Fanfic: Você se foi - Vondy | Tema: Vondy

Dulce 

Eu nunca tive um lugar meu, que eu mesma fosse responsável, que eu mesma pudesse cuidar, sem ter a opinião dos meus pais ou de Poncho na decoração, ou onde ficaria os móveis mas, agora isso mudou. Esse lugar era meu, era pequeno, na verdade minusculo, mas, com uma boa arrumação, iria ficar perfeito pra mim, seria meu lar. 

Amarrei meus cabelos ruivos em um coque mal feito, coloquei uma roupa velha, e comecei a arrumar a decoração do meu apartamento, as paredes que estavam sem vida, eu enchi de cores, e guadros alegres, os porta-retratos da minha familia, coloquei todos na pequena cômoda ao lado da minha cama, assim sempre que acordasse poderia vê-los, abri as caixas e coloquei cada coisa em seu lugar. Aos poucos tudo estava com mais alegria, mais vida. 

Eu não me considera uma hippie, eu só gostava das cores vivas que eles curtiam, também do modo como eles davam valor a natureza, e as coisas simples, ta, talvez eu fosse um pouco hippie sim, eu curtia roupas largas, musicas calmas, e principalmente decorações simples e autênticas. 

Estava na cozinha, varrendo quando ouço batidas na minha porta, eu largo a vassoura, passo a mão no rosto e vou abrir " surpresa " Mai grita 

" Ei Mai, o que faz aqui ? " pergunto rindo 

Ela me dá um leve empurrão passando por mim com uma sacola em mãos " o que acha que estou fazendo aqui garota ? é óbvio que vim te dar as boas vindas " revira os olhos 

" Não precisava se incomodar " digo fechando a porta  

Mai é minha amiga desde que me lembro, isso por que seus avós tinham um sitío que era vizinho ao sítio dos meus pais, nós viviamos grudadas durante toda a infância e adolêscencia, até que seus avó orreram e ela decidiu ir pra capital, vendeu o sitío e veio com a coragem que tinha. Ela já estava morando aqui a quase 4 anos, e foi a principal pessoa a me incentir sair do interior e tentar a vida da cidade grande. 

Quando ela veio pra capital, eu senti bastante falta, mas, nos tornamos amigas virtuais, tudo que acontecia de novo na nossa vida contavamos pelas redes socias, nossa amizade nunca foi abalada pela distância, tudo permaneceu igual, na verdade, depois de sair do sítio o único que Mai mudou foi seu modo, e sua aparência, a Mai que eu conheci ainda criança, nunca usaria maquiagem tão escura, ou rupas tão coladas de couro, ela também nunca encheria seus cabelos de mexas cor de azul. A certeza que eu tinha era que seja rockeira ou uma simples menina da roça, ela sempre estaria do meu lado pro que for. 

" Não vem com essa de não precisava se incomodar " revira os olhos, indo até a cozinha " nossa garota, você arrasou aqui, nem parece o lugar morto que visitamos a uns meses atrás " comenta impresionada 

Sorriu satisfeita " você gostou ? eu estava arrumando " 

" Ta muito legal mesmo " diz, colocando sua sacola sobre a pequena mesa " sabe, eu deveria ter vindo te ajudar com tudo isso, só que estava apagada no meu sofá, fiquei a madrugada inteira trabalhando e acabou que deu nisso, me perdoe " ela diz lamentando 

Dou de ombros " tudo bem, eu estou gostando de fazer as coisas sozinhas sabe ? me sinto dona de mim mesma, sem a autoridade do Poncho ou dos meus pais " digo animada 

" Falando nele, como reagiu ? " pergunta 

" Ele ficou bem abalado com essa mudança, minha sorte foi Annie ter vindo junto se não ele estaria até agora aqui perguntando se eu tenho certeza do que quero " comento fazendo uma breve careta " mas, eu tenho sim certeza, estou finalmente focando em ter minha vida, e estou satisfeita por ter vindo pra cá " afirmo 

" É isso ai querida, muito bom, e acho que pra comemorar esse novo passo na sua vida, iremos brindar " ela retira uma garrafa de vinho da sacola que trouxe, e vai até os armários " meu deus Dul, onde estão os benditos copos ? " pergunta impaciente 

Dou um risinho " estou de mudança Mai, é obvio que ainda tem algumas coisas nas caixas " 

" Ah quer saber ? deixa pra lá vai, a gente bebê direto da garrafa pra dar sorte " diz se jogando no meu sofá " me diz, quando começa o emprego na tal lanchonete ? " pergunta 

" Daqui a uma semana " respondo 

Mai arregala os olhos " tudo isso ? " pergunta 

" Sim " 

" E você esta precisando de ... " 

