ah, não, Hoseok realmente havia a magoado. Os sentimentos da mãe eram tão frágeis que o filho precisava pisar em ovos para falar com ela. O problema é que isso se tornava realmente cansativo. 


 


Quando ele foi abrir a boca para dizer algo, a mulher o interrompeu:


 


— Não esquece de assinar os livros dos seus fãs. 


 


— Verdade, tinha esquecido. Onde que eles vão buscar? 


 


— Na minha casa — ela respondeu. 


 


— Eles vão na sua casa? Como sabem o endereço? 


 


— Eu passei — disse de forma simplista. Hoseok apertou as sobrancelhas e ergueu o maxilar. 


 


— Mãe, você é louca, eles vão te incomodar um monte assim. Melhor não passar mais o endereço. 


 


—Tudo bem, eles me visitam mais do que você. 


 


Hoseok sentiu as pontas da orelhas ficarem vermelhas, sentindo-se ligeiramente irritado com a provocação. Se ela era tão carente aquele ponto, a culpa não era dele. E se ela queria ficar conversando com os fãs do filho, era seu problema também, até porque ela era ingênua demais para perceber que eles só estavam tirando proveito para pedir autógrafo e visitar o quarto que Hoseok ficava quando era adolescente. 


 


— Que seja, mãe, você sabe que pode vir quando quiser. E além do mais, esses dias estou ocupado. 


 


— Fica trabalhando e não dá atenção para mais ninguém. 


 


Hoseok queria negar, até porque o livro em que estava trabalhando era para ser um presente em que toda a sua família ficaria feliz. No fim das contas, ele apenas guardou mais uma mágoa no coração e sentiu-se aliviado quando ela foi embora, porque apesar de amá-la, gostava de ficar em paz novamente. 


 


(...)


 


Quando era perto de meia-noite, Hoseok recebeu uma notificação em seu e-mail. 


 


Fiquei interessado. Pode passar seu número para contato? E qual seria o melhor horário para eu ligar?


 


Atenciosamente, Kim Taehyung





Hoseok piscou os olhos de maneira confusa. Número para contato? Ele não estava acostumado a falar por ligações. Ou será que Taehyung queria trocar mensagens? 


 


Aproximadamente dois minutos depois, ele respondeu:


 


Meu número é (49) 996121567, pode me contatar a hora que quiser, sempre estou disponível





Hoseok queria mostrar disponibilidade porque precisava quase que urgentemente de alguém que trabalhasse com ele. Mesmo assim, a resposta pareceu-lhe íntima demais, porque de fato era estranho dizer que estaria disponível qualquer hora do dia. Bom, provavelmente esse Kim Taehyung tinha o bom senso de não ligar para Hoseok às duas horas de manhã, por exemplo. E se ligasse, Hoseok ficaria olhando o celular até que a ligação fosse cancelada. 


 


Pouquíssimo tempo depois o celular de Hoseok tocou. Era um número desconhecido, muito provavelmente de Taehyung. Mas por que naquela hora? Por que ligar tão tarde? 


 


Não era assim que as coisas funcionavam. Para atender uma ligação, Hoseok tinha de estar psicologicamente preparado. 





Assim que se passaram aproximadamente três segundos, ele atendeu.



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Autor(a): honeymoon_n

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




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