Fanfic: Você se foi - Vondy | Tema: Vondy

Christopher 

Acordei com o choro de Laurinha, um choro realmente forte. Me levantei bocejando, e a peguei no colo, ela não parou de chorar, com certeza era fome. Fui até a cozinha com ela nos braços pronto pra preparar seu leitinho, deu pra fazer um pouco, mas, eu teria que ir as compras. Perfeito, justo eu que sempre fui péssimo em compras, só comprava besteiras pra mim e agora com Laurinha, eu teria que mudar isso completamente. 

Pesquisei na internet qual a maneira certa de mornar o leite, e como deveria vê a temperatura, por sorte deu tudo certo. Eu e Laurinha iriamos enfim, as compras, a arrumei direitinho, e pedi um uber pra irmos. Demoramos quase meia hora por causa do trânsito. Quando entrei na loja, corri atrás de um carrinho que tenha suporte pra bebê, e coloquei Laurinha nele, ela estava bem acordada observando tudo. 

" Eu sei que você ainda é bem pequenininha pra ficar nessa zona mas, não teve outra solução filha, eu não tinha com quem te deixar, tive que te trazer, ou era isso ao passariamos fome, e eu não quero que a gente passe fome  " eu converso com ela, enquanto fecho o cinto de segurança. 

" Christopher ? " Christian se aproxima " o que esta fazendo aqui ? " pergunta, ele sorri ao vê Laurinha " ei princesa, é o dindinho " diz pegando a mãozinha dela 

" Meu armário ta vazio, eu preciso comprar comida, e o leite da Laura " digo 

" Eu posso te ajudar se quiser " ele comenta 

" É claro que quero, eu não tenho idéia do que comprar, você sabe que eu só compro besteiras, mas, agora as coisas vão ter que mudar " digo sério 

Ele assente, e abre um enorme sorriso " eu esperei tanto pra ouvir você dizer isso, vem vem comigo até o o lado saudavel da loja " ele diz empurrando o carrinho . 

" Primeiro as prioridades, preciso de fraldas, as que eu trouxe quando viemos do hospital já estão quase no fim, também tenho que comprar uma banheirinha pra ela " digo 

Ele me olha " banheirinha ? " 

" É cara, ela precisa, pro banho " dou de ombros " preciso de sabonetes próprios pra bebês, shampoo e condicionar de bebê, enfim, tudo de bebê, quer saber ? vamos direto pro lado infantil " eu digo dando a volta, ele me segue calado.

O lado bom da loja era que eu já tinha trabalhado aqui, então sabia onde ficava cada sessão, e cada coisa, outra coisa maravilhosa, era que ela era tão grande que tinha de tudo, desde comida até brinquedos. Christian me acompanhou durante todo o momento, enquanto eu avaliava o que queria e jogava no carrinho, ele já o empurrava pra cima e pra baixo, aquela altura do campetonato, Laura já estava dormindo na cadeirinha. 

" Pra que será que serve isso ? " digo  fazendo uma careta 

" Acho que é pra tirar leite, então, você não precisa " diz dando de ombros

Reviro os olhos " é difícil ser pai até na hora das compras " comento negando com a cabeça " se Dulce estivesse aqui, talvez seria mais fácil " comento 

" Dulce sua vizinha ? " 

" Sim, ela andou me ajudando ontem com a Laura, eu juro cara, estava em desespero sem saber o que fazer pra ela parar de chorar, então Dulce apareceu e ela ficou quieta em questão de segundos acredita ? aquela mulher é demais "eu digo sorrindo " vamos procurar uma escovinha de cabelo, logo a Laura vai ter cabelinhos maiores, é bom estar precavido " eu digo 

" Espera espera " ele me segue empurrando o carrinho " você esta me dizendo que esteve com Dulce ontem, e ela te ajudou com a Laura ? " 

" Estou, você não ouviu ?  " pergunto confuso 

" Ah, e será que isso quer dizer alguma coisa ? " pergunta me olhando desconfiado 

" Sim, quer dizer que ela é gente boa " digo, me abaixando pra pegar algo na prateleira de baixo 

" Só gente boa ? " pergunta 

" Sim " digo dando de ombros 

" Ela é bem bonita também não acha ? " diz de modo sugestivo 

Suspiro, me levantando " olha cara, eu não to afim dela ta legal ? ela é só uma boa vizinha, até uma boa amiga mas, não vai passar disso " 

" Por que ? ela é bonita, é gente boa como você disse, e ainda cuida super bem da Laura " ele argumenta 

" Justamente por isso, pela minha filha, eu não posso pensar em ninguém além dela, e também qual é, faz pouco tempo que Alicia sumiu, não seria certo pensar em outra mulher assim tão rápido " comento 

" Ah não, você tem que estar brincando, você não pode pensar nisso Christopher, Alicia foi embora, você tem o direito de ter algo com quem quiser ter, a hora que quiser" ele diz indignado 