" Não, não, você também não " a interrompo bufando em seguida 

" Eu também não o que ? " pergunta confusa, e voltando a tentar abrir o vinho

Suspiro " Poncho antes de sair daqui veio perguntar se eu queria dinheiro e você ia fazer o mesmo " ela dá de ombros " ah Mai, eu não quero depender mais de ninguém, será que é tão difícil você e ele entenderem isso ? preciso do meu próprio dinheiro, preciso me manter por mim mesma, e vou fazer isso " afirmo 

" Nossa, devagar na bronca ok ? eu só ia perguntar por que me preocupo com você " 

" Desculpa, não queria soar grosseira, é que isso me irrita " falo entr os dentes 

Ela ri " olha Dul, eu não sou o Poncho ta legal ? eu só quero seu bem e sua felicidade, e se ter suas coisas sozinha faz você ser feliz, que seja, eu nunca vou ser um pé no saco como seu irmão é " 

Sorriu " obrigado por isso, e por favor, não volta a chamar meu irmão de pé no saco " peço 

Ela revira os olhos " isso não vai acontecer " diz me fazendo ri, e então abre o vinho " oba, finalmente, toma, bebe, o primeiro gole é da anfitriã " diz animada 

Pego a garrafa, e bebo um gole fazendo uma careta " eu mal cheguei e você já esta querendo me embebedar " reclamo 

" Deixa de besteira, é só vinho " ela pega a garrafa de volta, e tome um gole, pra minha surpresa não faz nenhuma careta " escuta, vai fazer o que amanhã a noite ? " pergunta 

" Não sei, acho que depois de arrumar todo o resto vou assistir um filme ou uma série " digo dando de ombros 

Ela faz careta " Então, o que acha de darmos um rolê ? " pergunta 

" Rolê ? " pergunto arqueiando a sobrancelha 

" Sim, acontece que a boate que eu trabalho vai ta aberta amanhã e a mamãe aqui vai estar de folga, pensei que poderia aproveitar pra ir pra lá curtir um pouco de música boa, e dançar bastante " diz empolgada 

Estreito os olhos " o que William acha disso ? " 

" Quem se importa com o que ele acha ? tenho certeza que ele vai dar um jeito de se meter no nosso rolê mesmo " dá de ombros " anda, diz que vai, por favor, eu quero te aprensentar a noitada na capital "

Eu sei que se disser não, ela não vai desistir até eu ir então ... " tudo bem, eu vou " 

" Ah, perfeito, perfeito, você vai adorar, eu garanto " ela diz largando a garrafa de vinho no canto do chão, e batendo as mãos, ela pega seu celular em seguida " merda, é quase 18 eu tenho que ir, Will inventou um jantar idiota com os pais " diz se levantando 

" Jantar idiota  ?" pergunto me levantando também 

" Os pais dele são um porre, sério, que bom que bebi vinho assim vou ter alcool o bastante no sangue pra aturar aqueles malas " revira os olhos novamente " uma opera por 4 horas seria melhor que esse jantar " resmunga indo até a porta 

Dou uma risada " você é louca " 

" Se ser sincera é sinônimo de loucura, então sim, eu sou louca " ela abre a porta e sai, vejo seu sorriso malicioso aparecer " uau " 

Quando saiu, vejo que Christian a encara " Olá Dulce " ele me cumprimenta 

Sorriu " olá Christian " cumprimento de volta 

" Olá vizinho da Dulce "  Mai diz o devorando com o olhar 

Christian sorri um pouco sem graça " eu não sou o vizinho da Dulce, sou apenas o amigo do vizinho dela, prazer Christian " estende a mão pra ela 

Mai segura sua mão, e analisa seus braços descaradamente " prazer Christian, sou Maite " ele assente soltando sua mão " curti seu cabelo " 

" Obrigado, eu também curti o seu " ele sorri novamente, e então me encara " eu tenho que ir, ainda vou pro trabalho, foi bom te revê Dul, e foi um prazer te conhecer Maite " ele diz simpático 

Mai morde os lábios " acredite, o prazer foi todo meu " dá uma piscadela 

Reviro os olhos " foi bom te vê também Christian. tchau " ele acena com as mãos e segue até as escadas " você é terrível, estava dando em cima dele descaradamente " acuso 

Ela ergue as mãos em sinal de rendição " que culpa tenho se seu vizinho é um gato ? " 

" Ele não é meu vizinho, só é amigo do meu vizinho, você não ouviu? " pergunto 

Ela ri " sabe, eu nem prestei atenção, estava ocupada imaginando como ele deve ser nu " arregalo os olhos, e dou um tapa em seu braço " para, ele é lindo, olhar não mata " suspira" agora tenho que ir, se não Will vai me ligar e eu não to afim, lembra amanhã as 19 da noite venho te buscar, esteja pronta " diz seguindo até a escada