"  Eu sei, eu sei, só que dessa vez tem um bebê envolvido, quem ficar comigo vai ter que aceitar a Laura " 

Christian assente " sim, e aposto que Dulce ... " 

" Não, Laura é minha responsabilidade, eu que tenho que cuidar dela, e eu vou cuidar, não posso colocar essa esponsabilidade sobre a Dulce, ela tem a vida dela, para de inventar coisas por favor " peço 

" O que uma coisa tem a ver com a outra cara ? "  pergunta bufando 

" Christian já deu dessa história, por favor " digo revirando os olhos 

" Ta bem, não esta mais aqui quem falou " ergue as mãos " eu vou ter que ir cara, você acha que vai poder seguir sem mim ? Julio daqui a pouco chega do banco e se vê que não estou no caixa, me mata "  faz careta 

Assinto, jogando mais algumas coisas no carrinho " eu vou ficar bem, pode ir " 

" Valeu " ele olha Laurinha que já estava acordada, e sorri " tchau princesa do dindo " mexe na mãozinha dela, e sai. 

" Esse seu padrinho, tem ideias absurdas as vezes " comento, empurrando o carrinho " vamos continuar nossas compras, prometo que falta pouco " digo. 

Depois de compras mais algumas coisas, fui até o caixa passar as compras, e por incrível que pareça o que quase me quebrou de toda aquelas compras foi os pacotes de fraldas da Laurinha, estavam o preço da morte, não imaginei que simples fraldinhas descartáveis fossem tão caras assim. Christian passou pra mim, enquanto eu empacotava tudo, fizemos isso em silêncio. 

" Prontinho " ele me entrega a notinha " vai almoçar em casa ? " pergunta 

" Eu não tive tempo de preparar nada " digo colocando as sacolas no carrinho 

" Você pode ir na minha irmã, hoje tem estrogonofe, e eu sei que é um dos seus pratos preferidos " ele diz dando uma piscadela 

Suspiro, passando a mão no rosto " não sei cara, a Laurinha já passou tempo demais fora de casa, isso pode fazer mal " 

" Christopher, você não vai poder cuidar da sua filha se estiver doente, e se continuar sem comer vai acabar tendo uma fraqueza ou um desmaio, você precisa comer bem " ele diz sério 

" Por que acha que vim fazer compras ? eu vou me alimentar bem " rebato 

" Você nem sabe cozinhar " ele diz negando com a cabeça 

" Vou aprender ta certo ? obrigado pelo toque mas, estou sabendo lidar com tudo, esta tudo bem, vai dar tudo certo " coloco o resto das sacolas no carrinho " agora tenho que ri, vou pedir um uber e ... " 

" Christopher, deixa que eu levo as compras pro seu apartamento, enquanto isso você vai pra Angel e come comida de verdade por favor " ele diz saindo detrás do caixa 

" Você ta trabalhando " rebato 

Ele segura o carrinho " na verdade, acaba de dar o hora do meu almoço, eu posso te ajudar, o que não quero é vê você desmaiando pelos cantos, anda, vai na minha irmã e se tiver com pouco dinheiro diz pra por na minha conta, o que importa é você comer " ele instrui 

" E Laura ? " pergunto, observando Laurinha que dormia. 

" Ela vem comigo, ela esta dormindo e acho que vai ficar assim por um bom tempo, qualquer coisa se acordar eu posso dar o leite, não se preocupe, eu vou cuidar bem da minha afilhada, é só o tempo de você ir comer alguma coisa " Ele diz dando de ombros 

Observo Laurinha, e abaixo a cabeça passando a mão no rosto " certo, esta bem, eu vou, mas, vai ser bem rapidinho, eu prometo não demorar " 

" É bom mesmo por que só tenho uma hora de almoço " ele diz rindo, então começa a empurrar o carrinho pra longe " se alimenta bem " grita já de longe. 

Peço um uber e vou pra lanchonete da irmã mais velha de Christian, ela e o marido haviam aberto um tipo de restaurante sofisticado, mas, que também era uma lanchonete simples, tudo pra englobar os dois mundos das classes sociais, os dois sempre foram ótimos com negócios. Quando entrei, me sentei em uma mesa mais afastada, era a que eu sempre sentava quando vinha aqui com Christian, peguei o cardapio que tinha sobre a mesa, e quando dei por mim estava chorando. 

Minha vida estava totalmente fora do eixo, e eu estava preocupado em como seguiria. 

Tocam no meu ombro " Senhor, eu sei que pode ter comidas no cardapio que não te agrade mas, não precisa chorar por isso, é só pedir e nosso chef faz algo que seja do seu gosto " a voz doce diz 

Ergo meus olhos " Dulce ? " digo 

 Ela me olha surpresa, mas, logo dá um sorriso " Christopher " e acho lindo o modo como meu nome sai de sua boca.